- 29/06/2025
Ayala Harel, sobrinha de Michel Nisenbaum -- o único refém brasileiro mantido pelo Hamas na Faixa de Gaza -- e seus familiares têm criticado a falta de mobilização do governo Lula para que Michel seja libertado.
Ela chegou a se reunir em 2023 com o presidente brasileiro, que prometeu agir para obter informações e ajudar no resgate, porém o Planalto sequer tem respondido aos questionamentos apresentados por representantes da família.
No Papo Antagonista desta segunda-feira, 20, Rafael Azamor, coordenador de estudos judaicos do ensino médio da escola Liessin e representante das famílias de reféns no Brasil, detalhou como ocorreu o contato com o governo Lula e afirmou que tem sido ignorado pela gestão petista.
"A gente sabia que havia uma sessão exclusiva no Senado, organizada por alguns senadores, porém a gente não tinha confirmações no Itamaraty, nem no Planalto de que eles [familiares dos reféns] poderiam ser recebidos. Fomos para Brasília, participamos da sessão e, em um dado momento na sessão, recebemos de uma forma até bem surpresa positivamente a presença do senador Jaques Wagner, que fez seu depoimento e falou que tinha acabado de voltar do gabinete do presidente e que ele [Lula] receberia somente a família do Michael Nisenbaum [...].
Nós, como representantes dessa família e responsáveis por todas as famílias, não tivemos acesso a esse encontro. Ficamos aguardando e elas tiveram esse encontro, que foi organizado no dia, mas elas tiveram a oportunidade de passar para o presidente tudo que tinha acontecido. Após o evento, houve uma enxurrada de repórteres, até de uma forma que, no primeiro momento, elas não deram declarações, mas o senador Jaques Wagner, se você pegar as entrevistas, fala claramente que o presidente prestou condolências, que se colocava à disposição [...] e que o Brasil não mediria esforços. Um parênteses: esse foi o mesmo dia em que o presidente foi receber uma comitiva de, inclusive, refugiados palestinos que estavam vindo para o Brasil e houve uma cerimônia na parte da manhã com essas pessoas.
Desde então, eu faço essa interlocução para as famílias, falo diretamente com a mãe da Ayala, com a irmã do Michel e com a filha, e elas vêm, desde o início do ano, me cobrando se a gente tem alguma posição. Ao entrar em contato com o senador [Jaques Wagner], não obtive respostas. Ao entrar em contato com o gabinete dele, deixei diversos recados e não obtive respostas. E nós aqui acabamos acabamos tendo que dar essa informação para a família: não temos resposta do governo positiva ou negativa.”
Assista à íntegra da entrevista:
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Ela chegou a se reunir em 2023 com o presidente brasileiro, que prometeu agir para obter informações e ajudar no resgate, porém o Planalto sequer tem respondido aos questionamentos apresentados por representantes da família.
No Papo Antagonista desta segunda-feira, 20, Rafael Azamor, coordenador de estudos judaicos do ensino médio da escola Liessin e representante das famílias de reféns no Brasil, detalhou como ocorreu o contato com o governo Lula e afirmou que tem sido ignorado pela gestão petista.
"A gente sabia que havia uma sessão exclusiva no Senado, organizada por alguns senadores, porém a gente não tinha confirmações no Itamaraty, nem no Planalto de que eles [familiares dos reféns] poderiam ser recebidos. Fomos para Brasília, participamos da sessão e, em um dado momento na sessão, recebemos de uma forma até bem surpresa positivamente a presença do senador Jaques Wagner, que fez seu depoimento e falou que tinha acabado de voltar do gabinete do presidente e que ele [Lula] receberia somente a família do Michael Nisenbaum [...].
Nós, como representantes dessa família e responsáveis por todas as famílias, não tivemos acesso a esse encontro. Ficamos aguardando e elas tiveram esse encontro, que foi organizado no dia, mas elas tiveram a oportunidade de passar para o presidente tudo que tinha acontecido. Após o evento, houve uma enxurrada de repórteres, até de uma forma que, no primeiro momento, elas não deram declarações, mas o senador Jaques Wagner, se você pegar as entrevistas, fala claramente que o presidente prestou condolências, que se colocava à disposição [...] e que o Brasil não mediria esforços. Um parênteses: esse foi o mesmo dia em que o presidente foi receber uma comitiva de, inclusive, refugiados palestinos que estavam vindo para o Brasil e houve uma cerimônia na parte da manhã com essas pessoas.
Desde então, eu faço essa interlocução para as famílias, falo diretamente com a mãe da Ayala, com a irmã do Michel e com a filha, e elas vêm, desde o início do ano, me cobrando se a gente tem alguma posição. Ao entrar em contato com o senador [Jaques Wagner], não obtive respostas. Ao entrar em contato com o gabinete dele, deixei diversos recados e não obtive respostas. E nós aqui acabamos acabamos tendo que dar essa informação para a família: não temos resposta do governo positiva ou negativa.”
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NotíciasTranscrição
00:00E agora a gente conversa com Rafael Asamor, coordenador de estudos judaicos do ensino médio da Escola Liesin
00:06e representante das famílias de reféns no Brasil.
00:09Foi ele que intermediou esse contato, inclusive, com o governo brasileiro lá atrás,
00:15mas a gente vai querer saber o que está acontecendo agora.
00:18Boa noite, Rafael. Bem-vindo aqui ao Papo Antagonista.
00:21Boa noite, Felipe. Boa noite a todo mundo aí.
00:24Rafael, como é que você foi parar nessa situação de representar as famílias no Brasil
00:29e o que aconteceu a partir daí?
00:32Felipe, na verdade, desde o dia 7 de outubro, quando eu acordei de manhã com todas aquelas notícias,
00:41eu, como judeu, de alguma forma quis ajudar de algum jeito.
00:45Em casa mesmo eu falei assim, eu preciso ir para lá fazer alguma coisa.
00:50Mas, óbvio, a circunstância não era apropriada para isso
00:54e, ao mesmo tempo, eu estava tentando fazer outras coisas que pudessem ajudar de alguma forma,
01:00porque imaginava que o combate ao antissemitismo ia ser necessário nesse período.
01:06Eu estava aqui junto com, na época, o subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle,
01:12organizando que a cidade do Rio de Janeiro assinasse uma declaração de combate ao antissemitismo
01:18de um instituto chamado International Holocaust Remembrance Alliance,
01:22onde o Brasil é um membro neutro e diversos outros países são signatários.
01:29É uma declaração que dá o lugar de fala ao povo judeu de dizer o que é ou o que não é antissemitismo,
01:36como todas as outras minorias têm seu lugar de fala.
01:39Após o 7 de outubro, imaginamos que isso tudo seria em vão
01:44e o prefeito aqui do Rio, Eduardo Paz, resolveu assinar, de uma forma até corajosa,
01:51assinou no dia 3 de novembro essa declaração
01:53e, por isso, eu estava em viagem para o Uruguai,
01:58onde a gente ia receber uma premiação por ter sido a primeira cidade do país
02:02que teve a coragem de combater realmente o antissemitismo.
02:07E, nesse meu voo de ida para o Uruguai,
02:11eu recebi uma ligação de um conhecido de Israel
02:13dizendo que eles procuravam uma pessoa para representar aqui no Brasil
02:18pela dimensão do Brasil.
02:20Eu não entendi muito bem o que ainda seria,
02:23mas falei que é a oportunidade que eu tenho de ajudar a milhares de quilômetros de distância.
02:30E, desde então, desde o dia 7 de novembro, exatamente 30 dias do evento,
02:35eu me tornei o representante dessas famílias aqui no Brasil.
02:43E aí houve um encontro em dezembro do presidente Lula
02:48com a filha e a irmã do Michel, que é o único refém brasileiro,
02:53ele que nasceu em Niterói, no próprio Rio de Janeiro, onde você também mora.
02:57A gente sabe, e comentou na época, inclusive nesse programa,
03:03que o Lula não estava querendo ter aquele encontro,
03:06que ele teve para evitar o desgaste,
03:09porque sentiu que não ter o encontro poderia ser ainda pior para a imagem dele.
03:15A gente tem visto as declarações em que ele traça falsas equivalências,
03:18isso quando não trata a reação militar israelense a um ataque terrorista
03:25como algo ainda pior do que o ataque mesmo.
03:28Como é que foi articular esse encontro e o que aconteceu depois?
03:33O governo Lula não retornou mais os contatos?
03:36Então, na verdade, a gente chamou isso de um tour dessas famílias.
03:43Não veio só a família do Michel,
03:45veio também mais outras três famílias,
03:49junto com a irmã e a filha do Michel Nisenbaum.
03:53Uma dessas famílias, inclusive, era um tio da Chiribibas,
03:58a mãe das duas crianças, um bebê de um ano e um menino de quatro
04:04que ainda estão sequestrados, são os únicos menores de idade.
04:07E esse tour, que a gente chamou de tour,
04:10era uma viagem de advocacy para falar um pouco sobre indefesa
04:15e de lembrar o nome de todos os sequestrados naquele momento.
04:19Eles foram para a Argentina, Uruguai e Brasil.
04:24Desde o princípio, quando a gente começou as articulações,
04:28a gente começou a montar a agenda,
04:30a gente já sabia que haveria um encontro com parlamentares,
04:33e com o presidente do Uruguai.
04:36A gente já sabia que haveria um encontro com parlamentares
04:40e, inclusive, essas famílias participaram da posse
04:45do presidente Milley na Argentina
04:47e tiveram um encontro pessoal com ele.
04:51E no Brasil, a gente sabia que havia uma sessão exclusiva
04:54no Senado, organizado por alguns senadores,
04:57porém, a gente não tinha confirmações,
05:00nem no Itamaraty, nem no Planalto,
05:03que eles poderiam ser recebidos.
05:06Fomos, trouxemos eles mesmo assim,
05:08levamos eles para Brasília,
05:11participamos da sessão,
05:13e em um dado momento da sessão,
05:14recebemos de uma forma até bem surpresa,
05:17positivamente, a presença do senador Jacques Wagner,
05:20que fez o seu depoimento ali
05:23e falou que tinha acabado de voltar do gabinete do presidente
05:27e que o presidente receberia
05:29somente a família do Michel Nissenbaum,
05:33somente a família do brasileiro.
05:36Organizamos como seria,
05:37o próprio senador Jacques Wagner
05:39levou essas duas familiares do Michel Nissenbaum,
05:43somente elas e o senador tiveram acesso,
05:46nós, como representantes dessa família
05:49e responsáveis por todas as famílias,
05:52não tivemos acesso a esse encontro,
05:54ficamos aguardando,
05:56e eles tiveram o encontro, assim,
05:59organizado no dia,
06:01mas elas tiveram a oportunidade
06:03de passar para o presidente
06:04tudo o que tinha acontecido.
06:07Após o evento,
06:09foi uma enxurrada de repórteres,
06:13até de uma forma que,
06:14primeiramente, elas não deram declarações,
06:15mas o senador Jacques Wagner,
06:17se pegaram as entrevistas,
06:19fala bem claro
06:20de que o presidente prestou suas condolências,
06:24a família que se colocava à disposição
06:27do que precisasse,
06:28tentaria intermediar através de interlocução
06:31com outros países,
06:33por exemplo, o Catar,
06:34e que o que fosse necessário,
06:36o Brasil não mediria esforços.
06:38Um parênteses,
06:40esse foi o mesmo dia
06:41que o presidente foi receber
06:43uma comitiva de, inclusive,
06:45refugiados palestinos
06:47que estavam vindo para o Brasil,
06:49e houve uma cerimônia
06:50na parte da manhã
06:51com essas pessoas.
06:53Desde então,
06:54eu faço essa interlocução
06:55para as famílias,
06:56falo diretamente com a mãe da Ayala,
06:59com a irmã do Michel,
07:01e com a filha,
07:02e elas vêm,
07:03desde o início do ano,
07:04me cobrando
07:05se a gente tem alguma posição.
07:07em contato com o senador,
07:11eu não obtive respostas,
07:13em contato com o gabinete do senador,
07:17até o momento,
07:17eu já deixei diversos recados,
07:19também não temos resposta,
07:21e nós aqui acabamos tendo
07:23que dar essa informação
07:24para a família,
07:25não temos resposta do governo,
07:27positiva ou negativa.
07:31Pois é,
07:32eu estive lá com a Ayala,
07:33a sobrinha que não participou
07:34desse encontro,
07:35quem participou foi a filha
07:36e a irmã,
07:37e ela disse,
07:38como vocês puderam ver aqui,
07:40é no trecho que eu destaquei
07:41do meu documentário,
07:41que está na íntegra aqui
07:42no nosso canal de YouTube,
07:43como ela ficou insatisfeita,
07:45como a família ficou insatisfeita
07:47com a postura do presidente do país,
07:50onde o tio da Ayala,
07:51o Michel Nisenbaum,
07:53nasceu.
07:53Duda Teixeira quer fazer uma pergunta
07:54para o Rafael?
07:55Fique à vontade.
07:56Quero, Rafael,
07:57boa noite.
07:58A gente entrevistou aqui
07:59no Papo Antagonista
08:00a Rafaela Trechman,
08:02que era a namorada
08:03do Hanani Glaser,
08:04que morreu
08:05naquela festa
08:06ali no sul de Israel.
08:09E ela reclamou para a gente,
08:10falou assim,
08:10olha,
08:10em momento algum
08:11eu recebi qualquer ligação
08:13do Itamaraty.
08:16Essa é a regra
08:17para todas as famílias?
08:20Boa noite, Duda.
08:21Sim,
08:22eu já estive
08:23com outras pessoas
08:24que estiveram,
08:25inclusive,
08:26na rave
08:26com a Rafa Trechman,
08:28conheço a família dela.
08:30O Itamaraty
08:32não fez contato.
08:33Aquelas pessoas
08:34que vieram ao Brasil
08:35que estavam na rave,
08:37pelo menos a grande maioria
08:39veio por conta própria,
08:40inclusive,
08:41para o Brasil.
08:41Alguns lá no início
08:43do conflito
08:44ainda vieram em aviões
08:45da FAB,
08:46mas não tiveram
08:47nenhum tipo de apoio
08:49como cidadãos,
08:50mesmo que israelenses
08:51e brasileiros
08:52tiveram apoio psicológico
08:55ou financeiro
08:56ou convite
08:57para vir para cá,
08:58para voltar,
08:59se queriam todos.
09:00A grande maioria deles
09:01vieram por conta própria
09:03e não receberam
09:04nenhum apoio
09:05diretamente
09:06do Itamaraty.
09:08Rafael,
09:09eu quero dar uma notícia aqui
09:10e depois levantar
09:11uma questão para você,
09:13porque a gente separou
09:14uma publicação
09:14das Forças de Defesa
09:15de Israel
09:15no X,
09:16o antigo Twitter,
09:17abro aspas aqui
09:18para as FDI.
09:20Ela,
09:20Eliakim,
09:21de 8 anos
09:22e a sua irmã,
09:23Daphna,
09:23de 15,
09:24foram raptadas
09:25da sua casa
09:26em Naha'os
09:27no dia 7 de outubro
09:29por terroristas
09:29do Hamas.
09:31Naha'os,
09:32uma região ali
09:32próxima da Faixa de Gaza,
09:34eu estive,
09:34inclusive,
09:34na base militar,
09:36onde uma moça
09:38narra
09:38como morreram ali
09:4024 colegas dela
09:42numa salinha,
09:43quem assistiu
09:44ao meu documentário
09:45vai se lembrar
09:46dessa cena.
09:47Durante 51 dias,
09:48diz a postagem,
09:49foram mantidos reféns
09:50aterrorizados
09:51e explorados
09:52por terroristas
09:52do Hamas.
09:53Neste vídeo,
09:54ela,
09:55com dois L's,
09:56fala enquanto olha
09:57nos olhos
09:58de um terrorista
09:59parado atrás
09:59da câmera,
10:01sendo forçada
10:01a refilmar
10:02várias vezes.
10:03128 reféns
10:05ainda estão
10:05em Gaza.
10:06Não deixaremos
10:07de operar
10:08contra o Hamas
10:08em Gaza
10:09até que todos
10:10estejam em casa.
10:12Fecho aspas.
10:13Produção,
10:13solta o vídeo aí
10:14que o Exército
10:15Israelense
10:16publicou
10:17sobre
10:18essas duas irmãs.
10:19está aí a ela
10:33de oito anos
10:34e tem uma foto
10:35dela com a irmã
10:36Daphna de 15.
10:37Tem aí, produção?
10:38Olha aí.
10:40A Daphna de 15 anos,
10:41ali mais alta,
10:42e a ela
10:43de oito anos,
10:44duas reféns
10:45mantidas em cativeiro
10:46pelo Hamas
10:47e ali
10:47o símbolo
10:49do Hamas
10:50com uma arma,
10:51eles usam
10:51a AK-47
10:52automática.
10:54Eu, inclusive,
10:55ouvi relato
10:55do dono da
10:56rave,
10:57dessa festa
10:57brasileira,
10:59e ele
11:01que estava presente
11:02foi buscar reforços,
11:03voltou,
11:04acabou matando
11:05terroristas
11:05no caminho,
11:06ele pegou
11:07uma AK-47,
11:09esse relato
11:09infelizmente
11:10a gente não pôde filmar,
11:12e o maior medo
11:13que ele sentia,
11:14ele que é treinado,
11:15já tinha
11:16servido um ano,
11:18inclusive,
11:18fazendo operações
11:19até na faixa de Gaza,
11:20muitos anos atrás,
11:21o maior medo dele
11:22era ser alvo
11:23do próprio exército
11:24israelense,
11:24porque quem anda
11:25com uma AK-47,
11:27principalmente num dia
11:27de ataque terrorista,
11:28se torna imediatamente
11:29um alvo,
11:30porque é um armamento
11:30utilizado pelo Hamas,
11:32e não pelo próprio exército.
11:34Então,
11:35a minha questão,
11:35Rafael,
11:36para você,
11:37diante dessas imagens,
11:38e a gente sempre
11:38fica,
11:40né,
11:41emocionado aqui,
11:43por causa
11:44de tantos
11:45reféns
11:47que ainda estão
11:47mantidos em cativeiro
11:48depois de tantos
11:49meses,
11:50é o seguinte,
11:51eu vi matérias
11:52antigas na imprensa
11:53a respeito do seu trabalho
11:55como coordenador
11:55de estudos judaicos,
11:57buscando
11:57que as crianças
11:59cresçam
12:00ouvindo umas
12:02às outras,
12:03sejam elas
12:04judias,
12:05muçulmanas,
12:06católicas,
12:07que haja esse
12:08diálogo
12:09interreligioso,
12:10que as pessoas
12:10não tenham
12:12preconceitos,
12:13que elas saibam
12:13conviver
12:14na divergência,
12:16é mais difícil
12:18agora,
12:18depois de um ataque
12:19como esse,
12:20realizar esse tipo
12:22de proposta?
12:24Ah,
12:25eu vou te dizer
12:26que realmente,
12:26por incrível que pareça,
12:28hoje,
12:28inclusive,
12:29eu ainda não tive
12:29o retorno,
12:30eu entrei em contato
12:31com uma pessoa,
12:32o meu interlocutor,
12:33junto à Sociedade
12:34Beneficente
12:35Muçulmana,
12:36aqui no Rio de Janeiro,
12:38onde a gente tem
12:38um trabalho
12:40de parceria
12:41desde 2009,
12:44então,
12:45já é um trabalho
12:45de longa data,
12:47a gente acredita
12:49bastante
12:49que é através
12:51da educação
12:51e através
12:52dos jovens
12:53que a gente
12:53constrói um futuro
12:55com menos
12:56preconceito,
12:57seja em qual âmbito
12:58a gente está falando,
13:00e a gente
13:00tem um trabalho
13:02muito importante
13:03de diálogo
13:04interreligioso
13:05na Escola Liesse,
13:06onde a gente é
13:07vizinho,
13:08literalmente,
13:09de uma escola
13:10católica,
13:11a Escola
13:11Santo Inácio,
13:12e a gente
13:13tem ótima relação
13:14com a Sociedade
13:15Beneficente
13:16Muçulmana,
13:17então,
13:17a gente promove
13:18que os nossos
13:19alunos
13:19não só
13:20pesquisem
13:21sobre essas
13:22religiões,
13:23como também
13:24recebam
13:24fiéis
13:25dessas religiões
13:26para falar
13:26a respeito
13:28da sua própria
13:29fé,
13:30além de outros
13:31trabalhos
13:31como as
13:32religiões
13:32asiáticas,
13:34o budismo,
13:35o hinduísmo
13:35e as religiões
13:36de matrizes
13:37africanas.
13:38A gente
13:38acredita
13:39que a gente
13:39tem que preparar
13:40os jovens
13:40para enfrentar
13:41um mundo
13:42onde eles
13:43vão se deparar
13:43com diversas
13:44outras religiões,
13:46onde você
13:46vai ter
13:47convergências
13:48e divergências,
13:49e nas convergências
13:51a gente vai
13:51tentar fazer
13:52com que esse
13:52seja o ponto
13:53de vínculo,
13:54e nas divergências
13:56a gente vai
13:56fazer com que
13:57haja respeito
13:58e que eu
13:59não tenta
13:59me sobrepor
14:00sobre o outro,
14:01mas compreenda
14:02a fé dele
14:04e respeite
14:04a fé dele.
14:06Então,
14:06a gente acredita
14:07que dessa forma
14:08dentro da escola
14:08a gente vai
14:10formar
14:10provavelmente
14:11cidadãos
14:12muito mais
14:13abertos
14:14ao convívio
14:15e ao respeito
14:16mútuo.
14:18Duda Teixeira,
14:19para encerrar.
14:20Rafael,
14:21o Ramaz,
14:21então,
14:22tem essa estratégia
14:22que a gente comentou
14:23aqui de sequestrar
14:24não só pessoas
14:25vivas,
14:26mas também
14:26levar para Gaza
14:28os cadáveres.
14:29Que impacto
14:30que você acha
14:31que é essa incerteza
14:32de você não saber
14:33se o teu parente
14:34está vivo
14:34ou não
14:35tem nos familiares.
14:38E você acha
14:38que o Ramaz
14:38faz isso
14:39meio que
14:39intencionalmente?
14:42Sim,
14:43isso a gente sabe
14:44que é uma prática
14:45comum
14:45de sequestro
14:46de corpos.
14:48Isso faz
14:48com que você
14:49crie um pânico
14:50e uma pressão
14:52psicológica
14:53muito forte
14:54nas negociações.
14:55Porque eles
14:56sabem bem,
14:57Israel
14:58negocia,
14:59sempre negociou
15:00os corpos
15:01dos seus militares,
15:02isso nunca
15:03foi diferente
15:04e nesse caso
15:05com relação
15:06a civis
15:06não seria
15:07diferente.
15:08Então a gente
15:08tem imagens
15:09de corpos
15:10sendo sequestrados
15:11já deitados
15:12no chão
15:13mortos
15:13nas ruas
15:13de Sideroto,
15:15por exemplo.
15:16Então assim,
15:16isso faz com que
15:17provavelmente
15:18crie um ambiente
15:20hostil
15:21dentro da própria
15:22sociedade
15:23junto ao governo,
15:24junto aos militares,
15:26porque obviamente
15:27todas as famílias,
15:28independente
15:29de se vivo
15:30ou morto,
15:30querem o seu
15:31familiar de volta
15:32para que essa história
15:33tenha um fim.
15:34E essas 128 pessoas
15:36estão paradas
15:38no dia 7 de outubro.
15:40Então você vê pessoas
15:41onde a casa do familiar
15:42está intacta
15:44desde o dia 7 de outubro,
15:45aguardando a continuidade
15:47da vida,
15:49seja ela como for,
15:50para que essas pessoas
15:51tenham um fim.
15:52E isso é o mais importante
15:54nesse momento.
15:54Rafael Azamur,
15:57muito obrigado
15:58pela sua participação
15:58no Papo Antagonista.
16:00Boa sorte aí
16:00no seu trabalho,
16:01seja na Escola Liesem,
16:02seja com as famílias
16:03dos reféns.
16:04E você ainda tem
16:05uma outra função
16:06no Instituto Israelense?
16:07Pode falar.
16:09Sim,
16:09além disso,
16:10eu estou como diretor
16:11para o Rio de Janeiro
16:12do Kerem Kayemetl Israel,
16:14a instituição
16:15que trabalha
16:16com desenvolvimento
16:17sustentável
16:18e o reflorestamento
16:20de Israel.
16:21O país,
16:21o único país
16:22que virou o século
16:23com mais verde
16:24do que tinha
16:24no século passado
16:25e que tem uma série
16:27de acordos
16:28de cooperação
16:29desde o Nordeste
16:30com o sistema
16:31de irrigação
16:32por gotejamento
16:33e que desenvolve
16:34essa tecnologia
16:35para Israel
16:36e, consequentemente,
16:37para o sertão brasileiro
16:39e para o Nordeste brasileiro.
16:41Então,
16:41acho que,
16:42assim,
16:42são países
16:43que têm de tudo
16:43para fazer
16:44uma ótima cooperação.
16:46Se você me permite
16:47uma última coisa,
16:48a gente do Fórum,
16:50a gente não está aqui
16:52preocupado
16:53necessariamente
16:53com a questão
16:55à guerra em si.
16:56O Fórum da Família
16:58foi criado
16:59no dia 7 de outubro
17:01e ele tem um fim
17:02e a gente aqui,
17:03em momento algum,
17:04deixa de pensar
17:05nas questões
17:07que os civis palestinos
17:09também estão passando,
17:11que são tão reféns
17:12quanto os nossos familiares.
17:14Então,
17:14aqui,
17:15o que a gente está querendo
17:15é que essa guerra,
17:17que seja uma guerra
17:17mais no campo militar.
17:19Mas,
17:20no momento em que você
17:20qualifica esses reféns,
17:22esses civis,
17:24como pseudo-militares,
17:26isso se torna
17:28desleal.
17:29Então,
17:29nesse momento,
17:30o que o Fórum das Famílias
17:32almeja
17:32não é dizer
17:33quem é mais refém
17:35do que o outro,
17:36mas que esses civis
17:37que foram retirados
17:38das suas casas,
17:40que essas crianças,
17:42que temos duas crianças
17:44ainda,
17:44reféns,
17:45possam retornar.
17:46e depois as guerras
17:48que sejam tratadas
17:49nos campos militares
17:50e não envolvendo
17:51essas pessoas
17:52que estavam celebrando
17:54uma festa
17:55que se chama
17:56Simrá Torá,
17:57a alegria
17:58da Torá,
17:59do nosso livro sagrado.
18:00E essas pessoas
18:01acordaram
18:02e foi uma desgraça.
18:03A gente não tem alegria
18:05desde então.
18:06Então,
18:06todas as festividades judaicas
18:07que vêm se passando
18:08é sempre com um porém.
18:11Faltam 150,
18:12faltam 140,
18:13faltam 130
18:14e agora faltam ainda 128.
18:18E a gente espera
18:19que o principal,
18:20esse espaço
18:20que vocês estão dando
18:21para a gente,
18:22esse assunto,
18:23não morra
18:24com o passar do tempo.
18:25E é isso que eu queria
18:26agradecer
18:27em nome das famílias
18:28em Israel
18:29e nós aqui
18:30voluntários no Brasil.
18:31Obrigado,
18:31Filipe,
18:32Duda,
18:32uma boa noite.
18:34Muito obrigado,
18:35Rafael.
18:35A gente lamenta
18:36evidentemente
18:37que o Hamas
18:37trate os civis
18:38como escudos humanos,
18:40que ataque os civis
18:41israelenses
18:42e chame de soldados.
18:43Aliás,
18:44foi o relato
18:44da própria Ayala,
18:45sobrinha do Michel,
18:46quando eu estive lá,
18:47dizendo que
18:48terrorista do Hamas
18:49se referiu a ele
18:50como soldier,
18:51como soldado.
18:52É como se para eles
18:53fosse exatamente
18:54a mesma coisa,
18:55não é essa postura,
18:57pelo menos,
18:58evidentemente,
18:58no discurso,
18:59na hora da defesa
19:01da reação militar
19:02de Israel,
19:02que os militares têm.
19:04A gente sabe,
19:04evidentemente,
19:05todo o drama
19:05que os civis palestinos
19:07estão passando
19:08e é disso que a gente
19:08vai tratar agora
19:09no programa.
19:10Rafael Azamor,
19:11muito obrigado,
19:11boa noite,
19:12bom trabalho.
19:12Boa noite.
19:14Boa noite.
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