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Há um ano, o presidente Lula viajou para Portugal e Espanha e encontrou-se com dois chefes de governo: o primeiro-ministro português António Costa e o espanhol Pedro Sánchez (foto). Os dois são de partidos socialistas e receberam o brasileiro de braços abertos.
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Transcrição
00:00E agora vamos falar com o Duda sobre Pedro Sanches,
00:04primeiro-ministro da Espanha.
00:06Ele que estava balançando, balançando como primeiro-ministro também de Portugal,
00:11só que teve um destino diferente.
00:13O que aconteceu? Por que ele estava balançando no cargo?
00:17E o que aconteceu? Ele fica? Ele sai?
00:20Ele fica por enquanto.
00:23O que aconteceu?
00:24É uma organização chamada Manos Límpias, da Espanha,
00:28que fez uma denúncia.
00:30A esposa do Pedro Sanches, que se chama Begonha Sanches,
00:35ela recomendou algumas empresas em licitações com entidades públicas.
00:43E essas empresas eram de um amigo dela que tinha ajudado ela em outros momentos.
00:48Então, ela tinha um curso de mestrado, de transformação social,
00:53ela trabalha na Universidade Complutense de Madrid.
00:56Então, era isso, era a esposa do primeiro-ministro
00:59recomendando que algumas empresas fossem contratadas pelo governo
01:04e essas empresas, ela tinha o rabo preso.
01:08Ela já tinha recebido alguma coisa dessas empresas aí.
01:14Essa história sai por essa organização,
01:18essas cartas são publicadas,
01:20e no final da semana passada,
01:22o Sanches falou, olha, eu vou cancelar minha agenda pública,
01:25vou pensar a respeito,
01:27e na segunda eu dou uma resposta se eu vou renunciar ou não.
01:31E aí, hoje, segunda-feira, ele falou, eu vou ficar.
01:36O que acontece agora é que essa organização Manos Límpias falou,
01:39ah, é, vai ter mais coisas que a gente vai divulgar daqui para frente
01:44que envolvem diretamente o Sanches.
01:48A investigação, ela está ainda num momento muito inicial.
01:56Tem um tribunal de Madrid que começou a fazer,
02:00pedir depoimentos para saber mais sobre essa história,
02:04e a begonha nem chegou a ser intimada,
02:07nem foi indiciada,
02:09então é uma coisa muito inicial.
02:10Mas é um primeiro-ministro que segue no cargo
02:14com problemas na justiça.
02:16Essas coisas vão se continuarem surgindo novas denúncias,
02:21fica difícil de governar.
02:23Inácio, o que eu acho interessante dessa história
02:25é a relação com o Lula.
02:29Ora, ora, ora.
02:31Porque é o seguinte,
02:32o Lula começa o governo aqui no Brasil em 2023,
02:38e uma das primeiras viagens que ele faz,
02:39acho que é abril,
02:40ele vai para Portugal e Espanha.
02:42Em Portugal, ele encontra o Antônio Costa,
02:45e na Espanha, ele encontra o Pedro Sanches.
02:47Os dois eram os governantes socialistas,
02:51e os dois, no fim, vão ser encrencados com corrupção.
02:56O Antônio Costa renunciou,
02:58já no final do ano passado,
03:00ele foi envolvido em vários escândalos de contratação,
03:05era uma empresa de data center,
03:07a outra era de mineração,
03:09uma de hidrogênio verde,
03:11mas é uma investigação que caminhou mais,
03:14teve operação de busca e apreensão na casa dele,
03:17e o Antônio Costa sai.
03:18E agora, com o Pedro Sanches,
03:20os dois encontraram o Lula.
03:22E aí, a pergunta que eu faço é assim,
03:23tipo, por que esses caras receberam o Lula
03:27tão de braços abertos?
03:28O Lula que foi condenado aqui
03:31por lavagem de dinheiro e corrupção no Brasil.
03:35Está solto?
03:36É uma outra questão a se resolver.
03:39Mas ninguém ali ficou do tipo,
03:42pensando duas vezes se era correto receber o Lula.
03:45Pelo contrário, eles foram,
03:47estavam muito animados em receber o Lula lá,
03:50em Lisboa.
03:51Lula lá?
03:51Lula lá em Lisboa.
03:52Foi intencional ou foi sem querer?
03:54Em Lisboa e em Madrid.
03:56E eu acho que tem aquela história, né?
03:58Enfim, acho que de alguma maneira
04:00eles acabam se reconhecendo aí.
04:02Está todo mundo escondendo alguma coisa no armário.
04:06Pois é, enfim.
04:07Lembrando também que, recentemente,
04:10o Lula esteve visitando o Gustavo Petro,
04:13também esteve visitando o Nicolás Maduro.
04:16São todas pessoas que o recebem de braços abertos.
04:20Interessante o perfil.
04:21Por outro lado, também já visitou o Macron,
04:24já visitou o Biden.
04:25Faz tempo que o Biden não convida ele muito para lá também, né?
04:28Desde que ele mordeu a mão do Biden em algumas ocasiões,
04:31sobretudo em relação à Ucrânia.
04:33Enfim, outros pontos.
04:35E aí eu pergunto para você, Duda.
04:36Você vê nessa simpatia, digamos assim,
04:42desses líderes ibéricos,
04:45uma tendência de que talvez a esquerda esteja também perdendo força lá,
04:50justamente por causa desses desgastes?
04:52Ou você acha que, vamos supor,
04:55que se os dois renunciassem,
04:57continuariam os seus partidos e a sua corrente política com força regional?
05:02Ou seria um flip?
05:03Iria para a direita?
05:04Então, eu acho que nesses dois países,
05:07a tolerância com a corrupção é menor do que a gente tem no Brasil.
05:11E quando esses escândalos acontecem,
05:15de fato, esses partidos sofrem.
05:18Isso acontece tanto com a esquerda quanto a direita.
05:20O Mariano Rajoy, espanhol, era de direita,
05:25e o partido dele, ele sai,
05:29o partido perde as próximas eleições por causa de um escândalo de corrupção.
05:32Então, isso acontece dos dois lados.
05:35E tanto o Partido Socialista português quanto o espanhol
05:39estão hoje no poder por muito pouco.
05:43Nas últimas eleições, eles ganharam por um tris,
05:46ou nem ganharam.
05:49Acho que até na Espanha,
05:51o partido mais votado foi o PP.
05:54Mas aí, a depender das coligações que são formadas,
05:58o Sanches conseguiu continuar.
06:03Então, é isso.
06:05Na Europa, esse tipo de escândalo cobra caro.
06:11E os dois partidos socialistas estão encrencados
06:14e perdendo apoio por causa disso.
06:16Aí, no parlamentarismo, a coisa...
06:21Às vezes, demanda um tempo,
06:22tem que esperar as próximas eleições
06:23para ver a população se manifestar.
06:25Ou você tem uma queda dentro da própria base de apoio do governo.
06:30E aí, você tem uma eleição antecipada.
06:32Isso até pode acontecer agora com o Pedro Sanches.
06:35O Pedro Sanches governa hoje numa coalizão.
06:38E você tem hoje críticas vindo do Partido Socialista
06:44e também do Partido Menor.
06:47Esqueci o nome agora.
06:48Mas isso pode até provocar uma queda antecipada dele.
06:53Podemos.
06:55Podemos, Partido Podemos.
06:56Achei que você estava perguntando se podemos falar de algum outro assunto.
06:58Podemos, podemos.
06:59Não sei o que você quer propor.
07:01Sim, o Partido Podemos.
07:03E eu até aproveito para você a sua fala, Rodolfo,
07:06em relação a isso.
07:07Traçando um paralelo com o Brasil.
07:09Você, assim como o cenário dos dois primeiros ministros,
07:14um que já caiu, o outro que está balançando,
07:16aqui o Lula foi eleito com uma margem muito estreita.
07:18Ele foi eleito mais como uma resposta alternativa do que propriamente
07:22porque havia um engajamento com as propostas dele.
07:26Você, vendo esse início de governo Lula, já não é tão início, né?
07:29Um ano e cinco meses.
07:31Estamos em um ano e quatro meses.
07:32Você imagina que, continuando nesse passo,
07:37Lula teria razões para se preocupar com 2026,
07:42do ponto de vista eleitoral, independente de tê-los escândalos hoje.
07:46É, esse é o momento no mundo inteiro, né, ocidental, né?
07:49Onde se organiza eleição ainda, né?
07:52Onde não tem eleição, aí os problemas são outros,
07:55as questões são outras, né?
07:56O Pedro Sanches está pendurado faz um tempão, né?
08:00No comando da Espanha.
08:03Eleição após eleição é parecido com Israel, né?
08:07Também.
08:07Toda hora dissolve, aí tem que fazer outra eleição,
08:10e acaba que o Netanyahu lá também volta,
08:12porque não tem outra opção.
08:13E aí, na Espanha, é parecido, né?
08:15O Sanches, ele fica, já passou, acho que aí,
08:18umas quatro ou cinco eleições, né?
08:20Ele antecipa, põe, e aí a questão é a direita na Europa,
08:25e aqui no Brasil também, subindo, crescendo, né?
08:28Aí, com partidos mais, com discurso mais forte, mais radical.
08:35Mas, como o Duda lembrou, o PP ainda existe lá na Espanha,
08:40é um partido forte, tem o Vox, né?
08:43O Podemos, esses partidos novos, com discurso mais forte,
08:46eles, radicais, eles conseguem atrair mais atenção.
08:50O Portugal também, né?
08:51Tem o Chega, né?
08:53E vão tomando espaço.
08:55E é parecido com o que está acontecendo no Brasil também,
08:58porque é isso, o Lula, ele se elegeu,
09:00como a gente já falou aqui várias vezes,
09:01porque a maior parte dos eleitores não queria o Bolsonaro,
09:06assim como o Bolsonaro também foi eleito,
09:08porque a maior parte dos eleitores não queria o Lula, né?
09:10O Lula estava preso na época em que o Bolsonaro foi eleito,
09:13forçou uma eleição para tentar não ser preso,
09:16e acabou que não conseguiu evitar a prisão,
09:20mas conseguiu ser solto depois, né?
09:21Porque se manteve relevante politicamente.
09:24E o que está acontecendo,
09:26inclusive a gente falou sobre isso semana passada aqui, né?
09:28Esse receio, por exemplo, de um impeachment,
09:32de um ministro do STF, né?
09:34Até escrevi sobre isso no final de semana,
09:37a partir dessa história da batalha do Congresso,
09:43do governo Lula com o Congresso, com o STF,
09:46como o governo puxou o STF para mais essa batalha, né?
09:51E aí vai enervando, principalmente a direita do parlamento,
09:55que está se preparando, é isso que o Bolsonaro está fazendo agora, né?
09:59Vai para a Agri Show, essa semana está na Agri Show, né?
10:01Ribeirão Preto.
10:02Rodrigo Oliveira, inclusive, não está participando hoje,
10:04porque está lá fazendo a cobertura.
10:05Porque está lá acompanhando, né?
10:06E o Bolsonaro viajando o país inteiro,
10:09agitando as prefeituras, candidaturas, né?
10:13Até o jornal Valor Econômico publicou uma análise semana passada,
10:17falando sobre o medo que os poderes,
10:21aí estava lá, os poderes têm um medo de um impeachment inédito.
10:23Na verdade, a coluna era o sentimento dos ministros do STF.
10:30Os ministros do STF estão com receio de que um Congresso mais à direita,
10:36com essa força bolsonarista,
10:39crie uma maioria que pode vir a empichar um ministro do Supremo,
10:45seria a primeira vez na história, né?
10:47Então, assim, o que está acontecendo na Europa é parecido
10:49desse ponto de vista do equilíbrio de forças, né?
10:52A direita crescendo, e aí a gente vê que ainda não,
10:56tirando a Itália, né?
10:57A Itália já está bem estabelecida, já faz alguns anos.
10:59Melô, né?
11:00É.
11:00Mas, assim, em países como a Espanha e Portugal,
11:03a esquerda ainda tem a sua força,
11:05como no Brasil, conseguiu eleger um presidente,
11:07mas fraco.
11:08Os presidentes são líderes fracos,
11:11que vão agora, talvez os últimos, né?
11:14Depois que uma onda de direita passa por cima deles todos,
11:19inclusive aqui no Brasil,
11:20e aí é interessante de ver essa movimentação do Bolsonaro,
11:22que está inelegível,
11:24mas que, apesar de inelegível, pode eleger um monte de gente, né?
11:28Ele tem essa força para eleger, né?
11:30Então, assim, é um movimento,
11:33e aí também a gente está vendo os Estados Unidos, né?
11:34O Trump voltando,
11:36que tem, que está ocorrendo em mais de um lugar,
11:40e em lugares relevantes, né?
11:41Legenda Adriana Zanotto

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