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O Papo Antagonista desta quarta-feira, 3, comenta a decisão do governo de Lula de desistir do arroz estatal.

O programa também traz uma entrevista internacional com João Paulo Batalha, que criticou o 'Gilmarpalooza' em revista de Portugal.

Papo Antagonista com Felipe Moura Brasil

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00:00:00O Antagonista
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00:02:28Transcrição e Legendas Pedro Negri
00:02:58O Antagonista
00:03:28Legendas Pedro Negri
00:03:58O Antagonista Pedro Negri
00:04:27O Antagonista
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00:05:17Transcrição e Legendas Pedro Negri
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00:06:17O Antagonista
00:06:22Legendas Pedro Negri
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00:06:41Legendas Pedro Negri
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00:06:49Transcrição e Legendas Pedro Negri
00:07:19Legendas Pedro Negri
00:07:49O Antagonista
00:07:57Legendas Pedro Negri
00:08:27Tchau, tchau.
00:08:57Tchau, tchau.
00:09:27Tchau.
00:09:57Tchau, tchau.
00:10:27Tchau, tchau.
00:10:57Tchau, tchau.
00:11:27Tchau, tchau.
00:11:57Tchau.
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00:13:01Tchau, tchau.
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00:13:29Tchau, tchau.
00:13:31Tchau, tchau.
00:13:33Tchau, tchau.
00:13:35Fávaro disse o seguinte na entrevista desta quarta-feira, abre aspas.
00:13:40Tivemos problemas, é fato, e cancelamos esses leilões.
00:13:44No entanto, o mais importante é que, com a sinalização do governo de comprar arroz importado
00:13:49para abastecer o mercado brasileiro, além da normalização das estradas, os preços
00:13:55do arroz já caíram, retornando aos níveis normais.
00:14:00Fecha o aspas, mas eu peço para a produção deixar essa arte na tela, porque olha só,
00:14:05para vocês visualizarem bem o que ele disse.
00:14:08Ele está querendo emplacar a narrativa, Duda Teixeira, de que o fato de o governo ter sinalizado
00:14:13que compraria arroz importado, fez com que os preços do arroz caíssem.
00:14:20Quando, na verdade, o nosso Rodrigo Oliveira, que comenta economia aqui em um antagonista,
00:14:25estava demonstrando, esses preços subiram.
00:14:29No Mercosul, toda essa produtividade da América Latina, a gente teve um aumento de
00:14:3530% nos preços do arroz, porque havia a segurança de que o governo iria comprar.
00:14:41E, no entanto, o preço do arroz agora cai pelo seu ciclo natural. Duda?
00:14:47É isso. O governo, quando fala que é preciso importar arroz, as pessoas vão,
00:14:51correm para o supermercado e compram arroz.
00:14:54Se aumenta a procura e aumenta o preço.
00:14:57Então, o governo entrou completamente errado nessa história.
00:15:01E essa história mostra muito bem como o intervencionismo estatal é problemático.
00:15:08Esse governo Lula tem essa cabeça de estatizante, de que a gente precisa do Estado o tempo inteiro.
00:15:16Essa história do arroz vem naquele momento das enchentes do Rio Grande do Sul,
00:15:21em que a sociedade civil está se ajudando ali para se salvar das enchentes.
00:15:27E o governo vê isso como uma ofensa, quando alguém entra na rede social e diz,
00:15:32olha, civil salva civil, olha que bonito a sociedade se ajudando.
00:15:36O governo não admite que isso aconteça, porque, na cabeça dessa gente,
00:15:40só o Estado, só o governo é que pode resolver os problemas do Brasil.
00:15:45Mas esse caso do arroz mostra claramente que, às vezes, não só não traz a solução,
00:15:52o preço do arroz caiu sem que o governo fizesse qualquer coisa.
00:15:57Mas como ainda gera problemas, porque acabou, na verdade, aumentando o preço do arroz,
00:16:02quando essa história começou.
00:16:04Exatamente.
00:16:05Quem quiser mais detalhes a respeito desse aumento, inclusive,
00:16:07está lá na matéria em o antagonista.com.br,
00:16:09governo adia leilão de arroz importado após a especulação do Mercosul.
00:16:15Isso é anterior, evidentemente, a toda essa desistência.
00:16:18A gente estava informando ali que o bloco elevou em até 30% o preço do cereal, do grão.
00:16:27Então, houve esse aumento e agora o ministro Carlos Fávaro
00:16:33está tentando fazer uma narrativa absolutamente diferente da realidade.
00:16:37E vamos insistir, houve problemas naquele leilão.
00:16:41teve gente que perdeu ali o cargo por vínculo com a empresa vencedora,
00:16:48teve o secretário Nery Geller, tinha uma história do filho,
00:16:51tudo aquilo que deveria ser foco de investigação,
00:16:54como a gente já mostrou em programas anteriores,
00:16:56inclusive para ver se alguém de um escalão superior
00:17:00teve algum tipo de envolvimento, porque há suspeitas de direcionamento.
00:17:05E essa investigação tem que correr de modo independente até o fim.
00:17:09Então, foi descoberta aí uma malandragem ou algo errado ali,
00:17:17quer dizer, a empresa não ter capacidade para fazer o que faria
00:17:20dentro de uma iniciativa que já era problemática,
00:17:22e aí isso acarretou a desistência.
00:17:25Então, é muito bom que a gente continue fazendo esse jornalismo vigilante
00:17:29para impedir que 736 milhões de reais caiam no bolso ali
00:17:33de algum amigo do rei num mecanismo bastante torto.
00:17:38E a gente segue falando sobre os desdobramentos do caso do arroz estatal.
00:17:41Paulo Pimenta não compareceu à Comissão de Agricultura da Câmara
00:17:45nessa quarta-feira para prestar esclarecimento sobre o edital para a compra do grão.
00:17:49Atualmente, o petista comanda o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul.
00:17:55Na justificativa enviada ao colegiado,
00:17:58Paulo Pimenta alegou que, em virtude da missão dada pelo presidente Lula
00:18:02de assumir a pasta, seria impossível atender ao convite dos deputados neste momento.
00:18:08O convite para ouvir o ministro foi apresentado pelo deputado José Medeiros, do PL.
00:18:13O presidente do colegiado, deputado Evair Vieira de Mello, do PP,
00:18:17ficou irritado e agora quer convocar Paulo Pimenta.
00:18:20Se isso ocorrer, a participação do petista será obrigatória.
00:18:24Vamos lembrar que o Paulo Pimenta era o ministro-chefe da SECOM,
00:18:29a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
00:18:33Ele foi deslocado lá para o Rio Grande do Sul,
00:18:36que é o estado dele, onde ele disputa eleições,
00:18:40depois de todo o problema das chuvas, das enchentes.
00:18:43Mas a SECOM está ligada a esse leilão e, portanto,
00:18:48os parlamentares ainda estão cobrando esclarecimentos
00:18:50e ele deu outra desculpa para não comparecer.
00:18:54Lembrando que o Paulo Pimenta, semanas atrás,
00:18:56apareceu no vídeo de uma reunião com autoridade do governo,
00:19:01dizendo que não sabia o que fazer, não sabia para onde ir no Rio Grande do Sul.
00:19:06O governo Lula estava perdido para lidar com as consequências desse desastre
00:19:13e com essa reconstrução.
00:19:14Agora, ele diz que não tem tempo lá para dar explicações.
00:19:17Faltou transparência desde o começo e continua faltando.
00:19:20Doutor Teixeira.
00:19:21Bem lembrado dessa reunião do Paulo Pimenta.
00:19:24Eu lembro que ele fala assim também,
00:19:25não, a gente precisa escolher qualquer coisinha ali para dar certo
00:19:28e a gente sair mostrando para todo mundo.
00:19:31Exatamente.
00:19:32Era o plano publicitário.
00:19:33Vamos focar em algum ponto para a gente poder entregar alguma coisa,
00:19:36dizer que fez alguma coisa específica,
00:19:38porque no todo a gente está perdido.
00:19:40Era isso.
00:19:41Era esse o recado.
00:19:42Mas, agora, ele se negar a ir lá no Congresso é muito ruim isso,
00:19:48porque cabe ao Congresso supervisionar os atos do Poder Executivo,
00:19:54fazer como a gente faz aqui.
00:19:56A gente faz o nosso jornalismo vigilante
00:19:58e lá no Congresso eles têm que ficar investigando, checando
00:20:03e o Poder Executivo tem que ir lá prestar contas.
00:20:07E, quando tem uma convocação do Congresso, isso tem que ser prioridade.
00:20:12Felipe, eu não tenho acesso à agenda do Paulo Pimenta,
00:20:15mas ir lá no Congresso e prestar contas,
00:20:18é, sei que é mais importante.
00:20:20Ele deveria estar fazendo isso e não sei lá o quê.
00:20:22Exatamente.
00:20:23A gente tinha até uma vinheta aqui.
00:20:25Opa, desculpa!
00:20:26Que eu sempre chamava para explicar a gravidade que é
00:20:30você deixar cair no bolso de algum empresário
00:20:33de um negócio não preparado para arroz, preparado para queijo,
00:20:39736 milhões de reais.
00:20:42Quer dizer, se ninguém vigiasse,
00:20:44se não houvesse aí o jornalismo, a imprensa para apontar,
00:20:47de repente tinha caído lá no bolso de um empresário
00:20:50essa quantia imensa de dinheiro público
00:20:53para um serviço que já era criticado na sua raiz
00:20:58como algo que estava desvirtuando, distorcendo o mercado,
00:21:02e nada seria feito.
00:21:03E agora eles dão várias desculpas para não ter que prestar contas.
00:21:07Quer dizer, dão mais na vista, dão mais bandeira
00:21:10de que tem algo a esconder,
00:21:12de que houve de fato problemas graves
00:21:15que ainda merecem investigação.
00:21:18Vamos em frente?
00:21:19Criticado desde a raiz em O Antagonista,
00:21:22e nos últimos dias até por alguns ministros do STF,
00:21:26como mostramos no programa de ontem,
00:21:29o Fórum de Lisboa, conhecido como Gilmar Palusa,
00:21:32também é alvo de críticas no país onde é realizado anualmente.
00:21:37O colunista João Paulo Batalha,
00:21:39consultor de políticas anticorrupção, licenciado em História,
00:21:43publicou no portal da revista Sábado,
00:21:45editada na capital portuguesa nessa quarta-feira,
00:21:49o artigo O Festival do Arranjinho,
00:21:52no qual aponta a orgia de promiscuidade no evento.
00:21:57E agora temos uma entrevista internacional exclusiva com ele,
00:22:02o autor do artigo.
00:22:04Boa noite, João Paulo Batalha.
00:22:06É um prazer recebê-lo aqui virtualmente
00:22:08no programa Papo Antagonista.
00:22:10Boa noite, obrigado.
00:22:13João Paulo, nós aqui do portal Antagonista,
00:22:16da revista Cruzoé e desse programa Papo Antagonista,
00:22:18criticamos a várias edições
00:22:20esse que ficou conhecido como o Gilmar Palusa,
00:22:23o Fórum de Lisboa,
00:22:25que antes tinha o nome Fórum Jurídico de Lisboa,
00:22:28mas de tantos políticos e empresários presentes
00:22:31acabou perdendo o nome jurídico.
00:22:34O que mais chamou a sua atenção
00:22:36para que o senhor escrevesse o artigo,
00:22:38muito importante aqui,
00:22:40nós ficamos felizes com essa repercussão internacional,
00:22:42o Festival do Arranjinho?
00:22:46Bom, eu confesso que o meu interesse
00:22:48não era especificamente o judiciário brasileiro
00:22:52ou a situação que se viu no Brasil.
00:22:54Eu escrevo, sobretudo,
00:22:56sobre questões de interesse português
00:22:58e o que me chamou a atenção
00:23:00foi o facto de este evento acontecer
00:23:03todos os anos em Portugal,
00:23:04ao longo da última década,
00:23:06mais do que a última década,
00:23:08e em Portugal ser um evento
00:23:10praticamente desconhecido.
00:23:12E é um evento em que,
00:23:14nomeadamente a Faculdade de Direito de Lisboa,
00:23:16que é uma das mais antigas do país,
00:23:18serve como anfitriã e facilitadora
00:23:20de uma rede enorme de contactos
00:23:22formais e informais
00:23:25que são impossíveis de escrutinar,
00:23:27que ninguém conhece
00:23:28e que em Portugal ninguém sabe que existe.
00:23:31E portanto achei que era importante
00:23:33chamar a atenção para este evento,
00:23:35para o papel das autoridades portuguesas
00:23:37e especificamente da Faculdade de Direito de Lisboa,
00:23:40porque isto mostra também uma questão
00:23:43a que eu me tenho dedicado muito
00:23:45no meu trabalho como consultor e ativista,
00:23:47que é uma certa forma de legalização
00:23:52dos abusos de poder.
00:23:54E nós temos visto isto a nível internacional
00:23:56a forma como os grandes poderes
00:23:59político, económico, judiciário
00:24:02vão desenvolvendo os mecanismos
00:24:05da sua própria legitimação,
00:24:07inclusive aos mecanismos legais
00:24:09de legitimação das suas práticas de poder.
00:24:14E este encontro é um bom exemplo disso.
00:24:17É um encontro com agenda pública
00:24:19que acontece às claras
00:24:21e que permite aos seus organizadores
00:24:25dizerem que não há problema nenhum,
00:24:27não há informalidade,
00:24:28não há conflito de interesse.
00:24:29Esta semana o próprio ministro Gilmar Mendes
00:24:32deu uma entrevista ao jornal português
00:24:35dizendo isso mesmo.
00:24:36mas, de facto, o que de mais interessante
00:24:40e potencialmente valioso acontece neste Fórum
00:24:43é o que acontece fora dos holofotos.
00:24:46E, portanto, a transparência e a divulgação pública
00:24:49do evento é um véu para acortar
00:24:53as relações que se tecem à margem do evento
00:24:57e nos jantares paralelos, nos coqueteles,
00:25:00em todos esses mecanismos informais.
00:25:03E, portanto, achei que até porque
00:25:06sendo um evento quase exclusivamente
00:25:08de oradores e palestrantes brasileiros
00:25:10ele tem envolvido várias personalidades
00:25:12e pessoas do governo e do judiciário português.
00:25:16E, portanto, achei que era importante
00:25:18também em Portugal nós termos esta discussão
00:25:20sobre este tipo de eventos
00:25:21porque algumas das discussões
00:25:23que estão em curso no Brasil
00:25:25também estão em curso em Portugal
00:25:26e noutros países,
00:25:27nomeadamente a relação entre o judiciário
00:25:29e a política.
00:25:30É uma discussão que está muito viva
00:25:32neste momento em Portugal
00:25:33e, portanto, nós temos que ser
00:25:35muito exigentes no escrutínio das relações
00:25:37entre a política, o poder económico
00:25:40e o poder dos tribunais.
00:25:43Perfeito.
00:25:44E o senhor no texto
00:25:46faz algumas considerações críticas
00:25:48em relação às autoridades portuguesas
00:25:50presentes no evento,
00:25:52embora o senhor admita
00:25:53que algumas podem ter ido desavisadas,
00:25:56vamos dizer assim,
00:25:57sem perceber que estavam participando
00:25:59ali de um encontro
00:26:00que envolve todo um lobby em torno.
00:26:03Agora, o senhor faz uma crítica
00:26:04um pouco mais incisiva
00:26:05em relação à própria
00:26:06Faculdade de Direito de Lisboa.
00:26:08O senhor acredita que a faculdade
00:26:10deveria refletir
00:26:13sobre a realização desse evento,
00:26:15dado todo esse entorno?
00:26:17Sim, esse aliás
00:26:19é um dos meus objetivos principais.
00:26:21É evidente que a faculdade
00:26:22devia rever a sua relação
00:26:24com este evento.
00:26:26Eu admito perfeitamente
00:26:28que uma individualidade portuguesa,
00:26:30este ano foi o presidente
00:26:31da nossa Assembleia da República,
00:26:32do nosso Parlamento,
00:26:34os presidentes do Tribunal Constitucional
00:26:36e do Tribunal de Contas Português
00:26:38podem receber um convite
00:26:40da Faculdade de Direito de Lisboa,
00:26:42que é uma faculdade antiga e prestigiada
00:26:44para um evento que envolve
00:26:46juízes da Corte Suprema do Brasil
00:26:49e portanto não questionem esse convite
00:26:52e aceitem esse convite,
00:26:53mas seguramente a Faculdade de Direito
00:26:55que acolhe este evento há 12 anos
00:26:57sabe bem o tipo de evento que é
00:26:59e as relações que se estabelecem
00:27:01e há uma razão prática para toda a elite brasileira
00:27:08se mudar uma vez por ano durante uma semana
00:27:11ou até pouco menos do que isso para Lisboa
00:27:13a 7 mil quilómetros de distância de Brasília
00:27:16para fazer uma discussão em que nos vários painéis
00:27:20ao longo dos vários anos
00:27:22praticamente só participam palestrantes brasileiros
00:27:26e portanto a Faculdade de Direito sabe perfeitamente
00:27:28que está a ser anfitriã de uma teia de informalidades
00:27:34e de relações que levantam muitos problemas
00:27:37de conflitos de interesses.
00:27:38Infelizmente esta Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
00:27:40que como disse é a segunda mais antiga de Portugal
00:27:43e uma das mais prestigiadas
00:27:45tem-se revelado ao longo da sua história
00:27:48muito mais uma escola de poder
00:27:50do que uma escola de direito e de justiça.
00:27:52É uma escola que forma uma grande parte das elites portuguesas
00:27:56quer na magistratura quer na política
00:27:59e reproduz muitos destes vícios de poder.
00:28:02É uma faculdade que tem tido imensos problemas
00:28:04com denúncias de assédio
00:28:06inclusive é assédio sexual a alunos por parte de professores
00:28:10é das faculdades mais endogâmicas de todo o país
00:28:14ou seja é uma faculdade onde mais de 90% dos professores
00:28:18foram alunos da própria faculdade
00:28:20começaram a sua carreira de professores por convite
00:28:22da universidade da faculdade e não por concurso.
00:28:25E portanto é uma instituição que em Portugal
00:28:28é das melhores a reproduzir estes vícios de poder
00:28:32estas lógicas de circuito fechado
00:28:34de amiguismos e como eu disse de arranjinhos.
00:28:37e portanto seguramente se eu posso ser benevolente
00:28:40com alguém que aceita um convite
00:28:44sem saber exatamente que evento é este
00:28:46e também por isso escrevi esta alerta
00:28:48a faculdade de direito tem uma responsabilidade
00:28:50que não está a assumir
00:28:52de questionar a sua participação
00:28:54e mais do que a sua participação
00:28:56a sua promoção de eventos deste tipo.
00:28:58Agora o senhor falou que em diversos países
00:29:02existe essa discussão sobre as relações
00:29:04envolvendo o poder judiciário.
00:29:06Como é em Portugal?
00:29:07Em Portugal existe o Tribunal Constitucional
00:29:09existe o Supremo Tribunal de Justiça
00:29:11os juízes, ministros como nós chamamos aqui
00:29:14os membros de tribunais superiores
00:29:17eles costumam ter relações políticas
00:29:19eles participam de eventos com empresários
00:29:22há alguma analogia, comparação
00:29:25que o senhor poderia fazer?
00:29:27Não existe nenhum evento do género em Portugal
00:29:30e seria até bizarro que existisse
00:29:33posso dizer em termos de comparação
00:29:36há alguns meses houve um almoço de aniversário
00:29:40de um advogado, creio, de uma região do país
00:29:44que incluiu um juiz e um ex-líder de um partido político
00:29:51que aparentemente não tinham mesmo nenhuma relação entre si
00:29:54e estavam ali apenas por terem conhecimentos em comum
00:29:57Portugal é um país pequeno
00:29:59e mesmo isso foi muito criticado
00:30:01e tudo indica que foi um acontecimento muito fortuito
00:30:04e foi muito, o juiz foi muito questionado
00:30:08houve grandes críticas
00:30:09portanto nós não temos essa tradição
00:30:11e esse hábito que é um mau hábito
00:30:13portanto ainda bem que não o temos
00:30:15de haver relações muito próximas entre juízes e políticos
00:30:22seguramente haverá juízes que têm, juízes e magistrados do Ministério Público
00:30:25procuradores que têm preferências eleitorais, políticas como todos
00:30:30já tivemos situações no passado em que se percebeu que havia demasiada proximidade
00:30:37ou mesmo promiscuidade entre alguns membros das Cortes Superiores e o poder político
00:30:42e isso também foi sempre duramente questionado
00:30:45e naturalmente que numa conferência académica pontualmente virá um juiz
00:30:52do Supremo Tribunal de Justiça Português, do Tribunal de Contas, do Tribunal Constitucional
00:30:57tudo isso é normal
00:30:59mas nunca são eles os próprios organizadores destes eventos
00:31:03e não há um hábito de convívio quotidiano entre o poder judicial e o poder político
00:31:13há alguma reserva e eu diria que o próprio sindicalismo judiciário que existe em Portugal
00:31:20é crítico deste tipo de eventos e seria muito crítico dos próprios juízes ou procuradores
00:31:28que se envolvessem rotineiramente em eventos ou contactos formais ou informais
00:31:34quer com o poder político quer com o poder económico
00:31:37O senhor cita no artigo diversas revelações feitas aqui pela imprensa brasileira
00:31:42a respeito por exemplo da participação de representantes de 12 empresas
00:31:46que tem processo em curso no Supremo Tribunal Federal Brasileiro
00:31:52a participação do diretor da Polícia Federal Andrei Rodrigues
00:31:54com viagem bancada pela Fundação Getúlio Vargas FGV
00:31:58que foi uma empresa investigada pela própria Polícia Federal
00:32:02e cuja investigação foi suspensa por decisão do Gilmar Mendes
00:32:06o organizador desse evento que ficou conhecido como o Gilmar Paluz
00:32:12e agora ouvindo o senhor e é muito importante ouvir como as coisas acontecem em Portugal
00:32:18a gente percebe a força do contraste entre aquilo que está sendo feito pelas autoridades brasileiras
00:32:24e aquilo que se espera das autoridades em Portugal
00:32:28talvez por isso o senhor tenha usado palavras inclusive fortes
00:32:32quer dizer, o senhor utilizou orgia da promiscuidade, institucionalização da promiscuidade
00:32:38o senhor se referiu diversas vezes a esse descaramento do lobby
00:32:42é assim que o senhor enxerga?
00:32:44Sim, Gilmar Mendes nesta entrevista que deu ao Jornal Expresso
00:32:48que é um dos jornais de referência aqui em Portugal
00:32:51afasta completamente quaisquer problemas de conflitos de interesses
00:32:55diz que não existem e mais ainda
00:32:57diz que o Fórum de Lisboa é um sucesso
00:32:59e é, diz eu, no Brasil que dá certo
00:33:02e portanto isto é mesmo a institucionalização destas redes de contactos
00:33:09diretos, potencialmente clientelares em que a componente informal se mistura com a componente formal
00:33:19porque de facto, como eu também mostro no artigo
00:33:21o facto de todos os anos os painéis de debate serem quase exclusivamente de oradores brasileiros
00:33:27significa que esta não é uma conferência internacional
00:33:29não é por exemplo uma conferência dos países de língua portuguesa
00:33:32há alguns palestrantes portugueses, há quase todos os palestrantes brasileiros
00:33:37há um ou outro estrangeiro europeu nos keynotes, nos discursos mais importantes
00:33:44mas este é sobretudo um evento de elite política económica e judiciária brasileira
00:33:53e portanto a única razão para que esse evento se faça em Lisboa e não em Brasília
00:34:00ou em São Paulo ou no Rio ou no Brasil é exatamente as pessoas poderem estar à vontade
00:34:07em Lisboa é absolutamente inquestionável a facilidade com que se pode reunir num restaurante de luxo
00:34:17um jantar com membros de governo, juízes, advogados, procuradores, empresários
00:34:24num ambiente que em qualquer sítio no Brasil, em qualquer canto no Brasil levantaria perplexidade
00:34:31seria notado e aqui não é reparado porque os portugueses que estão num restaurante não conhecem as personalidades brasileiras
00:34:38e portanto a natureza do evento parece ser essa
00:34:42portanto não é uma forma de fazer um debate académico que calha acontecer em Lisboa
00:34:48é uma forma, por isso eu usei o termo transumância, portanto é uma espécie de peregrinação anual
00:34:55em que esta elite se muda para um sítio onde está mais protegida pela distância
00:35:03para não só fazer a componente formal da conferência mas ter todos estes eventos, estes encontros
00:35:10nos hotéis, nos apartamentos, nos restaurantes, nas discotecas, etc.
00:35:14e portanto isto claro é, não é, mesmo que a discussão digamos académica fosse muito útil
00:35:21não é forma de organizá-la e portanto é uma coisa que mostra não só uma cultura de promiscuidade
00:35:31mas a naturalização dessa cultura, ela é defendida pacatamente como se fosse uma coisa normal
00:35:38e como se quem questiona tivesse um preconceito ou uma má vontade em relação aos organizadores
00:35:46portanto há uma ausência total de noção de conflito de interesses
00:35:52e obviamente sem pôr em causa as decisões judiciais de Gilmar Mendes ou a investigação da Polícia Federal
00:35:59é evidente que quando depois vemos os que foram investigados e os que investigaram e os que tomaram decisões
00:36:05que tomaram decisões das investigações a conviverem uns com os outros fica no mínimo a aparecer desse conflito de interesses
00:36:11e portanto a decisão mesmo que tenha sido a decisão juridicamente correta
00:36:15fica manchada por uma mancha de suspensão
00:36:20e essa deveria ser evitada portanto nós esperaríamos até dos atores políticos
00:36:25mas ainda acima desses dos atores do judiciário um recato que este evento claramente não respeita
00:36:33Perfeito, eu chamo o Gilmar Paluzza de Festa da Casta
00:36:37quer dizer essa elite privilegiada brasileira longe do povo lá em Lisboa
00:36:42e só para encerrar uma curiosidade aqui para os nossos espectadores
00:36:45o senhor é apresentado como consultor de políticas anticorrupção
00:36:50e o senhor é formado em História
00:36:53qual é a sua atuação exatamente nesse campo de políticas anticorrupção?
00:36:58Bom, eu sou formado em História de facto mas nunca fui académico nem historiador
00:37:05portanto eu trabalho na área das políticas públicas de combate à corrupção
00:37:09em organizações públicas ou privadas, os mecanismos de integridade das organizações
00:37:15e fui também fundador da Transparência Internacional aqui em Portugal há quase 15 anos
00:37:21e estou presentemente também noutra organização que é a Frente Cívica
00:37:27que é uma associação de defesa de causas de interesse público
00:37:30e portanto estas questões que têm a ver com as promiscuidades entre os poderes
00:37:33os mecanismos de integridade são questões que eu trabalho quer como profissional quer como ativista
00:37:40e uma das coisas que digo sempre quando trabalho nestas áreas é que quando se discutem questões
00:37:45nomeadamente conflitos de interesses que é o tema que estamos aqui a tratar
00:37:48não está em causa a idoneidade pessoal ou a integridade pessoal das pessoas
00:37:53está em causa as instituições, a forma como nós defendemos e protegemos as instituições
00:37:57ou não as defendemos e não as protegemos. Gilmar Menos pode ser a pessoa mais honesta do mundo
00:38:03e eu não tenho razões para crer que não seja mas o facto de ele organizar nestes termos este evento
00:38:08com estas características põe em causa não só o seu papel enquanto Ministro da Corte Suprema do Brasil
00:38:15mas também o papel de muitos dos participantes neste evento quer no plano do Judiciário
00:38:21quer no plano político e no plano económico e portanto do ponto de vista da integridade das organizações
00:38:26e da confiança que elas devem ser junto do povo brasileiro este evento não devia acontecer
00:38:31nos termos em que tenha acontecido há mais de 10 anos.
00:38:36Muitíssimo obrigado pela análise técnica, objetiva, sem qualquer tipo de ataque ou ranço pessoal
00:38:42quer dizer, baseada em princípios, baseada na defesa da democracia com os seus pressupostos
00:38:47de separação e independência entre os poderes. João Paulo Batalha, boa noite, bom trabalho.
00:38:52Obrigado.
00:38:54Que maravilha de entrevista, Duda Teixeira ele chamou atenção para o fato de que seria bizarro
00:39:00um evento nos moldes do Gilmar Palusa em Portugal. Ele falou da mancha de suspeição que fica
00:39:08diante de toda essa rede de contatos fora do Brasil, longe do povo brasileiro
00:39:14e apontou a naturalização da promiscuidade. Ele já tinha falado no artigo em orgia e institucionalização
00:39:22e apontou a naturalização desse absurdo que nós aqui nunca naturalizamos.
00:39:27Já somos críticos a várias edições. O que você destaca?
00:39:30Gostei desse tema. Ele fala do bizarro. O que acontece? A bizarrice do STF vai ficando famosa no mundo inteiro.
00:39:42E aí pessoas de outros países que começam a se informar sobre esses hábitos
00:39:50da nossa Corte Suprema começam a ficar assombradas.
00:39:54Tem o evento Gilmar Palusa que tem essa orgia de relações que ele fala, o Conchavão nas palavras do Lula.
00:40:04Não sobre esse evento, evidentemente. O Lula usou essa palavra para descrever o processo de independência do Brasil
00:40:10e nós fizemos no programa de ontem várias analogias.
00:40:13Mas é isso. Você não acha uma outra Suprema Corte no mundo ou Tribunal Constitucional fazendo esse tipo de coisa?
00:40:19Decisões monocráticas. Isso é uma jabuticaba brasileira.
00:40:24Esse desprezo pelas decisões do colegiado, isso aqui a gente naturalizou. A gente não.
00:40:30Mas naturalizou-se isso lá em Brasília. A gente está o tempo inteiro criticando isso.
00:40:36Mas você não vê isso lá em outros tribunais do mundo fazendo esse tipo de coisa.
00:40:42As ordens de censura que partem do Alexandre de Moraes o tempo inteiro para as redes sociais,
00:40:49pedindo para derrubar as contas.
00:40:51Até reportagens de imprensa, como a da Cruzoé em 2019 e como semanas atrás a da Folha de São Paulo.
00:40:57Tudo isso faz parte dessa anomalia ou dessa bizarrice que a gente meio que criou,
00:41:05que foi criada e desenvolvida aqui no Brasil.
00:41:09E aí quando alguém lá fora vê isso, toma um susto.
00:41:14E vamos lá Felipe, não é a primeira vez que isso acontece esse ano.
00:41:19Porque o Elon Musk, que é o empresário lá dos foguetes, dos carros elétricos,
00:41:26sul-africano e americano, começou a questionar na conta dele as decisões de censura do Alexandre de Moraes.
00:41:35Isso virou tema de debate no Congresso americano.
00:41:39O presidente da Argentina, o Javier Milley, vai lá e se encontra com o Musk e oferece ajuda nessa história.
00:41:47Então vocês viram que nos Estados Unidos, na Argentina, em Portugal,
00:41:53as pessoas estão vendo essas coisas que o STF faz no Brasil ou em Lisboa e estão se escandalizando.
00:42:03E aqui no Brasil a gente tem que se escandalizar também para não naturalizar esse tipo de coisa.
00:42:07Exatamente. E é muito curioso, ele é totalmente sincero, totalmente franco na sua análise,
00:42:13e ele fala a respeito da questão da Faculdade de Direito de Lisboa, que topou sediar esse evento.
00:42:18E ele já tem ali outras críticas à faculdade, então ele vê como algo escandaloso
00:42:24e é como se ele estivesse falando, olha, Portugal está sendo complacente com todo esse cenário de lobby
00:42:33que autoridades brasileiras dos três poderes junto à elite econômica estão fazendo aqui ultramar em Lisboa,
00:42:42longe dos olhos da sociedade, e até dificultando evidentemente a cobertura jornalística.
00:42:48E o Gilmar Palusa acabou oficialmente na sexta-feira, 28 de junho, mas o espírito do evento segue vivo lá em Portugal.
00:42:55Isso ocorre em razão da presença de dois ministros do STF e 15 do STJ, o Superior Tribunal de Justiça,
00:43:02além do ministro da Justiça do governo Lula, Ricardo Lewandowski, ex-STF, no país europeu.
00:43:09O Estadão destacou hoje que o Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes estão junto com 45% do STJ
00:43:15na lista de participantes do 29º Seminário de Verão de Coimbra, iniciado na terça-feira 2.
00:43:22Quer dizer, eles continuam indo a eventos por lá. Já teve vários outros nas últimas semanas
00:43:27que também renderam diversas críticas, por exemplo, em relação ao custo da viagem,
00:43:34em relação à diária de seguranças, evento em Londres, evento em Madrid,
00:43:38ida de ministro com segurança, pago com dinheiro público, a final da Champions League,
00:43:43foi no Santiago Bernabeu, a final com o Real Madrid, com o gol do Vini Junior,
00:43:48do Vini Junior e o Dias Toffoli estava lá com o empresário.
00:43:51Quer dizer, já teve uma série de repercussões negativas a respeito desses eventos e ainda tem mais um.
00:43:58Esse, que vai até quarta, tem como tema a desordem climática, propostas para o mundo em transformação.
00:44:06E a gente fica se perguntando o que os ministros dos tribunais superiores têm a ver com isso, né?
00:44:11Então, abre aspas para o jornal. Procurado, o STJ disse que não desembolsou nenhum recurso para este evento
00:44:16e que não há controle da ida dos ministros ao exterior, portanto, não poderia confirmar
00:44:21quantos juízes de fato compareceram ao seminário.
00:44:24Já o STF não respondeu aos questionamentos sobre as despesas e apenas informou
00:44:28que os ministros Luiz Roberto Barroso e Cássio Nunes Marques,
00:44:31anunciados na programação da conferência, não participarão do evento.
00:44:35O Ministério da Justiça não se manifestou sobre a participação de Lewandowski.
00:44:39Fecho aspas.
00:44:40Quer dizer, tampouco há transparência.
00:44:43E como assim o STJ não tá nem aí, né?
00:44:48Não tem controle da ida dos ministros ao exterior?
00:44:52Quer dizer, o tribunal não se informa a respeito das atividades dos ministros que o integram?
00:44:58Então, assim, desde a primeira pauta sobre o cancelamento do leilão do arroz estatal,
00:45:02o que a gente tá apontando aqui é a falta de transparência das autoridades públicas brasileiras.
00:45:08Essas pessoas chegam ao poder, ficam com a caneta na mão,
00:45:11elas têm, de fato, uma influência muito grande sobre outras autoridades, inclusive.
00:45:18Elas têm uma capacidade de estar rumos em diversas áreas do país e passam a não mais prestar contas à sociedade,
00:45:26explicar aquilo que estão fazendo.
00:45:28E há, evidentemente, elementos negativos nessas participações.
00:45:32Felipe, teve um levantamento do Estadão que calculava duas viagens internacionais por ministro por mês.
00:45:40Então, assim, é claro que tem um abuso dessas viagens e que isso atrapalha também o trabalho deles.
00:45:48É claro que o STF hoje tá em recesso, mas essa conta é impressionante.
00:45:54E é claro que um evento aí na Universidade de Coimbra, organizado pela Universidade, ou o evento do Dória,
00:46:02é menos escandaloso do que o Gilmar Palusa.
00:46:05O Gilmar Palusa, ele tem essa característica que é o IDP, que é a Faculdade do Gilmar, organizando.
00:46:14Com patrocínio da Fundação Getúlio Vargas, que também tá com a causa...
00:46:21O Gilmar bloqueou, né?
00:46:23Gilmar já blindou a FGV e ela é organizadora do evento junto com o instituto do qual ele é sócio-fundador.
00:46:30Quer dizer, é a promiscuidade apontada pelo João Paulo Batalha.
00:46:34Então, é mais escandaloso, mas esses outros, eles também servem pra fazer essas negociações,
00:46:41pra encontrar empresário, pra encontrar advogado, e aí é escandaloso.
00:46:47Não é pior, mas a gente também tem que criticar aqui porque não faz sentido.
00:46:52Exatamente. A mancha de suspeição só aumenta enquanto os ministros dos tribunais superiores ficam apontando o dedo para os outros.
00:46:59Isso é aquela conduta que a gente apontou no presidente da República, Lula, ontem também.
00:47:03Esse seminário é organizado pela Associação de Estudos Europeus de Coimbra, pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Jurídicos Avançados, o IPEJA,
00:47:10e pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
00:47:13Os organizadores não responderam ao Estadão, se cuchearam às passagens aéreas e à hospedagem dos participantes.
00:47:19Quer dizer, todos esses eventos estão cobertos de obscuridades.
00:47:26E nós da imprensa, seja no jornal, aqui no portal Antagonista, na Cruzoé, buscamos trazer luz para aquilo que as autoridades buscam esconder.
00:47:36Aliás, quem fez isso, ele é muito contido no seu marketing pessoal, mas eu faço o marketing dele, foi o Duda Teixeira no livro STF, Como Chegamos Até Aqui.
00:47:45Então, quem tiver interesse em se aprofundar sobre essa história recente do STF até desaguar em eventos como Gilmar Palusa,
00:47:53é só ler o livro do repórter e editor Duda Teixeira STF, Como Chegamos Até Aqui.
00:47:58Quer falar alguma coisa, Duda? Fica à vontade.
00:48:00Obrigado.
00:48:01Obrigado.
00:48:02Olha só, vamos para o noticiário...
00:48:04Não, antes do noticiário internacional, só um desdobramento muito rápido, porque às vezes nós fazemos uma análise das notícias na raiz,
00:48:12no dia seguinte os jornais acabam apontando mais ainda aquilo que o Papa Antagonista apontou, aprofundando a questão.
00:48:20Mas se vocês virem, inclusive, no corte disponível no canal de YouTube do Antagonista, sobre a questão do dólar,
00:48:27vocês vão ver que a gente fez a análise de que o Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e a Simone Tebet, ministra do Planejamento,
00:48:34estavam tentando se descolar das besteiras do Lula.
00:48:38E eu uso a palavra besteiras aqui, entre aspas, porque é aquela palavra que a própria Simone Tebet usou em 2022,
00:48:43quando Jair Bolsonaro era o presidente, para dizer que toda vez que o presidente fala besteira, sobe o dólar à inflação.
00:48:50Era o tweet dela, quer dizer, a postagem na rede que atualmente se chama X, dois anos atrás.
00:48:57Então, Haddad e Tebet estavam querendo dizer assim, olha, nós estamos fazendo a nossa parte,
00:49:01nós estamos mostrando aí para o mercado que estamos em busca do equilíbrio fiscal, etc.
00:49:06E o Haddad deu uma nova declaração hoje, que eu comentei no X, pode colocar o print produção.
00:49:11Tá aí, Haddad diz que o câmbio vai acomodar em razão de tudo que nós estamos fazendo e entregando e dos compromissos do presidente.
00:49:21Esse trecho é ambíguo, compromissos do presidente.
00:49:24Mas eu traduzo, quanto mais o Lula tiver o que fazer, em vez de falar, menos o dólar sobe.
00:49:30A menos que siga torrando dinheiro, claro. Dinheiro dos outros, que fique claro.
00:49:35Quer dizer, porque ele falou ali compromissos do presidente, fica ambíguo se são compromissos com o equilíbrio fiscal,
00:49:42que o Lula não vinha afirmando ou reafirmando, ou se são compromissos de agenda.
00:49:48Então, assim, a leitura mais próxima da realidade é que se o Lula falar menos besteira,
00:49:53provavelmente o preço do dólar vai ficar melhor para a população brasileira.
00:49:58Agora, houve aí uma série de matérias de bastidor na imprensa hoje sobre a pressão,
00:50:04inclusive notas plantadas por integrantes do governo, por essa turma do Haddad,
00:50:09para tentar se descolar, colocá-lo como uma versão higienizada ali dessa ideologia que o Lula tanto vocaliza.
00:50:19Houve uma série de matérias de bastidor sobre o emparedamento do presidente da república.
00:50:24Quer dizer, uma pressão sobre ele para que não fique falando mais.
00:50:28Que o importante é gastar, que gasta investimento, que não faça esses assentos,
00:50:32porque senão o preço do dólar sobe, a inflação aumenta e quem é prejudicado na ponta da linha são os pobres.
00:50:40A população de baixa renda é que é a mais prejudicada com a alta dos preços.
00:50:45E agora, olha só a declaração que o Lula deu. Vamos colocar aí, produção?
00:50:49Abre aspas. A gente vai ter uma política econômica que vai fazer este país crescer.
00:50:54A gente vai continuar fazendo transferência de renda.
00:50:57E a gente, ao mesmo tempo, vai continuar com a responsabilidade que nós sempre tivemos.
00:51:02Aqui neste governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário.
00:51:06Fecho aspas.
00:51:08Duda Teixeira.
00:51:09Um recuo estratégico do Lula.
00:51:12A depender do momento, ele constrói a frase de uma maneira.
00:51:16Mas assim, é como se no total houvesse um jogo duplo do governo.
00:51:20O Lula fala ali em gastar.
00:51:22Ele demoniza o mercado, o Banco Central, o Roberto Campos Neto.
00:51:26E nós vimos a reação do Campos Neto ontem.
00:51:29Enquanto os ministros tentam dizer que estão mostrando para o mercado que há um equilíbrio fiscal.
00:51:35E agora o Lula baixa um pouquinho o tom.
00:51:39Não quer dizer que ele não vai aumentar a qualquer momento.
00:51:41Então, Filipe, eu fico perguntando.
00:51:43Se a gente olha as declarações do Lula dos últimos dias,
00:51:48é difícil entender ali qual que é a estratégia por trás.
00:51:53Porque ele sai falando de improviso.
00:51:56E aí, às vezes fala uma coisa, se contradiz.
00:52:00Aí fala que uma mulher não pode ter muito filho.
00:52:04Aí fala que tem que acabar com a autonomia do Banco Central.
00:52:09E aí fala que na época dele tinha autonomia, que tinha dependência.
00:52:13O que é?
00:52:15Ele está falando...
00:52:16Ele está com muita língua solta.
00:52:18Agora, eu fico pensando.
00:52:20Qual foi a estratégia?
00:52:22Porque foi uma decisão.
00:52:24Alguém virou e falou assim.
00:52:25Olha, vamos botar o Lula falando para todo mundo.
00:52:28Para todas as rádios do interior do Brasil.
00:52:30E olha que tem rádio.
00:52:31Que a gente vai descobrindo os nomes.
00:52:33São milhares.
00:52:35E toda hora ele se compromete em alguma coisa ou se contradiz.
00:52:41Qual que era o objetivo?
00:52:43E aí ele vai.
00:52:44Vem para São Paulo.
00:52:46Vai para o Rio de Janeiro.
00:52:47Faz campanha.
00:52:49Diz ali.
00:52:50Olha, eu não vou pedir voto para esse aqui.
00:52:52Pô.
00:52:53Sabe?
00:52:54Tipo assim...
00:52:55É um Lula meio que...
00:52:56Parece que está fora de controle.
00:52:58É.
00:52:59Um comportamento incendiário.
00:53:01Puxa, não tem ninguém ali em volta dele para falar assim, né?
00:53:04Para pautar o Lula, dizer o que ele tem que falar, né?
00:53:07Ajudar ele a bolar um plano, né?
00:53:10Parece que está tão perdido essa comunicação do governo, né?
00:53:14E aí a conclusão final é que o Lula não está governando, né?
00:53:18Porque ele está toda hora falando as nele em algum lugar.
00:53:21Governar é o que ele não está fazendo.
00:53:23É.
00:53:24Ele virou podcaster.
00:53:25E agora a gente fala sobre as eleições nos Estados Unidos.
00:53:28Segundo a reportagem do New York Times, Joe Biden teria dito a um aliado próximo de
00:53:32sua campanha que cogita sair da disputa contra Donald Trump.
00:53:36Ainda de acordo com o jornal americano, o presidente pareceu reconhecer que sua campanha
00:53:41pode se tornar irrecuperável se ele não conseguir passar a ideia de que ainda é apto ao cargo.
00:53:46Karim Jean-Pierre, assessora da Casa Branca, negou nessa quarta-feira que Biden esteja
00:53:52considerando desistir da reeleição.
00:53:55Segundo ela, o presidente vai continuar na corrida e está focado nisso.
00:54:01Tula Teixeira, nós estamos tratando dessa novela desde o seu começo e parece que ela
00:54:06vai se estender ainda ao longo das próximas semanas.
00:54:10É.
00:54:11Fica esse disse-me-disse.
00:54:12Quer dizer, você tem interlocutor que vaza pra imprensa alguma coisa, a imprensa publica,
00:54:17oficialmente a Casa Branca nega.
00:54:19Mas fica aquela tensão.
00:54:21Nós mostramos ontem que já há deputado do Partido Democrata buscando se descolar do
00:54:27Joe Biden, fazendo um discurso anti-Trump, mas sentindo o peso pra ele próprio na corrida
00:54:34eleitoral, como você bem apontou.
00:54:36Mais editoriais de jornais pedindo a desistência de Joe Biden.
00:54:42E a pauta do debate público parece não ter girado.
00:54:47Teve ali aquele momento de decisão da Suprema Corte sobre a imunidade parcial do presidente
00:54:52da República, o que pode beneficiar o Trump em determinados processos.
00:54:55O Biden tentou explorar isso, mas já voltou hoje ao assunto.
00:54:59Ele vai permanecer na campanha ou não vai, Duda Teixeira?
00:55:02Então, você fez uma comparação aí com uma novela e eu acho que a gente tá preso
00:55:08num capítulo.
00:55:10Porque assim, desde que teve o debate na quinta-feira só se fala de uma coisa que é a idade
00:55:17do Biden e a capacidade dele de ser reeleito e de governar mais quatro anos.
00:55:24Mas só se fala na idade do Biden, não tem outro assunto.
00:55:29No começo da eleição, quando a novela começou, tinha especulações na imprensa,
00:55:36as pesquisas de opiniões.
00:55:37Qual que vai ser o assunto dessa campanha?
00:55:40E aí tinha, não, vai ser a economia.
00:55:42Olha só, a inflação caiu, o desemprego tá baixo.
00:55:47Ah, outro tema, imigração.
00:55:50Aí o Biden prometendo ser durão ali na fronteira com o México.
00:55:54Criminalidade, o Trump falando que os imigrantes causam violência, geram crimes.
00:55:59Ninguém mais fala de nada, ninguém mais fala da fronteira, ninguém mais fala da economia.
00:56:04É só a idade do Biden.
00:56:07E aí vai ter uma reunião de governadores dos estados na Casa Branca hoje à noite.
00:56:14A imprensa dá notícia, vão falar sobre a idade do Biden.
00:56:19Qualquer coisa que aconteça na Casa Branca, em Washington, tá todo mundo olhando pra isso.
00:56:26O Biden cai nas pesquisas, as notícias, os comentários.
00:56:31Agora que ele cai nas pesquisas, vai aumentar a pressão do Biden pra desistir por causa do fracasso dele no debate.
00:56:39A gente tá preso no capítulo que é sobre a idade do Biden.
00:56:46A gente não sai dele, inclusive gerando reflexões sobre em que momento do dia uma pessoa com idade tão avançada está mais alerta na sua mente, na sua forma de reagir ali a todos os estímulos.
00:57:04E aí você tem relatos internos, sempre de fontes, dizendo que de 10 da manhã às 4 da tarde, algo assim, o Joe Biden estaria mais alerta, ele consegue receber as informações, ele consegue responder.
00:57:17Mas depois desse horário, é como se ele já estivesse cansado, já se esquecesse, já aparecesse esse declínio cognitivo, né, pra usar uma expressão que tá sendo muito utilizada no debate público americano.
00:57:28Então, tem toda uma análise. Material farto, inclusive, pra médicos, especialistas comentarem a respeito do que que acontece nesse processo, quando o cansaço ali se instala e fica absolutamente nítido pras outras pessoas, principalmente quando é uma figura pública que teima em se candidatar.
00:57:50E a gente aqui não tá cravando o resultado por antecipação da eleição, mas tá mostrando que há um apelo muito grande pra que ele desista e individualmente ele se mantém.
00:58:02É claro que tem ali questões partidárias, mas me parece que tem uma força individual dele mandando que ele fique. E aí já vem aquela outra análise.
00:58:11Mais pessoas assim, com idade avançada, com declínio cognitivo, elas vão ficando mais teimosas. Então, tudo gira em torno disso, né?
00:58:18É. Outra reflexão que tá, né, então, nesse capítulo interminável sobre a idade do Biden é quem teria capacidade de influenciar numa decisão dele sobre desistência, né?
00:58:31Ah, então seria o Barack Obama, seria o Bill Clinton, seria a família dele.
00:58:35Quem dentro da família dele teria, então, essa ascendência pra falar assim, Biden, tá na hora de você desistir, né?
00:58:40Aí seria a Jill Biden, ou seja, a primeira-dama dos Estados Unidos, a esposa do Joe Biden.
00:58:46Aí você tem, por exemplo, comentários nas redes sociais que pegam uma revista de moda com a Jill Biden na capa.
00:58:53E aí você tem críticos ironizando de que a Jill Biden, que poderia convencer o seu marido a desistir da candidatura à presidência da república,
00:59:03ela insiste que ele fique pra ela poder continuar aparecendo em capa de revista de moda, etc.
00:59:08Então, as críticas, elas estão se tornando mais incisivas.
00:59:11E, no entanto, você não tem decisão alguma.
00:59:14Agora, não te parece, Duda, que há também um monitoramento, um cálculo, uma expectativa para os primeiros números a serem divulgados?
00:59:23Eu vi hoje reportagem sobre a expectativa para a próxima pesquisa.
00:59:28Quer dizer, o Partido Democrata deve estar monitorando minuciosamente os números do Biden, eventuais quedas,
00:59:34e a perspectiva de popularidade para um eventual substituto.
00:59:39Claro. E dentro do Partido Democrata, as pesquisas também já mostram que candidatos, por exemplo, para a Câmara dos Deputados, para o Senado,
00:59:46mostram que, às vezes, eles aparecem com uma aprovação maior do que a do Biden.
00:59:50Então, já é um claro sinal de que o Biden não está ajudando os outros membros do Partido Democrata,
00:59:58porque a gente comentou isso aqui ontem, né?
01:00:00Essa é uma eleição que não é só para a presidência, é também para o Congresso e para 13 dos 50 estados.
01:00:06Então, se o Biden não puxa voto, não traz voto, é melhor substituir ele, né?
01:00:12E, Felipe, tem uma outra questão que eu acho que o capítulo vai continuar, a gente vai ficar nesse capítulo por mais tempo,
01:00:19porque o Biden, por exemplo, tem entrevistas agendadas para a imprensa, né?
01:00:24E aí já estão falando que eles vão falar sobre a idade do Biden, né?
01:00:29O Trump, imagina, na hora que tiver um novo debate, é claro que também, de novo, as pessoas vão estar falando da idade do Biden.
01:00:35Então, assim, enquanto o Biden não desistir, a gente não sai desse capítulo sobre a idade do Biden, você é repetitivo.
01:00:42E essa é uma questão muito de tática, de estratégia durante a corrida eleitoral, que é você evitar ficar nas cordas,
01:00:52porque aí passam semanas em que o noticiário é todo voltado contra algum ponto negativo da sua campanha ou da pessoa, do candidato, e não do outro.
01:01:03Eu estou falando isso porque o Donald Trump, ele vinha de meses em que ele era o foco do noticiário,
01:01:09por causa dos processos, principalmente esse último que nós comentamos ontem,
01:01:14sobre falsificação de documento para acobertar uma compra de silêncio da ex-atriz pornô,
01:01:21com quem ele teria tido uma relação, embora ele negue que tenha sido uma relação sexual.
01:01:26Há uma série de outras questões envolvendo o Donald Trump,
01:01:29desde o caso da insurreição de 6 de janeiro de 2021,
01:01:34do envolvimento dele, se estimulou ou não, houve investigação no Congresso Nacional americano.
01:01:40E o Trump, nesse momento, não é quem está nas cordas.
01:01:43Quer dizer, não é o foco de escrutínio, vamos dizer assim, no debate público.
01:01:48A opinião pública fica toda voltada para a questão.
01:01:51O Biden vai aguentar? Vai resistir?
01:01:53E aí, para o Trump, nesse momento, é muito bom.
01:01:56A questão que pode preocupar ou não os estrategistas do Trump é
01:02:01será que é melhor o Biden ser substituído ou é melhor o Biden até o fim?
01:02:06Publicamente, certamente, eles vão dizer, como qualquer jogador de futebol diz,
01:02:10a respeito de um time adversário desfalcado ou não,
01:02:14ou que vai se classificar um ou outro,
01:02:16é que nós temos que enfrentar quem quer que venha e nós teremos toda a condição de vencer.
01:02:19Acompanhando ali as redes do Biden, eu vi uma tentativa de realmente tentar jogar o assunto para cima do Trump.
01:02:27Vamos falar do Trump, do tribunal, da imunidade parcial que ele conseguiu na Suprema Corte,
01:02:32do risco que vai ser para a democracia americana.
01:02:35Agora, essa história, essa narrativa, não tem nada de novo.
01:02:38O Partido Democrata está falando isso já há muito tempo.
01:02:42E agora, enfim, eu acho que não estão conseguindo mudar o foco do debate nos Estados Unidos,
01:02:47que continua sendo a idade do Biden.
01:02:49Agora, a última pesquisa, Ipsos, encomendada pela Reuters,
01:02:52aponta que só a Michelle Obama poderia vencer o Donald Trump.
01:02:57Então, Duda, como é que está o termômetro do Partido Democrata
01:03:00depois desse desempenho decepcionante do Biden no debate da semana passada?
01:03:06Decepcionante para eles, evidentemente, porque nós já estávamos apontando todos os lapsos,
01:03:10todos os momentos de paralisação que o Biden tinha ao longo dos últimos meses.
01:03:15Eu acho que o pânico continua.
01:03:18E essa coisa de trazer a Michelle Obama mostra bem isso.
01:03:23Ela, de fato, aparece como a única possibilidade entre os democratas de vencer o Trump nas pesquisas.
01:03:32Lembrar um pouquinho por que a Michelle tem essa aprovação, essa popularidade.
01:03:35A Michelle nunca se meteu na política.
01:03:39Ao contrário do que da Janja, aqui no Brasil, que toda hora vai lá, critica alguém, apoia fulano, participa dos atos.
01:03:47Olha só como esse governo é bom aqui para a Feira de Santana.
01:03:51Vai lá nas enchentes do Rio Grande do Sul.
01:03:53A Michelle, ela deu um passo atrás e a campanha que ela fazia era para alimentação saudável na merendas escolares e a favor de exercício físico.
01:04:05Ela não entrava na política, a Michelle.
01:04:07E na biografia dela ela fala, quem falou para fazer assim é a Hillary Clinton, que se deu muito mal se metendo na política.
01:04:15Então, por não se meter na política, a Michelle Obama tem uma aprovação muito maior do que a do Barack Obama, o marido dela, quando ele termina o segundo mandato.
01:04:27Porque não tinha por que não gostar da Michelle.
01:04:30As pessoas não tinham raiva com a Michelle Obama.
01:04:34Todo mundo gostava dela, não tinha por que ser contra ela.
01:04:38Então, é natural, é natural não.
01:04:40Essa situação do Partido Democrata é que faz por isso.
01:04:44Então, pega a Michelle lá.
01:04:46Só que a Michelle já tem uma insistência já de convidar ela, de chamar ela para se candidatar.
01:04:53Ela nunca admitiu isso.
01:04:55Ela sempre disse, olha, a política é um jogo duro.
01:04:59Isso tem que estar na alma das pessoas.
01:05:03Não está na minha alma.
01:05:05Então, ela sempre se esquivou dessas cobranças.
01:05:09Ela nunca disse que ia se candidatar.
01:05:12E essa insistência que aparece dentro do Partido Democrata para que ela faça isso, dá uma dimensão do pânico ou de quão perdido está o Partido Democrata hoje.
01:05:23Agora, Duda, não é fácil a pessoa estar preparada para um debate eleitoral como presidente dos Estados Unidos.
01:05:29Você tem que dominar uma série de assuntos.
01:05:31Por mais rasteiro que tenha sido cada edição de debate eleitoral americano, alguma coisa você precisa expressar sobre números, sobre dados, sobre a situação no Irã, em Israel, faixa de gás, Ucrânia, Rússia, economia interna, questão de emprego, de inflação, de juros.
01:05:53Tudo está no escopo de um debate.
01:05:57A Michelle Obama, assim como outro candidato, que não tem uma trajetória política já bastante calejada no sentido desse tipo de participação, consegue se preparar tão rápido assim para um debate?
01:06:11Uma boa pergunta. Ela é super inteligente.
01:06:15Quem já viu ela falando, vê que ela foi uma advogada de sucesso, não era uma pessoa que dependia do marido para ser alguém na vida.
01:06:26Ela até abre mão de muita coisa quando ela se torna a primeira dama do Obama e até estranha.
01:06:33Tem um desconforto nela quando ela vê e fala, puxa, eu vou ser a primeira dama, vem aquele monte de segurança.
01:06:40Então, ela tem luz própria e é extremamente inteligente.
01:06:46Claro, o Partido Democrata podia pegar ela e enfiar ela nesses media trains que tem, eles ficam debatendo, jogar todos os números na cabeça dela.
01:06:56Eu acho que ela se sairia bem, pelo que eu vejo da capacidade cognitiva dela.
01:07:03Agora, ela quer entrar...
01:07:06Se expor.
01:07:07É, ela não quer, entendeu?
01:07:09Isso daí não é uma questão tanto de capacidade, mas é de...
01:07:14Você tem que se sujeitar a muita coisa, você perde muito da tua vida privada, você tem que estar muito focado.
01:07:21E ela nunca deu qualquer demonstração de querer esse tipo de vida e agora se mantém na mesma linha.
01:07:31Muito bem, já que eu falei em Israel na faixa de Gaza, vamos colocar a imagem aí na tela, produção,
01:07:37porque houve hoje a eliminação de um dos mais importantes terroristas do Hezbollah por Israel.
01:07:45Ele está aí com essa imagem na tela.
01:07:48O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, nascido no Brasil, Rafael Rosenstein,
01:07:52Ele publicou o seguinte, as FDI, Forças de Defesa de Israel, atacaram e eliminaram o comandante da unidade Aziz,
01:07:58da organização terrorista Hezbollah.
01:08:01Na manhã de hoje, quarta-feira, as FDI eliminaram o Mohamed Nazer,
01:08:06e ele é responsável por disparo de mísseis do sudoeste do Líbano para o território israelense.
01:08:13Pode voltar para mim, produção?
01:08:14Lembrando que Israel é atacado ao sul pelo Hamas, a partir da faixa de Gaza,
01:08:20e ao norte pelo Hezbollah, a partir do Líbano.
01:08:23E esses dois grupos terroristas são financiados pelo Irã,
01:08:26o que obviamente também é assunto debate eleitoral americano, como estávamos falando.
01:08:29Esse que foi eliminado assumiu o cargo em 2016, liderou esse lançamento de foguetes e mísseis antitanque do sudoeste do Líbano
01:08:36contra civis, comunidades e forças de segurança israelenses,
01:08:41dirigiu um grande número de ataques terroristas contra Israel,
01:08:44tanto durante como antes da guerra, e ainda ocupou vários cargos centrais na organização terrorista.
01:08:51E aí fala ali de outros terroristas que estão entre esses os mais importantes.
01:08:55Quer dizer, nessas últimas semanas, em razão até do debate americano entre o Biden e o Trump,
01:09:02houve um esquecimento um pouco do que está acontecendo na faixa de Gaza,
01:09:06mas aqui no Papo Antagonista a gente vai tratar desse assunto também.
01:09:10Boa noite e até amanhã às 18 horas. Tchau!
01:09:25Tchau!
01:09:26Tchau!
01:09:27Tchau!
01:09:28Tchau!

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