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A Distribuidora Internacional de Alimentos, detentora do grupo Dia, sinalizou sua decisão de fechar os supermercados com base nos resultados negativos persistentes de sua filial no Brasil. A estratégia visa também concentrar os esforços nos principais mercados da empresa. A Espanha e a Argentina, segundo Guillaume Marie Didier, diretor financeiro do grupo, são mercados que oferecem maior potencial de crescimento e rentabilidade para o grupo.
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Transcrição
00:00Vamos falar de economia, vamos falar, por exemplo, do varejo brasileiro.
00:04O varejo brasileiro, que tem passado por momentos de respiro,
00:08tem ganhado impulso, está impulsionando, inclusive, muitas vendas
00:12em vários setores do varejo.
00:14E, entretanto, ontem nós vimos que a rede de supermercados Dia
00:18pediu recuperação judicial ao assumir uma dívida de R$ 1,1 bilhão
00:24e R$ 100 milhões aqui no Brasil.
00:26E eles também anunciaram o fechamento de 343 lojas aqui no Brasil.
00:32Eles vão focar no estado de São Paulo a partir de agora.
00:34E eu queria ver com você, Oliveira, como é que isso pode estar acontecendo
00:39com o supermercado, que é o varejo, sendo que justamente o varejo
00:43está num momento ascendente em todos os outros setores.
00:49Então, a gente teve um momento na economia, aquele momento da pandemia, etc.
00:54e tal, que as coisas ficaram muito complicadas para muita gente.
00:58Supermercados sofreram menos, mas também sofreram porque a queda,
01:03eu vi queda de renda da população, desemprego, etc.
01:06E mesmo com o auxílio todo que o governo tentou dar,
01:10isso tudo fica um pouco complicado e acaba prejudicando o balanço
01:15de algumas empresas, saúde financeira de algumas empresas.
01:18No caso do dia, tem essa dívida elevada, e aí o que acontece?
01:23Nesses momentos você leva a dívida para você empurrar o problema lá para frente,
01:27para ver se com a retomada você consegue reativar.
01:32O dia é uma cadeia de supermercados de atacarejo, como a gente gosta de chamar.
01:38Quase um atacarejo, vai.
01:39Mas é espanhola, tem unidades aqui no Brasil, tem unidades fora do Brasil,
01:45está fechando basicamente essa operação no Brasil, fora do estado de São Paulo,
01:50são 343 estabelecimentos que vão ser fechados,
01:55mas dentro do estado de São Paulo ainda são 240 estabelecimentos.
01:59Obviamente, isso afeta o número de desemprego,
02:02é muito fechamento de uma vez, tem um impacto econômico
02:08e mostra aquilo que eu acho que eu cheguei a falar isso aqui no meio-dia
02:12já em alguma outra oportunidade, mas é um delay, um atraso
02:17até que a empresa ou empresária, dependendo do tamanho,
02:22consiga notar que ela não tem mais fôlego para continuar tocando serviço.
02:27É claro que quando você fala de média, pequena, microempresa,
02:30isso aí é levado até o limite, porque é o ganha-pão da pessoa,
02:35então ela vai brigar pela sobrevivência daquela empresa
02:39a maior parte de tempo possível.
02:42Então, a gente ainda está sofrendo aí um rescaldo da época da pandemia,
02:48apesar de, em janeiro agora, semana passada, se não me falha a memória,
02:53saíram os números do varejo para janeiro,
02:55e aí foi uma surpresa positiva o varejo subindo,
03:00excepcionalmente, de 2,5% no mês de janeiro,
03:04que esperava-se uma nova queda no varejo,
03:06que já mostra algumas medidas que foram tomadas pelo governo fazendo efeito.
03:12Por exemplo, aliás, isso depois a gente vai acabar falando um pouquinho mais
03:16lá na frente quando falar sobre a Cruz OEB,
03:18mas no varejo, por exemplo, o Lula tem o que mostrar
03:23o pagamento de precatórios, que está injetando aí 90 bilhões de reais
03:28no bolso dos brasileiros, ajuda a impulsionar um pouco mais o varejo.
03:34Mas o varejo tem muita dívida, principalmente nas empresas de bolsa,
03:39quando a gente fala de Magazine Luiza, Casas Bahia,
03:42é um negócio com muita alavancagem, como a gente chama,
03:47com muita dívida, e aí o juro alto acaba por penalizar bastante essas empresas,
03:52é muito difícil sobreviver quando as coisas ficam muito ruins.
03:56Ainda teve americanas no meio do caminho,
03:59outras empresas quebrando, muitas recuperações judiciais,
04:03e isso tudo vai drenando um pouco do humor na economia,
04:10drenando um pouco da facilidade de obtenção de crédito,
04:14e aí você tem mais juros para pagar,
04:16essas coisas ficam cada vez mais complicadas.
04:18A gente está saindo desse buraco, é verdade,
04:20mas é provável que a gente ainda vá ver
04:23novos pedidos de recuperação judicial
04:26de cadeias grandes e de empresas pequenas também.
04:30Talvez estejamos saindo muito devagar
04:33e um pouco atrasado para alguns grupos,
04:36too little, too late, como dizem nos Estados Unidos.
04:38E, entretanto, aqui, falando de Brasil,
04:42ainda sobre o governo federal,
04:44ainda não, agora já sobre o governo federal,
04:46tivemos o relatório bimestral do orçamento do governo.
04:50Como é que eles veem, como foi esse relatório,
04:53números alviçareiros ou nem tanto?
04:57Aí é aquilo, o que acontece?
04:59Essa primeira avaliação bimestral,
05:03o Haddad ficou com a nota abaixo da média,
05:06mas ele é tão mau aluno que o pai dele está comemorando,
05:09porque era para ficar tão ruim e não veio tão ruim.
05:13Teve um bloqueio de 2,9 bilhões de reais,
05:17que era o esperado, muito em função do limite de despesas,
05:22porque o limite de despesas estabelecido
05:23pelo arcabouço fiscal novo,
05:26não é o teto de gasto,
05:28pelo arcabouço fiscal,
05:30estava sendo ultrapassado,
05:33então, o planejamento do orçamento,
05:36o Ministério do Planejamento do Orçamento,
05:38coloca esse dinheiro em bloqueio
05:40até que as coisas se arrumem.
05:42Houve um déficit de 9 bilhões,
05:45esperado para o ano,
05:47a partir de agora,
05:49que mantém a meta fiscal viva,
05:52de zerar o déficit primário,
05:54mas a gente sabe que isso tudo é ilusório,
05:57é aquilo que eu mostrei para vocês aqui,
05:59acho que dois dias atrás,
06:00na pesquisa da Genial Quest,
06:02dos 101 agentes financeiros ouvidos na pesquisa,
06:08apenas um acredita que o Haddad vai entregar
06:11essa meta fiscal de déficit de zero no fim do ano,
06:15e numa outra parte da pesquisa,
06:1693%, se não me falha a memória,
06:19acreditam que em algum momento,
06:20daqui para frente,
06:21o governo vai ter que mudar a meta fiscal.
06:26E aí, quando fizer isso,
06:27já vou deixar aqui a minha opinião,
06:29vocês já vão saber de antemão,
06:31é aquele negócio de,
06:32para que então ter uma meta,
06:35se quando você não consegue chegar na meta,
06:37você muda a meta para você ficar dentro da meta,
06:40então a meta, obviamente, não existe,
06:42não é nem para inglês ver.
06:44Eu acho que não tem que ter meta,
06:46e aí quando chegar na meta,
06:47a gente dobra.
06:48Dobra.
06:49Tinha uma grande filósofa contemporânea
06:52que chegou a propor esse tipo de coisa.
06:55Muito bem.
06:55E aí
06:56E aí
06:59Legenda por Sônia Ruberti

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