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Fim da saidinha de presos é vitória da sociedade?
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00:00
A Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira 20 o projeto de lei que extingue as saídas temporárias de presos.
00:07
A saídinha dos presos, pois é, com muita pressão.
00:11
Olha, há quantos anos eu escrevo sobre isso, há quantos anos eu comento, há quantos anos eu critico
00:16
e faço com que se chegue essa mensagem aos parlamentares da preocupação com as saídinhas.
00:27
Mas agora a Câmara aprovou, porque houve aquele episódio emblemático que foi o estopim para essa iniciativa
00:34
de tirar do baú um projeto que já existia, que foi o assassinato de um policial em Minas Gerais.
00:42
Então o PL agora, o projeto de lei, vai seguir para a sanção presidencial, portanto para as mãos do Lula.
00:47
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, já tem um monte de ressalvos em relação a isso,
00:53
já saiu aí, que ele é contra, mas se costurou ali um acordão para modular um pouquinho o texto,
01:01
de modo que até o PSOL votou pela aprovação.
01:05
Permite agora, a lei de execução penal permite a saída temporária por até sete dias em quatro vezes
01:11
durante o ano para visita à família ou participação em atividades que ajudem no retorno ao convívio social.
01:18
Isso é o que ocorre atualmente, antes de vigorar essa lei agora aprovada,
01:24
que ainda não está em vigor e ainda precisa de sanção.
01:26
Se for para cursar supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior,
01:31
o prazo será o necessário para cumprir as atividades escolares.
01:35
E pela proposta, o benefício será concedido apenas, apenas, a partir de agora,
01:40
se isso for até o fim, tiver a sanção do presidente,
01:46
no caso de frequência em curso profissionalizante, ensino médio ou superior.
01:51
No entanto, esse tipo de saída não poderá beneficiar condenados por crime hediondo
01:55
ou crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa.
02:00
A proposta tramitava no Congresso há 14 anos,
02:02
foi originalmente aprovada pela Câmara em 2022,
02:05
e no Senado ela sofreu modificações e, nessa quarta, voltou ao crivo dos deputados.
02:10
A gente acompanhou todas as etapas desse processo.
02:14
Então, é o seguinte, para estudar, fazer cursinho e tal,
02:19
ok, vai poder, mas não todos os criminosos,
02:22
aqueles que foram condenados por crime hediondo ou com violência, grave ameaça e tal,
02:28
aqueles que são mais perigosos de todos, não vão poder,
02:31
nem sequer nessas hipóteses.
02:33
E as outras, aparentemente, foram afastadas.
02:37
Um passo importante aí, numa sinalização para a sociedade,
02:40
preocupação com a segurança pública,
02:42
que sempre fica em segundo plano, né, Greb?
02:48
A grande discussão que vinha acontecendo...
02:51
A gente não estava ouvindo, volta aí, Greb.
02:53
Rebobinem a sua própria fala e fala de novo.
02:56
Oh, oh, raios.
02:58
Então, com certeza, concordei com você para começar.
03:00
E agora a grande questão é o que fará Lula,
03:05
a quem cabe sancionar o projeto, né?
03:08
A última informação é que eles tinham optado por não se desgastar com o veto.
03:16
Ou seja, que eles deixariam passar o projeto.
03:23
E, olha, melhor ainda,
03:27
criariam uma espécie de observatório
03:30
para coletar informações a respeito do impacto
03:35
que a medida teria no sistema prisional.
03:38
É isso que se tem que fazer.
03:44
Política pública,
03:46
o governo precisa fazer o que estiver ao alcance dele
03:50
para coletar informações,
03:52
entender qual é o impacto dessa política pública.
03:55
Não adianta sair condenando ou defendendo
04:00
como se fosse assim,
04:03
sem ter informação nenhuma
04:05
do impacto daquilo,
04:11
sem ter base para argumentar.
04:15
As saídinhas se mostraram
04:18
cruéis, perversas,
04:21
para muitas famílias
04:24
que foram vítimas de crime
04:27
e perderam gente querida
04:30
por causa de assassinos
04:32
que deviam estar presos
04:33
ao invés de estar passeando no Natal.
04:36
O Congresso decidiu mudar essa política
04:40
e vamos observar o que acontece.
04:46
É isso.
04:46
Colete informações.
04:49
Verifique.
04:51
É assim que tem que funcionar.
04:53
Isso se chama governo guiado por evidências.
04:56
Tem nome até o negócio.
04:58
Mas é difícil
04:59
cair na cabeça
05:00
de político brasileiro
05:02
que se guiar por evidências
05:04
tem algum valor.
05:06
Ele só seguiu
05:07
pelas convicções,
05:10
lutas tiradas,
05:11
sei lá eu,
05:12
de onde.
05:14
Tiradas, em geral,
05:16
de uma impressão
05:18
sobre o que pensa o eleitorado,
05:20
o que eles querem cativar
05:22
para ganhar mais votos,
05:23
os cargos,
05:24
a remuneração.
05:25
Mas, de fato,
05:26
falta muito planejamento no Brasil
05:28
e acompanhamento e monitoramento
05:30
da eficácia das políticas públicas
05:32
de modo a gerar um banco de dados
05:35
que permita, evidentemente,
05:39
as melhores decisões
05:40
em prol da sociedade.
05:41
É isso que a gente nunca tem no Brasil.
05:44
É tudo decidido, de repente,
05:46
com base em alguma faísca,
05:50
em conveniência, casuísmo.
05:53
E é isso que a gente está analisando,
05:54
inclusive,
05:55
nesse período pós-lava-jato,
05:57
como aquilo que foi alegado
05:59
para o desmonte da força-tarefa
06:01
não se sustenta
06:03
nas próprias condutas
06:04
daqueles que alegavam.
06:05
Aliás, hoje na pauta
06:08
tem novos exemplos disso também,
06:10
artigo que eu publiquei no site.
06:12
Mas, enfim,
06:12
então,
06:13
saidinhas de presos aí
06:15
com os dias contados,
06:16
se depender da Câmara,
06:17
ao menos que aprovou a medida,
06:18
vai para a sanção do Lula.
06:20
Vamos ver como é que ele vai se comportar.
06:21
Ele está num momento
06:22
de queda de popularidade.
06:25
Isso é bom,
06:26
porque ele fica,
06:27
pode ficar,
06:29
de certa forma,
06:31
com receio
06:32
de perder mais popularidade ainda
06:35
e votar contra
06:36
a própria convicção
06:38
do seu grupo político,
06:40
contra as bandeiras
06:42
do seu grupo político,
06:43
por preocupação
06:45
com o próprio Bico,
06:46
por preocupação
06:47
que é a número um dele,
06:49
com a popularidade.
06:51
Então, talvez seja a hora
06:52
de passar a boiada,
06:53
para usar aquela expressão
06:55
do Ricardo Salles
06:57
numa reunião ministerial
06:58
do governo Bolsonaro,
07:00
mas agora no bom sentido,
07:01
já que o Lula está
07:02
em queda de popularidade,
07:04
vamos aprovar aí
07:06
algumas medidas também
07:07
que são boas
07:08
para a sociedade,
07:09
mas que não são defendidas
07:10
pelo PT,
07:11
porque ele pode ficar
07:14
com medo
07:14
de perder popularidade
07:16
e aprovar
07:16
e sancionar
07:17
essas medidas.
07:18
Obrigado.
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