Cinco Minutos: Por que a PF não gostou dessa história de delação no caso Marielle?

O Antagonista

ontem

Era tarde da noite da terça-feira, 23, quando a Polícia Federal decidiu emitir uma nota dizendo que ela conduz a investigação há onze meses e que até o momento “havia apenas uma delação sobre o caso devidamente homologada pelo Poder Judiciário". O podcast Cinco Minutos desta quarta-feira, 24, analisa a postura da PF e tenta responder à pergunta: para quem foi o recado da corporação?

Ainda neste episódio: Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autoriza compartilhamento de dados em inquéritos envolvendo Bolsonaro com a Controladoria Geral da União (CGU) e o presidente da Câmara, Arthur Lira, chama líderes para tratar de corte em emendas
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00:00Olá, a partir de agora você ouve 5 Minutos, o podcast diário de O Antagonista.

00:11Eu sou Júlia Schiaffarino e te conto o que acontece de mais importante na política,

00:15na economia e onde mais houver notícia.

00:18Desde o início do dia, O Antagonista mantém você bem informado.

00:23Bom dia, hoje é quinta-feira, dia 25 de janeiro.

00:27Então vamos às notícias.

00:30A PF diz que só há uma delação homologada e não é a de Rony Lessa.

00:35Moraes autoriza compartilhamento de dados e inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro.

00:41E Lira chama os líderes para tratar de corte em emendas.

00:46No podcast de ontem, a gente comentou sobre um acordo de delação premiada dentro do caso Marielle Franco.

00:52Um dos acusados pelo crime, Rony Lessa, teria apresentado propostas de cooperação ao Superior Tribunal de Justiça,

00:59que é o STJ.

01:01A informação foi confirmada pelo site do Antagonista.

01:04Faltava apenas que a delação fosse homologada pela corte.

01:07Já era tarde da noite da terça-feira, quando a Polícia Federal decidiu emitir uma nota.

01:12E o texto dizia que ela conduzia a investigação há 11 meses e que até o momento,

01:18abre aspas, havia apenas uma delação sobre o caso devidamente homologada pelo Poder Judiciário.

01:24Fecha aspas.

01:25Ela se referia à delação do ano passado, de julho do ano passado, para ser mais precisa,

01:30feita pelo ex-policial militar Elcio de Queiroz, que confessou ter participado do crime.

01:36Eu chamei o Wilson Lima, que é chefe de reportagem de um antagonista aqui em Brasília,

01:40para responder uma pergunta para a gente.

01:42Bom dia, Wilson.

01:44Me diz uma coisa.

01:45Para quem foi o recado na nota da Polícia Federal?

01:48Bom dia, Júlia.

01:49É bom lembrar que sempre há uma disputa quando se fala de delações premiadas.

01:55Houve-se um clima de constrangimento ali dentro da Polícia Federal

01:58para se definir quem é o pai ou quem foi o pai da criança, né?

02:03Porque o que acontece?

02:04Quando você tem várias delações, os investigadores que são os responsáveis por essa delação,

02:11eles querem ali levar os louros.

02:14No caso específico da Marielle, você teve um lapso de aproximadamente seis anos entre o crime

02:20e essas revelações que podem levar agora ao mandante do assassinato da ex-vereadora lá no Rio de Janeiro.

02:28Então, agora está todo mundo querendo levar a glória, levar os louros,

02:34para saber quem conseguiu a melhor delação e quem conseguiu ter acesso à delação definitiva

02:40para, finalmente, se dar uma resposta à altura para esse caso.

02:45Eu também queria te perguntar.

02:47Dá para a gente considerar que houve uma certa reticência, por assim dizer, da PF

02:51por não ter sido a protagonista na notícia da delação?

02:55É muito cedo para a gente falar sobre isso, porque essa segunda delação

03:02ela ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

03:07Então, qual é o grande problema dela?

03:10É que, enquanto ela não é homologada, ela não vale de absolutamente nada.

03:17Ela vai gerar manchete no jornal, vai gerar uma repercussão aí nas redes sociais,

03:23mas, como elemento de prova, ela ainda precisa ser homologada pelo STJ.

03:30Então, essa é que é a questão.

03:32Na tarde da quarta-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski,

03:36formalizou o convite para que o atual diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues,

03:41permaneça no cargo.

03:42Andrei, obviamente, aceitou.

03:44O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal,

03:49atendeu o pedido da Controladoria-Geral da União

03:52e autorizou o compartilhamento de provas

03:55nas investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.

03:59A Controladoria alega que quer verificar se servidores públicos

04:03aparecem como envolvidos em algum dos casos apurados.

04:06Entre os inquéritos aos quais a CGU terá acesso estão

04:09o das milícias digitais, o que apura vazamento de dados de operações sigilosas da PF,

04:15o inquérito do 8 de janeiro,

04:17o inquérito que apura possíveis interferências da Polícia Rodoviária Federal

04:21nas eleições de 2022,

04:24o que trata de adulteração de cartões de vacinação,

04:27e o inquérito sobre a utilização de softwares de espionagem pela ABIN,

04:31Agência Brasileira de Inteligência.

04:33E o presidente da Câmara, Arthur Lira,

04:38entrou em campo para negociar uma revisão

04:41no corte de 5,6 bilhões em emendas parlamentares.

04:45Durante a terça e quarta-feira,

04:47ele conversou com lideranças da Câmara por telefone.

04:49Avisou que na próxima semana desembarque em Brasília,

04:52possivelmente ainda na segunda-feira,

04:54quando deve convocar uma reunião com esses líderes.

04:57Na lista estão principalmente nomes do centro e de oposição.

05:01Enquanto isso, Lira também teria pedido a técnicos do Congresso

05:05um estudo detalhado com os valores das emendas de comissão

05:09e onde aconteceu o corte do governo.

05:12Interlocutores do governo alegam que a tesourada

05:14foi porque havia um acordo inicial para que as emendas de comissão

05:17ficassem em 11 bilhões e não nos 16,5 bilhões,

05:22como foi aprovado na lei orçamentária.

05:23Fato é que, mesmo com o veto ao pagamento de 5,6 bilhões,

05:28a gente repete,

05:29os deputados e senadores ainda têm bastante dinheiro em emendas

05:33para destinar as bases.

05:35Este ano, serão 47,5 bilhões em emendas parlamentares.

05:40Lembrando que o total de investimentos previsto na Lua 2024

05:43é de 75 bilhões.

05:46Você ouviu 5 Minutos, o podcast diário de O Antagonista,

05:55produzido e apresentado por mim, Júlia Schiaffarino,

05:58e com sonoplastia de Robson Negrini.

06:01Não esqueça de curtir e compartilhar o nosso conteúdo.

06:04Um bom dia e até amanhã.

06:16O Antagonista, o Antagonista, o Antagonista,

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