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A notícia da delação premiada de Ronnie Lessa no caso Marielle Franco deu origem a um jogo de empurra entre lulistas e bolsonaristas nas últimas horas. O ex-policial militar teria apontado Domingos Brazão como mandante do assassinato da vereadora, que ocorreu em março de 2018. 

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Transcrição
00:00A esquerda lulista, restou alguma outra no Brasil?
00:03Festejou na segunda-feira, 22, a notícia da delação premiada de Rony Lessa,
00:08soltando indiretas contra Jair Bolsonaro, como mostramos de pronto aqui no Papo Antagonista.
00:15Aliás, o corte está disponível no nosso canal de YouTube.
00:19Esquerda agora festeja a delação.
00:22André Janones, por exemplo, atribuiu medo a uma certa familícia.
00:27Como vocês estão vendo aí no Twitch, que a produção vai mostrando enquanto eu vou listando.
00:35E a Jandira Feghali questionou quem tem medo da delação e defendeu que os mandantes sejam revelados.
00:44Guilherme Boulos considerou o acordo uma vitória importante.
00:50Zeca Dirceu chamou de passo importantíssimo para que se descubra quem mandou matar Marielle.
00:57Como vocês estão vendo aí na tela também.
01:00Até que, na terça-feira, 23, pode voltar para mim, produção.
01:06Blogs petistas afirmaram que Lessa apontou como mandante do crime Domingos Brasão,
01:11um antigo cabo eleitoral de Dilma Rousseff,
01:14que não só teve mandato de deputado estadual devolvido por Ricardo Lewandowski no TSE,
01:19após cassação do TRE do Rio de Janeiro, por compra de votos,
01:24como também foi preso na Lava Jato sob acusação de vender sentenças como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, TCE-RJ.
01:32Agora só dá veja bem na esquerdosfera.
01:38Aliás, essa expressão entrou no título da transmissão ao vivo do Papo Antagonista de hoje,
01:43o veja bem da esquerda.
01:46Diante das várias imagens da campanha de 2010,
01:49em que o suposto mandante aparece com adesivo de Dilma na camisa e panfletos da petista na mão,
01:55Janones entrou em bate-boca com o deputado federal bolsonarista Nicolas Ferreira,
01:59publicando o vídeo do irmão de Domingos, o deputado federal Chiquinho Brazão,
02:04em campanha para Bolsonaro em 2022.
02:07Aspas para Janones, porque esse programa é muito generoso.
02:11Pode botar na tela, produção.
02:12Desmentindo o deputado Chupeta e a extrema-direita,
02:15a família Brazão votou Bolsonaro, assim como o Bolsonaro já declarou voto no Lula.
02:20O Nicolas mente por uma única razão, ele é o diabo em pessoa.
02:23Olha o nível do bate-boca do Janones, que apela à família Brazão.
02:33Nós esquadrinhamos tudo isso aqui no programa de ontem.
02:36Confrontado com as fotos de Domingos Brazão, não do irmão dele,
02:40mas do próprio Domingos Brazão, em campanha por Dilma Rousseff,
02:45uma delas cortada, isso é verdade, da imagem original em que aparece com Eduardo Cunha,
02:50Janones retrucou, abre aspas, da mesma foto que vocês cortaram, sim,
02:55fazendo campanha para a chapa do Michel Temer, que era do mesmo partido dele, o MDB,
03:00e veio a dar o golpe depois, fecha aspas.
03:03O golpe citado por Janones é uma referência petista ao processo de impeachment de Dilma,
03:09aliás, conduzido no Senado pelo próprio Lewandowski, então presidente do ST.
03:12Em seguida, o garoto propaganda de Lula nas redes sociais mudou de tom, abre aspas,
03:19e que fique claro, não interessa em quem votou, cometeu um crime horroroso e tem que pagar por ele, fecha aspas.
03:27Jandira Feghali escolheu outro caminho, o de ignorar os vazamentos aos blogueiros camaradas
03:33e aguardar informações concretas.
03:36Abre aspas, confiamos na seriedade do trabalho que a Polícia Federal
03:40vem conduzindo frente às investigações,
03:43faltou uma crase aí,
03:44avançando com fatos contundentes e provas
03:47na resolução desse brutal crime político que chocou o Brasil e o mundo,
03:51um ataque à democracia brasileira e uma violência a uma mulher negra eleita
03:54que sempre lutou na defesa dos direitos humanos.
03:57Aguardamos o avanço das investigações e informações concretas
04:00no prazo de março de 2024, que o ministro da Justiça Flávio Dino
04:04apontou para desvendar porquê e quem mandou matar Marielle
04:07para que, enfim, possamos estabelecer a justiça e a verdade.
04:11Fecho aspas.
04:13Boulos, como Jandira, também omitiu a relação direta de Domingos com a campanha de Dilma
04:18e, como Janones, associou Bolsonaro à família Brasão.
04:23Abre aspas.
04:24O nome de Brasão já havia aparecido outras vezes nas investigações
04:28e levantou mais suspeitas quando, em 2019,
04:31Bolsonaro concedeu o passaporte diplomático a familiares do acusado.
04:35Depois de cinco anos e dez meses sem nenhuma resposta,
04:37começamos a caminhar em direção à justiça.
04:39As investigações continuam e nós seguimos acompanhando
04:42até saber com certeza quem mandou matar Marielle.
04:44Fecho aspas.
04:46Na verdade, o Itamaraty, ao incluir cônjuges e dependentes de parlamentares
04:50na lista de beneficiários do passaporte diplomático,
04:54concedeu a facilidade a João Vítor Moraes Brasão e Dalila Maria de Moraes Brasão,
05:00filho e esposa do irmão de Domingos, o deputado federal Chiquinho Brasão.
05:06Essa concessão específica foi destacada em 2019 por blogs petistas
05:11em busca da mesma associação a Bolsonaro.
05:14Já Zeca Dirceu ignorou a novidade sobre a delação de Rony Lessa.
05:20Ele preferiu exaltar, abre aspas,
05:22a sabedoria e a postura firme, fecho aspas,
05:26de seu pai, José Dirceu,
05:28condenado pelo Mensalão e pelo Petrolão.
05:32Durou só um dia aquela alegria toda?
05:36Eis a questão, Carlos Greff.
05:38Durou porque não tinha base, né, Felipe?
05:41Não tinha porque eles ficarem tão alegres assim.
05:43Um homem aparece fazendo campanha para a Dilma.
05:46É uma forçação de barra.
05:49É uma forçação de barra, de fato,
05:51tentar criar um vínculo estreito entre o tal do Brasão e o Bolsonaro.
05:59Existe o vínculo do Bolsonaro com o irmão, o Chiquinho, com a família,
06:03mas não com o Domingos.
06:06Ponto.
06:06Agora, eu acho, Felipe, que essa briga política entre quem apoiava quem
06:16é uma demonstração do oportunismo da nossa elite política.
06:24Eles usam tudo, usam tudo como pretexto para fazer,
06:29para aparecer bem na foto e para destruir o outro.
06:31Para mim, eu já disse isso ontem,
06:35o que importa mais nessa história é o fato de que um cara como o Brasão
06:40tenha o poder que ele tem no Rio de Janeiro.
06:45Ele é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado,
06:48ele já foi vereador, já foi deputado estadual, já esteve na cadeia,
06:52já foi enredado em N histórias macabras.
06:56E para completar, eu descobri depois, não sei se você viu isso, Felipe.
07:01Tudo bem, ele foi absolvido, parece que foi dado como legítima defesa,
07:06mas quando ele era jovem, aos 22 anos, ele matou uma pessoa.
07:11Estava lá festejando o aniversário dele na casa,
07:13apareceu um fulano lá para, enfim,
07:16apoquentá-lo, apoquentar a sua família,
07:19e ele atirou no cara, matou o fulano.
07:20É uma figura ruim, uma figura nefasta, como diria o Gilberto Gil.
07:31E o centro deste personagem,
07:36se todas as investigações estiverem corretas,
07:40é o vínculo dele com o escritório do crime.
07:45Mais um político fluminense que parece ter vínculos estreitos,
07:49com milícia, com crime organizado.
07:52Milícia e tráfico são duas facetas do crime organizado.
07:56E matadores de aluguel.
07:57E matadores de aluguel.
07:58É disso que a gente está falando quando se refere também ao escritório de crime.
08:01São milicianos que, eventualmente, aceitam encomenda de homicídio.
08:06Exato.
08:07Então, a esquerda e a direita ficam tentando passar a batata quente
08:12que virou o tal do brasão um para o outro.
08:14Fica esse jogo de empurra quando a verdade terrível da história
08:22está na vinculação desse homem com milícia.
08:25Um homem que é poderoso no Rio.
08:27Para mim, é mais uma evidência de que os políticos brasileiros
08:31não conseguem falar sério com a gente.
08:34Não conseguem olhar para aquilo que de fato importa.
08:38Estão só preocupados com a sua própria sobrevivência política.
08:41E com manchar a calçada do outro lado.
08:47Exatamente.
08:47É sempre bom deixar claro que a gente aponta a hipocrisia,
08:53a gente aponta o contraste de publicações num dia
08:57e de publicações no dia seguinte, do tom dessas postagens,
09:01do interesse em tentar manchar o adversário.
09:04Aí sai um elemento que compromete, de alguma forma, o seu próprio grupo.
09:07Aí se muda de assunto.
09:08Porque é parte do nosso papel jornalístico expor a natureza do embate político
09:15e a natureza moral também de muita gente que tem meios de ação,
09:22que participa do poder público, que é assalariado pelo povo brasileiro.
09:27Isso jamais pode se confundir com o nosso posicionamento.
09:31E desde o começo da análise desse caso,
09:34a gente obviamente quer saber quem foi o mandante do assassinato da Marielle Franco,
09:39do motorista Anderson Gomes.
09:41E muito antes de eles terem sido mortos,
09:45de todos os assassinatos do Brasil.
09:48Nós apontamos há anos na nossa cobertura da criminalidade comum,
09:53que tem um nível muito baixo de solução.
09:57É uma porcentagem muito pequena.
09:59Anos atrás circulava um número ali de 6% de casos de homicídios solucionados.
10:04Quer dizer, em que se descobre quem foi que matou.
10:06Ou o mandante, o responsável.
10:09Nem todo assassinato tem exatamente um mandante.
10:11Muitas vezes o próprio assassino decidiu matar, foi lá e matou.
10:16Não tem alguém por trás que teria contratado, que teria financiado aquela execução.
10:20Então a gente quer saber o responsável pelo assassinato de atualmente mais de 40 mil brasileiros.
10:28Esse número nos governos do PT chegou a mais de 60 mil assassinados por ano.
10:3560 mil homicídios por ano.
10:38Chegou no ápice justamente em 2016, no último ano do governo Dilma Rousseff.
10:43E a gente defende o instrumento da delação premiada.
10:48Seja contra qual lado for, a partir do momento que se tem uma alegação crível,
10:57que abre um caminho de prova que é coletado, evidentemente, pelos investigadores.
11:03Foi isso que aconteceu no caso da Odebrecht.
11:07Foi isso que aconteceu em diversos outros casos no âmbito da Lava Jato.
11:11Desde a delação do primeiro diretor de área da Petrobras.
11:18Agora, esse pessoal aí da esquerda não gosta de delação quando é contra um membro do seu grupo político,
11:26do seu campo ideológico.
11:28Não gosta de delação quando é contra um ex-aliado ou alguém que já foi favorecido
11:34pelas próprias iniciativas da esquerda, como o assassinato da Lava Jato,
11:40que teve participação do bolsonarismo, como nós apontamos.
11:43Os bolsonaristas não gostam que apontem ao longo dos últimos quatro anos,
11:47sempre aqui vigiando o poder.
11:51Então, a decisão, por exemplo, do Lewandowski,
11:54de devolver o mandato de deputado estadual ao Domingos Brasil,
11:57tudo isso está sendo apontado, tudo isso é desgastante para esse campo,
12:02que, portanto, age de uma maneira diferente do que vinha agindo até outro dia.

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