Borges sobre Venezuela invadir Guiana: "Ditadores são como tubarões sentem o cheiro de sangue"

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Transcript

00:00O Ministério da Defesa anunciou o envio de um contingente de 130 soldados e 20 veículos blindados

00:06para reforçar a segurança na fronteira com a Venezuela nesta segunda-feira, 4 de novembro.

00:12A medida da defesa em enviar blindados e soldados ocorre em meio a uma escalada das tensões relacionadas à disputa

00:20entre Venezuela e Guiana pelo território de Ezequibo, uma região que representa 70% do território guianês.

00:31Estima-se que a região abrigue reservas de petróleo na ordem de 11 bilhões de barris,

00:37superando até mesmo países como Inglaterra, Cuba e Grécia.

00:41Enquanto a Venezuela considera Ezequibo uma área reivindicada e costuma mostrá-la riscada em seus mapas,

00:51a Guiana controla e administra a região, tendo 6 de suas 10 regiões administradas localizadas lá.

01:00Alexandre Borges, o Nicolás Maduro fez um reverendo meio fake.

01:05Ontem o Duda Teixeira falou aqui em Brasília que é um reverendo que tem 10 milhões de votos,

01:11mas que mesmo na eleição dele ele não teve esse contingente todo.

01:16Parece que o Maduro está louco, brincando de ser uma espécie de Vladimir Putin da América do Sul, não é isso?

01:25É isso.

01:26Olha, uma coisa que infelizmente a história nos ensina é que quando você tem uma crise de liderança no mundo,

01:31e eu acho que nós estamos vivendo claramente uma crise de liderança,

01:34os ditadores do mundo, eles são como tubarões, eles sentem o cheiro do sangue na água de longe.

01:42Então você viu o Putin invadindo a Ucrânia, você tem ali a China já ensaiando para entrar em Taiwan,

01:51você tem o Hamas de peito aberto invadindo Israel.

01:57E outras crises acontecendo, você teve aquela coisa vergonhosa no Afeganistão com a retirada correndo dos Estados Unidos

02:07e largando bilhões em equipamentos, em material e dinheiro para os talibãs, com jeito de pendurando em avião,

02:15uma cena que eu acho que o mundo não tinha visto desde a Guerra do Vietnã.

02:18Então nós estamos vivendo um momento, eu não quero pegar pesado demais em relação ao Joe Biden,

02:25mas você tem ali um presidente fraco, um presidente que dá alguns sinais até de senilidade,

02:35ele é alguém que não exerce esse poderio, a força do poderio americano no mundo,

02:42o exemplo e todo o fator de estabilidade que os Estados Unidos representaram no mundo

02:50após a Segunda Guerra Mundial, no período conhecido como Guerra Fria e tal.

02:55Mas desde que houve esse crescimento da força da China e a Rússia, na mão do Putin,

03:02resolveu virar essa potência também ali regional.

03:05A gente até fez um perfil e uma matéria no Antagonista.

03:09Se aqui puder dar uma olhada em relação ao Alexander Duguin, que é o ideólogo do Vladimir Putin,

03:15e ali a gente explica um pouco o que é esse pensamento, a quarta teoria política,

03:19o que é o eurasianismo, essa teoria desse chamado novo fascismo, desse lado do mundo.

03:27Então você tem um redesenho muito importante da geopolítica mundial,

03:31e os ditadores do mundo inteiro estão percebendo.

03:33O Irã não tem o menor constrangimento de financiar terroristas, o Hezbollah, o próprio Hamas.

03:42Agora você teve ali um proxy do Irã, que é aqueles rutes do norte do Iêmen,

03:48atacando um barco comercial.

03:50Não tinha guerra, não tinha nada.

03:52E esses piratas, esses cangaceiros islâmicos lá dos rutes do Iêmen,

03:58atacando, dia claro, navios comerciais.

04:02Então você tem um momento no mundo onde os maus atores do mundo

04:08estão se sentindo muito à vontade para fazer o que der na telha.

04:12As perspectivas não são boas.

04:14Os Estados Unidos precisam sinalizar de uma maneira muito clara

04:18que não aceitariam que a Venezuela simplesmente, na cara dura,

04:25anexassem dois terços do território da Guiana.

04:30No caso da Ucrânia, a Crimeia é um pedaço ali.

04:33Não tinha que dar nem um centímetro para a Rússia.

04:35Mas o Nicolás Maduro está querendo dois terços da Guiana engolir.

04:43Eu não fiz essa conta aqui no Brasil, mas é tipo, olha,

04:47entrei no Brasil, eu quero a região norte, nordeste, centro-oeste.

04:51Vocês ficam aí, quero Minas Gerais.

04:54Fica aí com São Paulo, Rio e região sul.

04:56O resto a gente vai anexar.

04:58Você fala, ô, ô, calma.

05:00Então, é um momento complicado.

05:03Ano que vem é um ano de eleição presidencial dos Estados Unidos.

05:08Então, 2024 promete, infelizmente, ser um ano de instabilidade geopolítica no mundo,

05:15porque pode ser o último ano do Joe Biden.

05:18E você tem muita gente, infelizmente, muito tirano,

05:21muito mau ator na política mundial,

05:23que vai querer aproveitar esse período,

05:25porque sabe-se lá quem vai estar daqui a um ano na Casa Branca.

05:30Então, vamos aproveitar enquanto é o Joe Biden

05:33e vamos avançar o que der para avançar.

05:36Por isso, as perspectivas para 2024 no mundo

05:40e com os Estados Unidos em ano eleitoral,

05:44em uma campanha que deve ser muito acirrada,

05:46os americanos vão estar ainda mais prestando atenção

05:49na política interna, neles mesmos,

05:51e eles já estão muito envolvidos ali nas questões relativas a Israel.

05:56Então, 2024, eu espero que não aconteça,

06:01mas é razoável a gente esperar que haja ainda mais instabilidade no mundo.

06:21e aí

06:26e aí

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