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00:00Javier Milei, do Liberdade Avança, e o ministro da Economia peronista, Sérgio Massa, do União pela Pátria, se enfrentam no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina.
00:13O pleito está marcado para domingo, agora, 19 de novembro.
00:17A reta final da campanha foi marcada por troca de farpas e acusações e até suspeitas de fraude eleitoral.
00:24A campanha presidencial foi encerrada ontem à noite.
00:27As pesquisas apontam um cenário incerto.
00:31O Instituto Atlas diz que Milei é o favorito, com 52,1% dos votos.
00:37O levantamento da Celag, por sua vez, fala que Massa seria o vencedor das eleições, com 50,8% dos votos.
00:47Mas quem está 100% bem informado sobre as eleições é ele, Caio Matos, diretamente de Buenos Aires.
00:53Caio, seja muito bem-vindo ao Meio Dia em Brasília.
00:58Boa tarde, Wilson. Boa tarde, gente. Tudo bem?
01:02E aí, Caio, como é que foi o encerramento da campanha?
01:04Como é que está o clima aí em Buenos Aires?
01:08Agora é um momento decisivo, né?
01:10Agora quem pediu o voto pediu, quem não pediu não pede mais.
01:13Bom, as campanhas encerraram, as campanhas nas ruas, pelo menos, se encerraram ontem.
01:19O Sérgio Massa, ele encerrou numa escola aqui em Buenos Aires, no bairro da Recoleta,
01:25apelando um pouco mais para a classe média portenha, né?
01:28Que são os habitantes da cidade de Buenos Aires.
01:31E também para os mais jovens, que nós sabemos.
01:33Nós temos demonstrado isso desde o começo do...
01:36Há meses que o Milei é favorito entre os jovens.
01:39Então, ele está tentando apelar para públicos que podem ser chaves para ajudá-lo a ganhar essas eleições.
01:45O Milei, por sua parte, fez um ato aberto em Córdoba,
01:50que é basicamente a capital do anti-kirchinerismo.
01:53É o bastião mais importante que o Milei tem para conseguir ganhar essas eleições.
02:00Ele teve a melhor performance em Córdoba no primeiro turno,
02:04mas ele precisa aumentar muito mais a quantidade de votos
02:07para compensar o bastião do peronismo, que é a província de Buenos Aires,
02:10que é muito maior, que representa cerca de mais de 30% dos votos,
02:15enquanto que Córdoba só representa 10%.
02:17Uma coisa interessante de se destacar é que Córdoba, como eu disse,
02:24foi uma província muito importante para quem faz oposição ao kirchinerismo,
02:29e foi o caso também do ex-presidente Maurício Macri,
02:32que agora é aliado de Milei, e até move os pauzinhos na campanha dele desde o segundo turno,
02:38desde que começou o segundo turno, após a candidata do Macri, a Patricia Buric,
02:42ter sido derrotada, ter ficado pelo caminho no primeiro turno.
02:46Agora, uma coisa interessante que eu queria comentar é que,
02:50nessa semana, o Massa fez atos muito fechados,
02:54a imprensa mal tinha acesso no que queria da agenda dele com antecedência,
02:58e era quase sempre em lugares fechados.
03:00O Milei também fez atos bem menores do que o primeiro turno,
03:03porque esses têm vários fatores que levam os candidatos a fazerem atos menores neste segundo turno,
03:09mas também há um certo receio, eles acreditam que,
03:12como você mesmo comentou muito bem na sua abertura, na sua introdução,
03:16os votos já estão meio que encaminhados,
03:18está muito difícil agora de conseguir mais votos,
03:21então eles têm feito comissos menores.
03:22A gente mostrou nas redes sociais o ato do Milei em Ezeiza,
03:27que é na província aqui de Buenos Aires, na região metropolitana de Buenos Aires,
03:31anteontem, na quarta-feira.
03:33Mas o Milei encerrou a sua campanha mesmo em Córdoba,
03:36campanha nacional, ontem.
03:38E ele mobilizou, se você ver as imagens da mobilização de Córdoba,
03:42você vê muita gente, mas, segundo as estatísticas oficiais,
03:46a policia comentou que calculou 15 mil pessoas lá no ato dele.
03:51Para dar um parâmetro, como eu falei,
03:53que é uma importante capital do anticristineirismo,
03:56o Maurício Macri, quando encerrou a sua campanha em 2019,
03:59lembrando que em 2019 não teve segundo turno,
04:02e o Macri perdeu, ele tinha levado 70 mil.
04:07Então, temos um sinal de que não está fácil para ninguém nesta eleição.
04:16Fácil para ninguém.
04:17Inclusive, eu li algumas matérias ontem,
04:23de alguns colegas aqui da imprensa brasileira,
04:26há uma...
04:28A gente já falou isso aqui no programa, né, Caio?
04:29Há uma tentativa de você reduzir o debate massa,
04:35Javier Milei,
04:36a um debate que no Brasil também foi reduzido,
04:38a Lula a Bolsonaro.
04:41Na Argentina, as coisas são um pouco mais complexas.
04:43Então, não dá para a gente fazer, necessariamente,
04:46uma ligação direta, enfim.
04:49E é nessa reta final de campanha, né, Caio?
04:52Como você mostrou para a gente,
04:55me parece que...
04:56Eu não sei se eu estou equivocado,
04:58e por favor, me corrija se eu estiver equivocado, tá?
05:00Me parece que o eleitor argentino,
05:03ele vive uma situação muito de desesperança.
05:06Ele não vota,
05:07ele não vai para as urnas com as boletas,
05:09que inclusive nós já mostramos aqui,
05:11ele não vai com aquele sentimento,
05:12nossa, a Argentina vai melhorar.
05:15Eu quero votar em alguém
05:16para que a Argentina não piore.
05:19É esse o sentimento que você tem percebido nas ruas,
05:22ou ainda há algum resquício de esperança
05:25na política argentina, Caio?
05:28Bom, uma coisa que eu sempre comento
05:30é que os argentinos não são muito
05:32de ficar ostentando
05:33as afinidades partidárias deles.
05:38Então, é muito difícil definir o clima,
05:40mas eles também não são...
05:42A situação é difícil,
05:43eles reconhecem isso,
05:44mas também não é um pouco melancólico.
05:46O que importa
05:47é que, como algumas pesquisas já tinham apontado,
05:51alguns levantamentos de opinião pública
05:52de antes das eleições mesmo,
05:54de muito antes,
05:55tem uma mobilização muito forte na Argentina
05:58pedindo por mudança.
06:00E essa mobilização é tão forte
06:02que o próprio candidato da situação,
06:05o ministério de massa,
06:07não fala que ele vai ser a continuidade,
06:09porque ele sabe que a situação está bem complicada.
06:11Ele se apresenta agora como uma mudança,
06:14agora no segundo turno,
06:15que ele tem só ele contra o Javier Muley,
06:18ele se apresenta como uma mudança coordenada,
06:21uma mudança...
06:22Perdão, uma mudança ordenada,
06:24que é mais ou menos o discurso
06:26que a Patrícia Bullitt,
06:26a candidata do Macri,
06:28tinha feito no primeiro turno.
06:31E se tornou...
06:32E o massa sabe que se ele fica nesse dilema
06:34entre mudança e não mudança,
06:36ele perde.
06:37Então, ele tem justamente tentado desviar
06:40o debate por uma questão de
06:43uma mudança ordenada no governo dele
06:46e uma mudança caótica no governo do Muley,
06:48que seria, na verdade,
06:50tudo que nós comentamos da campanha do medo
06:52no primeiro turno,
06:54que continua neste segundo.
06:55Eu queria até trazer algumas coisas
06:56que surgiram na campanha do medo
06:59que eu achei interessantes.
07:01O Lamação trouxe,
07:03que é um dos principais jornais da Argentina,
07:04trouxe um compilado de...
07:07de banners e propagandas de guerrilha mesmo,
07:12como se diz na publicidade,
07:14promovendo o medo ao Muley.
07:16Nós já sabemos que na internet...
07:18É justamente isso que eu queria explorar contigo, Caio.
07:20Nesta reta final,
07:22é muito típico de campanha eleitoral.
07:25Quando você tem uma disputa acirrada,
07:28você tem...
07:29Isso não só na Argentina.
07:30No Brasil, você também teve esse...
07:33Tem esse processo.
07:35E eu sempre comparo um processo simbólico
07:37como das eleições de 2002,
07:39que o PSDB, naquela disputa ali,
07:41pau a pau com o Lula,
07:43investiu naquele vídeo que virou histórico,
07:45da Regina Duarte,
07:46dizendo, durante a campanha do Zé Serra,
07:48dizendo que ele está aqui...
07:50Ele tem medo,
07:52que ela teria medo de um governo Lula.
07:55E essa campanha do medo na Argentina,
07:57ela, de fato, nesse momento, Caio,
08:00pelo que você começa a me relatar,
08:02ela é...
08:04Parece que virou a tônica nessa reta final,
08:05não é isso, Caio?
08:06Sim, sim.
08:07Na reta final,
08:09até mesmo já no primeiro turno,
08:10porque muitas pessoas aqui dependem...
08:13E aí, eu e o Rodrigo Oliveira
08:15fizemos uma matéria muito boa
08:16na esteira do resultado do primeiro turno
08:19sobre a questão do assistencialismo
08:20aqui na Argentina.
08:21Muitas pessoas dependem da ajuda do Estado,
08:23seja com planos sociais,
08:25que são benefícios ligados
08:27a condições trabalhistas,
08:28laboriais, né?
08:30seja por subsídios.
08:33Então, aqui pesa muito.
08:35E aí, nós temos alguns casos aqui,
08:36eu não sei se dá para mostrar bem na imagem,
08:38o novo banner deles
08:41nas estações de trem,
08:43no Terminal Constituição,
08:45que é o principal terminal de trens
08:46aqui de Buenos Aires,
08:48você percebe...
08:49É aquela mesma história do...
08:51Só levanta um pouco o jornal,
08:52porque isso é legal da gente te mostrar.
08:55Olha só.
08:55Aí, pronto.
08:56Pronto, ó.
08:56Está perfeito.
08:57Bom, antes, no primeiro turno,
09:01se falava que a tarifa do trem
09:04ia continuar a mesma com o Massa,
09:06que ia manter os subsídios,
09:07e o Millen e a Burit,
09:09que a gente estava na disputa,
09:10iam aumentar para mil pesos.
09:12Agora, já aumenta...
09:15Porque aqui, olha,
09:16aqui diz...
09:17Eles falam de custo mensal também,
09:19isso é importante.
09:21E aí, aqui...
09:22Qual a diferença?
09:24Eles estão destacando o custo mensal
09:25para dar a dimensão
09:27de quão grande o valor vai ficar.
09:28Porque esse 2.474 pesos
09:31é o mensal com o Massa,
09:33que continua o valor do transporte público,
09:36o mesmo valor de agora, da tarifa.
09:39Com o Millen,
09:40subiria para cima de mil pesos
09:41e ficaria na casa de 40...
09:44Entre 40 e 50 mil pesos por mês.
09:47Então, são valores mais exorbitantes
09:49para chamar mais atenção,
09:51porque agora a dimensão é do custo mensal
09:54que eles estão fazendo.
09:54antes eles tinham feito
09:55só do valor da passagem, né?
09:59E o...
10:00E uma coisa interessante também,
10:02esse eu ainda não consegui...
10:03Perdão.
10:04Um segundo,
10:05me tira uma dúvida.
10:05Não, que é isso.
10:06Eu que te peço...
10:07Perdão aqui,
10:07que eu te interromper.
10:10Essa é uma imagem do jornal...
10:11Qual jornal, Caio?
10:12La Nacion.
10:14La Nacion.
10:14Essa é La Nacion.
10:15Isso daqui...
10:16Isso daqui é um banner que está...
10:18É um banner que está na Estação Constituição.
10:20É importante destacar.
10:21Esse primeiro número
10:22é referente ao boleto com massa.
10:24Tanto que está em azul
10:25e está escrito com massa.
10:27O boleto é a tarifa, né?
10:30O custo mensal seria
10:312 mil pesos e 400,
10:33porque...
10:352 mil e 400 pesos,
10:36porque a tarifa do ticket,
10:40a unidade,
10:41continuaria a mesma.
10:42E com o Milley,
10:43aumentaria para de 40 mil
10:44a 50 mil.
10:45Não consigo enxergar aqui direito
10:46por conta da tarifa
10:49ficar sem subsídios,
10:51pelo menos segundo massa.
10:53Só para a gente trazer aqui
10:54para a nossa realidade,
10:552 mil e 400 pesos
10:55daria mais ou menos quantos reais?
10:582 mil e 400 pesos?
11:00É difícil falar,
11:01porque muda com muita frequência.
11:03Mas eu posso usar um parâmetro
11:04que eu gosto de usar bem,
11:06que é a minha refeição aqui diária.
11:08Minha refeição diária,
11:09normalmente como um restaurante decente,
11:12eu gasto 5 mil pesos.
11:15E fazendo as contas,
11:16só que as contas são traiçoeiras,
11:19porque aqui na Argentina
11:20eu uso o meu cartão de crédito do Brasil.
11:22E por isso eu uso o dólar MEP,
11:24que é o dólar do mercado financeiro.
11:26É um dos dólares do mercado financeiro.
11:28Então eu tenho uma cotação
11:29muito mais vantajosa
11:30que um argentino normal teria.
11:32E aí daria na casa
11:32dos 30 e poucos reais a refeição.
11:35Mas como eu disse,
11:36quase poucos argentinos têm.
11:3933 reais e 5 mil pesos, né?
11:42É, mas na cotação
11:43do mercado financeiro
11:44que o turista consegue,
11:46mas o argentino normal não.
11:48É só para a gente ter uma ideia, né?
11:50Que obviamente que é só para a gente
11:51ter uma noção mais ou menos
11:53do que representa.
11:54Até para quem não está
11:55muito acostumado com cotação, né?
11:58Então assim, por exemplo,
11:59eu não estou tão acostumado
12:00quanto você para fazer
12:01viagens internacionais, né?
12:02Você já é um menino rodado.
12:05Então eu ainda tenho que fazer
12:06as minhas contas.
12:07Então, 5 mil pesos,
12:0933 reais, né?
12:10Fazendo aquela...
12:12Fazendo a conversão ali
12:12da questão da passagem,
12:142.400 pesos,
12:15a gente estaria falando
12:16de algo na casa
12:16dos 16, 17 reais,
12:19mais ou menos, né?
12:20É, é uma tarifa
12:21do metrô de São Paulo,
12:23por exemplo,
12:24de onde eu sou,
12:25está na casa dos 4 a 5 reais,
12:27que dá por volta
12:28de uns mil pesos,
12:29mais ou menos.
12:30Então seria uma tarifa
12:31que seria cara até mesmo
12:32para os padrões de São Paulo.
12:33Bom, e um lugar só mais...
12:36Voltando à campanha do medo, Caio,
12:37porque eu acho que
12:38esse parêntese,
12:39eu acho que ele é importante
12:40para que a gente consiga trazer,
12:42e aí por que eu insisto nisso?
12:44Porque para a gente conseguir
12:46trazer um pouco
12:47para a nossa realidade
12:48o que os hermanos vivem, né?
12:50Porque a gente fala muito, né?
12:51Desse universo para...
12:53A gente fala muito
12:54dessas eleições,
12:55mas lógico, né?
12:56Como a Argentina
12:57é um dos principais parceiros
12:59comerciais do Brasil,
13:00é bom para a gente ter
13:01esse olhar um pouco mais
13:03um pouco mais apurado
13:05sobre o que acontece
13:06aí em Buenos Aires.
13:07Por favor, continue
13:07com a campanha do medo, mestre.
13:09Está coberto de razão.
13:10Eu só queria trazer
13:11mais um exemplo
13:11porque o Lá na Sônia
13:12traz vários de universidades públicas,
13:15de estatais,
13:16mas tem um lugar aqui
13:17que chama a atenção
13:18que eu ainda não consegui ver,
13:19eu vou tentar ver no sábado,
13:21que hoje vai ser um dia corrido aqui.
13:25O Banco Central.
13:26O Banco Central,
13:28precisamos fazer uma recapitulação.
13:30No domingo passado,
13:31teve o debate presidencial,
13:33o único debate presidencial
13:34do segundo turno.
13:35E o Massa,
13:36para fazer aquelas provocações
13:38questionando a sanidade mental
13:40do Milley,
13:41falou que o Milley
13:42teria rancor do Banco Central
13:43porque no passado
13:45ele fez estágio lá,
13:46e isso é verdade,
13:47e o estágio não foi renovado.
13:49E segundo o Massa,
13:50e uma bibliografia
13:51não autorizada sobre o Milley,
13:54teria sido por
13:55não ter passado
13:56um teste psicotécnico.
13:57Não existem outras evidências,
13:59pelo menos que comprovem
14:00essa história.
14:02E no Banco Central,
14:04colocaram um banner enorme agora
14:06com escrito
14:08tudo isso
14:09por um estágio
14:10que o Banco Central
14:11não renovou?
14:13Então,
14:14olha o nível
14:15que chegamos
14:16na campanha
14:17para deslegitimar
14:19o Javier Milley.
14:20É, e aí,
14:23gente,
14:24campanha eleitoral
14:24na reta final
14:25vale absolutamente
14:26tudo, né?
14:28Quer dizer,
14:28vale você
14:29apelar até
14:30para a sanidade mental
14:31dos candidatos, né?
14:33Se bem que os candidatos
14:34sempre apelam
14:35para a sanidade mental
14:36nossa,
14:37eleitores.
14:39Ô Caio,
14:39para a gente encerrar...
14:40Oi, por favor.
14:41Tem um analista
14:42que é aqui
14:43político da Argentina
14:44que ele fala isso,
14:45tem outros também,
14:46mas ele fala muito bem,
14:47de que o segundo turno
14:49foi criado
14:50não para se eleger
14:51o mais favorito,
14:52mas é para evitar
14:53que alguém seja eleito, né?
14:57É,
14:57é a campanha da rejeição.
14:58É o voto do contra.
15:00É o voto do contra,
15:01é a campanha da rejeição.
15:02Inclusive,
15:03esse é que é o ponto.
15:03Quando você analisa
15:04pesquisa eleitoral,
15:05então,
15:06esse é um dos pontos
15:07que, inclusive,
15:08eu sempre bato, né?
15:10Quando eu faço
15:10uma análise
15:11de pesquisa eleitoral.
15:12Sempre se falar
15:13votos válidos
15:15em candidato X
15:16na pesquisa estimulada.
15:18Não.
15:19O cenário que você
15:19precisa enxergar é,
15:20primeiro,
15:21o voto espontâneo.
15:22Segundo,
15:22rejeição.
15:23Então,
15:24quanto maior a rejeição,
15:26menor é a chance
15:26daquele candidato
15:27ser eleito.
15:28Então,
15:28segundo turno
15:30é isso.
15:31Segundo turno
15:31é campanha de rejeição,
15:32é campanha do medo,
15:34é campanha do eleitor
15:37pensar
15:37qual desses dois
15:39vai ser menos pior, né?
15:41E aí,
15:41é por isso que eu falei
15:42no início do programa,
15:44quer dizer,
15:45é o momento em que você
15:46troca um pouco
15:48a esperança
15:48pelo medo.
15:50Campanha eleitoral,
15:51quer seja na Argentina,
15:52no Brasil,
15:53tem essa conotação.
15:55Caio,
15:56para a gente
15:56fechar
15:57esse papo
15:59diretamente
15:59de Buenos Aires,
16:01eu queria te perguntar
16:01uma última coisa.
16:03Falei um pouco
16:03sobre o clima,
16:04e aí,
16:05como é que está
16:06a expectativa
16:07para domingo?
16:09Tem diferenças
16:10em relação ao Brasil?
16:12Porque no Brasil,
16:13o clima do domingo
16:14da eleição,
16:15eu, assim,
16:16eu sou suspeito
16:17para falar
16:17porque eu amo política.
16:19Então,
16:19eu sempre falo
16:20que domingo
16:21de eleição,
16:22ainda mais quando é
16:23eleição presidencial,
16:25para mim,
16:26eu,
16:27repórter,
16:27é como se fosse
16:28cobertura de final
16:29de Copa do Mundo.
16:30É quando você decide
16:31tudo.
16:32Então,
16:32há uma expectativa,
16:34há uma ansiedade,
16:35e olha,
16:36eu estou falando aqui
16:36que eu já cobrei
16:37eleição presidencial,
16:38eu estou pegando,
16:39vai,
16:40eu vou retroagir,
16:41eu vou me entregar.
16:422006,
16:442010,
16:4414,
16:4518,
16:4622.
16:46Então,
16:47assim,
16:47eu já estou com
16:47cinco eleições presidenciais
16:48nas costas,
16:50uma como correspondente
16:51e as outras quatro
16:52como repórter já em Brasília.
16:55Qual a expectativa aí,
16:56Caio?
16:57Tem essa ansiedade?
16:59Ou é,
17:00ou está todo mundo pensando,
17:01gente,
17:02quero que acabe logo isso
17:03e eu quero voltar
17:04para a normalidade?
17:05É,
17:07eu acho que,
17:08é porque,
17:09é aquele negócio
17:10que eu comentei,
17:11né,
17:11a maioria quer uma mudança,
17:13só que não se sabe
17:14se é uma mudança
17:15mais tida como
17:17supostamente ordenada,
17:19porque também não dá
17:20para saber até que ponto
17:21realmente o Massa
17:21pode promover
17:22uma mudança ordenada,
17:23e não dá para saber
17:24até que ponto o Milley
17:25pode ser uma mudança
17:27que seja tão nociva
17:28para a sociedade.
17:29Então,
17:29tem todo,
17:30então tem esse jogo
17:30de ansiedade
17:31e de medo
17:32que é inevitável.
17:33é um medo pelo novo,
17:36porque você não sabe
17:37se o novo
17:37realmente vai ser
17:38uma mudança
17:39ou se vai ser
17:40uma mudança
17:40para muito pior,
17:41né?
17:42Então,
17:43tem sim um certo receio,
17:45ainda mais porque,
17:46como eu falei,
17:46a disputa está bem acirrada,
17:49porque as pesquisas eleitorais,
17:51elas têm dito,
17:52as pesquisas eleitorais
17:53não podem ser mais publicadas
17:54desde a semana passada,
17:55mas eu tive acesso
17:56a alguns monitoramentos internos
17:57desta semana.
17:59E elas apontam o Milley
18:01com uma leve vantagem
18:02acima da margem de erro
18:04ou, às vezes,
18:05dentro da margem de erro.
18:06Para alguns analistas
18:07de opinião pública,
18:08eles já me dizem que
18:10o Milley tem uns 70%
18:11de chance de ganhar,
18:12mas você não pode
18:13subestimar a máquina
18:14peronista
18:15e a cultura política
18:17da Argentina
18:17e todas as condições
18:18relacionadas
18:20ao medo de perda
18:21de subsídios.
18:22Tanto que o Milley
18:23até tem focado
18:24nessa reta final
18:25da campanha,
18:25o último esporte
18:26publicitário dele
18:27foi falando justamente
18:28o que ele não iria fazer,
18:30ou pelo menos
18:30o que ele promete
18:31não fazer,
18:32que agora ele fala
18:33que não vai mais privatizar
18:34a saúde,
18:35que não vai privatizar
18:35a educação,
18:36então ele tem focado
18:36justamente nisso
18:37para conter
18:38o receio
18:40da população argentina.
18:42É muito parecido
18:42com a campanha
18:43com o esporte final
18:45da campanha do Macri,
18:46que foi vitoriosa
18:47em 2015.
18:48Mas vamos ver
18:49o que os argentinos
18:50pensam sobre isso
18:51no domingo.
18:51Só para fechar,
18:53Caio,
18:53não sei se você
18:54tem essa informação,
18:55enfim,
18:56eu vou te perguntar algo,
18:57eu vou te pedir logo
18:58desculpa se você não tiver
19:00e também vou compreender
19:00se você não tiver.
19:02A imprensa local
19:03já fala
19:04da expectativa
19:05de resultado,
19:06apuração,
19:06se vai sair
19:07no domingo mesmo,
19:08segunda-feira pela manhã,
19:09como é que está isso?
19:11Não, não,
19:11a expectativa,
19:12eu vi um comentarista
19:14ou outro brincando
19:15do tipo,
19:15vamos ver se a eleição
19:17não acaba no domingo,
19:18mas não,
19:19a contagem de votos,
19:20embora o voto seja impresso,
19:22a contagem de votos
19:22é extremamente rápida.
19:24No primeiro turno,
19:26eu me lembro que falavam
19:27que talvez ser concluída
19:29às 10 da noite,
19:30foi concluída antes.
19:31Agora as autoridades,
19:32se eu não me engano,
19:33não me lembro se agora
19:33foram as autoridades
19:34ou foram fontes
19:35em off
19:36para veículos da...
19:38Se as autoridades
19:39falaram oficialmente,
19:40falaram em off
19:41para um dos veículos
19:42de imprensa daqui,
19:44que provavelmente
19:45já vai ser terminada
19:46a contagem
19:46nesse segundo turno,
19:47porque não tem mais
19:48eleições locais
19:50para prefeitos,
19:51para governadores,
19:52agora é só
19:52para presidente mesmo,
19:54acredita-se que talvez
19:55se encerre a contagem
19:56de votos mesmo
19:57às 9 da noite.
20:009 da noite, né?
20:01É, lembrando que...
20:03A eleição,
20:04ela começa às 8...
20:05As urnas
20:07são abertas que horas,
20:08ou cai?
20:08São fechadas que horas?
20:09É um horário,
20:10se eu não me engano,
20:10parecido com o do Brasil,
20:11que é das 8 às 6.
20:138 da manhã
20:14às 6 da tarde.
20:15É, porque no Brasil
20:17vai das 8 até as 17 horas,
20:20né?
20:20Então, também tem isso.
20:23É, apuração rápida mesmo
20:24com as boletas
20:25e, olha, Caio,
20:27te agradeço muito,
20:28desde já,
20:29já te agradeço muito
20:30pela tua participação.
20:31Acho que eu faço aqui
20:33uma manifestação pública
20:35antes.
20:36Com certeza,
20:37o nosso chefe,
20:37Lico Moro Brasil,
20:38deve fazer algo parecido,
20:39mas eu quero te agradecer muito
20:41por trazer esse clima
20:43aí diretamente da Argentina.
20:44Eu acho que a nossa audiência,
20:45ela merece,
20:47pela forma como ela acompanha
20:49o nosso jornalismo independente.
20:52Aqui,
20:52eu já falei N vezes,
20:54aqui é um jornalismo
20:54sem maquiagem,
20:55sem amarrar-se com
20:57absolutamente ninguém.
20:58E é muito bacana,
21:00a gente tem um repórter
21:01que conseguiu trazer
21:02esse clima da Argentina
21:04no primeiro turno
21:05e agora no segundo turno.
21:07E segunda-feira,
21:08obviamente,
21:09que eu vou te sugar
21:10mais uma vez,
21:10porque os elogios
21:13não vêm fáceis,
21:14então, assim,
21:15eu estou meio bem provalecido,
21:16admito,
21:17sem problema
21:18absolutamente nenhum.
21:19Segunda-feira,
21:20eu quero você aqui,
21:21Caio,
21:21para a gente comentar
21:22provavelmente o resultado
21:23das eleições na Argentina.
21:25E aí, amigo,
21:26como diria,
21:27parafraseando,
21:28Eduardo Cunha,
21:30que Deus tem a piedade
21:31dos irmãos argentinos.
21:33Boa tarde para você, Caio.
21:35Obrigado, Wilson.
21:36Se eu puder,
21:36ainda mais uma coisa?
21:37Ainda lá?
21:38Ainda possível?
21:38Ok.
21:41Fiquemos espertos
21:42para a questão
21:42da taxa de participação,
21:44que é algo muito difícil
21:45de se prever.
21:46A do primeiro turno
21:47foi relativamente baixa,
21:49quase foi o recorde,
21:50mas acabou não sendo,
21:51depois que se apuraram,
21:53chegou na apuração completa
21:54de 100% das zonas.
21:55Então,
21:56temos que ficar espertos
21:56para isso.
21:57O Milley tem uma rejeição
21:58menor que o máximo,
21:59por mais que ele veja
22:00o que possa parecer.
22:02Então,
22:02maior participação
22:03significa que tem mais chances
22:05do Milley ganhar,
22:06porque ele tem um teto,
22:07ele tem um alcance máximo
22:07de votos maior
22:08do que o máximo.
22:09Mas a taxa de participação
22:10é muito difícil de prever.
22:12Tem feriado na Argentina,
22:14muitos argentinos
22:14podem viajar,
22:15tem feriado na segunda,
22:17então vamos ver
22:18como vai ser
22:18a taxa de participação.
22:37a taxa de participação.
22:39A taxa de participação
22:42é uma taxa de participação

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