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NotíciasTranscrição
00:00Para a gente dar uma pausa aqui nos problemas brasileiros,
00:02vamos dar um pulinho na Argentina.
00:04O Caio Matos já está com a gente, Matheus?
00:06Dá para colocá-lo na tela para a gente falar um pouco sobre eleições na Argentina?
00:09Caio, que agora está num parque, está num...
00:13Caio, boa tarde para você. Você está onde, Caio, nesse momento?
00:18Boa tarde, Wilson. Boa tarde, gente. Tudo bem?
00:20Não, então, eu achei que eu tivesse que estar fora do lugar onde eu estou hospedado,
00:25mas, na verdade, eu consegui um pouco o timing.
00:27Então, deu certo e eu pude continuar onde eu realmente estou,
00:30que é a sacada do lugar onde eu estou, que é muito bonita, tinha essa passagem.
00:35É, estou vendo ali, rapaz, tem um verde ali.
00:37Olha só como é que são as coisas, o nosso Caio Matos está lá em Buenos Aires
00:43cobrindo aí as eleições na Argentina.
00:45Faltam 10 dias, né, para se definir se vai ser milei ou massa.
00:50E aí, meu mestre, qual é o cenário que você me traz nesse momento?
00:53O cenário parece que, no primeiro momento, começou com o milei com o massa na frente,
00:59agora parece que já entrou o milei.
01:01Explica para a gente como é que está essa reta final,
01:08porque parece que ainda continua naquela situação, né, Caio?
01:11Você não dá para apostar em absolutamente ninguém.
01:14Se eu tivesse um real, não dava para apostar nem no milei, nem no massa, não é?
01:18Não, não dá para apostar em ninguém, a situação está bem complicada mesmo.
01:23Três institutos de pesquisa grandes acertaram o resultado,
01:29previram uma liderança do massa no primeiro turno.
01:32Foram a Atlas Intel, que é brasileira,
01:35a CB Consultoria e a Projeção Consultores,
01:39essas duas últimas argentinas.
01:41E aí eu analisei um pouco mais as pesquisas eleitorais deles para o segundo turno.
01:45A CB e a Projeção já fizeram duas Atlas,
01:48só uma, a segunda vai sair nessa sexta.
01:51E também conversei com os representantes de cada uma delas,
01:53o Andrei Romand da Atlas, o Cristian Boutier da CB,
01:57e o Manu Zunino da Projeção.
02:01E eu peguei um apanhado aqui das coisas mais importantes das pesquisas
02:05e do que eles me falaram.
02:07A primeira coisa que é muito importante de definir
02:10é que o Milley tem uma leve vantagem,
02:13mas em quase todas as pesquisas que está dentro da margem.
02:17E na da Atlas, que não está dentro da margem, é por pouco.
02:21Realmente é muito pouco.
02:22A diferença entre os dois é estar ou dentro da margem de erro
02:25ou por muito pouco dentro da margem de erro.
02:27Então o Milley pode ter uma certa vantagem,
02:30mas não é uma vantagem que deixa ele seguro
02:32para liderar o segundo turno.
02:35O segundo ponto também é muito importante.
02:39Se vê uma certa estabilização do voto
02:41desde que a terceira força derrotada já no primeiro turno,
02:46os macristas, a força do ex-presidente Maurício Macri,
02:49juntos por El Cambio.
02:51Quando o Macri, o Maurício Macri,
02:54e a sua candidata Patrícia Buriti
02:55declararam apoio ao Milley,
02:57que uma parte da coalizão não declarou,
02:58isso é bem importante ressaltar,
02:59mas quando o Macri e a Buriti declararam apoio,
03:03deu uma levantada nos votos do Milley.
03:05E a gente viu isso um pouco na última pesquisa da projecção
03:08que a gente deu ontem,
03:10que o Milley deu uma certa alavancada,
03:12mas a primeira pesquisa da projecção
03:14no segundo turno tinha sido feita antes desse apoio.
03:18Então o Milley ganhou um estofo com esse apoio,
03:20mas já deu uma estabilizada
03:22e ele não está muito à frente do máximo,
03:24como eu falei, está dentro da margem de erro
03:25ou quase dentro da margem de erro.
03:29Pisos e tetos também são coisas muito importantes.
03:31O que é o piso e o teto?
03:32O piso é o quanto de votos cada candidato já tem garantido
03:35e o teto é o máximo que ele pode alcançar.
03:37Ou seja, é basicamente os eleitores que falam
03:39eu vou votar nesse candidato com convicção
03:42ou, no caso do teto, é o 100%,
03:45menos aqueles que falam
03:46eu não vou votar jamais nesse candidato.
03:49O Milley tem um piso menor que o Massa,
03:52mas não é muito menor, mas ele tem um piso menor.
03:55Agora ele tem um teto maior,
03:56ou seja, ele pode alcançar mais votos
03:57do que o Massa, provavelmente.
03:59O que isso significa?
04:01Isso significa que quanto menor for a taxa de participação,
04:04maior a vantagem do Massa.
04:06Quanto for maior a taxa de participação,
04:08maior a vantagem para o Milley.
04:10Uma outra coisa também muito importante
04:12que eles ressaltaram
04:13é que o que temos que estar prestando atenção
04:16para os próximos dias?
04:18Primeiro, os debates presidenciais,
04:21que o debate de vice-presidentes aconteceu ontem,
04:24eu vou comentar um pouco mais sobre ele daqui a pouco,
04:25e o debate para presidencial vai acontecer no domingo.
04:29Também vou comentar um pouco mais sobre ele.
04:31Esses debates podem movimentar um pouco
04:33aqueles de 5% a 7% de indecisos e brancos,
04:37que podem definir uma eleição muito apertada, não é mesmo?
04:41E a outra coisa é o que vai acontecer na semana que vem.
04:44Qualquer evento pode, na semana que vem,
04:48pode acabar afundando uma campanha
04:51ou salvando a outra, né?
04:52E já um detalhe do que já vai acontecer na semana que vem,
04:56na segunda-feira,
04:58vai ser anunciado o índice oficial do IPC,
05:02o índice oficial da inflação.
05:04E a população argentina já sente inflação no dia a dia,
05:07mas ter aquele número redondo, bonitinho, oficial,
05:10para falar que a inflação subiu,
05:11a inflação cresceu, olha o tamanho da inflação,
05:14pode ajudar muito qualquer uma das duas campanhas.
05:16Para falar do debate,
05:20estou desculpa já acelerando
05:22e não te deixando tempo para falar, Wilson,
05:25mas só porque eu sei que a gente está com o tempo pouco enxuto.
05:28Não, pode ficar à vontade, Caio.
05:30Só um recado aqui do chat.
05:32Eu continuo até as 5 da tarde.
05:34Não, você não pode continuar até as 5 da tarde,
05:35senão o Filipe Moro do Brasil me mata.
05:37Wilson, como é que você seguiu um repórter
05:38às 5 horas num programa?
05:40O cara tem que produzir,
05:41tem que fazer as matérias da Cruzoé,
05:43as notas brilhantes,
05:45tanto no Antagonista quanto na Cruzoé.
05:46Agora, inclusive, aqui no chat,
05:47você está perguntando,
05:48vem cá, o Caio é argentino?
05:50Não, gente, o Caio não é argentino.
05:51Pode parecer argentino, mas ele não é argentino.
05:55Agora, falando sobre clima, Caio,
05:57conta para a gente como é que está o clima aí em Buenos Aires.
06:00Tem militância, tem bandeirinha,
06:02essa coisa que a gente vê no Brasil,
06:04ou vai ficar todo mundo ligadinho na televisão
06:06nos debates da reta final?
06:08Não, é igual ao que aconteceu no primeiro turno.
06:11Os militantes, eles se agrupam muito bem
06:14quando tem os comícios,
06:15porque o Milley tem uma base jovem,
06:18muito fervorosa,
06:20e o Massa, bom,
06:21peronista, né?
06:22Então, eles já têm uma estrutura
06:24e uma base muito bem consolidada.
06:25Então, quando tem os comícios,
06:28tem uma mobilização muito grande,
06:30mais concentrada.
06:31No dia a dia, você não vê gente com bandeira,
06:35até porque também a bandeira argentina
06:36é usada por todos os lados.
06:38Não tem...
06:39Na verdade, até por sinal,
06:40a companhia do Milley tem usado
06:41muito mais a bandeira argentina,
06:43e muito menos a motosserra,
06:45que era o símbolo dos cortes de gastos.
06:47Isso tem um pouco a ver com uma matéria
06:48que eu fiz com o Rodrigo Oliveira
06:49para a Cruzóia há algumas semanas,
06:51sobre a situação do Milley
06:52contra o assistencialismo, né?
06:54Então, o clima é muito mais pacato
06:58do que no Brasil,
06:59sem dúvida,
06:59a questão de relações partidárias.
07:02Mas, um lugar onde o clima
07:03é um pouco mais fervoroso
07:04são nos debates, né?
07:05Pelo menos no debate de vice-presidentes.
07:08No primeiro turno foi assim,
07:09e no segundo turno,
07:10que foi ontem.
07:12Não, não deixou de ser diferente.
07:13Bom, os vice-presidentes,
07:15os candidatos a vice-presidentes,
07:16cada um para apresentar ao telespectador, né?
07:21A candidata a vice do Milley
07:23se chama Vitória Bjaruel.
07:25Ela é uma deputada
07:26da mesma força do Milley.
07:28E o candidato a vice
07:29do Sérgio Massa
07:32é o Agostinho Rossi,
07:33que é um peronista também tradicional
07:35e que também tem um cargo importante
07:37no governo de Alberto Fernandes hoje.
07:39Os dois se enfrentaram
07:42no debate dos vice-presidentes ontem.
07:46E foi bem quente,
07:47porque cada um deles,
07:49os dois são bons oradores,
07:50os dois são muito bons oradores,
07:52e cada um tem uma proposta diferente
07:54que casa bem uma com a outra.
07:56Porque o Agostinho Rossi,
07:58ele é mais o Iceman, né?
08:00Ele é muito frio,
08:02ele é muito calculista,
08:03ele não deve ter gastado
08:04uma gota de suor
08:05durante o debate inteiro.
08:06Ele sempre mantém a postura
08:08e não se deixa levar
08:08por provocações.
08:10A Vitória Bjaruel,
08:11por outro lado,
08:11ela é muito mais passional
08:13e ela consegue
08:14comover as pessoas
08:17com a indignação
08:18que ela tem da sociedade.
08:19Ela realmente é uma pessoa honesta
08:20quando ela fala,
08:21ela passa essa sensação
08:22de indignação.
08:25E,
08:26nesse contexto,
08:28os dois candidatos
08:29tiveram palavras-chave,
08:30chaves,
08:31o momento chaves
08:32que tem a ver um pouco
08:34com essas personalidades
08:35distintas deles.
08:36O Agostinho Rossi,
08:37em um momento
08:38que estava sendo interrompido
08:40pela Bjaruel,
08:41ele falou, assim,
08:42que a Bjaruel
08:43estava sendo contaminada
08:44pelo nervosismo,
08:46pela raiva do Millet,
08:48que, sabe,
08:49chamam o Millet de louco, né?
08:51Porque ele é um pouco
08:51passional também demais.
08:54Então, conseguiu dar uma pintada
08:55um pouco na Bjaruel
08:56como se ela estivesse
08:56um pouco fora de si.
08:58Por outro lado,
09:00e também ressaltou
09:02que a Bjaruel
09:03quase não falou
09:04de propostas nenhuma.
09:05Agostinho Rossi
09:05dá aquelas estatísticas
09:06meio vazias,
09:07que o governo pode ser horrível,
09:09mas ele consegue
09:09comprar uma estatística
09:10que pinta ele bonito, né?
09:13Mas apontou uma coisa
09:14que é verdade,
09:15a Bjaruel não mostrou
09:16proposta nenhuma,
09:17porque as propostas do Millet
09:18também são bem controversas.
09:20E a Bjaruel,
09:21por sua vez,
09:22ela teve uma frase
09:23que ela ficou repetindo
09:24muito no primeiro terço
09:25e no final,
09:26que é sempre
09:26quando ela se despediu,
09:28quando ela terminava
09:29a passagem dela
09:30no debate,
09:31que era
09:31vocês têm que eleger
09:33entre continuidade
09:35e câmbio,
09:36que é a mudança, né?
09:38Eles estão focando
09:38muito nessa questão
09:39de eles serem
09:40a mudança.
09:41Eles já tinham focado
09:42um pouco nisso
09:43no primeiro turno,
09:44mas não tanto
09:44quanto agora.
09:45E câmbio
09:46é justamente o nome
09:48da força do Maurício Macri.
09:50Contos por ela,
09:50o câmbio,
09:51antes era conhecido
09:51quando o Macri ganhou,
09:52era conhecido
09:52como cambianos.
09:54Então,
09:54eles estão usando
09:55muito essa palavra
09:55para tentar se mostrar agora
09:56não só como a mudança
09:58mais radical,
09:58como a única mudança possível,
10:00porque até aí,
10:01porque a outra opção
10:01é o atual,
10:02é o candidato da situação, né?
10:04A chapa da situação.
10:06E sobre o debate
10:07do presidencial,
10:08ele vai acontecer
10:09no domingo
10:09e ele vai ter um formato
10:12bem interessante
10:12que a televisão argentina
10:13mostrou e me deu
10:14até saudades
10:15que é o formato
10:17que foi o debate presidencial
10:19entre o Lula
10:20e o Bolsonaro
10:20aí no Brasil,
10:22que eles tinham
10:23aqueles minutos livres
10:24para ficar conversando
10:25entre si
10:26e quando um falava
10:27o relógio dele
10:28começava a diminuir
10:30e quando o outro falava
10:31o relógio dele
10:31começava a diminuir.
10:33Quando os dois falavam juntos,
10:34os dois relógios
10:35diminuíam um pouco.
10:36Então, vamos ter essa...
10:40Vamos ver se no domingo
10:42o Millet e Massa
10:44vão proporcionar
10:45algo tão fervoroso
10:47e interessante
10:47como foi Lula
10:48e Bolsonaro
10:49no ano passado.
10:50Lembrando que
10:50no último debate,
10:52nos últimos debates,
10:53no primeiro debate presidencial
10:54que foi do primeiro turno
10:55no começo de outubro,
10:56foi um pouco cauteloso,
10:57no segundo,
10:58um pouco menos,
10:59mas ainda assim
11:00foi bem cauteloso
11:00comparado ao debate
11:01de vices, né?
11:03Agora, Caio,
11:04vai ser debate
11:04no estilo
11:05os dois de pé,
11:07sem púlpito,
11:08ali vai ser nessa linha,
11:10não é?
11:10Exatamente.
11:11Pelo menos o que
11:12a televisão argentina falou,
11:13vai ter o púlpito,
11:14mas tem um espaço
11:15pelo qual eles podem circular
11:17e se aproximar, né?
11:19A gente se lembra
11:20como o Bolsonaro
11:20se aproximava do Lula
11:22e incomodava o Lula.
11:23Vamos ver que é uma estratégia
11:24que vem desde o Trump
11:26contra a Hillary Clinton
11:27lá em 2016.
11:28Vamos ver se eles vão explorar
11:29algumas coisas desse tipo
11:30os candidatos, né?
11:32É, debate assim,
11:33a gente tem que...
11:34debate tem dois elementos, né?
11:37Aí eu tô falando
11:37pela experiência política.
11:39Existe o momento show,
11:40o momento show business, né?
11:43Que é o momento
11:43que os candidatos
11:44viram artistas, né?
11:46Que é o espetáculo televisivo,
11:48puramente televisivo.
11:49Então, existe esse momento, né?
11:51E também tem o momento
11:53das propostas.
11:54Os debates do Bolsonaro e Lula,
11:57como espetáculo televisivo,
12:00pra quem gosta
12:00de um reality show,
12:01pra quem gosta de um barraco
12:03ao estilo programa do Ratinho,
12:05foi um prato cheio, né?
12:06Porque ficou aquela...
12:08Aquele clima de constrangimento.
12:09Mas, perfeito de proposta,
12:11não teve absolutamente
12:12nada de útil.
12:14Mas é normal.
12:15O debate é muito difícil
12:16você ter algum...
12:18Um debate sério de propostas.
12:20Porque é o momento
12:21mais de entretenimento, né?
12:23É, não...
12:23Infelizmente, não é um...
12:25Por mais que ele se proponha
12:28a ser algo propositivo, né?
12:31Quer dizer, algo
12:31pra que a população saiba
12:33e conheça as propostas
12:34do candidato, né?
12:36Nos últimos anos,
12:37de fato, os debates
12:38têm sido utilizados
12:39apenas como um show, né?
12:40Pra lacrar, né?
12:41Momento de lacração
12:42dos candidatos.
12:43Alguma coisa me diz
12:43que deve acontecer algo
12:44nessa linha aí na Argentina.
12:46É, os debates...
12:47O ideal...
12:48O mundo ideal,
12:49que nunca vai existir,
12:51os debates seriam focados
12:53pra propostas mesmo.
12:54Só que eu acho que também
12:55a gente não pode um pouco
12:56subestimar a relevância
12:58que é o...
12:59O confronto.
13:01Porque os debates
13:02são os momentos
13:03em que os candidatos
13:04são mais postos à pressão
13:06em qualquer momento
13:08da campanha, né?
13:10E o cargo de presidente
13:11da República
13:12é um cargo que demanda
13:13muita pressão.
13:14Demanda saber lidar
13:15com a pressão.
13:16Então, acho que isso é
13:17um ponto importante
13:17pra também vermos
13:18como os candidatos
13:19lidam com a pressão
13:20se eles querem assumir
13:21um cargo que é tão
13:22pressionante
13:24como o cargo
13:26de presidente da República.
13:28Ou presidente...
13:28Aqui não se fala
13:29presidente da República,
13:30se fala presidente da nação, né?
13:33Presidente da nação,
13:33mas em espanhol
13:35como é que ficaria?
13:36Não, presidente
13:37de la nacion.
13:38Presidente de la nacion.
13:40Caio Matos,
13:40só mais uma coisa...
13:42Pra gente fechar aqui
13:43na tua participação
13:44brilhante mais uma vez.
13:46Sim, é,
13:46só mais uma coisa
13:47que acho que é muito
13:47importante destacar.
13:48se talvez eu conseguir
13:49uma segunda,
13:50tudo bem,
13:50mas se não der,
13:51tudo bem.
13:52Eu queria comentar
13:53um episódio
13:54que aconteceu na semana
13:55que eu nem escrevi sobre
13:56e tem um motivo
13:56pra não ter escrito sobre.
13:58Que foi a acusação
14:00do Milley
14:00de que o...
14:02de questionando
14:03a integridade
14:04do primeiro turno, né?
14:07Que ele deu
14:08uma entrevista
14:08pro jornalista peruano
14:10no começo da semana,
14:11a gente deu
14:11na Cruzoé.
14:12Sempre que vem
14:14acusações de fraude
14:16ou de irregularidades,
14:19os ânimos
14:20ficam a flor da pele.
14:21Acho que como jornalista
14:22tem que ser responsável
14:23e tentar acalmar
14:25um pouco os ânimos
14:25e trazer o foco
14:28para os fatos.
14:29Primeiro fato de tudo
14:30e o mais importante
14:31de todos.
14:32Milley não apresentou
14:33nenhuma prova
14:34de nenhuma irregularidade,
14:35nenhuma fraude,
14:36nada.
14:37Zero.
14:38Ou seja,
14:39a relevância legal
14:41das acusações dele
14:42são zero.
14:45Esse é o primeiro ponto.
14:46Segundo ponto
14:47que acho que é muito importante
14:47que eu não vi
14:48muita gente comentar sobre.
14:50O jornalista peruano
14:50que estava entrevistando ele
14:52perguntou pra ele
14:53houve fraude
14:54ou irregularidades.
14:58Ele não escolheu
14:58essas duas frases à toa.
15:00Esse é um jornalista
15:00bem competente,
15:01bem conhecido
15:01aqui na América Latina.
15:03Não foi por acaso.
15:05Não são sinônimos,
15:06não são palavras idênticas.
15:08Fraude tem um sentido
15:09mais geral,
15:10num sentido
15:11que realmente
15:12atinge ao todo
15:14e esquematizado.
15:15Irregularidades
15:15são casos pontuais.
15:18O Milley hesitou
15:18e falou irregularidades.
15:21Ou seja,
15:21casos pontuais.
15:22Depois eu vou voltar
15:23pra essa questão
15:23de irregularidades
15:24rapidinho.
15:26E outra coisa
15:26que o Milley falou
15:27depois pra encerrar
15:28essa declaração dele,
15:29ele falou
15:30quem conta os votos
15:31é quem tem o poder.
15:33Questionando a integridade
15:34do Comitê Nacional Eleitoral,
15:37que é a justiça eleitoral
15:39aqui da Argentina,
15:40o órgão responsável
15:41por gerir as eleições.
15:44Só que,
15:46como apontou um colega meu,
15:49um jornalista argentino
15:49no Twitter dele,
15:51um negócio muito importante,
15:53quem conta os votos
15:54são cidadãos
15:55que não são partidários
15:57e que são escolhidos
15:58por sorteio.
15:59E ainda há a presença
16:01dos fiscais
16:02dos partidos
16:03nas mesas.
16:04Então,
16:04quem conta os votos
16:07não é a justiça eleitoral,
16:09não é...
16:11São cidadãos
16:11eleitos por sorteio.
16:13Então,
16:13acho que esse é um ponto
16:14muito importante
16:14pra deixar
16:17claro algumas coisas.
16:18E as questões
16:19de irregularidades...
16:19Os argentinos
16:20não têm...
16:20Os argentinos
16:21não têm
16:22Alejandro de la Maraz.
16:25Não vão entrar
16:27assuntos tão controversos
16:28assim.
16:29Mas...
16:30Prossega, Caio.
16:31Bom,
16:32irregularidades.
16:35Aqui os argentinos
16:36a gente já falou,
16:36infelizmente eu não tenho
16:37mais aqui,
16:37mas eu mostrei aqui
16:38uma outra vez, né?
16:40Ou se eu não mostrei,
16:41eu mostrei no Latitude, né?
16:43Que é o nosso podcast
16:44com o Grande Duda Teixeira
16:45e o Rogério Ortega, né?
16:47Eu mostrei
16:47como os argentinos
16:48votam aqui,
16:49que eles votam
16:49com as boletas.
16:51Boleta
16:51é uma cédula impressa.
16:54Só que não é uma cédula impressa
16:56como você pode imaginar
16:57que nem nos Estados Unidos,
16:58por exemplo,
16:58que é um papelzinho branco
16:59que tem o nome
17:00de cada um dos candidatos.
17:01Você escolhe o candidato
17:01que você quer
17:02e bota na onda
17:03e acabou.
17:03Não.
17:04São papéis bem grandes,
17:06coloridos,
17:06com o desenho
17:07de cada candidato.
17:08E quem providencia
17:09essas boletas
17:09são os próprios partidos.
17:11e quando o argentino
17:13vai votar,
17:13ele vai na cabine de votação,
17:17ele não tem o papelzinho
17:18bonitinho como eu falei,
17:19porque isso não existe,
17:19papelzinho branco
17:20com o nome de todo mundo.
17:21Ele tem as várias boletas
17:22de cada papel
17:23para votar
17:24em cada um dos candidatos,
17:26ele escolhe o papel
17:26que ele quer
17:27e vota na urna
17:29e vota.
17:31Realmente,
17:31na Argentina,
17:32esse sistema
17:33tem alguns problemas
17:33e não são
17:34incomuns casos
17:36de...
17:37Ah, tem aí uma...
17:38Não consigo ver se...
17:40É, mas é uma...
17:41É um pouco nessa linha.
17:43É, mais ou menos nessa linha.
17:44É, exatamente.
17:45Mas essa é antiga.
17:46Mas, bom, tudo bem.
17:49Todos os argentinos...
17:52Qual o problema
17:52desse sistema
17:53que realmente acontece?
17:54Por exemplo,
17:55fiscal de determinado partido
17:57entra na cabine de votação
18:00e danifica
18:02as boletas do adversário.
18:04Esse tipo de caso
18:05realmente acontece
18:06aqui na Argentina.
18:08São casos pontuais,
18:09mas realmente acontecem.
18:10Então, esse tipo
18:10de irregularidades
18:11realmente acontecem.
18:12E é esse o ponto
18:14que eu quero trazer
18:14que acho que é muito importante.
18:16Deve ser inadmissível
18:18aceitar esse tipo
18:20de irregularidades
18:21porque elas deslegitimam
18:23o voto
18:24de algumas pessoas.
18:25As pessoas foram atingidas
18:26por essas irregularidades.
18:27Isso é inaceitável.
18:28Isso tem que ser combatido.
18:29Mas algo muito mais grave
18:30do que isso
18:31é você pegar casos,
18:33esses casos pontuais
18:34e deslegitimar
18:35o voto de todos.
18:37Ou pelo menos
18:37de todos que não votam
18:38no seu candidato.
18:39Então, acho que esse é o ponto
18:41mais importante
18:41que eu queria trazer
18:42sobre essas declarações
18:44recentes do Javier Milen.
18:47Caio Matos aí
18:48trazendo várias informações
18:49sobre a eleição
18:51na Argentina.
18:52A eleição que impacta também
18:54aqui no nosso
18:55território Tupiniquim.
18:57Caio, muito obrigado
18:58pela atenção.
18:59Obrigado pela participação aqui.
19:01Espero contar com você
19:01em outras edições
19:02do Meio Dia em Brasília.
19:03Abraço, mestre.
19:04Muito obrigado, Wilson.
19:05Muito obrigado, gente.
19:06Estou sempre à disposição.
19:08Tchau.
19:08Tchau.
19:09Tchau.
19:10Tchau.
19:11Tchau.
19:12Tchau.
19:13Tchau.
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