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Transcrição
00:00O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que se o Brasil não tivesse o Centrão, seria uma Argentina.
00:06Então, Graeb, essa é a declaração que a gente tem aqui para fechar o programa e vamos analisá-la muito rapidamente.
00:13O Centrão, o Arthur Lira coloca assim como um poder moderador.
00:18É, exatamente.
00:19É o amortecedor da república.
00:21Você tem uma polarização, uma ideologização de cada lado, mas nós do Centrão estamos aqui para fazer o filtro.
00:29Realmente atuando apenas conforme os interesses do Brasil.
00:33Há empresários que compram essa narrativa, viu, Graeb?
00:37Agora, você pode ter o amortecimento por um lado, mas você tem as velhas práticas de outro.
00:45Quer dizer, para entregar votos, eles também tomam o comando da Codevasp,
00:52e aí você tem os escândalos que acontecem por lá, que são varridos para debaixo do tapete, etc.
00:57Eu vou ser super rápido, Felipe.
00:59É o seguinte, se a Argentina tivesse o Centrão, seria o Brasil.
01:04Estaria tão melhor assim?
01:06Ponto.
01:07É, você abordou de uma maneira que é aquela que eu digo, que eu comento,
01:12quando eu abro uma caixinha de perguntas lá no Instagram Stories.
01:15Sempre, eu vou escrever um artigo sobre isso.
01:17As pessoas falam assim,
01:18E aí, Felipe, existe o medo do Brasil virar uma Argentina, principalmente Venezuela, né?
01:23De virar uma Venezuela, de virar uma Cuba, de virar uma Nicarágua e tal.
01:27Eu falo, olha, já é grave o bastante continuar sendo o Brasil.
01:29Vocês não entenderam.
01:32É que no Brasil as coisas não são completamente escancaradas, elas são veladas.
01:40É claro que se você acompanha minuciosamente, se você acompanha o Papo Antagônia, você vê que
01:44muita coisa que é velada para a massa, no fundo é escancarada.
01:49Só que é escancarada de uma maneira sorrateira, é pela repetição, etc.
01:54Não é aquela ditadura imposta de cima.
01:57Você tem o autoritarismo pontual, você tem o acordão, você tem o conchavo,
02:02você tem isso que eu chamo de república do escambo.
02:05Esse é o Brasil.
02:06Você tem uma necessidade de determinados grupos de apontar um horizonte apocalíptico
02:15contra o qual só eles seriam a encarnação de se evitar esse cenário, né?
02:23Então, o bolsonarismo diz, ah, se não votar no Bolsonaro, o Brasil vai virar Venezuela.
02:28Aí o lulismo diz, se não votar no Lula, o Brasil vai virar nazista, fascista, etc.
02:34Então, assim, cada lado aponta um horizonte apocalíptico, etc.
02:39Só que o Brasil continua sendo o Brasil.
02:42E esses elementos graves de autoritarismo, de escambo, de preservação do poder
02:49por meios sorrateiros, irregulares, eventualmente ilícitos,
02:53é o que constitui a nossa nação.
02:56Então, é preciso resolver esses males.
02:59E você não consegue resolver esses males ficando dentro de uma bolha.
03:03Primeiro, é preciso aceitar a realidade.
03:05Então, há um risco muito grande de o Brasil continuar sendo essa república dos campos.
03:11E isso já deveria mexer com os brilhos do povo.
03:16Já deveria gerar uma indignação, uma vontade de entender mais,
03:22de se engajar, de buscar a melhor forma de expressão,
03:25de se tornar uma pessoa culta.
03:30Porque, se não, você acha que o risco está sempre num horizonte distante,
03:33mas no presente, olha, estamos conseguindo.
03:35Então, não precisamos nos preocupar tanto.
03:38Não, é preciso se preocupar, sim.
03:40Wilson Lima, suas considerações finais.
03:42É, sobre esse episódio específico,
03:46eu quero fazer tal qual o nosso grande Carlos Graeb
03:49resumiu meu comentário em uma única frase de um ex-líder do Centrão.
03:54Que Deus tenha piedade dessa nação.
03:57Frase de quem?
03:58Cunha, vírgula, Eduardo.
04:03Cunha, Eduardo.
04:12Cunha, Eduardo.
04:33Cunha, Eduardo.

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