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NotíciasTranscrição
00:00Fernando Vila Vicenço, que se autodeclarava de esquerda, era crítico de Lula e Jair Bolsonaro.
00:06Isso faz parte do histórico de posições dele e quando um político de outro país morre, se expõe à vida e à obra.
00:15Quando morre qualquer pessoa que tem alguma projeção, um histórico de realizações, um artista, etc.
00:21Isso é absolutamente natural e é absolutamente previsível que aqui no Brasil a militância, os paquitos e as paquitas de determinados políticos
00:31fiquem revoltados com portais de notícias que divulgam o que pensava, quem era, qual é a sua vida, sua obra, da vítima, do assassinato.
00:40Mas são apenas fatos, é apenas a realidade.
00:43Então ele tinha críticas ao Lula e ao Jair Bolsonaro.
00:46Só criticou o Bolsonaro na época da pandemia, o Lula, em relação aos escândalos petistas.
00:53Quer dizer, demonstrou apoio à Operação Lava Jato várias vezes em suas redes sociais.
00:58Afirmou que a vitória do Lula nas eleições de 2022 representava o retorno dos ladrões da Lava Jato.
01:04Se referindo, evidentemente, aos alvos da Operação Anticorrupção.
01:08E, repito, criticou o Bolsonaro em 2019, quando o Bolsonaro era presidente do Brasil,
01:13por ter impedido à Procuradoria do Equador de acessar informações de delações premiadas da Odebrecht.
01:20Também criticou a conduta do Bolsonaro na pandemia e compartilhou uma reportagem
01:23acusando o ex-presidente de potenciar o genocídio.
01:27Grebe, está aí um resumo sobre os fatos, a repercussão e um pouco do histórico,
01:35de posicionamentos do Fernando Villavicencio.
01:38O que chamou a sua atenção nisso tudo?
01:41Primeiro, como você bem observou, Felipe, a gente precisa ser muito cauteloso nesse momento.
01:50Porque o vídeo que foi liberado por essa facção, Los Lobos,
01:55procura enredar o Villavicencio numa corrupção.
02:01Dizer que ele recebia dinheiro do narcotráfico para fazer sua campanha.
02:06E tudo isso vai de encontro, vai contra aquilo que se sabe sobre a vida política e profissional dele.
02:17Na verdade, ele, por que se sabe, dedicou a vida a lutar contra essas duas coisas.
02:24Corrupção e, mais recentemente, o narcotráfico, que está penetrando na vida equatoriana
02:36com a mesma profundidade, com a mesma força que penetrou na vida da Colômbia em décadas passadas
02:43e com o que hoje penetra na vida dos mexicanos.
02:50O Rafael Correia, ex-presidente equatoriano, disse que, ao lamentar,
02:58como mesmo os inimigos lamentam a morte de alguém nessas circunstâncias,
03:04é normal, é assim que acontece,
03:06ao lamentar o assassinato do Villavicencio,
03:09o Rafael Correia disse que o Equador está se tornando um Estado falido.
03:14E é verdade.
03:16Está se tornando um Estado falido,
03:19ou mais ainda, um narco-Estado.
03:23A escalada de violência no Equador é realmente assustadora.
03:29E esses grupos, como Los Lobos e Los Cochoneiros,
03:33que é o grupo principal, seria o equivalente ao PCC aqui no Brasil,
03:40eles trouxeram novidades do crime para o Equador.
03:50Uma violência organizada como nunca o país tinha conhecido antes.
03:58Surgiu agora, no fim da tarde, lá na imprensa equatoriana,
04:02a informação de que os seis caras que foram presos ontem
04:06estão sendo investigados por possível envolvimento no assassinato
04:11seriam colombianos, na verdade.
04:15Reforçando, se eles estiverem mesmo envolvidos no crime,
04:21essa hipótese de que, enfim,
04:23o tráfico internacional
04:26fincou ali as suas raízes no Equador.
04:34O Vila Vicencio vinha adotando um discurso
04:40que, em alguns casos, fazia lembrar até
04:44o do presidente de El Salvador,
04:47o Naíbe Bukele,
04:48que, enfim, se tornou hiper popular lá no país dele,
04:55porque botou milhares e milhares de pessoas na cadeia
04:58nos últimos tempos.
04:59Assumiu uma atitude hiper linhadura
05:03em relação à criminalidade,
05:05que também estava mandando e desmandando em El Salvador,
05:08e botou a gente na cadeia.
05:09E, enfim, está modificando lá os procedimentos
05:16de julgamento e de investigação
05:20para alongar o período dos suspeitos na prisão.
05:25O Vila Vicencio vinha falando coisas
05:28que, às vezes, faziam lembrar o discurso do Bukele,
05:32apesar do Vila Vicencio se dizer um cara de esquerda.
05:35Então, ele realmente estava numa toada muito forte
05:43anti-narcotráfico, anti-crime organizado,
05:47e já tinha dito, mais de uma vez,
05:51que estava sob a mira dos bandidos.
05:55Mas daí ele se referia principalmente
05:57a esse grupo Los Cochoneiros,
05:59e não a Los Lobos,
06:00que é um outro elemento
06:02que faz com que os equatorianos
06:04achem estranho
06:06que o assassinato tenha sido reivindicado
06:12pelo tal Los Lobos.
06:15Então, é preciso um pouco de cautela,
06:18é preciso esperar um pouquinho
06:19que a investigação avance,
06:22porque é um cenário conturbado,
06:26é um cenário de criminalidade local
06:31e internacional, possivelmente.
06:35E, para terminar aqui esse comentário inicial,
06:38eu só queria lembrar que entre,
06:41daí já falando da pegada do Vila Vicencio
06:45como jornalista que investigava a corrupção,
06:48foi um dos que mais atacaram o Rafael Correia
06:53e que mais apontaram vínculos de corrupção
06:57dentro do governo do Equador.
06:59Um dos grandes furos, vamos dizer assim,
07:03do Vila Vicencio como jornalismo,
07:06teve a ver com os desdobramentos do petrolão
07:11lá no Equador.
07:13Ele foi o cara que trouxe à tona
07:18um monte de documentos
07:19que mostravam o envolvimento
07:21do vice-presidente Jorge Glass
07:24com corrupção promovida pela Odebrecht,
07:30um daqueles esquemões da Odebrecht
07:31em países aqui da América do Sul.
07:35A Odebrecht ia lá fazer grandes obras
07:38e agia da mesma maneira
07:41como ela tinha se acostumado a agir aqui no Brasil,
07:43pagando propina, enfim, enchendo os bolsos
07:47de políticos, do governo e das assembleias.
07:54Então, o Vila Vicencio denunciou
07:56o desdobramento do petrolão lá no Equador.
08:01Foi uma das grandes histórias que ele conduziu.
08:04Então, enfim, era um personagem
08:06que tinha ali um galardão
08:08de se opor ao crime,
08:12crime em diversas manifestações,
08:15que foi assassinado brutalmente
08:18e que na hora do assassinato
08:20é atacado também,
08:22daí na sua reputação,
08:24por esses traficantes
08:26que dão a entender
08:28que ele estava recebendo dinheiro sujo
08:32para fazer sua campanha.
08:33É, agora dá um a entender
08:35que todos estão recebendo, né?
08:36Porque eles estão ali naquele discurso
08:39cobrando todo mundo
08:40e dizendo que o próximo pode ser
08:41o Jean Topic, né?
08:43Não sei pronunciar exatamente,
08:45mas outro candidato.
08:47Então, estão chamando ali
08:48de uma maneira genérica
08:49os políticos de corruptos,
08:51financiados com dinheiro sujo
08:53do narcotráfico.
08:55E esse grupo,
08:56ele promove rebeliões
08:58violentas nos presídios,
09:01quer dizer,
09:01você tem todo um controle
09:02de presídios
09:03que também está em disputa
09:04entre essas facções criminosas
09:06dominantes.
09:07Eles normalizaram
09:09os sicários,
09:09que são esses assassinos
09:11que trabalham para os cartéis,
09:13utilizam explosivos
09:14em veículos,
09:16atacam as forças policiais,
09:18exibem cadáveres
09:20como forma de advertência.
09:22Quer dizer,
09:23tem métodos,
09:24tem expedientes
09:25de grupo terrorista.
09:28Então, é esse nível
09:29de atuação.
09:30E é o segundo maior,
09:32com 8 mil integrantes
09:34de acordo com os órgãos
09:36que, enfim,
09:37levantam esses dados
09:38lá no Equador.
09:40É muita gente,
09:41é um poder enorme
09:43e parece que o Estado oficial
09:45não está conseguindo lidar
09:47com esse Estado paralelo.
09:49Então, o Fernando Vila Vicenço,
09:51ele denunciava corrupção
09:53no governo do Rafael Corrêa.
09:54E vamos lembrar aqui,
09:57para quem não se lembra,
09:58de um episódio
09:59que foi muito marcante
10:00até do ponto de vista brasileiro,
10:03que foi o episódio
10:04do bombardeio
10:05promovido pelo governo
10:08Álvaro Uribe,
10:08quando era presidente
10:09da Colômbia,
10:11a integrante das FARC,
10:13das Forças Armadas
10:14Revolucionárias da Colômbia,
10:15outro grupo
10:16narcoterrorista,
10:17que estavam
10:19em território equatoriano
10:22atacando a Colômbia.
10:25E aí, o governo da Colômbia
10:27localizou
10:29e bombardeou
10:31e, nesse bombardeio,
10:33morreu o número 2 das FARC,
10:36o Raul Reyes,
10:37como a gente diria
10:38na pronúncia portuguesada,
10:40o Raul Reyes,
10:41com aquele R
10:42da língua espanhola.
10:46O Raul Reyes
10:47é aquele
10:48que o próprio Hugo Chávez,
10:51ditador da Venezuela,
10:52antecessor de Nicolás Maduro,
10:53disse que conheceu
10:54no encontro
10:55do Foro de São Paulo,
10:56em 1996,
10:57em San Salvador,
10:58em El Salvador,
11:00no mesmo momento
11:02em que conheceu o Lula.
11:03Eu digo isso
11:04porque naquele episódio
11:06houve toda uma
11:08reação da esquerda
11:10latino-americana
11:11contra o governo
11:12Álvaro Uribe,
11:14que estava apontando
11:15e, numa situação
11:17incômoda,
11:18porque havia
11:18muitos governos
11:19de esquerda
11:19reagindo contra ele,
11:21que o Rafael Corrêa,
11:22o governo dele,
11:23estava acobertando
11:24criminosos
11:24que atacavam
11:25e sabotavam
11:26a Colômbia.
11:28E eu me lembro
11:29da reunião,
11:30acho que foi da OEA,
11:32da Organização
11:32dos Estados Americanos,
11:34em que,
11:35para colocar
11:36panos quentes
11:37na situação,
11:38o líder ali
11:39pediu que houvesse
11:40um cumprimento
11:41do Álvaro Uribe,
11:42com o Rafael Corrêa,
11:43e o Álvaro Uribe
11:44deu uma volta
11:44na mesa,
11:45foi ali
11:46cumprimentar
11:46o Rafael Corrêa,
11:47que ficou assim,
11:48ele é um cara
11:49parrudo,
11:51alto,
11:51ficou olhando
11:52assim,
11:52de nariz empinado,
11:54totalmente enviesado
11:56ali para o Uribe,
11:57como quem
11:58não queria fazer
12:00pazes, não.
12:01Mas o Uribe
12:01foi até ele
12:02para tentar
12:02colocar panos quentes
12:05na situação,
12:05porque,
12:06para o Uribe,
12:06o inimigo
12:07era o Raul Reyes,
12:09era o Manuel Marulanda,
12:10que era,
12:11na época,
12:12o número um
12:13das FARC,
12:13e morreu pouco tempo
12:14depois,
12:15mas de infarto,
12:17o tirofirro,
12:18como ele era chamado.
12:21E o governo do PT,
12:22na ocasião,
12:23a gente está falando aqui
12:24de 1º de março
12:25de 2008,
12:26portanto,
12:26era o segundo mandato
12:27do Lula ainda,
12:28ficou do lado
12:29do Rafael Corrêa,
12:30que era,
12:32sempre foi,
12:33ainda é,
12:33um aliado petista.
12:35O governo da Nicarágua,
12:37hoje uma ditadura
12:38mais do que escancarada,
12:41ficou do lado
12:41do Rafael Corrêa,
12:43junto com o governo
12:44do PT.
12:46Então,
12:46é essa esquerda
12:48latino-americana
12:49que teve
12:51escândalos de corrupção
12:53em seus respectivos
12:55países,
12:55que era criticada
12:57pelo Fernando
12:58Vila Vicenço.
12:59Ele criticava também,
13:01e eu não estou aqui
13:02unindo as coisas,
13:04porque a gente vai
13:04precisar guardar
13:05a investigação
13:06sobre a facção criminosa,
13:07mas criticava também
13:09os narcotraficantes,
13:11o crime organizado.
13:12Então,
13:13só para lembrar
13:13de episódios marcantes
13:15e mostrar
13:16o clima
13:19de embate
13:20no país.
13:29E aí
13:38.
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