O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a declarar nesta quarta-feira (25) que os ataques coordenados pelos Estados Unidos resultaram na “destruição total” das capacidades nucleares do Irã. A declaração ocorreu após a divulgação de um relatório da inteligência americana sobre a ofensiva. Alexandre Pires comentou. Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand Comentarista: Alexandre Pires
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00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu que os ataques americanos resultaram na destruição total das capacidades nucleares do Irã
00:11após a divulgação de um documento do Serviço de Inteligência americano que questiona a eficácia dos bombardeios de três instalações nucleares.
00:20Ontem, inclusive, a imprensa americana publicou um relatório preliminar que afirma que os ataques atrasaram o programa nuclear iraniano por alguns meses, sem conseguir destruir-o por completo.
00:35O professor Alexandre Pires está com a gente nesta manhã, analisando aqui esses eventos todos, e esse é um dos temas para que a gente possa abordar com ele.
00:43O professor, quando a gente fala aí que não se destruiu o programa nuclear iraniano, apenas atrasou, ou seja, o que era um objetivo tanto do Netanyahu e depois parece que passou a ser do Donald Trump, não foi cumprido.
00:58E aí, infelizmente, se a gente teve um conflito, e se for verdade que o Irã estaria tentando ou chegando perto de uma bomba nuclear, de uma arma nuclear mais potente, isso pode acontecer daqui a pouco novamente.
01:12Ou seja, a tensão de novo pode se voltar, não, professor?
01:14Exatamente, Roberto. Se você tem uma estrutura ali que ainda foi mantida, e há uma desconfiança que muito do programa foi mantido, e que também o material que eles já haviam acumulado de urânio enriquecido também não foi atingido,
01:33A inteligência diz que é em torno de 400 quilos, esse material poderia, caso as centrífugas não tenham sido atingidas, ser enriquecido a 90% e, pelas estimativas, o Irã ainda teria uma capacidade de fazer em torno de 14, 15 bombas nucleares.
01:54Lembrando que o Irã tem capacidade, Roberto, de entregar essas bombas, não só no território israelense, mas em outros territórios ao mesmo alcance.
02:05Ou seja, então, ele tem capacidade balística, mísseis que conseguem atingir Israel, e se o material existe e ele ainda mantém as centrífugas, ele conseguiria ter esse material físico ali necessário para fazer bombas.
02:20Então, a grande preocupação é saber se esses ataques conseguiram, de fato, destruir infraestrutura.
02:30Nós não podemos negar que esses ataques podem forçar o Irã a sentar à mesa de negociação e tentar discutir os termos do seu programa nuclear.
02:41Lembrando que, para Israel e para os Estados Unidos, o programa nuclear, do ponto de vista militar, tem que cessar.
02:47E, para Israel, tem um outro agravante.
02:51Qualquer projeto de enriquecimento também deveria cessar.
02:56Então, é por isso que está havendo, dentro do próprio governo americano, do Sosso da Agência de Inteligência,
03:01essa dúvida aí com relação ao alcance desses ataques e a capacidade de destruir o programa nuclear iraniano.
03:09Agora, professor, você vê que os dois lados têm real interesse para sustentar esse cessar-fogo,
03:18ou trata-se mesmo apenas de um recuo até estratégico?
03:25Olha, professora, historicamente, qualquer cessar-fogo, ele significa uma etapa diplomática.
03:33Olha, vamos interromper as hostilidades e agora vamos negociar.
03:38Se nós percebemos, nos próximos dias, que não há negociação, o cessar-fogo, ele é inócuo.
03:46Simplesmente, ele vai ser um período de pausa num conflito.
03:51Ou seja, teria que sair agora, depois desse cessar-fogo, digamos que as negociações comecem,
03:57daqui a uma semana, duas, talvez um mês, o indicativo de uma declaração conjunta.
04:02Primeiro, uma paz, porque o que houve foi uma guerra, ainda que tenha sido uma guerra de curta duração.
04:07Então, teria que ter um acordo de paz ao fim desse cessar-fogo.
04:12E esse acordo de paz teria que endereçar ali os problemas ligados ao programa nuclear iraniano.
04:19Então, não existe cessar-fogo em que as partes simplesmente param os ataques e também não fazem diplomacia.
04:26Tem que ter a contrapartida diplomática.
04:28E o que nós estamos percebendo nesse momento é que há conversas.
04:33Os Estados Unidos, pelo visto, são os mediadores.
04:37Ou seja, o Itkoff, que é o enviado, está lá na região.
04:42Há o Donald Trump nas suas redes sociais a todo momento dizendo que os iranianos entraram em contato,
04:49que Israel entrou em contato.
04:51Mas se não sair ali um acordo, uma declaração, algo oficial, equacionando todas as questões que levam ao conflito,
05:00seja o apoio do Irã aos grupos que fazem ataques a Israel, grupos considerados por Israel como terroristas
05:09e por outros países importantes, com relação ao enriquecimento de urânio, com relação aos mísseis balísticos.
05:16Se não houver isso, nós sabemos que daqui a pouco a guerra recomeça.