- 19/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00O senhor José Carlos Bumlai, certo?
00:02O senhor sabe do que está sendo acusado nesse processo, né?
00:06O senhor já foi ouvido em outra oportunidade perante esse juízo,
00:10então sabe que tem o direito de ficar em silêncio, né?
00:12E que se preferir ficar em silêncio, isso não é usado em prejuízo à sua defesa.
00:17Ao mesmo tempo, a chance de explicar esses fatos específicos, né?
00:20Que são imputados ao senhor.
00:22Me pergunto se o senhor quer falar, que fica em silêncio.
00:24Não, eu vou falar.
00:25Isso é uma oportunidade que eu tenho de esclarecer alguns fatos que são imputados a mim e não tenho...
00:32Não tem problema.
00:34Antes de fazer a pergunta específica sobre os fatos relacionados ao sítio,
00:39eu queria só perguntar se o senhor ratifica, confirma as informações que o senhor prestou na outra ação penal
00:46quando foram feitas perguntas sobre o empréstimo do Banco Chaim e a sua participação nesse fato.
00:55Doutora, excelência, na outra ação, um delator veio aqui e falou uma série de coisas que não eram verdades.
01:13Passou-se.
01:15Eu posso relatar as inverdades.
01:17Não, eu não estou perguntando se os fatos como ficaram na sentença ou como ficaram narradas na denúncia são verdadeiros.
01:25Estou perguntando se o senhor confirma o depoimento que o senhor já deu perante esse juiz.
01:28Já dei.
01:29Então, assim, a gente pode aproveitar aquele depoimento nessa ação penal para não ter que repetir todas as perguntas ao senhor?
01:37Ou o senhor quer falar de novo desse fato?
01:40Não, a senhora que sabe.
01:41Tá, então se o senhor confirma que tudo que o senhor falou perante o juiz Sérgio Moro naquela ação penal pode ser aproveitado
01:47e é o que o senhor sabe a respeito desses fatos, a gente aproveita.
01:51E aí passamos a falar do sítio. Pode ser assim?
01:53Pode.
01:54Tá.
01:55Pode, né, professora Boa?
01:59É, se quiser consultar a sua defesa a qualquer momento, também fique à vontade.
02:02Em relação ao sítio de Atibaia, qual foi o primeiro contato que o senhor teve com essa propriedade e como que ocorreu?
02:12O primeiro contato que eu tive foi oral.
02:15O senhor Jacob Itar, que tinha ficado brigado com o ex-presidente Lula durante algum tempo e tinha reatado a relação amistosa,
02:28que o senhor estava deslumbrado com aquilo e falou que estava procurando via internet um sítio para comprar
02:37onde ele e a família do presidente pudessem desfrutar após ele sair da presidência.
02:44Tá. O senhor lembra mais ou menos em que época que foi isso?
02:47Ah, foi até agosto de 2010, por aí mais ou menos setembro, em torno disso.
02:54Tá. Então o senhor Jacob Itar queria um sítio para que a família dele e do presidente Lula pudessem desfrutar nos finais de semana
03:03porque o ex-presidente Lula usava muito a granja do torto.
03:11E ele ia sair dali e ia ficar em um apartamento em São Bernardo.
03:15Então ele achou que seria...
03:16A amizade que o Jacob Itar tinha com o presidente seria desse gosto da família.
03:21Ele chegou a dizer para mim que ele tinha ganho uma ação em Campinas, não sei se...
03:27Agora, depois eu vim saber que até de amnistia e que esse dinheiro é que ele usaria para comprar.
03:33Tá. E o senhor também era próximo do Jacob Itar, assim como do presidente?
03:37Não, não era muito próximo, não.
03:39Mas ele tinha lhe relatado, assim, no encontro social?
03:42Não, nós estávamos no final de semana juntos e ele contou para mim.
03:46Juntos com o presidente também ou só os dois?
03:48Só o senhor e o Jacob Itar?
03:49Não, o presidente estava lá.
03:50Estava? Era o que? Era na granja?
03:52Não, foi lá na Alvorada.
03:55Na Alvorada, tá. No final de semana que o senhor foi visitar o presidente e o Jacob também estava.
03:59Ele tinha acabado de fazer um tratamento de câncer.
04:02O Jacob?
04:03Não, perdão.
04:05Essa doença aqui, treme, como é que chama?
04:08Parkinson.
04:08Parkinson, o Jacob tinha acabado de fazer.
04:11Melhorou, não cura, né?
04:13E ele foi lá a convite do presidente para passar esse final de semana.
04:18E o senhor também?
04:19Já foi com ele.
04:20Tá. E o Jacob, quando ele relatou isso, falou, o presidente já sabia, era uma surpresa?
04:26Pelo que ele me falou, a dona Marisa sabia e era uma surpresa para o presidente.
04:32Tá.
04:32Até que ponto?
04:34Tá. Então isso em agosto o Jacob lhe falou.
04:37No setembro.
04:38Segundo consta, agosto, setembro.
04:40Segundo consta, na denúncia, a senhora Marisa teria pedido para o senhor fazer alguma reforma.
04:45Ela me procurou e me perguntou se eu tinha pedreiros para arrumar um muro que estava por cair e fazer alguma outra, algumas ampliações que ela queria fazer.
04:59Eu não tenho.
05:00Eu não tenho construtora, não tenho pedreiro, não tenho nada.
05:03Conhece alguém?
05:06Falei, conheço.
05:08Um amigo meu que tem uma construtora, vou perguntar para ele se ele faz.
05:11É coisa grande? Não, é coisa pequena.
05:15Perguntei a um amigo meu chamado Reinaldo Bertin, falou que tinha e fomos lá.
05:20Marcou-se um dia.
05:21Tá.
05:21Isso já, em São Paulo, em São Paulo, né?
05:25A ida foi em São Paulo.
05:26Ela falou em Brasília.
05:27Ela falou num outro encontro de final de semana em Brasília ou nesse mesmo?
05:30Não, foi no mesmo.
05:31Nesse mesmo.
05:33Pra frente é que eu procurei o Reinaldo e perguntei se ele podia fazer aquele conserto e alguma coisa ou outra a mais que ela quisesse.
05:41Foi assim, vamos lá ver.
05:42Tá.
05:42Aí o Reinaldo, o senhor...
05:45Aí ela...
05:46Aí eu comuniquei que ele podia olhar e apoiar a ver.
05:50Marcamos um final de semana em São Paulo, um final de semana.
05:54Foi durante porque meu motorista que me levou.
05:57Eu não sei chegar lá.
06:01Levou no meu carro a mim, o Reinaldo e o engenheiro dele.
06:07De nome Emerson.
06:09Foi aí que eu conheci.
06:11O Emerson você não conhecia ou o Reinaldo que te apresentou?
06:13Não conhecia.
06:15E aí a Dona Marisa foi junto?
06:16No outro carro, com segurança dela, com o Fernando Bittar.
06:20Com o Fernando Bittar junto?
06:21Foi junto.
06:22O senhor chegou a saber que o Jacó comprou o sítio no nome do Fernando?
06:26Não, eu não me envolvi nisso.
06:28Que tinha o Jonas Suassuna?
06:30Não, não.
06:30Não, não.
06:32O que eu vou falar agora é o que eu vi na imprensa posteriormente.
06:36É, o que o senhor sabia na época.
06:38Não, na época eu não sabia que o Jonas tinha comprado nada.
06:42Tá, não sabia que o Jonas tinha comprado nada.
06:43Não, não, não.
06:43Não sabia que estava no nome do Fernando Bittar.
06:46Não, que estava em nome do Fernando Bittar, eu fui comunicado.
06:49Foi comunicado.
06:50Porque o Jacó tem três filhos, dois homens e uma mulher.
06:57Por que ele botou o nome do Fernando, eu não sei.
06:59Tá, mas o senhor sabia que estava no nome do Fernando?
07:01Sabia que estava no nome do Fernando.
07:02E aí vocês foram nessa visita com a dona Marisa?
07:07Fui com a dona Marisa, foi na hora do almoço.
07:10Tá.
07:11Não tinha almoço.
07:12E chegamos lá.
07:14Descemos nós, o meu motorista ficou lá.
07:18Descemos nós três, a dona Marisa, o Aurélio, também estava.
07:22O senhor já conhecia o Aurélio?
07:23Já, já conhecia.
07:25O Aurélio e o Fernando.
07:27Uhum.
07:29Não me lembro de mais ninguém, sabe?
07:30Tá.
07:30O senhor e o Emerson.
07:32Não, o Emerson, o Reinaldo.
07:35Eu conheci o Emerson naquela oportunidade.
07:38O Emerson, o Reinaldo, eu, o meu motorista, que ficou no carro.
07:42E a dona Marisa estava em outra condução.
07:45Ela, o Fernando, o Aurélio, eu não lembro se estava na mesma condução ou outra.
07:50Tá.
07:51Essas pessoas que estavam lá.
07:53Isso foi aqui, de outubro?
07:55Setembro, outubro.
07:56Setembro, né?
07:56Por aí.
07:57Por aí.
07:58Aí, a dona Marisa falou o quê?
08:00O que ela queria fazer?
08:01Mostrou o muro que estava realmente inclinado, estava por cair.
08:06E que ela queria fazer mais alguma coisa, mais alguma ampliação, para botar acervos
08:11que viriam de Brasília do presidente Lula.
08:14Isso foi o que ela me falou.
08:17Nessa primeira visita dela, te explicando o que queria que ser feito, o Fernando falou
08:21alguma coisa ou era só a dona Marisa que dava as instruções?
08:26Não me lembro se o Fernando tinha falado alguma coisa.
08:28Ele endossava o que ela falava.
08:30Tá.
08:31Aí, ela te falou que queria fazer um lugar para botar os objetos que viriam do acervo
08:36presidencial.
08:37É, e que achava que tinha poucos quartos.
08:40Poucos quartos no sítio.
08:41É, eu nunca entrei no sítio para saber se tinha pouco ou não.
08:46O senhor não conhece o sítio depois da reforma?
08:47Por fora e na parte onde foi feita a ampliação da suíte.
08:54Tá.
08:54Porque, eu vou chegar lá.
08:57Tá.
08:57Então, ela pediu para fazer isso e aí alguém, quem que fez o projeto?
09:02Como é que foi feito daí?
09:04Aí, a imprensa, eu fui surpreendido com uma reportagem na Veja que dizia que eu tinha
09:10contratado um arquiteto de nome...
09:12Isso já em 2010.
09:14Em 2010.
09:15Tá.
09:15De nome Higines.
09:16Que eu não conheço.
09:18Ele já declarou aqui também que não me conhece.
09:21Nunca tive relação com ele.
09:23Nunca conversei com ele.
09:24Ele trabalhava para o Reinaldo na construção de uma usina de álcool, cujos sócios eram
09:30meus filhos e o Reinaldo.
09:31Eu não participava.
09:33Estou com 74 anos, não tenho mais buscar fazer nada.
09:38Tá.
09:38Mas aí o senhor ficou sabendo pela imprensa?
09:41Pela imprensa eu fiquei sabendo que eu tinha contratado o Higines, coisa que nunca fiz
09:46na vida, né?
09:47E que estava lá trabalhando.
09:49O que foi feito, o que foi projetado, não projetado, idealizado ou não?
09:56Um belo dia, o Aurélio ou o Fernando, eu vi o depoimento do Fernando e ele falou que
10:03foi ele.
10:04Eu tenho dúvida.
10:05Acho que foi o Aurélio que me ligou e falou, olha, aquele pessoal que você indicou, nós
10:11vamos agradecer, nós estamos dispensando, nós vamos botar uma firma maior para fazer
10:16porque temos pressa.
10:17Procurei o Reinaldo para falar isso, não achei, liguei para o Emerson, liguei na construção
10:23da usina e falei, olha, Emerson, que vergonha, hein?
10:25Vocês foram postos para fora, não conseguiu fazer o...
10:29E aí morreu a minha participação.
10:32Tá.
10:32Então, dessa primeira visita, o Emerson ficou de conversar com a dona Marisa?
10:37Eu não sei como é que funcionou.
10:39O senhor não sabe se o Emerson passou para ela a projeto?
10:42Passou para ela, se foi o arquiteto que fez, se foi via o... como é que ele chama?
10:49O Aurélio.
10:50Eu não sei dizer para a senhora.
10:52Tá.
10:52O senhor só acompanhou essa visita e apresentou o Reinaldo, o Emerson, para a dona Marisa,
10:57para o Fernando e para o Aurélio.
10:58É.
10:58Fui surpreendido posteriormente...
11:01Posso falar, sabe?
11:03Claro.
11:03Fui surpreendido posteriormente por um repórter da Globo que pegou um microfone na mão, botou
11:12esse microfone na boca de um cidadão que eu não sei quem é, não sabia quem é, depois
11:18eu vim saber que era a dona de uma empresa chamada dos Anjos.
11:20Esses 38, 40 mil reais quem pagou foi o Burlá, né?
11:24Foi o Burlá.
11:27Respondeu naquilo, no afando da pergunta.
11:30Mas o senhor apresentou o Reinaldo, o Emerson, para fazer a...
11:33Não, o Emerson não apresentei.
11:34É.
11:35Apresentou o Reinaldo, que levou o Emerson nessa visita, para fazer as reformas.
11:40Ficou acertado com a dona Marisa ou com o Fernando, quem pagaria por essas reformas?
11:45Naquele momento não se discutiu o pagamento.
11:48Nem custos.
11:48Nem custos, porque eu não sabia o que ia fazer.
11:50Tá.
11:52Não se discutiu o pagamento.
11:53Em que momento se discutiu o pagamento?
11:55Não, não, se foi discutido eu não participei.
11:58O senhor não pagou nada dessas obras?
11:59Nada, nada, nada.
12:01Nem um real.
12:02Tá.
12:03Segundo consta que o senhor teria pedido ao Reinaldo Bertin, né, que as empresas, que
12:10os pagamentos não fossem feitos pelo senhor ou pelas empresas do senhor, mas sim para
12:15uma empresa do grupo.
12:16Não sei quem disse, mas não é verdade.
12:19O senhor não falou isso para o Reinaldo.
12:20Eu não falei para ninguém.
12:22Eu não, ó, sobre o que foi feito, quanto pagou, se pagou, eu não participei.
12:28E se o grupo Bertin pagou, o senhor não tem participação, o senhor não ordenou.
12:34Nenhuma, doutora, nenhuma.
12:35Então, essa reforma do sítio, a sua participação foi só apresentar ao Reinaldo, à dona Marisa,
12:42ao Fernando.
12:42Exatamente, como dono de uma construtora que podia fazer serviços que, no fim, eles acharam
12:49que era incapaz.
12:50Tá.
12:50E voltaram para fora.
12:51Quando tem uma planilha de que foram gastos nessa primeira reforma 150 mil reais.
12:57O senhor não sabe quem investiu?
12:58Não, não sei.
12:59Não sei aonde foi gasto, nem com o que foi gasto.
13:05Em São Paulo, quando eu fiz uma declaração, me falaram que, ah, eu falei sobre esses 38,
13:1140 mil reais.
13:12Então, ó, eu fui surpreendido pelo repórter da Globo, eu não paguei.
13:16Mas eu vou verificar se foi pago em meu nome, e se foi pago em meu nome eu vou repor.
13:20O senhor não foi pago nada em meu nome.
13:24Então, essa declaração que o senhor deu no dia 17 de agosto de 2016, que está assinada
13:29pelo senhor, pelos seus advogados, não é verdade que, quando o senhor disse que, ao
13:34que sabe, quando deixaram a obra, foi realizado um acerto no valor de 38 mil reais, que foi
13:39pago pelo declarante?
13:40Não, não, não.
13:41Doutor, nesse dia, eu estava...
13:44Eu fiz questão de fazer essa declaração, para não faltar a convocação.
13:52Eu estava mal.
13:53Nesse dia, eu fui internado à noite, com uma reação violenta, um tratamento de câncer
14:01que eu fiz, onde eu devia fazer oito aplicações, eu não consegui, fiz apenas seis.
14:06Fui internado com 40 de febre, fiz um exame que o resultado deveria ser, no máximo, 0,3
14:14MG barra DL, e eu estava com 33.
14:18Eu trouxe até o papel aqui.
14:20Tá.
14:21Estava à beira da morte.
14:22Então, isso que consta no seu depoimento não é verdade?
14:24Não, não é.
14:26Mas o senhor não assinou, seus advogados assinaram?
14:29Não, não.
14:30Se comprovou não ser verdade.
14:32Naquele momento, era a dúvida que a gente tinha.
14:34Mas se era dúvida, porque o senhor não falou, eu não sei, pode ser, eu vou precisar.
14:37Mas eu achei que eu tinha falado.
14:39Eu me surpreendi depois com aquilo que eu assinei.
14:42Tá.
14:50Se o senhor não teve nenhuma participação nessa reforma, nesses pagamentos, por que
14:57que ligaram para o senhor para tirar a equipe do índice?
15:00Acho que por educação.
15:00Porque como foi eu, eu que fui leveio lá, tanto que eu nem consegui falar com o Reinaldo.
15:08Eu não falei com o Reinaldo.
15:09Tá.
15:10Para falar que eu tinha recebido a ligação, eu falei para o Emerson.
15:13Tá.
15:13Eu liguei na usina, na construção, peguei o telefone dele e falei para ele, comuniquei
15:17aí, ó, recebi um telefone, assim, assim, daí brinquei com ele.
15:20Falei, pô, que incompetência, hein, uma reforminha.
15:23Tá.
15:23Que eu achava que era pequena, né?
15:25Tá.
15:25O senhor não chegou a ver a reforma?
15:27Não, não.
15:28Não sabe o que foi feito?
15:30Não.
15:31E o senhor não falou diretamente com o Ignis nenhuma vez?
15:35Nenhuma vez.
15:36E nem o Ignis comigo.
15:38Tá.
15:38Sobre reforma, nada.
15:40É, qual a relação do senhor com o grupo Bertin?
15:43Ah, eu era grande fornecedor de matéria-prima para eles.
15:46Tá.
15:46E o senhor pediu para eles, para participar disso aí, por quê?
15:52Porque me tinha sido pedido para arrumar aquela situação que estava do muro para cair,
15:57eu não tinha condição, eu perguntei se ele podia arrumar, ele falou que podia arrumar.
16:00Tá.
16:01E daí que as coisas foram crescendo.
16:02E quando o senhor falou para o grupo Bertin, para o Reinaldo?
16:06Para o Reinaldo.
16:06Tá.
16:06Quando o senhor falou para o Reinaldo, Reinaldo, foi me pedido para fazer uma reforma, consertar
16:10um muro, num sítio, para colocar coisas lá do acervo de presidência, o senhor falou
16:17para o Reinaldo, Reinaldo, é um pedido da Dona Marisa, é um pedido do presidente?
16:22Ele estava junto.
16:23Nessa reunião na Plaza da Vorada.
16:26No sítio.
16:26Não, no sítio.
16:27Não, tá.
16:27Mas quando o senhor chamou ele, antes de ir na visita do sítio, o senhor chamou ele
16:33para visitar o sítio?
16:34Não.
16:35Ele foi comigo no sítio junto com a Dona Marisa.
16:38Eu sei, mas o senhor que levou.
16:39Eu que levei.
16:39Foi no meu carro.
16:41E quando o senhor ligou para ele perguntando, senhor Reinaldo, o senhor tem alguém para
16:44fazer uma reforma que a Dona Marisa me pediu?
16:47O senhor falou para ele, assim, é uma reforma que atende o interesse da Dona Marisa, é uma
16:50reforma.
16:51Por que que ele se dispôs?
16:53Falei para ele e ele comprovou com a presença dela lá.
16:57Tá, então o senhor falou que era para a Dona Marisa.
16:59Falei que a Dona Marisa que tinha me pedido, que o sítio estava em nome do Fernando.
17:03E ela estava lá no dia que ele foi comigo.
17:05E ela estava pedindo para ela e para o acervo?
17:07Para o acervo.
17:08Para a serva da presidência dela usar e para guardar o acervo da presidência.
17:11Aconteceu até um negócio interessante, doutora.
17:13O meu motorista foi comigo, está comigo há muitos anos.
17:19Atrasou-se na ida, na conversa lá e o Reinaldo tinha que ir embora.
17:25E o avião dele estava com o piloto dele esperando no aeroporto em São Paulo.
17:30No sítio, é um negócio, é uma piramba que não tem tamanho aqui, olha ali.
17:36Uma pirambeira danada, não pegava telefone celular.
17:40Ele descou no telefone dele, o telefone do comandante dele.
17:44O meu motorista desceu até a cidade e ligou para falar que ele ia atrasar.
17:48Fomos embora.
17:50Tá.
17:50O senhor conhecia bem o Reinaldo Bertin?
17:54Conheço.
17:55O senhor sabe de algum interesse que ele teria em gastar 150 mil?
17:59Não, eu acho que ele não tinha noção que ia gastar 150 mil.
18:04Não tinha.
18:05Ele reclamou alguma vez?
18:07Ou te comentou sobre esses gastos?
18:08Não, não comentei mais sobre a reforma com ele.
18:10Depois daquele dia, nós não falamos mais de reforma.
18:13O senhor sabe desses custos terem sido repassados?
18:16Não, não sei, não sei, doutora.
18:20O senhor nunca conversou com eles depois disso?
18:21Não, nunca tocamos nesse assunto, porque a forma que foi tirada de lá foi tão...
18:27Tá.
18:28E o senhor não visitou o sítio depois, então?
18:30Foi, fui visitar.
18:32O sítio não, fui ver o presidente Lula, mas não andei no sítio.
18:35Fui ver o presidente Lula, que estava doente.
18:38Cheguei lá, ele não estava bem, estava com febre.
18:42Tentamos localizar o médico dele, não conseguimos.
18:47Dormi num quarto desse pavilhão que foi feito, não sei por quem.
18:52No dia seguinte cedo, saiu para o Hospital Sírio-Libanês, foi internado com pneumonia.
18:57Estava com 40 de febre.
18:58Tá.
18:58Então o senhor dormiu uma noite no sítio só?
19:00Dormi.
19:01E sabe que dormiu numa parte que foi feita posteriormente à primeira visita?
19:06Sim, senhora.
19:07Tá.
19:08Mas o senhor não sabe quem fez e quem custou?
19:10Não sei quem fez.
19:11Não sei quem fez.
19:12Tá.
19:13Então o senhor nega ter feito, o único favor que o senhor disse que fez foi apresentar
19:17o Reinaldo.
19:18Foi o único, a única participação minha no processo.
19:22E que depois foi ligado para o senhor para avisar.
19:26Acho que por deferência, por eu ter levado o Reinaldo, para me falar que a firma não
19:30servia.
19:30E aquela parte que fala que o senhor ligou, brigando, reclamando, o senhor...
19:35Vou brigar com o porquê que eu iria brigar.
19:38Eu brinquei com ele.
19:40Falei, ó, eu sou engenheiro.
19:41Eu se fosse posto para fora de uma obra por incapacidade, que foi praticamente isso, né?
19:48Eu ia ficar muito chateado.
19:50Você não tá?
19:51O senhor é de formação, o senhor é engenheiro civil.
19:55O senhor é engenheiro civil.
19:56Para o Ministério Público.
19:58Boa tarde, senhor José Carlos.
19:59Boa tarde.
20:00O senhor já mencionou, mas só para esclarecer direitinho, o senhor não é...
20:04Da usina São Fernando são sócios, então os seus filhos?
20:07Meus filhos.
20:08Certo.
20:08É o Maurício...
20:09E o Guilherme.
20:10Correto.
20:12Só para também esclarecer, senhor José Carlos, quanto tempo o senhor acha que decorreu
20:18entre esse dia que o senhor fez a visita no sítio e o dia que o senhor recebeu o telefonema
20:22do Aurélio, que ia ser trocado a empresa que estava realizando a obra lá?
20:27Eu não tenho.
20:27Ora, já se vão oito anos.
20:31Sim, mas o senhor acredita um mês, dois meses, poucos dias?
20:34Não, não foi pouco tempo, não foi muito tempo, não.
20:38Certo.
20:40O senhor conhece o Romulo de Nalli, que é funcionário da usina São Fernando?
20:45Se conheci, conheci uma vez em alguma visita.
20:48Eu fui uma...
20:49Durante a construção da usina, eu estive na usina uma vez.
20:52Uma visita que foi feita, e eu fui à visita, e devo ter sido apresentado a ele.
20:57Mas nunca conversei com ele, que eu me lembro desse assunto, nada.
21:03Certo.
21:04Mas o senhor se recorda, então, de ele ser funcionário da usina?
21:08Ele era o engenheiro residente da usina.
21:11Ah, correto.
21:12E o Emerson era o manda-chuva da empresa.
21:18Era o superior do Romulo.
21:19É, o superior dele.
21:19Do Romulo, correto.
21:22O senhor Reinaldo Bertin, o senhor José Carlos, ele foi...
21:26Prestou depoimento, e ele falou que existia um crédito na conta da usina,
21:32e que ele descontaria desse crédito que tinha...
21:35Não, isso não ocorreu.
21:36Se nós já fizemos uma auditoria severa lá, não ocorreu, não saiu, não foi feito isso.
21:43O senhor tinha uma relação de amizade também com o senhor Reinaldo Bertin?
21:46Sim.
21:46O senhor já mencionou que tinha uma relação de amizade com o presidente Lula.
21:54Sim, senhora.
21:56O senhor, além dessa relação de amizade, esses contatos sociais,
22:01o senhor tinha... efetuou alguma reunião para tratar de negócios, das suas empresas?
22:06Doutora, nunca.
22:08Eu nunca conversei de negócio com o presidente Lula.
22:12Eu fiquei 12 anos no Conselho de Desenvolvimento Econômico do Brasil,
22:16só tratando de assuntos de interesse do país.
22:20Nada de interesse particular, nem meu e nem quem quer que seja.
22:27Nunca indiquei ninguém, nunca recomendei ninguém, nada.
22:32Certo.
22:38Conta dos autos aqui, senhor José Carlos,
22:40umas agendas que foram aprendidas no Instituto Lula,
22:45de algumas reuniões que o senhor efetuou com o senhor ex-presidente lá no Instituto.
22:51Nessas agendas constam algumas ocasiões em que o senhor compareceu lá
22:55e está anotado o seu horário lá para ter audiência com o senhor ex-presidente,
23:01de forma isolada,
23:03e também algumas ocasiões em que o senhor comparece com algumas pessoas,
23:06como, por exemplo, o senhor André Esteves,
23:09e também o embaixador do Catar.
23:12O senhor se recorda dessas reuniões?
23:16O Catar manifestou interesse por etanol.
23:21Essa questão eu já respondi na Polícia Federal,
23:25aqui em Curitiba.
23:27O Catar tinha interesse em etanol,
23:30porque o Catar produz gás, não produz petróleo.
23:33E, através de um cidadão que era diretor de uma empresa de gás,
23:42me foi dito e me apresentaram o embaixador do Catar,
23:48que manifestou interesse na compra da usina São Fernando.
23:51E reclamou que a então presidente Dilma
23:57que tudo aquilo que o presidente Lula tinha feito
24:02para aproximar o Brasil dos países árabes,
24:04a presidente Dilma estava virando as costas.
24:07Que eles tinham interesse em comprar,
24:08mas não com aquela situação política de petróleo e gás
24:14que estava acontecendo naquele momento com aquela presidência.
24:19e pediu para marcar uma audiência com ele.
24:23E eu marquei.
24:25E ele foi e reclamou disso aí,
24:27e ficou nisso, não comprou a usina e...
24:31E com relação a essas duas reuniões que o senhor teve
24:34no Instituto Lula com a pessoa de André Esteves?
24:38Também foi relativo.
24:40Foi relativo.
24:42Uma delas, a venda da usina.
24:45A outra, eu realmente não me lembro o que foi.
24:49Teve uma terceira também com o senhor Celso Amorim?
24:53Não.
24:54Não, eu não tenho relação com o senhor Samorim.
24:57Nunca tive.
25:03Nunca tive com o senhor Samorim.
25:04Excelência, pela ordem.
25:13Poderia declinar o evento e a página só para podermos acompanhar?
25:18Estamos em alta de relacionamento,
25:20a cabeça de apreensão...
25:22Eu também, a defesa gostaria de saber, Excelência,
25:25qual a relação de pertinência com o objeto da estação penal.
25:28Tem total pertinência, doutor.
25:29Tem total pertinência, doutor.
25:34Com relação à agenda, o senhor tem mais perguntas?
25:36Tem mais uma pergunta, Silêncio.
25:38Não, eu só vou responder a pergunta do doutor.
25:40Do doutor.
25:41Estamos em alta de relacionamento, a busca de apresentação.
25:43Perto do microfone, doutor.
25:44Auto 56617, dígito 29, 2016-404-700, evento 268,
25:53Apenso, inquérito policial 1.
25:55É esse processo?
25:57É esses autos, eles são relacionados com a busca de apresentação
26:00que originou esse processo?
26:01Sim, sim.
26:02Ou aqueles autos que são relacionados com o deputado?
26:05Sim, são relacionados com o deputado.
26:06Estão relacionados com o deputado.
26:07É esse processo.
26:08Vamos adiantar, qual a outra pergunta?
26:10Não, não tem mais perguntas, Silêncio.
26:12Tá.
26:12Ok, o senhor, o senhor, o senhor, o senhor prestou depoimento na polícia no dia 17 de
26:23agosto de 2016.
26:25Quando que o senhor percebeu que as informações prestadas no depoimento não estavam corretas?
26:31Quando começaram a falar do sítio, que eu cheguei à conclusão que era, em verdade,
26:39que eu contratei, em verdade, porque eu sabia que eu não tinha contratado, né?
26:42Nenhum arquiteto, nada do que falavam na imprensa era verdadeiro.
26:47Ok, essa questão do arquiteto surgiu em 2015 na reportagem da Veja, antes do seu depoimento.
26:53Sim.
26:54Ok.
26:55Além disso...
26:56Eu já tenho uma declaração minha também, na Federal, dizendo que eu não conheço ele.
27:00Ok.
27:00E o senhor confidenciou seus advogados isso?
27:04Eles sabem que eu não conheço.
27:06Ok.
27:07E por que o senhor não procurou as autoridades policiais, considerando que a ação do sítio
27:11foi proposta quase um ano depois daquele depoimento, para esclarecer a verdade?
27:15Eu estava doente, doutor.
27:17Mas o senhor não tinha nem a intenção de esclarecer os fatos?
27:19Sim, mas eu estou aqui para isso.
27:22E o senhor não pediu seus advogados para procurar, marcar audiência, peticionar, esclarecer?
27:26Não.
27:27Eu estou perguntando, doutor.
27:28Não, não pedi, não.
27:29Ok.
27:29Tem mais perguntas, senhores?
27:35Pelas defesas que não sejam, doutor, senhor.
27:37Um live, 30 minutos?
27:3927?
27:40Podemos cortar e começar o novo.
27:41Obrigado.
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