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  • 19/06/2025
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00:00Nós estamos mostrando a improbidade administrativa que perderam todos os autos.
00:04Aí eu tirei férias e voltei, primeiro que eu vi todo mundo de novo, que foram duas tardes inteiras.
00:13Sinto muito, mas nós vamos ter que voltar.
00:17Nós temos que ir?
00:18Voltar umas perguntas que já foram feitas para o senhor, porque não foram gravadas.
00:22Nenhuma?
00:24Da segunda parte.
00:30Então, eu acho que a gente pode fazer...
00:37Começamos a gravar agora e deixa a câmera junto na próxima vez, que nem a gente fez.
00:43Não, não, pode ir fazendo assim e enquanto isso você prepara a câmera.
00:46Vamos ver se está gravando.
00:47Está gravando já?
00:48Então, retomamos.
00:49Infelizmente, perdemos o áudio da segunda parte da oitiva, que o senhor já tinha respondido várias perguntas.
00:56Então, vamos ter que retomar.
00:57Na primeira parte, eu estava perguntando para o senhor quando interrompeu o áudio, o senhor estava relatando que o senhor se dirigiu a São Bernardo para uma reunião que tratava dessa reforma da cozinha.
01:10Esse áudio, eu não entendo o trabalho de vocês, mas esse áudio daí, a senhora pode usar o áudio da outra, do Solares.
01:22O depoimento do senhor do Solares está aqui.
01:26Infelizmente, o senhor vai ter que responder de volta as perguntas.
01:29O senhor pode responder de uma forma mais objetiva, se o senhor entender necessário.
01:33Mas o que o senhor disse...
01:34Eu pensei que o senhor podia pegar lá, copiar, contra o C, contra o V e...
01:39Infelizmente, não posso.
01:40Por que está por cá?
01:42Infelizmente, temos que repetir.
01:43Porque é a mesma coisa.
01:44É, eu sei que é a mesma coisa.
01:46Então, assim, repetindo de forma objetiva, o senhor foi até São Bernardo para mostrar o projeto da cozinha, como é que estava sendo feito.
01:57E o senhor foi até o apartamento do ex-presidente, né?
02:02O senhor tinha me dito isso agora há pouco.
02:05E nessa reunião estava o ex-presidente...
02:09Dona Marisa...
02:10E o Fábio, filho dos dois.
02:14É.
02:15Tá.
02:16E aí o senhor mostrou e discutiu com eles, explicou como que funcionava.
02:20Eu expliquei a cozinha e aí eles abriram um caderninho que o Roberto Moreira fez.
02:27Um caderninho mesmo.
02:30Um caderno impresso.
02:32Com todas as modificações que eles fizeram no apartamento do Solares lá.
02:39Aí o Léo me pediu que eu explicasse.
02:41Porque o Léo também não gostava de ficar vendo desenho, essas coisas, não.
02:45Tá.
02:46E ficar em tanto detalhe, não.
02:48Aí eu expliquei.
02:50A cozinha eles entenderam mais porque era fotografia.
02:54E o projeto do Solares não entenderam nada.
02:57Não entenderam.
02:57E aí eu tinha lhe perguntado se a mensagem que foi trocada do senhor com o senhor Léo Pinheiro
03:09no dia 12 de fevereiro de 2014, que o projeto da cozinha do chefe está pronto, se marcar com a madame,
03:15pode ser a hora que quiser, é relativa a essa cozinha do sítio de Atibaia.
03:20E como não teve essa reunião, não existiu, veio existir algum tempo depois, nessa ida a São Bernardo.
03:31Entendeu?
03:32Num sábado.
03:33A São Bernardo foi posterior a essa mensagem porque não teve esse encontro aqui.
03:36É, não teve esse encontro aí.
03:38No começo de fevereiro.
03:40Tá.
03:40E quando o senhor fala o projeto da cozinha do chefe, quem é chefe e quem é madame?
03:45O ex-presidente Lula, madame e dona Marisa Letícia.
03:53Dona Marisa Letícia.
03:55Tá.
03:56E eu tinha te perguntado se o senhor sabia de onde vinham os valores para custear essa obra.
04:06O senhor falou que era da construtora.
04:08É, da construtora, porque quem me entregou esses valores foi um rapaz que eu não conhecia,
04:16mas estava todo de preto com garvata vermelha, que era comum muita gente usar lá, né?
04:24Vermelho por causa do vermelho da OAS e o preto por causa do preto da OAS e o branco por causa
04:30do branco da OAS.
04:31O pessoal de nível mais médio usava muito essa roupa assim, vermelho.
04:39E ele estava com um crachá da construtora.
04:40Com um crachá da construtora.
04:42Mas em razão do...
04:43Ele pegou um envelope desse tamanho aqui, os 50 mil, depois elevou os 120 mil.
04:48Mas em razão do quê?
04:50Que a OAS estava custeando essa reforma?
04:53O senhor não sabe dizer.
04:54Não.
04:55Não tem a menor ideia.
04:56O senhor também...
04:58OAS construtora.
04:59OAS construtora.
05:00OAS construtora não custeava dinheiro vivo.
05:03O senhor falou que não teria como ter um caixa dois na OAS...
05:07Não tinha caixa dois.
05:08...empreendimentos que teria que ser da construtora e o senhor sabe que é um recurso que não
05:13tinha sido contabilizado ou o senhor não sabe esses detalhes?
05:16Não, não tem a menor ideia.
05:17Como que foi contabilizado?
05:18A OAS empreendimento ficava num prédio a 500 metros da construtora.
05:23A gente só ia lá quando tinha reunião.
05:26A gente não andava no outro prédio da construtora, não.
05:28E essa foto do senhor que eu tinha mostrado também é da primeira reunião que o senhor
05:33foi no sítio junto com o senhor Léo Pinheiro, que estava o ex-presidente, o Fernando Bittar.
05:40O Fábio.
05:41E o Fábio.
05:42E três ou quatro de segurança.
05:44Tá.
05:44Outra questão que o senhor tinha falado, pedi só para deixar registrado, que o senhor
05:52falou que não sabia em razão do que tinha sido pago essas reformas, né, a do sítio
05:57e a do apartamento, mas que o senhor falou que o senhor Léo Pinheiro disse para o senhor
06:02que tinha o ex-presidente em grande consideração, não lembra a expressão que o senhor usou.
06:07Me disse no carro que adorava o presidente.
06:15Que a empresa, a construtora, né, devia muito para ele e que ele adorava o...
06:25Léo, ele tinha, vamos dizer assim, a OAS era uma empresa muito de direita, sabe?
06:32Uhum.
06:33Há muitos anos atrás.
06:35Muitos anos atrás.
06:36Na época de Antônio Carlos Magalhães, eles tinham ligação, tanto que o nome OAS
06:41negro brincava que era obras arranjadas pelo sogro, porque César Matafilha era casado
06:46com a filha de Antônio Carlos Magalhães e tal.
06:49Só que eles brigaram, né, Antônio Carlos Magalhães com César Filha.
06:52Então, é uma empresa sempre de direita.
06:55E Léo, ele inclusive cresceu na empresa porque ele começou indo muito pela esquerda,
07:03dentro da própria empresa, enfrentando até o pessoal de direita que tinha lá na empresa,
07:11né?
07:11Então, ele começou a se envolver muito com o pessoal de esquerda, né, dos partidos
07:22de esquerda.
07:24Então, ele tinha uma adoração muito grande ao ex-presidente.
07:29E a relação dele era com o ex-presidente e não com o Fernando Bittar?
07:35Ou a relação dele com o Fernando Bittar era independente dessa relação?
07:40Não.
07:41Era através do presidente.
07:43É porque Bittar, filho de um amigo dele, quando ele estava no Alvorada, eu soube isso,
07:52que o Jacob Bittar, né, Jacob Bittar, ficava muito no Palácio Alvorada, entendeu?
08:02Eram muito, quase irmãos ali.
08:06Ele chegou a morar no Palácio Alvorada há muito tempo, o Jacob Bittar.
08:10Mas isso não é constatação minha, não, viu?
08:13É, leitura de jornal e essas coisas.
08:17O que o senhor ouviu dizer, o senhor não ouviu pessoalmente.
08:19Não, nunca vi nada pessoalmente.
08:21Então, os filhos se tornaram primos, primos por aproximação.
08:28O Fábio tinha um outro chamado Calil, que era irmão de Fernando, Calil Bittar, que
08:35era filho de Jacob Bittar também.
08:37Eles eram muito unidos, né, e eram sócios de empresas e tal.
08:43Não sei que tipo de empresa, mas eles tinham uma sociedade entre eles e tal.
08:49Então, tinha uma aproximação muito grande da família.
08:52Eu espero não ter esquecido nenhuma pergunta relevante, mas o Ministério Público agora
08:57tem a palavra.
08:59Boa tarde, Sr. Paulo.
09:01Sr. Paulo, o senhor mencionou que toda a negociação da aquisição da cozinha e dos
09:06eletrodomésticos perante a Kitchens foi feita pelo senhor.
09:10O senhor confirma?
09:12Claro.
09:13O senhor pode explicar melhor como que se deu essa negociação para a aquisição da
09:17cozinha?
09:17O senhor esteve na loja?
09:19O senhor tratou pelo telefone?
09:22Não.
09:23Repare bem.
09:23A linha Kitchens é a mesma que tem em Salvador.
09:30Então, eu tinha conhecimento basicamente do que eles poderiam fazer.
09:36Então, não precisei ir na loja.
09:46Eu só fui na loja para pagar os 50 mil e depois os 120 mil.
09:51Só.
09:51Certo.
09:53Sr. Paulo, foi encontrado um arquivo eletrônico imposto do senhor quando foi realizada a diligência
09:59de busca e apreensão.
10:01Vou mostrar para o senhor.
10:02Está no evento 2, anexo 356.
10:03Um recibo de 50 mil reais da Kitchens.
10:05Eu já vi.
10:06Esse mesmo que foi.
10:07Que está em nome de Fernando Bittar.
10:11Só para que caso não tenha ficado gravado na primeira parte.
10:16Nenhuma das do Ministério Público ficou.
10:18A primeira parte era só minha.
10:19Sim.
10:19O senhor saberia me dizer por que essa documentação da Kitchens estava em nome do senhor Fernando
10:27Bittar?
10:29A O.S. mandou tirar nota fiscal tudo em nome de Bittar.
10:35Certo.
10:35Tudo perante a Kitchens estava em nome do senhor Fernando.
10:38Tá.
10:38E o projeto também todo assinado por ele.
10:41O senhor Fernando, ele tinha conhecimento de que estava tudo em nome dele, inclusive notas
10:46fiscais?
10:46Lógico.
10:49Tem um...
10:51Aí foi que eu tinha falado que a Kitchens pediu qual é o endereço do sítio.
10:57Porque o sítio fica lá no meio do mato.
11:00Aí ele deu uma foto de uma conta de energia.
11:07Mandou para mim e eu mandei para a Kitchens.
11:10Onde tinha o endereço certinho, o número da localidade.
11:18O CEP e o endereço certinho para onde enviar.
11:23Porque a nota fiscal tinha que sair com o endereço da Kitchens.
11:27Entendeu?
11:27Então o Bittar mandou para mim.
11:30E na conta de luz tinha escrito Fernando Bittar.
11:33E tinha depois o endereço, que eu não me lembro, o endereço da rua, era uma estrada, né?
11:42Da estrada com o CEP, com o lugarejo, como era chamado e tal.
11:50E ele me deu essa foto e eu passei para a Kitchens para poder jogar na nota fiscal.
11:58Correto.
11:58Consta dos autos também, Sr. Paulo, no evento 2, anexo 363, o projeto executivo da cozinha do sítio está assinado pelo Sr. Fernando Bittar.
12:07Foi o senhor que colheu a assinatura do Sr. Fernando nesse projeto?
12:11Foi.
12:12Eu devo ter ligado para ele e disse, você tem que vir aqui para assinar, que a Kitchens quer que você assinhe o projeto.
12:24Ele aí foi e assinou todo o projeto.
12:26O senhor se recorda se o Sr. Fernando compareceu na OAS para assinar?
12:29O senhor levou para ele?
12:30Não, foi na OAS.
12:32Ele esteve na OAS?
12:33Ele foi na OAS assinar.
12:34Certo.
12:36O senhor mencionou no início...
12:38O escritório dele, não sei bem onde era, mas era próximo, porque ele ia andando lá na OAS para em menos.
12:45Certo.
12:45O senhor mencionou anteriormente, Sr. Paulo, que na ocasião da ida ao sítio pela questão do lago, o senhor encontrou com o Sr. Fernando Bittar.
12:53Antes desse episódio, o senhor conhecia o Sr. Fernando?
12:55Não.
12:56Foi encontrado no seu notebook, Sr. Paulo, uma imagem de uma anotação manuscrita contendo uma anotação exatamente do telefone do Sr. Fernando Bittar e embaixo a anotação...
13:11Essa foto que vocês tinham me mostrado antes é que eu não entendi. Foi o Léo que mandou para mim?
13:20Não, isso estava no seu notebook. Eu que lhe pergunto quem mandou para o senhor.
13:24Eu não consigo me lembrar de onde veio, entendeu? Vocês não têm aí de onde veio, não?
13:30Esse telefone de segurança, o senhor se recorda ao que se refere?
13:35Não.
13:38Porque eu não me envolvi com nenhum segurança de Lula.
13:43Assim, de ter telefone, tratar assuntos, esse tipo de coisa, nenhum segurança.
13:48Ele tinha lá cinco ou seis seguranças, nunca tive nenhuma ligação com nenhum deles.
13:55Certo.
13:56O senhor mencionou antes, Sr. Paulo, que inicialmente a Kitchens ficou de recolher os valores que seriam pagos pela cozinha.
14:06E que isso não aconteceu. Aí o que foi feito?
14:12Os valores que a Kitchens ficou de pegar, na minha mão?
14:15Isso.
14:16Ficou feito porque eu liguei várias vezes para ele, não ia pegar.
14:20Aí liguei para habitar, não foi pegar.
14:25E a Kitchens, enquanto vocês me pagaram, eu não posso começar a fabricação.
14:33E aí veio aquela história de que São João não muda de lugar, né?
14:37Não muda para o mês de setembro.
14:40Então, é julho.
14:42Tem que fazer, tem que fabricar.
14:44Leva 60 dias para fabricar.
14:4675 dias para fabricar.
14:49E tem que fabricar logo.
14:52E aí tem que pagar.
14:54Foi aí que eu fui pagar os 50 mil.
14:58E dias depois eu paguei os 120 mil.
15:01Aí eles tentaram em mim extorquir, porque eu considero aquilo uma extorsão.
15:06O cara combinar um preço com você.
15:08E chega na hora que você vai pagar.
15:09Que uma senhora lá estava contando o dinheiro.
15:15E aí o cara diz, não tem mais 17 mil?
15:19Eu liguei para a OAS.
15:21Falei com o Roberto Moreira.
15:23Roberto, você conhece alguém que faz uma cozinha?
15:26No mesmo padrão da kit?
15:29Ele disse, Paulo, eu conheço.
15:31Eu digo, então ligue para essa pessoa.
15:34E mande essa pessoa ir para a OAS imediatamente.
15:37Isso eu falei alto com o Roberto.
15:40E a kit ouvindo.
15:43Então a kit começou a entender de que o negócio estava desfeito.
15:49Entendeu?
15:49Então eu considero isso uma extorsão.
15:52Aí foram lá dentro, conversaram e voltaram com a história de que não iam cobrar os 17 mil a mais.
15:59Aí concluiu-se a negociação e pronto.
16:02Eles assinaram esse recibo.
16:09O senhor disse que ligou para o Fernando Bittar para ele buscar o dinheiro.
16:13Foi isso?
16:13Foi.
16:14Como é que foi essa conversa com ele?
16:16Uma conversa simples.
16:18Bittar, o dinheiro para você pagar lá na kit já está aqui.
16:22E qual que foi a resposta dele?
16:26Ele disse, não, eu vou passar aí.
16:28Passo aí.
16:29Aí liguei outra vez, não, eu passo aí.
16:32Eu passo aí e não passou.
16:34E a kit pressionando.
16:36Pressionando a quem?
16:38Ao imbecil aqui, que tinha um compromisso com o doutor Léo de acabar aquilo antes do São João.
16:46Entendeu?
16:49Certo.
16:50Sr. Paulo, esse telefone 7188558000 é o telefone do senhor.
16:57Tem uma mensagem aqui que o senhor fala para o Sr. Léo Pinheiro, então presidente da OAS.
17:03Vamos abrir dois centros de custo.
17:05Primeiro, Zeca Pagodinho, entre parênteses sítios.
17:07Segundo, Zeca Pagodinho, entre parênteses praia.
17:09O senhor pode explicar, por favor?
17:11O doutor Léo pediu para abrir dois centros de custo.
17:20Nada é feito na empresa sem abrir um centro de custo.
17:24O centro de custo, para que ele queria?
17:28Eu não sei.
17:30Ou para cobrar do ex-presidente, ou de alguém, ou do Fernando Bittar.
17:38Ele queria saber quanto gastou.
17:44Tanto em solares, como no sítio.
17:48Por isso que ele mandou abrir o centro de custo e também para poder o dinheiro sair.
17:53Porque o dinheiro não sai se não tiver um centro de custo.
17:56Para o dinheiro ser lançado.
17:57Entendeu, doutor?
17:58Então, se abriu o centro de custo.
18:01E aí fui para o diretor administrativo, para ele abrir esse centro de custo.
18:10E disse a ele, olha, doutor Léo pediu para abrir esse centro de custo.
18:14Zeca Pagodinho 1, Zeca Pagodinho 2, sei lá.
18:17Eu não me lembro nem o nome.
18:18Zeca Pagodinho 1, Praia.
18:20Zeca Pagodinho City, alguma coisa assim.
18:22Aí o diretor me disse, Paulo, esses centros de custo já estão abertos.
18:30Estão abertos.
18:30Centro de custo praia, centro de custo sítio, um negócio assim.
18:36Não tinha Zeca Pagodinho no meio.
18:38Tá certo.
18:39E aí ficou esse centro de custo assim.
18:42Não mudou para Zeca Pagodinho 1, nem 2.
18:45Correto.
18:46O senhor mencionou, senhor Paulo, que antes da instalação da cozinha, foram feitas umas
18:51obras de alvenaria, instalação de azulejos no sítio.
18:55E que foi uma equipe da própria OAS que realizou essas obras.
18:58Foi.
18:59Foi ouvido aqui, na instrução da sessão penal, o senhor Misael Oliveira, que é funcionário
19:05da OAS.
19:06Ele diz que essas obras duraram de metade do mês de março até o período das eleições,
19:13mais ou menos setembro de 2014.
19:14O senhor se recorda se foi esse período mesmo, que outras obras foram feitas?
19:18O que é que acontece?
19:20As obras da cozinha acabaram antes de São João.
19:25Acabaram dia 10 de junho, mais ou menos.
19:28Aí ficou se tentando resolver o problema do lago.
19:35Aí foi feita uma intervenção.
19:37Baixou, tapou o buraco, não resolveu.
19:41Choveu, encheu, continuou vazando.
19:44Baixou, baixou, aí fez uma impermezação.
19:49Choveu, baixou.
19:52Aí, numa dessas baixadas, nós enfiamos uma vara e vimos que,
19:59embaixo do corpo da barragem,
20:02tinha uma barragem de pés aqui.
20:24tinha um caminho que ia para uma casa onde ficavam os operários nossos,
20:31os dois operários dormindo.
20:34Aqui tinha uma mesa de sinuque, que é uma casa um pouco afastada assim.
20:39E tinha outra avenaria aqui.
20:42E aqui tinha um vestidouro que ia para o lago de baixo.
20:47E aqui estava o lago de cima.
20:54Então, quando esse lago baixou, nós enfiamos uma vara aqui e descobrimos que tinha um metro e meio de lama.
21:03E que essa água estava passando por debaixo da lama e entrando nesse vertedouro aqui e caindo na lago de baixo.
21:11E aqui, embaixo dessa avenaria de pedra,
21:21que estava rachada, e essa daqui também é a avenaria de pedra, que estava rachada,
21:26aqui tinha um caminho que passava carro.
21:29Só passava para ir para essa casinha que fizeram aqui assim.
21:34Que tinha uma mesa de sinuque.
21:36Eu me lembro que eu fui lá uma vez e os operários estavam dormindo.
21:40E os dois operários dormiam num colchão e faziam comida aqui e tal.
21:45E Misael fazia essa logística de comprar comida.
21:50Entendeu?
21:52Tá certo, Sr. Paulo.
21:54Bom, aí tinha uma manta butírica aqui, que era curta.
22:01E aí, enfiou-se uma vara aqui e descobriu que tinha um metro e meio de lama.
22:06E que essa água estava passando por aqui e por baixo.
22:08Pronto, foi aí que veio aquelas soluções que eu falei.
22:14Tinha umas cinco ou seis soluções caras, de equipamento pesado, de obra pesada,
22:20que poderiam resolver o problema.
22:23Que é o quê?
22:24Fazer uns tubulões, uma estaca franca, uma estaca raiz,
22:28ou um jet grauque aqui nessa região e descer até passar por essa lama e encostar numa zona de rocha.
22:41Certo.
22:42Aí a água não conseguia passar mais.
22:43Foi feita uma obra ali, então?
22:45Não, não foi feito nada.
22:46Mas depois que foi...
22:47Porque isso ia estragar o sítio.
22:49Certo.
22:49Depois que se terminou a obra da cozinha, a equipe da OAS continua ainda lá, estudando as opções para...
22:55Não, esses operários, os dois operários foram praticamente embora.
23:01Aí Misael arranjou uns operários que fizeram um tapa-buraco aqui.
23:05Já não foi os operários que fizeram a cozinha, não.
23:09Foram um ou dois operários que fizeram um tapa-buraco aqui nessa avenaria,
23:12que não resolveu, porque a água estava passando por baixo.
23:16Correto.
23:17Então Misael ficou indo lá durante um tempo, porque ele instalou uma bomba lá embaixo
23:28e a água que escapulia daqui vinha para baixo, ele pegava a bomba e bombeava de novo para cá, entendeu?
23:34Certo.
23:35Aí às vezes essa bomba queimava.
23:37Aí o Maradona, que era o caseiro, ligava a Misael e o Misael ia lá e consertava a bomba.
23:44Então Misael ficou...
23:48Não era comandado por mim, Misael.
23:50Misael não era ligado a mim.
23:52Era ligado ao diretor de administrativo da empresa, que Misael cuidava também.
23:59Ele não era operário, ele era encarregado.
24:01Certo.
24:02Ele cuidava da manutenção dos prédios da OAS, empreendimentos, não da construtora.
24:08Correto, Sr. Paulo.
24:09O senhor mencionou que os...
24:10Ele ia lá de vez em quando.
24:12Então quando ele saiu de lá em setembro, não é que ele ia lá todo dia, não.
24:16Ele ia a vez quando a bomba queimava.
24:20Certo.
24:20O senhor mencionou que durante essas obras, os funcionários da OAS ficaram dormindo no sítio.
24:26Houve solicitação...
24:27Essa casinha tinha.
24:28Isso.
24:28Houve uma solicitação de alguém para que eles ficassem morando no sítio?
24:32Eu não me lembro se teve uma solicitação.
24:38Primeiro, para ele não ficar numa pensão na cidade.
24:41Porque teria que toda vez, todo dia, sair ter um carro que levasse ele para lá e para cá, para lá e para cá, para lá e para cá.
24:51E como eles trabalhavam sábado e domingo direto, o que é que se preferiu?
24:57É...
24:58Usar uma logística de levar comida para eles, que eles cozinhavam, do jeito e do gosto dele.
25:06E como eles trabalhavam sábado, domingo e feriado, eles ficavam nessa casa aqui, entendeu?
25:13E só iam para Salvador, porque eles eram de Salvador, Misael e de São Paulo.
25:21Mas os dois operários que ficavam aqui eram de Salvador.
25:24Então, eles iam para Salvador quando tinham feriado alongado, quando tinham sábado e domingo.
25:32E eram uma vez a cada 30 dias ou 60 dias, sei lá.
25:37Conta aqui no celular do senhor também, senhor Paulo, uma mensagem que diz o seguinte.
25:45A equipe vem de Salvador, são pessoas de confiança que fazem reformas na OAS.
25:50Ficou resolvido eles ficarem no sítio morando.
25:52A dama pediu isto para não ficarem na cidade.
25:57Se a dama pediu isso, pediu a habitar.
26:01Habitar deve ter colocado isso em algum momento.
26:05É melhor que os operários fiquem no sítio.
26:07E ficou.
26:09Essas solicitações da dona Marisa que chegavam para o senhor eram por internet?
26:13Sempre através de bitá.
26:14Minha tia pediu, sempre assim, minha tia pediu isso, pediu aquilo.
26:20Ela não pediu muita coisa, não.
26:22O senhor não encontrava a dona Marisa no sítio?
26:25Encontrou em alguma oportunidade?
26:26Encontrei.
26:27Uma vez ela correu o alvo para mim e não pediu nada.
26:31A cozinha estava quase pronta.
26:34Ela não pediu nada.
26:35Mas, dias depois, bitá me procurou e ela disse que minha tia está querendo que troque a cerâmica da varanda.
26:46Porque os meninos vão para a piscina, vão ficar correndo aqui e podem descorregar.
26:53Então, aí eu mandei botar uma cerâmica crespa.
26:58Mas, no dia que ela correu comigo aqui, normalmente, quando ela estava lá, ela estava no meio do mato com inseguranças, cortando o mato, não sei o quê.
27:17Parecia uma camponesa, um chapéu com um lenço aqui, assim, amarrado.
27:21Porque você nem sabia se era ela ou não que estava ali.
27:25Aí, o funcionário dizia, a dona Marisa está aí hoje.
27:30E aí você também viu o carro lá, um ônibus e tal, você sabia que ela estava.
27:35Teve um dia que ela correu comigo lá, mas não pediu nada.
27:39Tem uma outra mensagem que o senhor troca com o senhor Léo Pinheiro, o senhor Paulo, em que o senhor relata que a reforma da cozinha do sítio foi finalizada.
27:51E o senhor comenta, gostaram muito. A quem o senhor se referia nesse gostaram muito?
27:58Eu mandei a mensagem para quem? Para Léo, né?
28:01Isso.
28:02É porque eu tive a informação de que eles gostaram do...
28:06Eles quem, senhor Paulo?
28:07Não. O ex-presidente, a dona Marisa, o Bittar, a mulher de Bittar, quer dizer, o pessoal que frequenta o sítio, gostaram.
28:22Certo. Tem uma outra mensagem, senhor Paulo.
28:25Muito bem que gostaram.
28:26O senhor escreveu o seguinte, doutor Léo, o Fernando Bittar aprovou junto à Dama os projetos tanto de Guarujá como do sítio.
28:33Isso foi bem antes.
28:34Sim, antes disso, é.
28:38Como que era essa interlocução do senhor Fernando com a dona Marisa?
28:44Fernando com a dona Marisa? Não sei.
28:47Era de sobrinho para a tia.
28:49Certo.
28:50Todas as solicitações que o senhor recebia, então, eram por intermédio do senhor Fernando.
28:55É.
28:55Tem uma outra mensagem ainda, posterior, senhor Paulo, que o senhor conversa, acredito que seja o seu filho, Lucas, que o senhor fala, recebi um recado que o presidente quer me ver no instituto.
29:09Em que contexto o senhor recebeu esse convite?
29:12Rapaz, essa mensagem, você sabe que eu não me recordo, pode ter sido uma brincadeira.
29:18Essa é...
29:20Pode mostrar para ele a mensagem?
29:22Pode.
29:22Essa mensagem...
29:23Eu já tinha saído da OAS.
29:30Eu não era mais da OAS.
29:31E meu filho também.
29:33Sim, por favor.
29:48Aqui.
29:50Eu já tinha saído da OAS.

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