- 19/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00Então, retomando a interrogatória do Sr. Emir Diniz Costa Jr., o Dr. Ministério Público tem de volta a palavra.
00:07Além dessas construções, dessas intervenções, tinha uma sauna e também uma piscina?
00:15A piscina eu falei, a sauna eu esqueci, tinha que construir uma sauna que era do lado da piscina.
00:21E um vazamento de lago tinha também?
00:23Um vazamento de?
00:24De um lago.
00:25O vazamento do lago, como eu expliquei, a gente não pôde fazer, que a gente achava que não era prudente, em termos técnicos, mexer com terra na época de chuva.
00:36Efetivamente, o que foi feito, pelo que o senhor disse, foi tudo isso aí, menos o vazamento do lago, isso?
00:40Então, o que foi feito? Foi a edícula da vigilância, as suítes, os dois quartos, a piscina e a sauna. E o campo de futebol.
00:50Ok.
00:50Ele falou que tinha sido um prazo de 30 dias, era isso?
00:56Isso, ele gostaria que ficasse pronto para quando o presidente deixasse o cargo, ele pudesse passar umas férias lá, junto com a família.
01:04O senhor falou que recebeu o dinheiro duas vezes, oriundo do setor de operações estruturadas, não é isso?
01:11Hoje em dia eu sei que o dinheiro veio dessa época, desse lugar, desse departamento na época, era da senhora Lúcia Tavares.
01:17E eu pergunto, por quantas vezes o senhor entregou esse dinheiro ao Frederico?
01:22Esse dinheiro foi pelo menos quatro vezes, porque era uma vez por semana e a gente demorou mais ou menos um mês fazendo essa obra.
01:32E o senhor entregava, não sei se o senhor já disse, foi em envelopes, é isso?
01:36Envelopes fechados para que ele entregasse o senhor Aurélio.
01:39Então o Frederico recebeu o dinheiro e entregava diretamente ao Aurélio?
01:42Isso.
01:43Ok.
01:55Posso perguntar?
01:56Tá, então.
01:57O senhor Amir, o pagamento aos fornecedores da obra em Atibaia.
02:14O Frederico Barbosa prestou depoimento aqui e disse o seguinte.
02:19Ele, o senhor Amir, me entregou o envelope fechado e falou, você fala, passa, repasse isso para o Aurélio e fazer o pagamento.
02:29Não quero.
02:30É até uma recomendação minha você não pagar porque eu ficaria em uma situação.
02:35Aí o Frederico disse.
02:36Aí eu entreguei para o Aurélio e falei, Aurélio, é uma recomendação, eu preciso fazer o pagamento já, cobrando o depósito, que seria, acredito, o depósito diz.
02:43E você tem que fazer, porque eu não vou me expor a fazer esse pagamento.
02:47E o Aurélio falou, ok, então tem que fazer esse pagamento, eu mesmo vou fazer esse pagamento.
02:51E assim criou-se esse sistema de produção.
02:54Com o Emir fazendo o suprimento de valores da obra e eu levava para o Aurélio fazer os pagamentos.
02:58Exatamente.
02:59Era isso que ocorria?
03:00Exatamente.
03:01Então era o Aurélio que fazia o pagamento aos fornecedores?
03:04Isso.
03:05O Frederico ia com ele lá só para certificar quais é que tinham sido gastos efetivamente.
03:11Mas quem fazia os pagamentos era o Aurélio.
03:15Isso para evitar a exposição da Debreche?
03:17Exatamente.
03:22Como que foi a contratação da construtora Carlos Rodrigues do Prazo?
03:27O Frederico começou a obra com o nosso pessoal e logo viu que não ia conseguir fazer no prazo que tinha.
03:33E tinha algumas especialidades, tipo o azulejeiro, alguma coisa mais de acabamento que a gente não tinha na obra.
03:40Então ele pediu a minha autorização para indicar o Carlos Rodrigues do Prazo.
03:45Então aí o Frederico chamou o Carlos Rodrigues lá, apresentou ele para o Aurélio, pediram um orçamento do trabalho.
03:55O Frederico disse que estava compatível e aí começou o trabalho assim.
04:01Mas ele também era o seu Aurélio que ia pagar ele.
04:03Quem tratava com o Sr. Rogério Aurélio era então, desculpa, quem tratava com o Carlos Rodrigues do Prazo era o Sr. Rogério Aurélio?
04:13O Frederico fazia as determinações técnicas e o Aurélio fazia os pagamentos.
04:18Ok.
04:18Foi efetuado algum contrato entre a Odebrecht e a construtora Rodrigues do Prazo para o sítio?
04:25Não.
04:26E quem pagava os custos do Carlos Rodrigues do Prazo era o Odebrecht por intermédio do Rogério Aurélio?
04:33No final das contas era.
04:35Ok.
04:35Mas quem pagava era o Aurélio.
04:42Os recursos do Aurélio, você mandava dentro desse envelope junto com o que o senhor encaminhava pelo Frederico?
04:49Recurso do Aurélio como pagamento a ele, não.
04:52Desculpa.
04:52Os recursos para o Rogério Aurélio pagar o Carlos Rodrigues do Prazo.
04:57O senhor mandava dentro do envelope?
04:59Estava dentro do envelope.
05:00Não tinha separação, esse é para um, esse é para outro.
05:02Tinha lá R$ 100 mil, R$ 120 mil, ele pagando o que tinha.
05:06Aí o Rogério Aurélio recebia, descontava a parte do Carlos Rodrigues, dava para ele e pagava lá.
05:11Pagava a loja, pagava o caminhão de areia que chegou lá, pagava um cara de, sei lá.
05:17Era esse então o fluxo?
05:19Era esse o fluxo?
05:21Isso.
05:23O senhor apresentou um documento aqui no processo, eu vou exibir para ele, silêncio,
05:28o evento 2281, página 6.
05:31Um comprovante de estacionamento datado de 1 de março de 2011.
05:38Esse aqui com o amarelo em volta.
05:40De um estacionamento situado na rua.
05:42É esse mesmo que eu indiquei, que foi o comprovante que eu fui lá na reunião com...
05:47Esse estacionamento é no prédio do escritório do doutor Roberto Teixeira.
05:53Que estava na prestação de conta de meu motorista.
05:55Esse é o primeiro de março.
06:08Você dormiu?
06:09Você dormiu?
06:11Não.
06:12Não, não se preocupe.
06:14Deixa eu ver de novo, por favor.
06:17Não, eu acho que...
06:17O senhor sabe que eu faço a leitura para o senhor?
06:43R$ 14,00, rua Padre João Manuel Sete Sinsu, que é o prédio do doutor.
06:53É, 2011, foi isso mesmo.
06:56É, a obra foi em 2010.
06:59Então o senhor confirma que esse compromisso de estacionamento é de quando o senhor foi lá
07:02tratar com o pai do Teixeira.
07:03Essa é a primeira reunião.
07:04Eu falei abril, mas na verdade é a primeira de março.
07:06Ok.
07:16Gostaria de exibir para ele também, excelência.
07:18evento do anexo 2, anexo 280, se seriam essas notas fiscais, em nome do senhor Paulo Contovics,
07:31que foram apreendidas.
07:32Essas notas fiscais foram apreendidas, conforme auto de apreensão juntado também aos autos.
07:39E se essa era a nota fiscal da porta, se ele recorda disso?
07:42Exatamente, porta de correio de Angelino, essa porta mesmo.
07:47E essa foi o Paulo que pagou e eu depois ressarci ele com esse dinheiro que...
07:53Dinheiro de espécie.
07:54Dinheiro de espécie.
07:56Ok.
07:58O senhor Frederico, ele relatou que tinha alugado um carro.
08:02O senhor se recorda disso?
08:04Sim, porque ele me falou que não ficava bem ele ir para a obra lá do sítio com o carro
08:08da obra do Aquapola.
08:09Então, ele alugou um carro em nome dele e ele também, eu ressarci a ele com esse dinheiro,
08:17essas despesas de carro, pedágio, uns telefones celulares que ele pegou também, pré-pago só
08:22para isso aí.
08:24E ele também, ele fez alguns gastos em nome próprio numa loja de materiais que se chama
08:31Telenorte.
08:32O senhor se recorda disso?
08:33Me recordo também.
08:35Que era material de acabamento.
08:37E ele gerou emissão...
08:40Banheiro, não tinha um negócio de um banheiro aí.
08:42Um banheiro pré-moldado.
08:44Ok.
08:44Em todos esses casos, ele gerou emissão em nome dele próprio, Frederico.
08:49É.
08:49Isso é dentro daquela orientação de omitir a presença da Aldebrecht na obra?
08:52Foi sim.
08:55Ok.
08:55Seu Emir, a defesa do Roberto Teixeira, ela diz que essa ação penal está criminalizando
09:03a atuação dele como advogado.
09:05Eu gostaria de perguntar ao senhor se nessas ocasiões que o senhor esteve lá com o Roberto
09:08Teixeira, o senhor foi tratar de serviços jurídicos para o senhor ou para o Aldebrecht,
09:13ou o senhor foi lá para buscar simular e criar documentos para encobertar valores gastos
09:18pela Companhia em Benefes de Lula.
09:20Está direcionando a pergunta.
09:23Para que fim que o senhor foi direcionado à reunião com o senhor Roberto Teixeira?
09:28Eu não ia poder opinar sobre isso.
09:32Mas efetivamente eu fui lá instruído para encontrar uma forma de regularizar a obra
09:38para que não parecesse que o Aldebrecht tinha feito a obra e que constasse que o senhor
09:46Bittar é que tivesse feito a obra.
09:48Se isso é uma questão jurídica do Aldebrecht ou não, não cabe o senhor julgar.
09:52Não cabe.
09:54Eu sou engenheiro civil.
09:58Só um segundo, silêncio.
09:59Existia uma orientação para que os empregados da Aldebrecht não usassem uniformes na obra também?
10:14Também.
10:16Essas orientações de ocultação partiram pelo senhor Carlos Armando?
10:21O Carlos me falou que não parecesse Aldebrecht.
10:24Eu tomei todas as providências para que não parecesse Aldebrecht.
10:28Ok.
10:29Excelência, no Ministério Público não tem mais perguntas.
10:42O assistente de acusação tem perguntas?
10:44Tem perguntas.
10:45Tá.
10:45As defesas querem começar fazendo-as.
10:49Fica a defesa do senhor Emir por último.
10:54Não, podemos usar a ordem do microfone se o senhor puder começar.
10:57Boa tarde, senhor Emir.
11:00Pediu só para se identificar daí, cada um, né?
11:02Perfeito.
11:03Cristiano Zanin Martins, pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva.
11:07Boa tarde.
11:09Senhor Emir, o senhor respondendo a perguntas aqui da meritíssima juíza, afirmou que tem conhecimento da acusação deduzida nesses autos.
11:18Eu pergunto ao senhor, em relação a esses quatro contratos firmados entre a Petrobras e o grupo Aldebrecht, qual é a participação do senhor nesses contratos?
11:36Nenhuma.
11:37O senhor não participou nem da licitação, nem da contratação, nem da execução?
11:43Não, e nem tampouco era da minha área de atuação.
11:46Certo.
11:49Acredito que tenha sido esclarecido ao senhor.
11:52A acusação deduzida nesses autos busca vincular esses quatro contratos, ou valores decorrentes desses quatro contratos, a uma reforma em um sítio em Atibaia.
12:05Então, eu gostaria de saber, o senhor, em primeiro lugar, o seguinte.
12:09Doutor, eu só vou adiantar ao senhor que essa conclusão o senhor está deduzindo, porque até onde eu li da denúncia não foi exatamente essa a conclusão que eu tive.
12:18Então, eu vou pedir para o senhor fazer perguntas objetivas e não, que nem eu corrigi o Ministério Público que estava fazendo conclusões nas perguntas,
12:25o senhor faça a pergunta de fatos e não coloque conclusões nas suas perguntas, por favor.
12:29Certo. Então, eu vou voltar a esses quatro contratos para perguntar ao senhor.
12:37O senhor já disse que não participou nem da licitação, nem da contratação, nem da execução.
12:42O senhor tinha, à época, algum tipo de notícia do que acontecia em relação a esses contratos, a essa execução?
12:52O senhor recebia algum informe da empresa em relação a esse tema?
12:55Não, não tinha nada com relação a esses contratos.
12:59Certo. O senhor já disse aqui que fez um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público.
13:09Eu gostaria que o senhor, por gentileza, circunstanciasse como se deu esse acordo e por que é que o senhor fez esse acordo
13:17juntamente com outros 76 executivos da empresa e não sozinho.
13:23Bom, como o senhor sabe, o Ministério Público e a Polícia Federal, eles estavam investigando exatamente esses fatos que o senhor está dizendo
13:35e fizeram várias buscas e apreensões na empresa e começaram a descobrir coisas.
13:43As coisas que o senhor sabe, que foram noticiadas, a existência do departamento de operações estruturadas
13:50e tal contrato foi feito isso, tal negócio foi feito aquele, o projeto do sítio, dizendo respeito ao que me toca.
13:59O negócio do sítio já estava na mídia, tudo isso já acontecendo e a gente sabendo as implicações que isso podia dar para mim.
14:08A empresa também facultou aos seus executivos que quisessem fazer essa colaboração, os apoiaria nesse caso
14:17e eu aderi ao programa sabendo que as consequências que podiam causar para mim, mas também os benefícios, por outro lado,
14:25que a lei permite aos colaboradores.
14:29Então, por isso, eu decidi aderir.
14:31Certo. O jornal Folha de São Paulo, numa reportagem do dia 15 de dezembro de 2017,
14:39afirma que o senhor teria resistência em fazer colaboração e que o senhor foi pressionado para isso.
14:47O senhor pode dizer se é correto o que foi publicado pela Folha ou não?
14:52Em primeiro lugar, eu nem sabia dessa reportagem da Folha. Em segundo lugar, eu não tive nenhuma pressão da empresa.
14:59A única decisão foi essa. Eu pesei de um lado o que era responder sozinho por uma denúncia da qual eu estou sendo acusado
15:09e o que me tocaria se eu fizesse um acordo. Eu preferi a segunda opção.
15:14Certo. E o senhor já disse aqui que o senhor não é mais funcionário da Odebrecht, correto?
15:18O senhor recebe algum valor da Odebrecht atualmente?
15:22Eu fiz um acordo de indenização da Odebrecht por perdas que eu tive por conta desse processo.
15:28Então, eu recebo um valor sim.
15:30Certo. E o senhor recebe esse valor? Tem algum limite de tempo para o senhor receber?
15:36Ou o senhor recebe até... Enfim... Tem limite temporal ou não?
15:42Esse contrato tem algumas clausas confidenciais. Eu devo responder essa pergunta, doutor?
15:48Tem limite de tempo ou não tem?
15:50Ele tem limite de tempo.
15:51O senhor poderia dizer se, além desta quantia que o senhor disse receber,
15:59o senhor tem alguma ação da empresa?
16:02O senhor tem algum outro valor que adiciona a essa quantia?
16:09Não, senhor.
16:09Mobiliário ou não?
16:10Não, senhor.
16:19O senhor, quando fez a sua colaboração premiada, o senhor...
16:29Isso ocorreu no ano de 2016, se eu estiver correto.
16:33Dezembro, né?
16:34Dezembro de 2016.
16:36O senhor, à época, não apresentou nenhum elemento relativo a esse suposto valor que o senhor fez referência no seu depoimento.
16:49E, depois, no dia 22 de novembro de 2017, quase um ano, portanto, depois, o senhor apresentou um documento fazendo referência a esse valor.
17:05O senhor se recorda desse documento?
17:07Sim, senhor.
17:08Só esclarecendo, doutora, foi essa a pergunta que eu tinha feito à minha advogada.
17:12Se eu falava antes, eu esperava alguém perguntar.
17:14Só para esclarecer a situação.
17:17Primeiro, eu pergunto ao senhor, quando o senhor fez o seu acordo, o senhor afirmou que tinha tentado localizar nos sistemas da Odebrecht e não tinha achado nenhum documento.
17:29Dos R$ 700 mil.
17:31Isso.
17:32Isso procede.
17:33Isso procede.
17:34Naquela época, na época de dezembro de 2016, pelo que me consta, existia uma certa base desse sistema lá que existia, que foi colocada à disposição dos executivos.
17:48Só que, como o dever nosso assumido nesse contrato de colaboração era continuar buscando provas, nessa época dessa petição, a empresa já tinha feito, não sei como, de qual a razão, ela tinha conseguido mais dados desse sistema que colocou à disposição.
18:08Então, a empresa mesmo descobriu essa planilha lá e falou assim, olha, senhor, aqui tem uma planilha que diz que o projeto Aquapola recebeu aqui R$ 700 mil em dezembro.
18:20É esse o dinheiro que foi para o sítio?
18:23Aí eu falei para eles, olha, a quantia está correta e a data, o período está correto.
18:30Então, me parece que é.
18:31Agora, eu nunca fiz essa contabilização, até antecipando talvez uma pergunta sua, eu sei que ali está escrito quatro valores, em vez de dois, que eu efetivamente só recebi dois.
18:42Tem um valor pequenininho lá que eu também nem sei o que é.
18:44Quer dizer, eu primeiro não fiz a contabilidade, não conheci esse assunto.
18:48Sou engenheiro, não sou contador.
18:50Para mim, o que consta, o que eu peticionei efetivamente é que o valor bate com o que eu recebi e o período exatamente bate com o que eu recebi.
18:58E foi cumprindo o meu dever de colaborador que eu peticionei isso nos autos da...
19:03Certo. Então, naquele primeiro momento, pelo que eu entendi, a empresa colocou uma parte do sistema, ou algo que foi denominado sistema, à disposição do senhor.
19:13É isso que aconteceu?
19:14Isso.
19:15E o senhor mesmo foi acessar esse sistema?
19:17Não, a primeira vez que ocorreu isso, e também a segunda, eu nunca acessei o sistema diretamente,
19:23tinha lá os advogados da empresa que procuravam essas coisas.
19:28Então, na primeira vez, não foi encontrado nada referente à aquapola.
19:33O que a gente encontrou da primeira vez foram as coisas que foram juntadas no alto.
19:42Certo. E, então, na primeira vez...
19:46E, tampouco, nessa época, como eu disse, eu não sabia da existência desse sistema e não sabia que, se eu pedisse um dinheiro lá,
19:56ia sair numa contabilidade A ou B ou um caixa 2 ou por fora, sei lá como chamava isso.
20:02Eu, naquela época, em 2010, eu pedi dinheiro a uma pessoa que imaginasse que fosse da tesouraria.
20:08O fato de saber que eu ia receber em dinheiro era, efetivamente, porque eu sabia que não era para ter sido contabilizado.
20:15Eu vou insistir na pergunta só.
20:17Então, o senhor foi assistido, num primeiro momento ali, pela empresa que fazia, digamos assim, essa busca, como o senhor denominou.
20:28Isso.
20:28E depois? Como é que aconteceu?
20:31Depois, a mesma coisa.
20:33Nós mesmos, tanto a empresa que tem também o seu acordo de leniência, imagino que a empresa também tem a obrigação de cumprir o seu dever de colaborar.
20:43Então, a empresa, sabendo que fez uma nova, vamos dizer, achou lá, uns novos HD, sei lá, um novo sistema que tivesse mais dados,
20:52continuou procurando e achou esses dados.
20:54Certo. E esse documento, então, o senhor não tinha conhecimento?
21:00Não, senhor.
21:01Certo. Então, na verdade, o senhor não pode atestar que esse documento seja fidedigno?
21:07Não, senhora, senhora, isso foi alvo de perícia e já foi juntado aos autos, senhora.
21:11É absolutamente pertinente.
21:13É um fato, doutor.
21:13Eu acho que o senhor sabe dizer da fidedignidade.
21:15Eu, particularmente, não fiz perícia e não sei efetivamente se o documento saiu de fato desse sistema.
21:26E foi mostrado que sim, de boa fé.
21:28Mas, objetivamente, o senhor não conhecia esse documento e não pode dizer se efetivamente foi retirado do sistema.
21:34Vamos adiante.
21:40Esse documento que o senhor juntou aos autos, ele faz referência à palavra Acopolo.
21:49O senhor se recorda do documento?
21:51Acopolo era o projeto que eu estava e foi uma das coisas que me julgou, que eu julguei ser efetivamente o que me pareceu que era,
22:00que era a obra que eu trabalhava, era Acopolo.
22:02Certo. O senhor pode dizer se Acopolo era uma obra vinculada à Sabesp, uma empresa ligada ao governo do estado de São Paulo?
22:12Boa pergunta, doutor.
22:14A construtora Norberto Aldebrecht, a qual eu trabalhava, foi contratada por uma SPE, uma sociedade de propósito específico,
22:23que era 51% da própria Aldebrecht, através da Foz do Brasil, e 49% da Sabesp.
22:30Era um projeto de água de reuso, que era o nosso contratante.
22:35Doutor, eu vou fazer uma pergunta ao Real e depois devolvo a palavra ao Ministério Público,
22:39assistente de posação e o senhor de volta, decorrente dessa pergunta que o senhor fez.
22:44Acopolo era um projeto que o senhor estava coordenando em São Paulo na época da reforma do sítio.
22:48Sim, senhora.
22:49Os pagamentos feitos desse projeto eram como?
22:53Os pagamentos que a construtora recebia?
22:55Não, não o que a construtora recebia, os pagamentos...
22:58Os pagamentos para terceiros.
22:59Para terceiros.
23:00Ah, de acordo a boa norma de contabilidade, boas práticas, governança.
23:04O senhor fazia algum pagamento direto?
23:07Lá na obra, deveriam ter quatro pessoas que tinham autorização para fazer pagamentos.
23:12Eu, como responsável, o gerente administrativo financeiro, o próprio Frederico Barbosa, que era o gerente de produção,
23:19e um outro chamado Jair Campos, que era gerente de engenharia.
23:24Se fazia pagamentos em espécie?
23:26Então, era tudo por ordem de pagamento, aprovado por token bar, ou cheque, ou...
23:31Ou cheque, tinha assinatura de cheque naquela época, ainda tinha.
23:34Dessa obra com a Apolo, o senhor nunca fez um pagamento em espécie?
23:37Se foi em espécie, foi de pequeníssima monta, coisa de fundo de caixa...
23:46Dinheiro pequeno.
23:48Dinheiro pequeno, de suprimento de fundos, que a gente chama na administração.
23:53Lá não teve nenhum pagamento por fora.
23:55Tá.
23:56Isso foi tudo contabilizado por ordem bancária, com token, das pessoas autorizadas, tarará.
24:00O senhor tem noção de quanto se gastava por mês nessa obra?
24:03A obra foi no valor total de 363 milhões de reais.
24:09Tá.
24:11Vamos imaginar que se a gente tivesse tido um lucro de 10%, a gente deve ter gasto uns 330 milhões de reais pagos das diversas formas.
24:19Empreiteiros, mão de obra, materiais, aluguel de equipamentos, etc.
24:23Para esses pagamentos da obra com a Apolo, o senhor chegou a falar com a senhora Maria Lúcia Tavares?
24:28Não, senhora.
24:28Não?
24:29Definitivamente não.
24:30Então, os pagamentos da Apolo, relativo ao mês de dezembro de 2010, janeiro de 2011, estão todos contabilizados?
24:36Assim como todos os outros.
24:38Tá.
24:39Só isso, doutor, tem alguma pergunta que eu tive aqui?
24:41O senhor recebeu dinheiro lá, porque o senhor estava lá, era isso?
24:44Porque era o meu escritório de trabalho e eu só trabalhava lá.
24:48Ok, senhora, você pode prosseguir.
24:49Assistente de acusação, doutor, devolva a palavra à defesa.
24:53Pois não, excelência.
24:53Sr. Demir, prosseguindo, qual era a posição do senhor nesse projeto Acopolo?
25:01Eu era o responsável pela obra.
25:03O senhor, então, tinha conhecimento das contratações, dos pagamentos relativos a essa obra?
25:09Sim, senhor.
25:10Sr. Demir, foi juntado nesta ação penal um parecer técnico do perito Cláudio Wagner, no evento 1169.
25:26E o senhor Cláudio Wagner, analisando a suposta cópia dos sistemas, verificou que esse documento que o senhor apresentou,
25:41na verdade, ele integra uma relação que totaliza 8 milhões e 800 mil reais, que segundo o sistema, ou a suposta cópia do sistema,
26:02teriam sido gerados nessa obra.
26:04O senhor teve conhecimento?
26:06O que é gerado?
26:06Gerado na obra.
26:08O que é gerado?
26:08Gerado e remetido ao Departamento de Operações Estruturadas.
26:14Pela ordem da excelência, gostaria de certificar...
26:15É só registrar que não é uma perícia ou laudo do assistente técnico da defesa, em primeiro ponto, né, doutor?
26:22Isso, eu falei, assistente técnico...
26:23Assistente técnico da defesa, não é o perito do juízo.
26:27E essa conclusão, o senhor está reportando como para ele?
26:32Não, não, eu estou querendo, na verdade, entender os documentos que foram juntados,
26:36essa é a minha...
26:38E, na verdade, a origem desses supostos documentos.
26:42Minha linha de questionamento é nessa direção.
26:47Então, repetindo a pergunta, o senhor quer saber se...
26:51Se o senhor sabe dizer se algum valor decorrente dessa obra Acopolo foi destinado a esse suposto Departamento de Operações Estruturadas.
27:02Eu saiba, não, porque essa obra, como eu expliquei à doutora juíza,
27:07nós só tínhamos contratos 100% contabilizados, pagos a diversos agentes privados, prestadores de serviço,
27:17e eu não sei nada disso que está aí.
27:20Inclusive, na época do Acopolo, nem sabia que existia esse departamento.
27:24O senhor sabe dizer, e foi explicado ao senhor, a pessoa ou a equipe que deu esse documento ao senhor,
27:36se esse documento se refere à entrada de dinheiro na obra Acopolo,
27:43ou de saída de dinheiro dessa obra Acopolo?
27:48Olha, o advogado que me entregou a planilha não disse nenhuma coisa nem outra,
27:52porque não foi ao Acopolo, nem do Acopolo.
27:55Não, a pergunta que eu fiz só se foi esclarecido, se era entrada ou saída.
28:00Isso que eu estou lhe dizendo.
28:01Não foi nem que foi entrada, nem que foi saída.
28:03Foi dito que foi o assento contábil que o Departamento de Operações Estruturadas fez
28:11para justificar a entrega de 700 mil reais para mim.
28:13E como é que o senhor checou isso?
28:15Eu não chequei.
28:16O que eu lhe expliquei é que os valores batiam com o que eu recebi
28:22e que o período também casava com o que eu recebi.
28:25Mas, objetivamente, o senhor não pôde verificar ou checar isso que foi dito para o senhor?
28:32Objetivamente, eu sou engenheiro civil.
28:34Talvez seja um trabalho para um contador, um perito, etc.
28:37Eu não me diria a respeito disso.
28:40Certo.
28:44O senhor já disse em depoimento prestado ao Ministério Público
28:49que nunca esteve com o ex-presidente Lula.
28:53É correto isso?
28:54É correto.
28:56Então, eu posso concluir que ele não pediu ao senhor
29:01nenhum tipo de obra, nenhum tipo de providência.
29:06Positivo.
29:14No seu depoimento também ao Ministério Público,
29:18consta a afirmação de que
29:22nenhuma pessoa que estivesse vinculada ao senhor
29:28nesta suposta obra teve contato com o ex-presidente Lula.
29:34É correto isso?
29:35É correto.
29:35O mais próximo que a gente teve deste tipo de situação foi uma vez que o Frederico
29:48perguntou, me reportou o Frederico, que perguntou ao senhor Aurélio sobre um detalhe de um pergolado
29:54que tinha entre a casa e a suíte, e o senhor Aurélio disse a ele que ia perguntar para a senhora Marisa.
30:04Foi o mais perto que a gente teve de contato com a família.
30:08Então, eu repito, com o ex-presidente Lula, nem o senhor teve contato e nem qualquer pessoa da sua equipe.
30:14Correto.
30:23Só um segundo, a senência.
30:27Acho que a gente aproveita e interrompe, já está com 30 minutos, já começamos.
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