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Alan Ghani, Gustavo Segré, José Maria Trindade e Felippe Monteiro analisam o posicionamento adotado por Jair Bolsonaro (PL) durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente falou sobre a ‘minuta do golpe’, a desconfiança nas urnas eletrônicas e negou envolvimento com os atos de 8 de Janeiro. As declarações fazem parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

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Transcrição
00:00Elia Langani, o que você percebeu sobre a estratégia de Jair Bolsonaro e a maneira como ele respondeu as perguntas principalmente do ministro Alexandre de Moraes?
00:08Vamos lá, Evandro. Primeiro, Jair Bolsonaro estava muito à vontade, muito seguro, inclusive fazendo humor, né?
00:14Teve aquela passagem que ele até chama o ministro para ser o seu vice. Isso mostra uma segurança por parte dele.
00:22O que me chamou a atenção é que ele traz aquele debate de desconfiança em relação às urnas eletrônicas para dentro do julgamento.
00:32Coloca como uma peça central, dizendo o seguinte, olha, eu busquei alternativas junto com os militares porque a justiça eleitoral não me deu a oportunidade de seguir com um questionamento em relação ao resultado das eleições.
00:51Não só me deu essa oportunidade, como também foi aplicado uma multa. A partir daí, o que eu fiz? Eu busquei alternativas, e aí ele frisa muito, Evandro, alternativas dentro da Constituição.
01:07Seria o artigo 136, 137 e 142. Mas não vai pra frente, por quê? Porque os próprios militares viram que não tinha como aplicar esse dispositivo constitucional.
01:19Em essência, foi essa a estratégia de Jair Bolsonaro.
01:23E pra você, Gustavo Segreia, como é que você avalia a estratégia de Jair Bolsonaro e, principalmente, né, a maneira detalhada com que ele relata situações envolvendo o governo, conquistas ou derrotas que ele teve durante a gestão lá atrás,
01:36mesmo sem o ministro Alexandre de Moraes perguntar. A impressão que eu tive é que o ex-presidente Jair Bolsonaro não só respondia a Alexandre de Moraes.
01:45Ele fez questão de estabelecer uma comunicação com todos que acompanhavam essa audiência.
01:49E ele aproveitou muito bem, Evandro. A sensação é de uma pessoa que falava a verdade, que explicou mais do que certamente os advogados recomendaram,
01:59dizer, responda o que está sendo perguntado, não diga mais nada do que está sendo perguntado.
02:05Mas o presidente Bolsonaro trabalha dessa forma. Ele mostrou que ele falou o que ele sentia na hora.
02:12Me pareceram que todas as perguntas foram respondidas com muita categoria em termos de conteúdo, dizendo, foi isso, foi aquilo.
02:21Não duvidou, não excitou, não teve contraponto de falar uma coisa e depois ser pego no pulo com uma pergunta que pudesse mostrar uma contrariedade com uma pergunta anterior.
02:33E tenho certeza que muita gente que até hoje acreditava na possibilidade de que o Bolsonaro tivesse participado de um golpe de Estado,
02:41uma tentativa ou uma cogitação, ou do jeito que for, ficou muito claro que isso não aconteceu, segundo as palavras do próprio Bolsonaro.
02:50E muita gente que não gosta do presidente, certamente pode não gostar, mas com certeza acreditou na fala dele.
02:56Ô Felipe Monteiro, algo que me chamou a atenção agora nesse finalzinho do depoimento de Jair Bolsonaro foi o momento em que se abriu os questionamentos da própria defesa.
03:03E um dos advogados de Jair Bolsonaro o questiona sobre os chefes das Forças Armadas que disseram negar um plano golpista.
03:13Os chefes, no caso da Aeronáutica e do Exército, com a menção inclusive de que um deles prenderia Jair Bolsonaro caso ele resolvesse levar um plano à frente.
03:22Aí o advogado pergunta, como seria a troca desses chefes das Forças Armadas, desses generais?
03:28Seria uma troca muito simples justamente para colocar todos no caminho de que se Jair Bolsonaro quisesse realmente aplicar um golpe de Estado,
03:36ao receber a negativa de chefes das Forças Armadas ou de parte desses chefes, seria simplesmente promover a troca com publicação no Diário Oficial no dia seguinte.
03:46Como é que você avalia essa estratégia da defesa de tentar mostrar que Jair Bolsonaro não planejava algo do tipo,
03:54mas sim, em algum momento ou outro, tentava mostrar que as urnas eletrônicas poderiam sofrer algum tipo de fraude?
04:02Ocine, eu achei a defesa técnica do Bolsonaro irrepreensível, né?
04:06Foi realmente uma defesa técnica para que é um direito linda de se ver.
04:11E o Bolsonaro, no depoimento dele, ele conseguiu, teoricamente, supostamente, tirar toda aquela carga que a acusação estava colocando nele.
04:20Então, é bom lembrar o seguinte, na peça acusatória, o Procurador de Direito da República colocou vários fatos concatenados desde 2000, né?
04:29Desde lá atrás, né?
04:31Desde quando o Bolsonaro começou a criticar a urna eletrônica, ali já seria, supostamente, a vontade do Bolsonaro de prejudicar o processo eleitoral
04:40para dar o golpe de Estado, posteriormente, caso perdesse as eleições.
04:45Então, todo momento, o Bolsonaro e a defesa dele conseguiu rebater ponto a ponto, mostrando que a concatenação dos fatos não resistiria a uma análise lógica.
04:57E aí, no final, no final, é bom lembrar que o advogado virou para o Bolsonaro e falou o seguinte,
05:03Olha, vocês falaram que o golpe não foi adiante porque o ministro do Exército, o comando do Exército, ao ficar de frente com o Bolsonaro, ao ler a minuta do golpe,
05:16falou que se o Bolsonaro seguisse com essa vontade, ele iria prender o Jair Bolsonaro, né?
05:23Logo, isso seria uma tentativa de golpe, não é?
05:25Mas como o golpe não foi para adiante por uma vontade extra, externa ao Bolsonaro, né?
05:32Mas como o advogado perguntou ao Bolsonaro, mas peraí, como é que é para tirar esses comandos do Exército?
05:38É fácil?
05:39Ele falou assim, diário oficial, eu substituo um comando pelo outro, mostrando que o argumento, um dos argumentos principais
05:47que coloca o Bolsonaro como suspeito de dar o golpe de Estado, que é a tentativa que foi interrompida por uma vontade externa a ele, né?
05:59Não ocorreu porque ele poderia substituir o comando do Exército e o comando da Aeronáutica e continuar dando o golpe.
06:05Então não foi por aí, não é por aí que irá comprovar que o Bolsonaro, de fato, tentou dar o golpe de Estado.
06:10Zé Maria Trindade, o que nós percebemos também nos argumentos da defesa é a presença da palavra hipótese.
06:16O tempo todo a defesa fez questão de dizer que o que a Procuradoria-Geral da República tem ou apresentou até aqui
06:22foram hipóteses e não comprovações de uma tentativa ou planejamento.
06:28Como é que você avalia esse depoimento até aqui, Zé? Bem-vindo.
06:33Pois é, obrigado.
06:34Olha, não há tranquilidade quando se trata de um julgamento tão sério.
06:38Nós estamos assistindo aqui a história, um ponto alto da história.
06:42Foi um momento lá atrás eu vinha comentando sobre esse confronto, um frente a frente ali do ex-presidente Jair Bolsonaro com o ministro Alexandre de Moraes.
06:53E quem esperava uma troca de agressões ou algo assim se decepcionou.
06:58Foi realmente uma defesa técnica, ele foi bem orientado pelos advogados.
07:02Começou muito nervoso, num determinado momento eu achei que ele não conseguiria concluir o depoimento,
07:09porque ele não respirava, ficava branco e tal, porque não é fácil.
07:13É uma pressão muito grande, o Supremo é muito poderoso e ele está diante da possibilidade de uma condenação pesada.
07:20Os ministros do Supremo, da primeira turma, estão ali no histórico de condenação pesada.
07:25E até então, depois das testemunhas de acusação, ele, Jair Bolsonaro, vem sendo indicado como chefe geral.
07:33E depois desse depoimento a gente vê que não.
07:36Mas por quê?
07:37A defesa dele foi técnica para separar exatamente o que era uma conversa, uma possibilidade sobre uma intervenção legal,
07:47se houvesse qualquer irregularidade ou possibilidade legal e não exatamente de um golpe.
07:52Com todas as palavras, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que abomina, abomina golpe.
07:58E ele tem razão, ele tem razão.
08:01Nenhuma ditadura, seja lá do executivo, legislativo ou do judiciário, é boa.
08:07A gente não sabe o que pode acontecer e ele disse isso com todas as palavras.
08:12E quem defendeu a intervenção militar?
08:14São os loucos, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro.
08:17Afirmando que realmente chegou um ponto ali que ele chamou todo mundo e falou, olha, não tem outra alternativa
08:24se não passar a faixa ao ex-presidente, na época ex-presidente Lula.
08:30E aí ele não foi porque seria realmente uma vaia histórica na Praça dos Três Poderes que estava tomada por petistas.
08:38Era uma festa do PT, era posse de Lula.
08:42E é exatamente por isso que ele se ausentou do país e isso fica muito bem explicado.
08:49O que não dá para entender é sobre a possibilidade de tentativa de golpe.
08:54Ele mostra claramente que não havia uma arma, mostra claramente que todos da linha dele
08:58não gostaram da ideia do quebra-quebra no Congresso, Palácio e Supremo,
09:05que não era uma tradição e não era característica dos movimentos até então.
09:10Então, neste caminho aí, ele se isolou e mostrou realmente essa situação.
09:16Mas a gente vê claramente que a primeira turma não leva muito para esse lado, não.
09:24Obrigado, Zé Maria Trindade.
09:25Alan Gani, sobre essa passagem de faixa, o presidente Jair Bolsonaro conta os motivos
09:31pelos quais ele não passou a faixa para o presidente Lula, mesmo sem ser questionado.
09:35Até para indicar o porquê que ele não teria feito, digamos, cumprido essa tradição
09:42como uma forma de desmobilizar acampamentos, manifestantes, aliás, acampamentos e manifestantes
09:47que ele diz que ficaram lá, ele não sabe porquê.
09:52Porque ele acabou mencionando, por meio de publicação na rede social, que nenhum tipo
09:56de baderna seria aceito ou que nada aconteceria.
10:00Mas ele fala aqui, e ele conta, eu não passei a faixa porque para mim não fazia sentido
10:05entregar a faixa para esse homem que agora está à frente do governo, para esse cidadão
10:09que agora está à frente do governo.
10:11Até como se tivesse pensado nessas palavras para não utilizar algum outro termo.
10:16Como é que você avalia essas explicações que apareceram sem questionamentos e que
10:22de alguma forma vão contando a história ou tentando preencher lacunas que ficaram no
10:28imaginário de todos nós desde aquele momento em que Jair Bolsonaro perde as eleições para
10:35o momento em que Lula sobe novamente a rampa pela terceira vez.
10:38Então, é bastante simbólico não passar a faixa porque para Jair Bolsonaro houve algum
10:45tipo de injustiça no processo eleitoral.
10:48Ele externalizou essa injustiça, dizendo que a justiça eleitoral concedeu mais benefícios
10:55ao seu oponente do que para ele.
10:58Ele era acusado e xingado de tudo quanto é nome.
11:01Então, ele estava bastante injustiçado.
11:03Então, isso foi um ato simbólico para demonstrar a sua insatisfação com a derrota, que no
11:10seu entendimento, pelo menos assim que eu interpreto o Evandro, foi bastante injusto.
11:15Agora, de qualquer maneira, apesar do sentimento de injustiça de Jair Bolsonaro, ele fez uma
11:22transição pacífica.
11:25Tanto é que isso foi confirmado pelo próprio ministro da Defesa, José Múcio, numa entrevista
11:31no Roda Viva, onde ele fez questão de pontuar.
11:35Também mostra essa transição pacífica com aquela pergunta que foi muito boa, dizendo
11:39o seguinte, olha, se eu quisesse dar um golpe, eu conseguiria substituir, colocar ali o número
11:44dois das Forças Armadas, do Exército ou da Aeronáutica, que teria dado o golpe de Estado.
11:52Então, mostra que foi uma transição pacífica.
11:54Inclusive, ele até já sabia os nomes de quem iriam ocupar estes cargos no governo Lula.
12:00O segredo é algo que me chama a atenção também, é o fato de Jair Bolsonaro dizer
12:03que ele não recebeu possível ordem de prisão nenhuma do chefe do Exército ao falar, supostamente,
12:11sobre a condução de um golpe de Estado.
12:13E aí fica o Feride Gomes um pouco isolado.
12:16É, e fica um contra o outro, né?
12:18Não, não sou, porque eu não lembro se era Garnier.
12:20Também disse.
12:21E também mencionou que não existiu.
12:22E daqui a pouco nós teremos o depoimento de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro
12:26da Defesa, para entender também qual caminho ele seguirá.
12:29Porque, nos momentos que ele foi questionado, Jair Bolsonaro foi questionado sobre a atuação
12:33do ministro e possíveis ordens que ele deu ao ministro de reuniões que teriam sido
12:37feitas com o ministro da Defesa, Jair Bolsonaro responde.
12:40Ele, como qualquer outro ministro meu, tinha total autonomia para fazer reuniões e tocar
12:44temas sem necessariamente passar por mim, sem pedir a minha autorização.
12:49E isso, de fato, essa, de fato, é uma característica que a gente percebeu ao longo do governo de
12:54Jair Bolsonaro.
12:55Deixar os ministros tocarem os seus temas sem precisar abraçar todos eles ou sem que
13:01eles precisassem passar diretamente pela ordem de Jair Bolsonaro.
13:04E aí vem outra questão, Evandro, que me parece também válida para a gente ressaltar.
13:08Agora, o ênfase, se é uma tentativa de golpe de Estado, cogitação ou o que for, qual
13:15for a caracterização do delito, a gente observa que desde o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria
13:20tem muito ênfase no questionamento das urnas.
13:23E aí o próprio presidente Bolsonaro indica, isso aí era questionado pelo ministro, atual
13:30ministro Flávio Dino, na época tem vídeos que comprova isso, um monte de diputados que
13:34pediram, inclusive, a possibilidade de ter o voto impresso.
13:38Não era uma questão única e específica, atual, do presidente Bolsonaro.
13:43Uma questão da característica de sentir empatia, tentar se colocar no lugar da outra
13:48pessoa.
13:48E aí quando você observa que em 2019 o STF modifica a sua interpretação de 2016 em
13:56relação a quem poderia ficar preso ou não.
13:59Sai o presidente Lula, na época continuava como ficha suja, e saíram 4.815 pessoas mais
14:05junto com ele, se não lembrou mal o número.
14:08Aí depois vem a anulação do processo, a possibilidade que o presidente Lula fosse candidato na época,
14:14sendo que o candidato que poderia ter sido o Fernando Haddad já tinha sido derrotado
14:18em 2018.
14:20Aí você vê um monte de questionamentos, válidos ou não, a justiça deverá resolver
14:24em função das urnas.
14:26E aí você observa uma sequência de questões que, se estivesse um enquadramento uma atrás
14:33da outra, poderia sugerir que teve um planejamento.
14:37Estou me referindo ao atentado das pessoas, desse maluco que tentou colocar uma bomba num
14:43caminhão, no aeroporto, queima de ônibus no dia da diplomação do presidente Lula, a
14:51questão dos acampamentos.
14:53Continuo pensando e defendo essa situação.
14:56O acampamento era a responsabilidade do governo anterior até dia 1º de janeiro.
15:00Se no dia 1º de janeiro já tinha comandantes das Forças Armadas que foram colocados nesse
15:06lugar a pedido do ministro Múcio, pelo governo anterior do Bolsonaro, que foi quem colocou,
15:12e ninguém tirou essas pessoas durante oito dias, me desculpa, a responsabilidade é dessa
15:17administração, não da administração anterior, que não tinha nada para fazer com essas
15:21pessoas.
15:22E tem três pontos em Brasília que se tivessem sido cortados, ninguém chegaria na praça
15:28dos três poderes.
15:29Então, me parece muito válido essa questão da resposta do presidente Bolsonaro.

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