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  • 14/06/2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ouvido no inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura a suposta existência de uma trama para um golpe de Estado. Alan Ghani e Gustavo Segré analisam os principais pontos abordados no depoimento, os argumentos apresentados pela defesa e os possíveis desdobramentos jurídicos e políticos da investigação para o ex-mandatário.

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Transcrição
00:00Elangani, o que você percebeu sobre a estratégia de Jair Bolsonaro e a maneira como ele respondeu as perguntas, principalmente do ministro Alexandre de Moraes?
00:08Vamos lá, Evandro. Primeiro, Jair Bolsonaro estava muito à vontade, muito seguro, inclusive fazendo humor, né?
00:14Teve aquela passagem que ele até chama o ministro para ser o seu vice. Isso mostra uma segurança por parte dele.
00:22O que me chamou a atenção é que ele traz aquele debate de desconfiança em relação às urnas eletrônicas para dentro do julgamento.
00:32Coloca como uma peça central, dizendo o seguinte, olha, eu busquei alternativas junto com os militares porque a justiça eleitoral não me deu a oportunidade de seguir com um questionamento em relação ao resultado das eleições.
00:51Não só me deu essa oportunidade, como também foi aplicado uma multa. A partir daí, o que eu fiz? Eu busquei alternativas, e aí ele frisa muito, Evandro, alternativas dentro da Constituição.
01:07Seria o artigo 136, 137 e 142. Mas não vai pra frente, por quê? Porque os próprios militares viram que não tinha como aplicar esse dispositivo constitucional.
01:19Em essência, foi essa a estratégia de Jair Bolsonaro.
01:23E pra você, Gustavo Sagré, como é que você avalia a estratégia de Jair Bolsonaro e, principalmente, né, a maneira detalhada com que ele relata situações envolvendo o governo, conquistas ou derrotas que ele teve durante a gestão lá atrás,
01:36mesmo sem o ministro Alexandre de Moraes perguntar.
01:39A impressão que eu tive é que o ex-presidente Jair Bolsonaro não só respondia a Alexandre de Moraes.
01:45Ele fez questão de estabelecer uma comunicação com todos que acompanhavam essa audiência.
01:49E ele aproveitou muito bem, Evandro. A sensação é de uma pessoa que falava a verdade, que explicou mais do que certamente os advogados recomendaram,
01:59dizer, responda o que está sendo perguntado, não diga mais nada do que está sendo perguntado.
02:05Mas o presidente Bolsonaro trabalha dessa forma. Ele mostrou que ele falou o que ele sentia na hora.
02:12Me pareceram que todas as perguntas foram respondidas com muita categoria em termos de conteúdo,
02:19dizendo, foi isso, foi aquilo. Não duvidou, não excitou, não teve contraponto de falar uma coisa e depois ser pego no pulo
02:28com uma pergunta que pudesse mostrar uma contrariedade com uma pergunta anterior.
02:33E tenho certeza que muita gente que até hoje acreditava na possibilidade de que o Bolsonaro tivesse participado
02:40num golpe de Estado, uma tentativa ou uma cogitação, ou do jeito que for, ficou muito claro que isso não aconteceu,
02:47segundo as palavras do próprio Bolsonaro. E muita gente que não gosta do presidente, certamente, pode não gostar.
02:53Mas com certeza acreditou na fala dele.
02:55O Alangani, sobre essa passagem de faixa, o presidente Jair Bolsonaro conta os motivos pelos quais ele não passou a faixa
03:03para o presidente Lula, mesmo sem ser questionado. Até para indicar o porquê que ele não teria feito,
03:10digamos, cumprido essa tradição como uma forma de desmobilizar acampamentos, manifestantes,
03:16aliás, acampamentos e manifestantes que ele diz que ficaram lá, ele não sabe por quê.
03:22Porque ele acabou mencionando, por meio de publicação na rede social,
03:26que nenhum tipo de baderna seria aceito ou que nada aconteceria.
03:29Mas ele fala aqui, e ele conta, eu não passei a faixa porque para mim não fazia sentido
03:35entregar a faixa para esse homem que agora está à frente do governo,
03:39para esse cidadão que agora está à frente do governo.
03:41Até como se tivesse pensado nessas palavras para não utilizar algum outro termo.
03:47Como é que você avalia essas explicações que apareceram sem questionamentos
03:51e que, de alguma forma, vão contando a história ou tentando preencher lacunas
03:57que ficaram no imaginário de todos nós, desde aquele momento em que Jair Bolsonaro
04:02perde as eleições para o momento em que Lula sobe novamente a rampa pela terceira vez?
04:09Então, é bastante simbólico não passar a faixa, porque para Jair Bolsonaro
04:14houve algum tipo de injustiça no processo eleitoral.
04:18Ele externalizou essa injustiça, dizendo que a justiça eleitoral concedeu
04:24mais benefícios ao seu oponente do que para ele.
04:28Ele era acusado e xingado de tudo quanto é nome.
04:31Então, ele estava bastante injustiçado.
04:34Então, isso foi um ato simbólico para demonstrar a sua insatisfação com a derrota,
04:40que, no seu entendimento, pelo menos assim que eu interpreto o Evandro, foi bastante injusto.
04:45Agora, de qualquer maneira, apesar do sentimento de injustiça de Jair Bolsonaro,
04:51ele fez uma transição pacífica.
04:55Tanto é que isso foi confirmado pelo próprio ministro da Defesa, José Múcio,
05:00numa entrevista no Roda Viva, onde ele fez questão de pontuar.
05:05Também mostra essa transição pacífica com aquela pergunta que foi muito boa,
05:09dizendo o seguinte, olha, se eu quisesse dar um golpe, eu conseguiria substituir,
05:13colocar ali o número 2 das Forças Armadas, do Exército ou da Aeronáutica,
05:20que teria dado o golpe de Estado.
05:22Então, mostra que foi uma transição pacífica.
05:24Inclusive, ele até já sabia os nomes de quem iriam ocupar estes cargos no governo Lula.
05:30O segredo é algo que me chama a atenção também, é o fato de Jair Bolsonaro dizer
05:33que ele não recebeu possível ordem de prisão nenhuma do chefe do Exército
05:39ao falar, supostamente, sobre a condução de um golpe de Estado.
05:43E aí fica o Ferreira Gomes um pouco isolado.
05:46E fica um contra o outro.
05:48Não, não só, porque eu não lembro se era Garnier.
05:50Também disse.
05:51E também mencionou que não existiu isso.
05:52E daqui a pouco nós teremos o depoimento de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,
05:56ex-ministro da Defesa, para entender também qual caminho ele seguirá.
05:59Porque, nos momentos que ele foi questionado, Jair Bolsonaro foi questionado sobre a atuação
06:03do ministro e possíveis ordens que ele deu ao ministro de reuniões que teriam sido
06:07feitas com o ministro da Defesa, Jair Bolsonaro responde.
06:10Ele, como qualquer outro ministro meu, tinha total autonomia para fazer reuniões e tocar
06:14temas sem necessariamente passar por mim, sem pedir a minha autorização.
06:19E isso, de fato, essa, de fato, é uma característica que a gente percebeu ao longo do governo
06:24de Jair Bolsonaro.
06:25Deixar os ministros tocarem os seus temas sem precisar abraçar todos eles ou sem que
06:31eles precisassem passar diretamente pela ordem de Jair Bolsonaro.
06:34E aí vem outra questão, Evandro, que me parece também válida para a gente ressaltar.
06:39O ênfase, se é uma tentativa de golpe de Estado, cogitação ou o que for, qual for a
06:45caracterização do delito, a gente observa que desde o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria
06:50tem muito ênfase no questionamento das urnas.
06:54E aí o próprio presidente Bolsonaro indica.
06:57Isso aí era questionado pelo ministro, atual ministro Flávio Gino, na época tem vídeos
07:02que comprova isso, um monte de diputados que pediram, inclusive, a possibilidade de ter
07:06voto impresso.
07:08Não era uma questão única e específica atual do presidente Bolsonaro.
07:13Uma questão da característica de sentir empatia, tentar se colocar no lugar da outra
07:18pessoa.
07:19E aí quando você observa que em 2019 o STF modifica a sua interpretação de 2016 em
07:26relação a quem poderia ficar preso ou não.
07:29Sai o presidente Lula, na época continuava como ficha suja, e saíram 4.815 pessoas mais
07:35junto com ele, se não lembrou mal o número.
07:38Aí depois vem a anulação do processo.
07:40A possibilidade que o presidente Lula fosse candidato na época, sendo que o candidato
07:46que poderia ter sido o Fernando Haddad já tinha sido derrotado em 2018.
07:50Aí você vê um monte de questionamentos, válidos ou não, a justiça deverá resolver
07:54em função das urnas.
07:56E aí você observa uma sequência de questões que, se estivesse um enquadramento uma atrás
08:03da outra, poderia sugerir que teve um planejamento.
08:07Estou me referindo ao atentado das pessoas, desse maluco que tentou colocar uma bomba num
08:13caminhão, no aeroporto, queima de ônibus no dia da diplomação do presidente Lula, a
08:21questão dos acampamentos.
08:23Continuo pensando e defendo essa situação.
08:26O acampamento era a responsabilidade do governo anterior até dia 1º de janeiro.
08:30Se no dia 1º de janeiro já tinha comandantes das Forças Armadas que foram colocados nesse
08:36lugar a pedido do ministro Múcio, pelo governo anterior do Bolsonaro, que foi quem colocou,
08:42e ninguém tirou essas pessoas durante oito dias, me desculpa, a responsabilidade é dessa
08:47administração, não da administração anterior, que não tinha nada para fazer com essas
08:51pessoas.
08:52E tem três pontos em Brasília que se tivessem sido cortados, ninguém chegaria na praça
08:58dos três poderes.
08:59Então, me parece muito válido essa questão da resposta do presidente Bolsonaro.

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