- 20/06/2025
O doutor em direito internacional Vladimir Feijó analisa a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou ser "difícil pedir que Israel pare os ataques" contra o Irã. Feijó discute as implicações dessa postura para a escalada da guerra no Oriente Médio.
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NotíciasTranscrição
00:00Eu quero contar pra vocês também que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que seria difícil pra ele solicitar a Israel que interrompa os ataques aéreos no Irã, mesmo enquanto busca uma solução diplomática pra encerrar o conflito.
00:12Eu vou até trazer um pedaço dessa fala que ele, em conversa há pouco com os jornalistas, abre aspas,
00:18acho que é muito difícil fazer esse pedido agora se alguém estiver ganhando.
00:22É um pouco mais difícil de fazer do que se alguém estiver perdendo.
00:25Mas estamos prontos, dispostos e capazes e temos conversado com o Irã e veremos o que acontece.
00:32Foi o que disse agora há pouco, então, o presidente dos Estados Unidos em Nova Jersey, onde participa de um evento de arrecadação de fundos no seu campo de golfe.
00:42Trump ainda insistiu que seria difícil fazer tal solicitação por conta do sucesso de Israel até o momento.
00:47O líder americano também minimizou os esforços europeus pra se envolver diplomaticamente com o Irã, afirmando que eles não ajudariam a encerrar esse conflito.
00:58E pra trazer um pouco mais de contexto pra essa fala e pra tudo que acontece, eu recebo aqui o professor Vladimir Feijó, doutor em Direito Internacional pela PUC Minas.
01:09Professor, seja muito bem-vindo, prazer recebê-lo mais uma vez.
01:11Gostaria que o senhor nos explicasse o seu ponto de vista sobre essas falas de Donald Trump e sobre a maneira como ele está conduzindo, digamos, esse diálogo com prazos, inclusive, de 15 dias pra tomar uma decisão.
01:26Boa tarde.
01:27Levanto, boa tarde. Obrigado pelo espaço aqui no 3 em 1.
01:31Primeiro, eu não confio no Donald Trump com essa fala de até 15 dias.
01:35Ele assumiu, não tem muitos meses, já é a décima vez que ele usa essa mesma janela, esperando que o ciclo de notícia passe e os fatos mudem toda a realidade.
01:47Ainda assim, é preciso analisar essa fala dele, que veio junto de afirmação claríssima pela segunda vez, dois dias seguidos,
01:56de que não confia nas informações do Serviço de Inteligência dos Estados Unidos, acredita que as informações oriundas do Serviço de Inteligência de Israel são mais confiáveis
02:08e que, diante uma circunstância que, para ele, é inegável o fato do Irã estar na beira de desenvolver armas nucleares,
02:16todo o conflito preventivo se justifica, Israel estaria decapitando lideranças do Irã e vencendo essa derrocada da possibilidade de desenvolvimento de armas sozinho,
02:29a não ser que recebesse no futuro ajuda internacional e ainda há grande probabilidade de que ele esteja convicto de que Israel, Estados Unidos e Reino Unido
02:41estão num bom caminho para também derrubar o regime dos ayatollahs.
02:45Por contrapartida, o lado iraniano, junto de hoje, uma conferência em São Petersburgo, em Moscou, o presidente da Rússia e o vice-premier chinês,
02:56ambos disseram que qualquer negociação diplomática passa por início de um cessar-fogo e imaginam que isso seria necessário
03:05a partir da interrupção do lado de Israel primeiro, porque afirmam que o Irã estaria apenas respondendo.
03:13E na conferência que teve em Genebra, a gente viu a confirmação, o ministro de Relações Exteriores do Irã
03:19confirmou que só tem chances de negociação em resolução do programa nuclear depois que Israel parar o bombardeamento.
03:29Portanto, tudo indica que a resposta parece que seguirá no campo militar e não no campo diplomático.
03:35Interessante, professor. Piperno tem pergunta. Vai lá, Piperno.
03:38Sim, professor, boa tarde. Mas me chama a atenção também, professor, que sutilmente ele deixa escapar algumas coisas.
03:44A primeira é que os Estados Unidos, de fato, estão conversando com o Irã.
03:48A segunda, professor, é o quanto, e ele reafirma isso, né?
03:54Ele subestima qualquer capacidade europeia de encaminhar a solução para qualquer que seja o conflito.
04:01E a terceira, professor, que para mim é a mais enigmática de todas,
04:06de todas, é quando ele diz que não cabe ao lado vencedor propor aí paz, cessar fogo, etc.,
04:14dando a entender que, enfim, hoje esse lado vencedor seria Israel.
04:20Mas aí, professor, isso também eu vejo como uma armadilha diplomática,
04:26porque se por acaso, em algum momento, Israel acenar com algum tipo de trégua,
04:32é possível que, pelo menos na visão trumpiniana da história,
04:40isso ocorra por alguma fragilidade israelense, né?
04:45Isso. Eu que estou acompanhando já esse oitavo dia, a movimentação de tropas militares,
04:51tanto embarcações quanto aeronaves, identifiquei, e outros portais confirmaram isso,
04:57aeronaves que saíram do Teirã e foram para Oman, o país que estava negociando,
05:03intermediando a representação americana com a representação do Irã.
05:08Não foi o envio de autoridades de primeiro ou segundo escalão,
05:13porque elas estão em outras negociações, mas essa porta continua existindo.
05:18Do lado iraniano, hoje no Conselho de Segurança,
05:21houve uma acusação pesadíssima do lado dos Estados Unidos,
05:26evocando que isso aconteceu outras vezes, é o chamado crime de perfidia,
05:31quando você elimina negociadores.
05:33Isso é inegável, porque quem negociava diretamente com os Estados Unidos
05:38foi morto por um ataque israelense logo no primeiro dia.
05:42Isso não quer dizer que não existiriam outras pessoas no caminho.
05:46E essa porta aberta de negociação pode ser, sim, um indício de que
05:51os mísseis que Israel tanto precisa para a sua defesa,
05:55de fato, sendo limitados em Israel, em estoque dos Estados Unidos.
06:00Lembrando que semana passada o Donald Trump veio e cantou vitória
06:04que as Terras Saras foram liberadas para a China,
06:06exatamente para o desenvolvimento de algumas atividades aeroespaciais.
06:12E os mísseis estão aí no meio.
06:14E se a intimidação dos dois porta-aviões americanos,
06:18os dois porta-aviões britânicos,
06:21lembrando que um já está ali na beirada do Irã,
06:23um está chegando no Oceano Índico dos Estados Unidos,
06:27os britânicos, um passou hoje do canal de Suez
06:30e outro já passou da África do Sul e deve chegar até domingo,
06:34deveriam servir de intimidação para o Irã parar com os ataques.
06:38Não só porque carregam os próprios mísseis,
06:41mas também vem junto com uma sequência de aviões de altíssimo alcance e furtivos,
06:47os F-35 e outros que poderiam ser utilizados para bombardeios no Irã,
06:53para interromper esses mísseis antes que a defesa de Israel fique sem mísseis.
06:58Caso esse perigo existencial a Israel exista,
07:02pode ser que o Donald Trump esteja aí preparando para usar a arma da diplomacia.
07:06Mas, de novo, a minha análise é que tudo indica para um preparo de uma guerra direta com o Irã.
07:13Vamos então agora com o Gustavo Segret. Fala, Segret.
07:16Admiro o prazer de te ouvir, sempre é bom aprender com as tuas falas.
07:21Se isso fosse a minha pergunta com múltipla escolha,
07:25eu vi com os cientistas de energia nuclear que o poderio nuclear do Irã não é hoje uma ameaça,
07:33e que eventualmente poderia ser no futuro, mas para desenvolver seis a oito bombas nucleares,
07:40sendo que Israel tem duzentas.
07:41Então, a pergunta com essas múltiplas escolhas que eu te faria seria,
07:47Israel ataca por uma prevenção de defesa até um potencial ataque futuro,
07:53para derrotar o regime de Irã, para evitar a proliferação de armas nucleares,
08:00ou todas as anteriores são válidas?
08:03Eu marcarei a primeira ou a segunda, a não proliferação de armas nucleares.
08:10Infelizmente, eu temo que o discurso diplomático é muito distante da realidade.
08:15Existe cooperação de alguns países preparando para países europeus desenvolverem a bomba,
08:21assim, muito próximo da Coreia do Sul, caso seja necessário,
08:24assim como esse conflito como um todo tem demonstrado para os países da região
08:31que precisam entrar em uma corrida armamentista,
08:33especificamente a derrocada do regime dos Ayatollahs.
08:37Se no seu lugar emergir um regime militar, ele com certeza aceleraria a obtenção da bomba,
08:44seja por desenvolvimento próprio, seja recebendo do Paquistão, que já ofertou,
08:49ou então em cooperação futura com a Rússia, que no mínimo desenvolve para fins pacíficos,
08:55de energia, sim, com usinas nucleares, mas poderia furtivamente escantear material para também bomba atômica.
09:03O governo de Netanyahu fez uma promessa para o seu povo,
09:08anda lá em dificuldades, inclusive com pressões dentro da Europa pela situação em Gaza.
09:14Hoje, nove países europeus aplicaram sanções a empresas e pessoas israelenses que vivem na Cisjordânia
09:22e, de alguma forma, esse ataque ao Irã permite duplamente reduzir um pouco a pressão interna e internacional
09:30e aproveitar dessa janela de oportunidade de enfraquecer em muito o Irã,
09:35seja na sua capacidade econômica, seja na sua capacidade bélica,
09:39e, num curto prazo e, provavelmente, num médio prazo, deixar de ser uma grande intimidação,
09:45não só para Israel, como para os vizinhos.
09:48Imagino, então, que Netanyahu percebeu essa boa janela e tem recebido o apoio da Alemanha
09:53com armamentos diplomáticos e também com armamento dos Estados Unidos
09:58e é o que caminha ser para isso mesmo, reduzir o peso da intimidação do Irã.
10:03Professor, vamos com Zé Maria Trindade agora. Vai lá, Zé.
10:06Pois é, professor, começam comentários e tal, e avaliações de que isso poderia ser um estupim
10:14para uma terceira guerra mundial.
10:18O senhor vê no cenário internacional a possibilidade de união de blocos
10:22que pudessem detonar uma terceira guerra mundial?
10:27Zé Maria, em princípio eu tenho as minhas dúvidas se a gente já não está nessa guerra mundial.
10:32Tanto a primeira quanto a segunda tiveram uma declaração formal de início da guerra
10:37quando uma potência declarou guerra contra outra potência.
10:42Entretanto, já haviam conflitos regionalizados de procuração entre essas potências ao redor do mundo.
10:50O que houve foi o efeito dominó que levou a essa, exatamente, formação de alianças
10:55que levou ao conflito direto entre essas potências.
10:58Então, o que a gente vê no centro da África, no norte da África, no sudeste europeu,
11:05agora no oeste da Ásia, mas ao mesmo tempo a tensão entre Índia e Paquistão do mês passado
11:10e constantemente as ameaças da Coreia do Norte diante dos seus vizinhos
11:15e também as questões da China com Taiwan,
11:19como o potencial do mundo sim entrar nessa espiral negativa
11:22que as potências se veriam obrigadas para defender os seus interesses geopolíticos
11:28a atacarem diretamente uma outra e não apenas essas guerras regionais.
11:32Vai lá, Grignor, para a gente fechar.
11:34Professor, boa tarde.
11:36A minha pergunta tem a ver com essa declaração de Israel
11:39sobre a questão de ser uma campanha prolongada
11:42e não ser um conflito aí que vai durar talvez poucos dias,
11:45como muitos esperavam, mas sim uma questão prolongada.
11:48Por outro lado, a gente sabe que Israel, sem o apoio dos Estados Unidos,
11:53não consegue prolongar por tanto tempo assim.
11:55E os Estados Unidos, na verdade, o presidente Trump,
11:57ele tem mostrado já uma certa pressa, colocando prazos, colocando datas,
12:02apesar da gente saber que às vezes nem sempre esses prazos são cumpridos.
12:06Dá para a gente dizer, um, que a solução final para essa guerra
12:09está nas mãos do presidente Trump e dele somente?
12:12E aí a segunda coisa é, e se o presidente Trump disse,
12:16se é então, nós vamos acabar agora, como que seria a forma mais viável disso?
12:20Nós estamos falando de tropas americanas em solo iraniano
12:23destruindo bases nucleares, ou nós estamos falando de uma deposição do regime
12:28acontecendo ali à força, com o assassinato do Ayatollah?
12:34Acabar com esse conflito imediato, eu não vejo nenhuma chance
12:38que o Donald Trump possa fazer, porque ele se escalonaria com uma outra realidade,
12:43o que lhe dá com o Irã no pós-conflito.
12:47E da mesma forma, interromper a ajuda a Israel é um perigo ainda maior para a humanidade,
12:54já que em perigo existencial as suas bombas nucleares
12:57entrariam pela doutrina israelense em jogo,
13:00e aí atacariam os vizinhos, e o efeito cascata disso seria imediato.
13:05Para, claro, um escalonamento também muito maior.
13:08Para a interrupção desse conflito do Donald Trump,
13:13seriam necessários uma de duas coisas.
13:15Ele optar pelo caminho político, pedindo a autorização do Congresso americano
13:20para defender o interesse dos Estados Unidos dessa ameaça de proliferação de armas nucleares,
13:26ou então um evento, seja ele real, seja ele em false flag,
13:31que mudaria a opinião pública americana em favor do conflito,
13:34e aí o Donald Trump não estaria ameaçado com a popularidade
13:38e responderia, tanto com os bombardeios aéreos em larga escala, múltiplos dias,
13:45como eventualmente a incursão de algumas tropas especiais
13:48para tentar a obtenção da mudança do regime
13:51e que alguém no seu lugar seja mais favorável ao regime ocidental.
13:57Eu não acredito no retorno da monarquia,
13:59hoje ela é extremamente crítica dentro do Irã,
14:04assim como a oposição que hoje ainda tem força no exílio,
14:09mas participação interna teria dificuldade de formar um governo.
14:13Mas, claro, se o regime militar, o conjunto da guarda revolucionária,
14:18fosse eliminada, aí sim abriria espaço para um novo regime
14:22com alguma chance de estabilidade na região.
14:25Mas só para complementar, isso não quer dizer que a região estaria estabilizada.
14:30Como eu chamei a atenção, países vizinhos com medo de serem alvos
14:34de futuros ataques ou guerras preventivas,
14:37entrariam uma corrida armamentista,
14:39e aí o mundo precisaria de uma outra resposta,
14:42que não só para o Irã, mas um Oriente Médio,
14:44cada vez mais um barril de pólvora.
14:46Agora, 5h50, quem nos acompanha pela rádio,
14:48aquele último intervalo até já, pessoal,
14:50nas outras plataformas continuamos.
14:52Professor, uma última pergunta.
14:53O que a gente pode esperar deste fim de semana
14:55e dos próximos dias em relação a ataques entre Israel e Irã?
15:01Continua a inclusão de novos tipos de armamento.
15:04Tanto o Irã quanto o Israel usaram novos tipos de mísseis,
15:08estão testando também novos drones,
15:10além, óbvio, de aguardar a chegada desses porta-aviões
15:14do Reino Unido e dos Estados Unidos,
15:16que poderiam mudar o tipo de ataque,
15:18seja neutralizando os ataques do Irã
15:21ou dando início a um outro tipo de incursão,
15:24que não só dos caças israelenses.
15:27Professor Vladimir Feijó, obrigado, viu,
15:29pela conversa conosco mais uma vez.
15:31As portas estão sempre abertas.
15:33Até a próxima.
15:34Que bom que hoje tivemos tempo.
15:36Obrigado. Até breve.
15:37Até. Um abraço.
15:39Obrigado.