- 17/05/2025
Virgínia diz a Joaquina que Tiradentes morreu porque alguém o traiu. Raposo exige que Virgínia se afaste da filha. Luzia proíbe Branca de se encontrar com Xavier. Dionísia promete a Raposo que dará uma lição em Virgínia.Virgínia avisa a Joaquina que ainda existe um movimento de luta pela independência. Branca conta para Xavier que viu Joaquina com Virgínia. Joaquina é difamada e humilhada nas ruas
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DiversãoTranscrição
00:00Joaquina.
00:10Por que a senhora me chama por esse nome?
00:12E essa mulher pode contar pra cidade inteira que você é filho do Tiradentes?
00:15Ela não vai fazer isso.
00:16E como é que você sabe?
00:17Ela quer...conhecer.
00:20O que está acontecendo aqui?
00:22Esse senhor diz que a mina está fechada.
00:25A ordem tem tendência.
00:27São quase seis meses de atraso de impostos, Dom Raposo.
00:31Seu guarda-livros chama-se Inácio Taveira.
00:42Na igreja!
00:43Vocês perderam o juízo!
00:45Rosa, o que é que você está fazendo aqui?
00:48Eu vim falar com a senhora.
00:49Que lugar é esse?
00:51Essa era a casa do seu pai.
00:53Do seu verdadeiro pai.
00:55O Tiradentes.
00:57Você nasceu aqui, Joaquina.
01:04A casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada para que nunca mais no chão se edifique.
01:12E no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu.
01:21Réu infame.
01:23De seus filhos e netos.
01:26Réu.
01:32A casa do meu pai.
01:38Por que tanto ódio?
01:42Porque eles não precisavam apenas matar o homem?
01:46Precisavam destruir tudo o que Oferes representava?
01:51O sonho.
01:53A liberdade.
01:56Tentaram apagar tudo o que diziam a respeito a ele.
01:59Conseguiram.
02:01Hoje ninguém lembra do Tiradentes.
02:03O povo tem medo de falar o nome dele em voz alta, mas eu duvido que tenha esquecido.
02:08Você o conheceu bem?
02:11Conheci.
02:13Seu pai frequentava a minha casa.
02:17Mas o que importa é Joaquina.
02:23Rosa.
02:26É que o seu pai morreu para que o povo pudesse ser livre.
02:30A luta dele não foi em vão.
02:33Meu pai Raposo disse que eu posso acabar morta.
02:37Todo mundo vai morrer um dia.
02:40Mas eu queria que você soubesse só mais uma coisa.
02:45O homem que delatou seu pai.
02:47Joaquim Silvério dos Reis.
02:48Não.
02:49Silvério delatou com a juração.
02:51O homem que entregou a cabeça do seu pai numa bandeja foi alguém muito próximo a ele.
02:56E até hoje nós não sabemos quem é.
02:58Traidor.
03:00E esse homem provavelmente está vivo.
03:04Deve ter sido regiamente recompensado pela delação.
03:07Tanto que foi preservado.
03:10Jamais o nome dele apareceu nos autos da devassa.
03:16E eu tenho certeza que ele está entre nós.
03:18Eu tenho certeza.
03:29O homem está morto?
03:32Não sei.
03:34O senhor ajudou o sujeito.
03:36Ele roubou.
03:38Parece que já teve o que merecia.
03:40Eu vou levá-lo comigo.
03:42Valentino.
03:49Esse homem será julgado de acordo com os crimes que cometeu com o raposo.
03:53Eu já estava cuidando desse, não?
03:55Vila Rica não é mais aquele vilarejo que o senhor conheceu.
03:59Agora temos que respeitar a lei.
04:01Não se pode mais fazer justiça com as próprias mãos.
04:04Ele será julgado e punido de acordo com a lei.
04:08E onde é que estava a lei quando ele me roubou?
04:10A lei agora está aqui, Dom Raposo.
04:13A lei sou eu.
04:18Então quer dizer que o homem que entregou meu pai nunca foi encontrado de fato?
04:22Todas as pessoas ligadas à conjuração foram condenadas e tiveram seus bens confiscados.
04:28Mas reza a lenda que os piores foram poupados e recompensados.
04:33Talvez o traidor tenha ido para a corte.
04:37Ou para o Rio de Janeiro, quem sabe?
04:39Talvez tenha sido um espião infiltrado entre nós.
04:43Para a corte?
04:45A senhora suspeita do meu pai, Raposo?
04:47Não, não desconfie-me.
04:49Seu pai pode ter todos os defeitos do mundo, mas não é um traidor, disso eu tenho certeza.
04:55Rosa, o que você está fazendo aqui com essa mulher?
04:58Essa mulher tem nome, Raposo.
05:00Ah, tem, tem. Jocasta, Antígona, Penélope, todos os seus nomes, Virginia.
05:05Todos os nomes que você usava para despistar a polícia da rainha.
05:08Então me chame pelo meu nome de batismo.
05:10Rosa, eu já te falei, essa mulher é perigosa.
05:12Dá licença aqui, que eu vou tirar esse negócio.
05:14Não pegue nas minhas coisas.
05:16Rosa, vai-se embora daqui.
05:18Para com isso, pai.
05:20Não se importe com o ogro do seu pai, eu vou-me embora.
05:22Isso, vá-se embora mesmo e não se preocupe com as suas coisas não,
05:25que eu mando entregar lá no seu estabelecimento.
05:28Desculpa.
05:30Virginia, afaste-se da minha filha, está ouvindo?
05:37Você não podia ser um pouco mais educado?
05:39Educado?
05:40Minha filha, essa mulher é uma alcoviteira, uma mulher da vida.
05:43Você não pode sair por aí andando com ela.
05:45Você tem reputação, você é uma moça de família.
05:47Pai, esse é um lugar isolado, ninguém vem aqui.
05:49Mas eu vim.
05:51Vim aqui para tomar um banho de riacho, para me refrescar e me deparo com você e aquela...
05:53Basta!
05:55Às vezes o senhor é insuportável.
05:57Tenha respeito, Rosa, eu sou seu pai.
06:00Meu nome é Joaquina.
06:06O que foi que aquela infeliz te disse?
06:07Falou do meu pai.
06:09Tiradentes.
06:11É, é uma maldita, de uma língua aruda mesmo.
06:15Pode preguejar à vontade.
06:17O que foi que ela disse?
06:19Que o traidor do meu pai continua solto.
06:21Muitos traidores da conjuração continuam vivos.
06:24Fizeram isso em troca do perdão da coroa.
06:27Não valeu nada mesmo.
06:29Só que esse homem, seja ele quem for, deve estar rico,
06:32deve ter influência.
06:33Poder.
06:35Às custas da vida do Tiradentes.
06:37Minha filha,
06:39o seu pai era um pouco irroto.
06:41Ele morreu porque falava demais.
06:43Não, morreu para servir de exemplo.
06:45Ele serviu de bode expiatório.
06:48Por que você nunca fala do passado?
06:50Porque eu não queria que você revivesse esse momento.
06:52Minha filha, você ficou mais de um ano sem falar.
06:55Eu achei que você tinha ficado muda.
06:57Você viu o seu pai.
06:59Você viu o seu pai.
07:00Eu achei que você tinha ficado muda.
07:02Você viu o seu pai ser enforcado na sua frente.
07:04Depois você perdeu sua mãe.
07:06Eu achei que você ia perder o seu juízo.
07:10Minha filha,
07:12a Virginia é uma sonhadora.
07:14Ela odeia os portugueses
07:16e acha que o Brasil é dos brasileiros.
07:18Essas besteiras.
07:20Ela está metida com gente perigosa.
07:22Ela é uma conspiradora.
07:24Ela está metida com gente que está tramando a independência.
07:26E a pena para isso é a forca.
07:28Não se eles ganharem a causa.
07:30Ganhar a causa com o que? Com ideias?
07:32Com panfletos? Com livros?
07:34Filha,
07:36o príncipe regente está aqui no Brasil
07:38com a corte, com a rainha.
07:40Eles vão sufocar qualquer tentativa de libertação
07:44com violência,
07:46com armas.
07:48E eu não quero que você tenha o mesmo filho que o seu pai.
07:50Você entende isso?
08:00Seu pau!
08:20O que é isso?
08:22Foi nada, minha filha.
08:25Está roubando comigo?
08:27Doeu, filha!
08:28É que eu estou morrendo de dor!
08:29Eu não aguento mais!
08:31Eu não aguento mais!
08:33Sua ladrona!
08:35Chega!
08:37Deixa essa coitada em paz.
08:45Mandou me chamar?
08:47Mandei.
08:49Pra lhe dizer que você não deve mais se encontrar com o Xavier.
08:51Mas ele é meu noivo.
08:53Arranjos podem ser desfeitos.
08:59Branca!
09:01Meu bordado!
09:03Qual é o problema?
09:05Era com meu vestido de casamento, não era? Então agora não precisa mais.
09:07Comece outro.
09:09Mas com linha preta pra fazer uma mortalha.
09:11Porque eu vou definhar se eu não casar com o Xavier.
09:13Não esperei seis anos à toa.
09:15Olha como fala comigo, Branca!
09:17A família de Xavier está falida.
09:19Você sabia que eles venderam todos os escravos?
09:23A Brides, coitada, nem frequenta mais a igreja
09:25porque os vestidos estão todos rotos.
09:27Eu não me importo.
09:29Não preciso de marido rico.
09:31Meu pai já tem dinheiro suficiente.
09:33Suficiente até pra comprar minha reputação.
09:39Eu não vou fazer o papel de noiva abandonada.
09:41Eu vou casar com o Xavier.
09:43Ter os meus escravos e a minha casa.
09:45Pronto.
09:57Eu posso saber o que é isso?
09:59É um vestido.
10:01O meu vestido que eu usei há dois dias
10:03e você não recolheu pra lavar.
10:07Deixa aí, senhora.
10:09Pode deixar que eu pego pra senhorita.
10:13A minha roupa branca tem que lavar todos os dias.
10:15Entendeu?
10:17Sim, senhora.
10:19Com a preta usando roupa de baixo.
10:21Era só o que me faltava.
10:23O que foi que você disse, menina?
10:27É Luanda o seu nome, não é?
10:31Luanda, a partir de agora,
10:33você faz o que eu mando.
10:35Ou eu mando o feitor te colocar no tronco,
10:37entendeu?
10:39Pra você deixar de ser abusada, no tronco.
10:43Rosa, eu não vi que você estava aí.
10:45Eu sei que a escrava não é minha,
10:47mas alguém precisa dar uma lição nessa moleca
10:49pra ela deixar de ser atrevida.
10:51Venha comigo, Bertolino.
10:57Viu?
10:59Preta, quando ganha o furrio,
11:01fica mais ruim que branco.
11:03Pior.
11:05Tá achando que é branco.
11:09Foi tudo um mal entendido,
11:11senhora intendente.
11:13Eu já seguro.
11:17Eu irei te explicar tudo.
11:19Tudo a seu tempo, senhor Taveira.
11:21Por ora, é preciso que o senhor se recupere.
11:23Por ora, é preciso que o senhor se recupere.
11:25Sim, senhor.
11:31O senhor precisa se alimentar.
11:33Passou por maus mercados.
11:35Obrigado, senhor intendente.
11:41Você não pode impedir sua mãe
11:43de castigar uma escrava.
11:45A mãe estava batendo na infeliz, meu pai.
11:47Mas a preta é dela.
11:49Ela pode fazer o que quiser.
11:51Ser humano, pai?
11:53Ser humano?
11:55Eu não sei o que lhe ensinaram
11:57em Coimbra durante todos esses anos.
11:59Pai, nenhum cachorro merece
12:01levar uma vassourada.
12:03A sua mãe ficou nervosa.
12:05Sempre.
12:11Eu preciso ser franco
12:13com você, meu filho.
12:15Tá na hora de você saber a verdade.
12:17O senhor vai me dizer que está falido?
12:19Você já sei.
12:21Enquanto você estava em Portugal,
12:23nós perdemos a concessão do nosso último veio de ouro.
12:25Que, aliás, já estava seco.
12:29Como é que o rei quer que eu pague impostos
12:33se o ouro está cada vez mais escasso?
12:35Portugal já sangrou
12:37tanto essa capitania
12:39que não sobrou mais nada.
12:41Isso só vai mudar quando mudar o governo.
12:43Não diga isso.
12:45Conspiração. Crime.
12:47Pega o seu casaco.
12:49Você vai me acompanhar.
12:53Guarda-livros roubava.
12:57Esse ataveiro sempre me pareceu
12:59um homem tão direito.
13:01É, o homem deixou de pagar os impostos,
13:03as taxas da coroa.
13:05Coisa grande, viu?
13:07Não tem dinheiro espécio pra pagar.
13:09Mas que desgraçado!
13:11Me perdoe, raposo.
13:13Por quê?
13:15Por você que me roubou?
13:17Estou me sentindo culpada.
13:19Eu tinha obrigação de saber disso.
13:21O homem já foi preso
13:23e a Ádia me devolveu
13:25tudo que pegou pra si.
13:27Mesmo assim,
13:29eu sou muito agradecida a você, meu irmão,
13:31por tudo que você fez por mim.
13:33Eu nunca vou me esquecer
13:35o quanto você me ajudou na época
13:37do ocorrido com meu marido.
13:39Vai sair de novo, é?
13:41Sim, com virtualeza.
13:43Mas não consegue ficar quieta.
13:49Tomara que ela não me apoje
13:51mais uma das suas, né?
13:53Se encontrar com aquela alcoviteira...
13:55Rosa está perdendo a razão
13:57e você está perdendo
13:59o controle sobre sua filha.
14:01A companhia de Virgínia,
14:03além de vergonhosa, é perigosa.
14:05Você tem que dar uma lição naquela prostituta.
14:07Eu não bato mulher nisso.
14:09Pode deixar, meu irmão.
14:11Esse assunto eu resolvo
14:13e eu te garanto que dessa vez
14:15você não vai se decepcionar comigo.
14:35A boca, abre a boca.
14:37Abre a boca. Os dentes, quero ver os dentes.
14:41É.
14:43Olha, essa preta não vale
14:45200 mil réis, meu senhor.
14:47Os dentes, a dentadura, amarelada.
14:49Ela deve viver aduentada.
14:51Além disso, já está velha, não é?
14:53Tem respeito, homem.
14:55O que é isso, Javier?
14:57Senhor, eu posso fazer um desconto?
14:59Ela ainda pode parir.
15:01É um investimento.
15:03O senhor pode vender as crias.
15:15Javier, acontenha-se, por favor.
15:17Ninguém precisa saber a sua opinião.
15:19Eu nem sei o que estou fazendo aqui.
15:21Esse lugar é idioma.
15:23Você está aqui para me ajudar.
15:25Para cuidar do patrimônio familiar.
15:27Tenho que me ausentar um pouco.
15:29Fazer uma cobrança.
15:31Você fica aqui com a negra.
15:33E lembre-se.
15:35Não aceite menos que 150 mil réis.
15:43Eixa.
15:45Eixa, o que houve?
15:47Fala comigo, fala.
15:49Faz dois dias que eu não ponho nada na boca, senhorzinho.
15:51Estou varada de fome.
15:53Eu vou pegar alguma coisa para você comer.
15:55Fica aqui.
16:01O que você me trouxe nesse lugar?
16:05Mitoleza, você não pode ameaçar as pessoas com tronco.
16:07Eu te trouxe aqui para você ver o que é isso.
16:09O que é o tronco.
16:11O que as pessoas fazem com os negros.
16:13Você vive em uma redoma de vida.
16:15Você precisa ver o que se passa com a sua gente.
16:17O tratamento que os escravos recebem.
16:19Vem.
16:31Vem.
16:57Essa mulher está passando mal.
17:01Ela precisa de um médico.
17:03Eu estou com fome, senhor.
17:07Quem é o responsável por esse escravo?
17:09Ela precisa de um médico.
17:13O que está acontecendo aqui?
17:15Meu senhorzinho.
17:17Esse escravo pertence?
17:19Pois só devia ter vergonha.
17:31O que está acontecendo?
17:33O que está acontecendo?
17:35O que está acontecendo?
17:37O que está acontecendo?
17:39O que está acontecendo?
17:41O que está acontecendo?
17:43O que está acontecendo?
17:45O que está acontecendo?
17:47O que está acontecendo?
17:49O que está acontecendo?
17:51O que está acontecendo?
17:53O que está acontecendo?
17:55O que está acontecendo?
17:57O que está acontecendo?
17:59O que está acontecendo?
18:01O que está acontecendo?
18:03O que está acontecendo?
18:05O que está acontecendo?
18:07O que está acontecendo?
18:09O que está acontecendo?
18:11O que está acontecendo?
18:13O que está acontecendo?
18:15O que está acontecendo?
18:17O que está acontecendo?
18:19O que está acontecendo?
18:21O que está acontecendo?
18:23O que está acontecendo?
18:25O que está acontecendo?
18:28O que está acontecendo?
18:31O que está acontecendo?
18:33O que está acontecendo?
18:35O que está acontecendo?
18:41Vocês viram?
18:43Eles são fantasmas.
18:45Eles têm errado.
18:47Eu apenas fui buscar um ponto...
18:49Você deveria ter vergonha.
18:50Olha como fala comigo, sua atrevida.
18:52O senhor me respeita.
18:53Perturbante.
18:55Quem pensa que é com esse narizinho empinado?
18:57Se a senhorita fosse homem, eu lhe dava uma lição.
18:59Ai, meu Deus.
19:01Estou à sua disposição.
19:03A hora que o senhor quiser.
19:05Rosa, vamos embora daqui.
19:06Vem.
19:07Eu vou denunciar você.
19:09Por maus traços.
19:10Sim.
19:12Sorte.
19:16Raios.
19:18Esta aqui é a minha cena.
19:20Servir bêbados e trabalhar que nem o bolo.
19:23Não diga isso.
19:24Nem de brincadeira.
19:25Não somos moros.
19:26Somos cristãos.
19:28Estou a precisar tanto de uma mucama para me ajudar no escravinha.
19:32Um escravo?
19:33Sabes quanto custa isso?
19:34Uma fortuna.
19:36Senhora, senhora.
19:37Sente-se cá, por favor.
19:40Deseja alguma coisa em que possa ajudar?
19:42Um copo d'água, por favor.
19:45Pois.
19:47Rosa, por quem é ficar brigando na rua feito um homem?
19:51Quem é que esse sujeito pensa que é?
19:53Aqui está.
19:55Deseja mais alguma coisa?
19:56Desculpe o mau jeito.
19:57Poderia nos deixar a sós, por favor?
20:01Pois.
20:06Quem esta negrinha pensa que é?
20:08A dar-me ordens.
20:10Ela é forra.
20:11Ela é preta de casa.
20:12É melhor ficar quente.
20:14Eu queria ver o que aquele insolente pode fazer com uma espada na mão.
20:17Eu acabava com ele.
20:19Rosa, não fale assim.
20:20Você é uma dama.
20:22Aliás, que lugar é esse que você me fez entrar?
20:24Uma taberna.
20:25Senhora, precisa beber alguma coisa?
20:26Qualquer lugar serve.
20:27Ele me chamou de atrevida.
20:29Chamou o senhorzinho de pústula.
20:32Desprezível.
20:34A moça tem cabelo nas ventas.
20:36Deve ter puxado o pai.
20:37Diz que ela é a terrível.
20:39Menina mimada.
20:40Uma dama da corte.
20:42Acho que pode fazer o que quiser.
20:44Tem mais pão?
20:45A deveria ter ensinado bons modos àquele almofadinho.
20:47Passa de um libelo de luxo.
20:49Quem ela pensa que é?
20:51Tem o rei na barriga?
20:52Inconsequente.
20:53É uma riquinha.
20:54Mimada.
21:00Entregue esse bilhete à senhorzinha no endereço que eu lhe dei.
21:04Vá num pé e volte no outro.
21:08Vá.
21:14Cortesia do senhor intendente.
21:22O cheiro daquele mercado de escravos ainda está emprenhado na minha pele.
21:27Aquele sujeitinho.
21:30Tratar um ser humano daquela forma.
21:33Ainda me chamou de atrevida.
21:35É um idiota.
21:37Esquece isso, Rosa.
21:39Nada de bom podia sair daquele mercado de escravos.
21:45Mandaram entregar isso aqui para a senhora.
21:48Obrigada, patina.
21:56Ninguém quer comprar você, estrupício.
21:59Já fiz de tudo.
22:00Já baixei preço.
22:02Sim, senhor.
22:03Onde é que se enfiou o meu filho que tinha que estar aqui com você?
22:07Maixa negra, demora.
22:38Oi.
22:40Que bom que você veio.
22:42Você não me chamaria se não fosse importante.
22:47Javier.
23:07Javier, vem.
23:08Vem comigo, vamos.
23:10Eu chamei você aqui porque eu tenho certeza que o raposo vai fazer de tudo
23:13para impedir que a gente se veja de novo.
23:16Não vai adiantar.
23:18Seu pai de criação pode ser muito convincente quando quer, Rosa.
23:24Joaquina.
23:26A luta do Tiradentes não foi em vão.
23:29Como assim?
23:30O sonho não acabou.
23:32O sonho não acabou.
23:34Como assim?
23:35O sonho não acabou.
23:37Existe um movimento.
23:39Pessoas se organizando na luta pela independência.
23:42Aqui em Recife, em Salvador.
23:45Até no Rio de Janeiro e em São Paulo também.
23:48Muita gente está se preparando.
23:50Se preparando pra quê?
23:51Pra luta.
23:53Você quer que eu faça parte dessa luta também?
23:56O que eu quero
23:58é que você jamais se esqueça de quem é filha.
24:01O resto é você quem sabe.
24:19Você vai conhecer pessoas.
24:22Pessoas que pensam como seu pai.
24:24Que sonham o mesmo sonho e que não tem medo de agir pra realizar.
24:28Mas lembre-se, Rosa.
24:30Nós só podemos ser vistas juntas.
24:32Isso é fundamental.
24:34Você não merece ser associada à figura de uma mulher de má fama como eu.
24:48Eu sabia!
24:50Mas bem que eu desconfiei que aquela Rosa Raposo era uma sericálita
24:54marcando encontros furtivos com a cobiteira da cidade.
24:58Uma meretriz!
24:59Branca, você tem certeza que era ela? A igreja é escura.
25:02Eu reconheceria aquele narizinho que nada até debaixo de uma tempestade.
25:06Isso pode acabar com a reputação da moça.
25:09O que você tem com isso?
25:12O que você se preocupa tanto com aquela sericálita?
25:14Eu não estou preocupado.
25:16Pelo contrário.
25:18Aquela criatura tem um rei na barriga.
25:19E não tem?
25:20Só porque morou na corte acha que é melhor que a gente?
25:22Desfrutável!
25:24Arrogante!
25:25Por fora, Bela Viola. Por dentro, Pombo Lorento.
25:29Aquela lá tem podres.
25:31Será?
25:32O que eles pensam que são?
25:34Chegar numa comitiva do rei de Portugal e nem abrir a casa pra gente de bem da cidade?
25:39Alguma coisa aqueles raposos escondem.
25:42Aqui, sabia que o tal Raposo era minerador?
25:46E sujava a mão no garimpo, feito escravo.
25:48Tem terra debaixo de tais vendas até hoje.
25:50E a filha vai pelo mesmo caminho.
25:52Uma desfrutável que tem intimidades com mulheres da vida.
25:56Ninguém me contou, não.
25:57Eu vi! Eu vi!
26:13Essa girona parece que tem viso.
26:15Arranca dinheiro até sem se deitar.
26:17Porque é virgem.
26:18Sabia que a madrinha vai ler no ar por ajuda dela?
26:20Virgem?
26:21Virgem.
26:22Só se for que nem uma vaca prenha.
26:24Vaca...
26:30Preciso falar com você.
26:31Assunto sério.
26:32Aqui não é lugar de assunto sério.
26:34É.
26:36Senhora, a senhora foi bem clara.
26:38Vai fazer um escândalo no meu estabelecimento, Dom Raposo?
26:42O senhor está sendo desrespeitoso lá e na moça.
26:45Ela não é moça.
26:46Ela não é moça.
26:48É uma velha surrateira hipérfida.
26:51Agora o senhor falou demais.
26:54Estou à sua disposição.
27:03Você está me desafiando, rapaz.
27:13Senhora Virgem,
27:14duelos são proibidos.
27:16Vá atrás deles.
27:17Não deixe que se matem.
27:25Aprove-se.
27:26O senhor ignora as regras mais alimentares de cortesia.
27:36O senhor vai aprender como se trata uma mulher.
27:38Vem me ensinar.
27:46Esse é o Saracute? Ele é feito de uma menina.
27:48Onde é que você aprendeu a esgrimar?
27:53Golpe baixo, garoto.
27:55O senhor é que é alto demais.
28:05Dê uma espada a ele.
28:17Há muito tempo que eu não vejo a corda. Não pode sair.
28:22Senhores, a patrulha!
28:23Se o senhor acabar com isso, vão anotar na cadeia.
28:38Está pronto?
28:39Sim, senhor.
28:41Está pronto?
28:42Sim.
29:02Há muito tempo que eu não me divertia assim, rapaz.
29:05O que você está fazendo aqui?
29:06Há muito tempo que eu não me divertia assim.
29:10O senhor tem uma ideia muito estranha de diversão.
29:12Mas me diga uma coisa, rapaz.
29:13Onde foi que você aprendeu aquele golpe, o vôlei?
29:16Aprendi com um básico lá em Coimbra.
29:18O homem era um borracho, mas dizem que foi um assassino à solda.
29:20Não acredito.
29:21Ele me ensinava em troca de rum, só que...
29:24Só que no final do dia ele já estava tão bêbado que mal conseguia erguer a espada.
29:29Homem...
29:32Nós não estivemos aqui, hein?
29:34Sim, senhor.
29:37Por que o senhor tratou a Virgínia daquele jeito?
29:40Me parece que é de ser o feitiço de se feitar de uma dama.
29:43Você não me conhece, rapaz.
29:44Toda a Vila Rica conhece o senhor Dom Raposo Viegas.
29:48Dizem que o senhor fez fortuna com diamantes.
29:51Foi viver na corte, casou-se com uma fidalga, tornou-se um par do reino.
29:56O senhor andava com os bandeirantes de São Paulo.
29:59Não tinha piedade.
30:01Caçava índios, escravos fugidos.
30:03Esse povo fala demais, hein?
30:05Dizem também que o senhor simpatizava com os patriotas na conjuração.
30:17Eu devo ter minha vida coroa, rapaz.
30:20Tudo que eu sou...
30:22Eu devo à sua majestade.
30:26Não sei de conjuração nenhuma.
30:28Já você comprou uma espada nova.
30:58Ai, que água deliciosa.
31:01Quase não dormi essa noite.
31:03Tive sonhos horríveis com aquele mercado de escravos.
31:06Eu também.
31:08Eu também.
31:10Eu também.
31:12Eu também.
31:14Eu também.
31:16Eu também.
31:18Eu também.
31:20Eu também.
31:22Eu também.
31:24Eu também.
31:26Eu também.
31:28Preciso conhecer nosso país depois.
31:31As belezas.
31:33As misérias.
31:35Eu prefiro as belezas.
31:37Aliás, que rapaz bonito aquele.
31:41Parece europeu.
31:43Rapazó, mentira.
31:45Você tem dois homens aos seus pés.
31:47Ele e o intendente.
31:49E os dois se pelam pra você, viu?
31:51Não diga besteira.
31:53Para de falar isso.
31:55Para, para.
31:56Semana.
31:58Obrigada.
32:00Obrigada.
32:02Rosa.
32:04Está chegando gente.
32:14Cadê o Nelson?
32:16Não sei.
32:18A gente brasileira é tão esquisita.
32:21Maldição.
32:23Quem trouxe isso?
32:24Sei não, senhor. Deixaram na porta.
32:33Sarraposa no cio.
32:36É sabido e notório
32:38que a tipa Rosa que desfila por aí
32:40pavonada de dama
32:42não passa de uma safada,
32:44meretriz, disfarçada de donzela
32:47mais que calúnia.
32:49Quanta indignidade.
32:50Papelico de maldizer contra a Rosa.
32:53Isso é uma infâmia.
32:55Quem fez isso vai pagar caro.
32:57A reputação da nossa Rosa vai pra lama.
32:59Isso é tudo culpa daquela,
33:01daquela meretriz,
33:03daquela desgraçada.
33:05Eu sabia que isso ia acabar mal.
33:17Por que estão todos olhando pra gente?
33:20Não faço ideia.
33:22Aquelas mulheres no riacho iam tomar banho.
33:24Acho que desistiram de nos ver também.
33:37Meu Deus!
33:50Legendas pela comunidade Amara.org
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