- 23/05/2025
Fernanda encontra Marco pela primeira vez depois do término. Madame Toledo ensina Doca a se portar à mesa. Dom Lázaro relembra que Ricardo é o filho bastardo de sua esposa.
Categoria
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DiversãoTranscrição
00:01Você me ama?
00:04Eu acho que não tenho o direito.
00:06Eu perguntei se você me ama.
00:14Amo.
00:17Há muito tempo.
00:21Na verdade, eu te amo demais.
00:25Não faz isso.
00:31Eu só fiz uma pergunta, nada mais.
00:35Desculpe, eu não quis te ofender.
00:40Quem sabe um dia a gente possa falar de amor sem constrangimentos.
00:44Ainda é muito cedo, André.
00:50Eu vou esperar vocês, André.
01:00Você é meu caminho, meu vinho.
01:10Meu vício desde o início estava você.
01:18Meu balção, o benigno, meu signo.
01:24Meu guru, porto seguro.
01:30Onde eu vou ter?
01:33Meu mar e minha mãe.
01:37Meu medo e meu champanhe.
01:42Visando espaço sideral.
01:49Onde o que eu sou se afoga?
01:55Meu pão, minha ioga.
02:00Você é minha troca.
02:05Paixão e carnaval.
02:10Meu bem, meu zen, meu mar.
02:17Meu mar.
02:38Resolveu aí? Vou entrar ou não vou entrar?
02:41Agora não dá. Mamãe tá acordada.
02:44Droga, é que me atrasei, né?
02:47Você bem sabe os horários dela.
02:49Sabe que ela janta às seis e meia, dorme até às onze,
02:51depois acorda de novo e só vai dormir às três da manhã.
02:54Uma coisa esquisita a sua mãe também, né?
02:56Coisa de velha. Por que você demorou tanto?
03:00É que eu tive que fazer uns trecos por aí.
03:05Me disseram que você saiu da lanchonete, é verdade?
03:10É.
03:11É.
03:13Arrumou outro emprego, é?
03:17Foi.
03:19Arrumei outro trabalho aí.
03:22Aonde?
03:24Lá no...
03:26Meu nome, você sabe, lá no...
03:29Como é que chama?
03:32É Zona Sul. Zona Sul.
03:35Pra fazer o quê, hein?
03:36Atrapalhar.
03:39Tentar ser chofer.
03:41Chofer?
03:43Você nunca guiou na vida, não tem carta nem nada.
03:45Já tirei. Já tirei carta, não te falei?
03:48Não. A dó com essa história aí não tá colando, não, tá?
03:51Eu tô falando que um amigo do seu Emílio
03:53me arrumou emprego de motorista, meu Deus do céu.
03:56Por isso que eu saí da lanchonete, vou ganhar mais dinheiro.
03:58Não tá chutando, não?
04:00Estou dizendo que mudei de emprego.
04:03Tá legal.
04:05Tá legal.
04:10Vai mudar de casa também?
04:13Não.
04:18Só o horário que vai ficar um pouquinho mais difícil.
04:21Mais?
04:23É.
04:25Ah, Domingos.
04:27Domingos.
04:29Domingos.
04:30Domingos.
04:32Ah, Doca.
04:34Você já tem tão pouquinho tempo pra mim.
04:37É, filha.
04:40Você que trabalha mais longe.
04:43Droga.
04:45Você não quer que eu suba na vida?
04:48Quero.
04:50Mas bem pertinho de mim.
04:52Vou subir de você.
04:54Não vou, não.
04:56Doca.
04:58Quando é que começa?
05:00Amanhã.
05:02Por que você acha que eu larguei da lanchonete?
05:05Pomba.
05:07A gente já se vê tão pouco.
05:09Vai se ver menos ainda?
05:12Não.
05:14Não é assim.
05:18Eu vou dar um jeitinho.
05:21Ai, Doca.
05:23Eu sinto tanta falta de você.
05:26Não me deixa nunca, hein?
05:29Se você me deixar, eu vou atrás de você em qualquer lugar.
05:32Não, não.
05:34Não, olha.
05:36Não pense nessas coisas.
05:38Tira isso da sua cabeça.
05:44Não sei, não.
05:46Estou vendo na sua cara que...
05:59Não vou subir de você não, tá ligado?
06:02Ai, Doca.
06:04Sabe o que é?
06:06É que eu gosto tanto de você.
06:29Ei.
06:31Tá dormindo?
06:34O que você acha, João?
06:36O que foi?
06:38Quero te falar da Vitória.
06:40E aí?
06:42Foi tudo bem?
06:44Acho que vai dar pé.
06:46Não, não.
06:48Não, não.
06:50Não, não.
06:52Não, não.
06:54Não, não.
06:56Não, não.
06:58Onde vocês foram depois do jogo?
07:00Num barzinho lá no jardim.
07:02Eu nem sei o nome.
07:04Só que estava aquela pentelha do lado.
07:06Mas e aí? Ela te deu bola?
07:08Mais do que isso.
07:10Me convidou para ir domingo tomar banho de piscina na casa dela.
07:13Jura?
07:15E olha que eu acompanhei com meu carro e fui atrás até a casa dela.
07:18Menina.
07:20É um palácio.
07:22Você não tentou nada, né, João?
07:24Claro que não, né?
07:26Fiz a minha média, bem feita.
07:29Essa não leu a notícia do papai.
07:32Ela não está nem aí.
07:34Espera até a família dela descobrir.
07:36E aí não vai ser difícil não, viu?
07:38Ela é neta do velho, dono da Venturini Designer.
07:40Tem uma nota preta, Patrícia.
07:43O pai morreu há pouco tempo.
07:45Ela ainda está meio apagada.
07:47Mas foi legal, sabia?
07:49Ela é uma joia.
07:51Eu gostei dela.
07:53Ela é super bacana, super legal.
07:55Bonita, com muita personalidade.
07:59Ah, e tem um irmão no pedaço também que eu não conheço.
08:02Vem, vem, João. Vem, vem.
08:04A quem sabe não te interessa, Patrícia.
08:06João, não me mete nesse rolo. Isso é coisa tua.
08:08Eu não estou afim de nada.
08:10E o velho, hein?
08:12Ah, daquele jeito, né?
08:14Não arrumou nada ainda, né?
08:16Eu saiba não.
08:18É, Patrícia, vamos tratar da vida, meu amor.
08:21Porque a coisa vai ficar preta por aqui, viu?
08:28Vamos lá.
08:58Ei, ei, ei.
09:29Oi.
09:30Oi.
09:32Onde é que você foi ontem?
09:34Ontem eu fui assistir o jogo de vôlei e depois fomos tomar um sorvete.
09:38Fomos? Quem?
09:40Eu, Magda e dois irmãos que nós conhecemos na Suença.
09:46Vem cá, você conhece um tal de João Manuel Melo?
09:51Não, nunca ouvi falar.
09:53Bom, deve ter um monte de família com esse sobrenome.
09:56Por quê?
09:57É um carinha legal, sabe?
09:59Ele não tirou os olhos de mim.
10:02Grande coisa. Você dá bola pra todo mundo.
10:04Ah, você que pensa.
10:09E você? Foi aonde?
10:11Nenhum lugar. Fiquei aqui mesmo, me saiu.
10:14Bom dia, meninos.
10:16Porfirou, você conhece uma família Melo?
10:19Melo. Melo, conheço. Conheço uma família Melo de Ribeirão Preto.
10:23Não, não, não. É daqui.
10:25Quer tomar café? Senta aí.
10:28Não, muito obrigado, Marco Antônio. Eu já tomei café.
10:30Não se esqueça que eu acordo às seis horas da manhã.
10:33É verdade. O Porfirio acorda com as galinhas.
10:38Bom, meninos, o negócio é o seguinte.
10:40O vovô Lázaro quer que vocês dois, no fim de semana, venham com ele pra fazenda.
10:44Ele pode tirar o cavalo da chuva que louvou pra fazenda nenhuma.
10:48Nem eu. Esquece.
10:50Ah, que isso, meninos. O vovô Lázaro vai ter que ir sozinho se vocês não forem.
10:52Ah, Porfirou, não torra, tá bom?
10:55Diz ao velho que a gente já tem o que fazer.
10:58Belo programa. Será que ele não se toca, não?
11:02Meninos, ele não vai gostar, hein?
11:05O problema dele?
11:07Eu acho que você pode dizer pra ele que a gente já tem um compromisso no fim de semana.
11:10Eu acho melhor você falar com ele, Vitória.
11:12Não. Só se encontrar por acaso.
11:15Eu não tenho que dar satisfações pra ninguém. Não quero ir e pronto.
11:18Você vai, não vai?
11:20Claro.
11:21Então, pois ele que se divirta com você.
11:24Vitória, você sabe muito bem que seu avô adora você.
11:28Ele já tá velhinho, não custa fazer um sacrifício.
11:31Você sabe muito bem como ele gosta de passear com você pelos pastos.
11:34Não me deixe pastar sozinho, tá?
11:36Tá legal. Mas vai ter bronca, hein? Vai ter bronca.
11:40Ah, não tem mais saco pra ficar com esse velho sozinho na fazenda, não?
11:45E eu vou me arrancar antes que ele apareça por aí.
11:51Que saco!
12:22Há quanto tempo você não monta, Jéssica?
12:25Sei... um mês, eu acho.
12:29Mais. Mas eu sei porque eu gosto de ver você montar.
12:33Faz mais de um mês, sim.
12:35Já notou como ela fica elegante e firme em cima do cavalo?
12:38Ela salta muito bem.
12:41Poxa, obrigado.
12:43E quando é que você vai me botar num torneio?
12:46Amanhã vou ver você montar e saltar.
12:47Veremos se está preparada para um torneio.
12:49Quer ser campeã?
12:51Sai nos jornais?
12:53Claro que sai nos jornais.
12:55Então eu quero, lógico.
12:57Agora, você faz uma coisa errada.
12:59Você não salta sempre com o mesmo animal.
13:01Escolha um e faça dele um campeão.
13:03Mas pra isso precisa muito treino, tá?
13:05Posso escolher um só meu?
13:07Claro, eu faço questão.
13:09Imagina você escolher um bem mansinho, tá, Jéssica?
13:12Claro, imagina. Eu vou escolher?
13:13Você escolhe e eu decido.
13:15Tá vindo, tá vindo.
13:17Eu te disse, eu te disse.
13:19Claro, meu amor, eu entendo. Você não.
13:22Não quer levar umas amiguinhas?
13:24Não sei.
13:26Eu vou pensar. Tem tempo até amanhã.
13:28Vamos sair bem cedo, viu?
13:30Eu sei.
13:32Aquele horário de índio.
13:36Já sabe o que vai fazer hoje?
13:38Eu não sei.
13:40Você vai fazer o que?
13:41Fazer nada.
13:43Inventa alguma coisa, tá?
13:45Tchau.
13:46Bom trabalho.
13:47Obrigado.
13:59Ah, me passa esse bolinho que tá com uma cara ótima.
14:05Angelina.
14:06Hein?
14:07É verdade que tem uma mulher naquele lugar?
14:09É verdade que tem uma mulher naquele escritório que o meu pai odeia?
14:13Quem te disse isso?
14:16Um dia eu tava ouvindo no telefone.
14:19Será que é verdade?
14:21Olha, Jéssica, eu não sei direito, mas parece que ele tem problemas com o velho Dom Lázaro.
14:28Ih, mas esse é um assunto tão complicado que eu acho que você não vai entender.
14:31E você também não quer comer, não tá tomando café nem nada.
14:34Nossa, eu não quero saber, mas...
14:36Ele disse que era uma mulher.
14:37Claro, é a Nora dele, a Isadora Venturini.
14:40Por que que ele não gosta dessa mulher?
14:43Ora, Jéssica, se ele tem problemas com o velho, deve ter problemas com a Nora também.
14:48Eles não suportam o teu pai.
14:50Assim? De graça?
14:52Como de graça?
14:54Sei lá, o meu pai pode ter dado algum motivo, né?
14:58Não, não, eu acho que não.
15:00Mas parece, se eu não tenho bem certeza,
15:02que eles têm uma briga pelas cotas da sociedade e da empresa.
15:05Mas já te falei que isso é um assunto chato, complicado, difícil.
15:10Você não vai entender.
15:12Toma um cafezinho, senão vai esfriar, meu amor.
15:15Eu é que não queria ser inimiga do meu pai, viu?
15:19Por quê?
15:21Ah, Angelina, vai.
15:23Você há de convir comigo que meu pai não é uma figura fácil.
15:27E ele é fogo, né?
15:29Não é verdade?
15:30É, teu pai não é nada fácil de ser dobrado, não.
15:33Nem eu consigo dobrar, que velho.
15:40Angelina, sabe o que eu estou pensando?
15:43O quê?
15:45Eu preciso arranjar um namorado bem mais velho que eu, viu?
15:50Um coroa, assim.
15:52Um coroa?
15:54Mas que bobagem é essa, menina?
15:56Um homem experiente, diferente.
15:58Eu estou cheia dessa molecada toda aí, viu?
16:01Claro, e aí o teu pai te mata, né?
16:03É.
16:05Hum.
16:07Eu vou arranjar, você vai vir.
16:16Isso é Macintosh?
16:19A Aventurine já faz cópias?
16:29Isso aí o que é?
16:31Isso é um bully pós-moderno.
16:34Pós-moderno?
16:36Isso é pós-nada.
16:40Talvez o bico esteja um pouco longo.
16:43Não é o bico, é a concepção.
16:46Está toda furada.
16:48Não, não, não, não.
16:50Não, não, não, não.
16:52Não, não, não, não.
16:54Não, não, não.
16:56Não, não, não.
16:59Muito bem, eu vou ver isso.
17:04Quem foi que encomendou?
17:06Uma seguradora.
17:08Frívolo.
17:10Frívolo?
17:12Frívolo, é frívolo, frívolo.
17:14Procure, procure criar alguma coisa assim que
17:17tenha uma sensação de solidez.
17:20Afinal de contas, trata-se de uma
17:22companhia de segurança, não de uma fábrica de calcinhos.
17:28VIRE BURRO
17:33Disse o nome daquela menina de boca gostosa
17:36que fica pentelhando você lá na lancha.
17:39Essa e ela mesma, porque de repente
17:41você vai começar a fazer umas perguntinhas para o senhor.
17:43Então, vamos fazer o seguinte, para todo mundo.
17:45O senhor vai dizer que me arrumou
17:47um emprego de motorista de um amigo
17:49seu lá na Zona Sul.
17:51Não conheço a Zona Sul,
17:53por tal que eu não saia desse bairro, rapaz.
17:55Ela não faz mal, ela não sabe nada da sua vida.
17:56Que tem.
17:57Eu acho que uma menina humilde como ela é,
17:59você não vai ter coragem de me interpelar na rua
18:01sobre a tua vida, eu tenho certeza disso.
18:04De humilde a disse não tem nada.
18:06Eu conheço bem aquilo lá.
18:07A Berenice me contou a tua primeira experiência
18:10na casa de madame Toledo.
18:12Minhas pernas até tremiam, viu, seu Emilio?
18:15O que é mulher é uma parada.
18:16Não, o cara nem não está acostumado
18:18numa situação daquela, treme na base mesmo, viu?
18:20É verdade isso.
18:21Eu não sei, eu estou preocupado, viu?
18:23Eu não sei se vai dar certo, não.
18:25Sei lá, é muita sopa no mel, né?
18:28É, doca, quando você tem ambição, rapaz,
18:31você consegue tudo que você quer na vida.
18:33Acredita nisso?
18:34Eu sei, eu estou querendo, eu estou querendo,
18:36mas é difícil, é...
18:39É como se eu tivesse que nascer de novo, sabe?
18:41Tem que aprender a ler, a escrever, a não sei o que.
18:44Eu não sei se vai dar certo.
18:45A Berenice me falou até que você tem que passar
18:47hoje à tarde lá.
18:48Eu acho que é para aprender isso tudo.
18:49Duas horas, duas horas,
18:50porque a mulher acorda à tarde pra caramba.
18:52Eu pensei que o batente ia ser cedo,
18:53mas não é não.
18:54Eu vou te dar um conselho, garoto.
18:56A gente aprende na vida até as coisas
18:58que a gente acha as mais difíceis.
19:00Compreendeu isso?
19:03Mais ou menos.
19:04Não, doca, não tem mais ou menos,
19:05basta você prestar atenção.
19:07A todos os detalhes, a qualquer coisa,
19:08as coisas mais simples,
19:10as coisas aparentemente mais fáceis,
19:11presta atenção.
19:13E as mais difíceis, então, nem falar, né, doca.
19:16E você consegue, menino.
19:18Agora eu vou tomar uma birita, tá servido?
19:20Que isso?
19:21Nessa hora já, seu Emílio?
19:22Pra mim é tudo em cima.
19:23A qualquer hora, pra mim, é hora.
19:25Na minha idade, doca,
19:26a gente tem que aproveitar enquanto respira.
19:29Vai lá, garoto, capricha.
19:31Tá bom.
19:32Vai.
19:35Esse velho aí,
19:36acho que já teve as mulher que ele quis, viu?
19:45Fernanda, que ótimo.
19:46Vai sair?
19:47É.
19:48Vou dar uma volta.
19:50Gostia de ficar em casa,
19:51mas eu vou comprar um disco.
19:52Isso faz bem.
19:53Você precisa se distrair, meu amor.
19:56Por que você não arranja um carinha, hein?
19:58Onde é que anda o Martins?
20:00Mãe, eu não tô precisando de homem, não.
20:03Não se preocupa com isso.
20:04Não é esse o meu problema.
20:06Tchau.
20:09Tchau.
20:10Na minha companhia, a casa sempre tem lugar.
20:15Você quer uma oferta de cigarro?
20:18Eu não quero, e como você sabe, seu Emílio?
20:20Alô?
20:40Alô?
20:41Alô?
21:10Obrigada.
21:35Ricardo.
21:37O Filipe Melo anda telefonando seguidamente.
21:40Você já sabe o que dizer pra ele.
21:42Qual é o problema dele, afinal, hein?
21:46Bianca,
21:47às vezes você não parece uma secretária experiente.
21:51Tá bom, esquece.
21:54Você vai pro Arda de manhã?
21:55Vou.
21:57Não quer me levar?
21:58Não.
22:01A Jéssica não vai muito comigo, não é isso?
22:07A Jéssica não vai com qualquer mulher perto de mim.
22:11Pois eu acho que você tá educando essa menina de forma errada.
22:17Você já teve filhos alguma vez na vida?
22:23Você sabe que não.
22:25Então como é que você sabe a forma correta de se educar uma garota?
22:30Eu leio.
22:31Eu observo as minhas amigas casadas.
22:37Tudo bem, dona psicóloga.
22:41Vamos tomar um drinque hoje no fim da tarde?
22:44Eu?
22:46O que aconteceu com o seu harem?
22:48Por aí, mas eu não quero comentários, eu quero uma resposta.
22:51Claro que eu vou tomar um drinque com você.
22:54Sabe quando foi a última vez que nós fizemos isso?
22:56Acho que...
22:57Há uns dois anos se não me falha a memória.
22:59Tá marcado, então.
23:01Sabe se a dona Valentina tá na empresa?
23:03Com o André de babá.
23:05Me ensina o departamento daquele projeto da SECAF.
23:07Ok.
23:35A MENINA DE FORMA ERRADA
24:06Oi.
24:10Oi.
24:11Pode olhar pra mim, Marcantor. Não vou te bater, não.
24:15Eu sei que não.
24:17Apesar que você bem que merecia umas boas palmadas, né?
24:20Não por minha causa, não, que eu já tirei isso de letra.
24:23Não é pelo que você fez comigo.
24:25Mas é pelo que você faz com você mesmo.
24:28Fernanda, eu sei que você deve estar...
24:29Não se pode ser assim na vida, não, cara.
24:31Sabe?
24:32Você tem que dizer o que você pensa.
24:34Você tem que conseguir reagir, você tem que imprimir a sua vontade.
24:38Mas é que nem sempre é possível.
24:39Ah, tá certo, tá certo, tá certo.
24:41Talvez você achasse que eu não era a pessoa ideal pra você e a luta, não é?
24:45Não, não. Você sabe que não foi assim.
24:47É, eu sei. Sabe o que que é?
24:49É que a sua mãe falha e você se borra de medo.
24:52Aliás, não é só a sua mãe, né?
24:53Até perto da sua irmãzinha você treme na base.
24:57Desculpa se eu te magoei.
24:58Não, não, não, não.
24:59Desculpa se eu te magoei.
25:00Não, não, não, não.
25:01Quem me magoa foi a senhora, sua mãe.
25:03Tipo, você não tem mágoa.
25:04Não tem, não.
25:05Só tem, assim, uma baita pena, viu?
25:08De ver um mar manjão, assim, bonito, como você.
25:12Que podia ser tanta coisa na vida,
25:14virar uma criança idiota na frente da mãe.
25:18Fernanda, eu sei que eu devia ter feito alguma coisa.
25:20Mas que naquela circunstância eu fiquei completamente desarmado.
25:25Sabe o que é engraçado?
25:26É que eu tô aqui agora olhando pra você
25:29e eu não consigo encontrar o cara porque eu me apaixonei.
25:34Na minha casa você era uma pessoa.
25:37Se perto da sua família não é que você seja outra pessoa.
25:41Você não é nada.
25:42Você simplesmente não existe.
25:45Eu imagino o quanto que você deve estar chateado comigo.
25:48Você acha que eu tô te falando tudo isso porque eu tô sentida?
25:51Tô te dando um toque, cara.
25:53Vai, vai se tratar.
25:54Deve existir um tratamento pra esse tipo de doença.
25:56Eu não tô doente.
25:57Ah, tá, tá. Tá muito doente.
26:04Tô falando sério, cara.
26:06Procura um psicólogo, viu? Um analista.
26:10Você tá precisando de ajuda.
26:25Não entendo. Aquilo foi só pra impressionar você.
26:29Conseguiu.
26:30Não, eu gosto. Eu gosto muito dessa área.
26:32Mas eu não vou mais me dedicar a ela, não.
26:35Mas eu acho que você devia.
26:39Você fez arquitetura?
26:41Ah, curioso com relação ao meu currículo, né?
26:45Não, não é isso.
26:46Estudei em Bergamo.
26:49E você tava fazendo o quê em Paris?
26:51Essa aqui é a lista dos clientes?
26:53Você estudou com a Andréa Putman?
26:55André?
26:57Fiz um estágio com ela.
27:01Olá.
27:07Olá, Ricardo Miranda.
27:10Quanto tempo, não é?
27:12Miss Venturini, eu presumo.
27:14Você continua o mesmo galante vulgar de sempre.
27:16Rosas vermelhas no jantar.
27:18Tem paciência, né?
27:19Boas-vindas, Valentina. Você merece.
27:21Quero que você saiba que eu não vou perder meu tempo
27:23trocando ironias com você.
27:25Olha só, olha só o que se recebe em troca de uma gentileza.
27:29Quando você quiser falar comigo, você marca hora com a minha secretária
27:31e eu vou assumir na semana que vem e vou estar muito ocupada.
27:34À noite também?
27:35Você não ouse colocar meu nome na sua extensa lista.
27:38Vai ser perda de tempo.
27:41Tudo bem.
27:44Mas não esqueça nunca que eu sou sua amiga.
27:47Mas não esqueça nunca que eu sou o sócio.
27:52O sócio de sua excelência, o Lázaro.
27:59Cuidado pela morte.
28:08O que é?
28:09Vocês sempre se trataram assim?
28:12Um dia ele perde essa pose.
28:14Um dia ele perde a pose?
28:18Com licença. Precisando de alguma coisa, D. Lázaro.
28:22Para onde é que você andou?
28:24Eu estava dando ordens para o jardineiro.
28:26Sujeitinho folgado.
28:29Não sei não, D. Lázaro, mas esse homem, inclusive,
28:31que já está há algum tempo com a gente, não serve mais.
28:34Por quê?
28:36Folgado, deixa o mato crescendo por todo lado.
28:39Virou um empregado estável.
28:40Cuida disso você mesmo, Porfirio. Não estou interessado.
28:44Eu vou despedir esse homem. Não quer mais trabalhar?
28:46Problema dele.
28:50Falou com meus netos?
28:54Falei, falei com seus netos, D. Lázaro.
28:58Infelizmente, eles não querem ir.
29:01Não?
29:02Nenhum dos dois.
29:04Por quê?
29:06Eu não sei, D. Lázaro.
29:07Parece que já tem compromisso com o final de semana.
29:11Sabe qual é o compromisso deles?
29:14Ir tomar sorvete.
29:15E bater perna nos shoppings com esse monte de vagabundos.
29:18Ou trazer para aqui para a piscina de casa esse bando de inúteis.
29:21Não estudam, não trabalham, não fazem nada.
29:24Só fazem gastar o dinheiro dos pais.
29:26Sabe há quanto tempo que eles não vão para a fazenda comigo?
29:29Mais ou menos um mês.
29:31Dois.
29:32Dois meses.
29:34Mas também não se pode exigir muito dessa mocidade de hoje.
29:37Os pais deles também não obedecem aos avós.
29:42Fala com a Isadora.
29:44Manda ela falar com o Marco Antônio.
29:45Ela falando, ele vai.
29:46Sim, senhor.
29:48Eu gostaria que a coisa fosse natural, que ele fosse por prazer.
29:52Mas quando uma pessoa chega na minha idade, um velho,
29:57já não pode exigir muita coisa.
29:59Aprenda isso, Porfírio.
30:01Que isso, Dom Lázaro.
30:02Pense bem, pelo menos o senhor chegando lá sem eles
30:05vai ter um pouco de paz, de sossego.
30:07Eles fazem tanto barulho, né?
30:08Eu não quero sossego, Porfírio.
30:13Eu sinto falta é daquela bagunça.
30:29E eles disseram não.
30:31Não querem ir, de maneira nenhuma.
30:32Mas Dom Lázaro disse que se a senhora conversar com o Marco Antônio,
30:35talvez ele vá.
30:38Pode ir, Porfírio.
30:39Com licença, senhora.
30:43Porfírio, por favor.
30:45Porfírio.
30:47Porfírio.
30:48Porfírio.
30:49Porfírio.
30:50Porfírio.
30:51Porfírio.
30:52Porfírio.
30:53Porfírio.
30:54Porfírio.
30:55Porfírio.
30:56Porfírio.
30:57Porfírio.
30:59Sua mãe quer falar com você, Marco Antônio.
31:03Oi, mãe.
31:04Você vai pra fazenda amanhã com seu avô.
31:06Pombas, mãe. Não começa.
31:08Eu não vou discutir com você, Marco Antônio.
31:10Eu tô dizendo que você vai e eu vou falar com sua irmã também.
31:13Ah, mas aquele é um pé.
31:14Por que ele não leva o pessoal da idade dele, hein?
31:16Não interessa.
31:17Ele é seu avô e quer a sua companhia.
31:19Ah, droga.
31:21Você sabe que eu não tenho conversa com ele.
31:25Ah, mande a sua irmã falar comigo, hein.
31:29Oi, filha.
31:31Oi, pai.
31:33Só cedo hoje?
31:35É, andei zanzando por aí à toa.
31:38E aí? Conseguiu alguma coisa?
31:41Não.
31:43Ué?
31:44Hoje não é dia de cabeleireiro?
31:46Era, mas eu não vou mais.
31:49Por que não?
31:52Muito caro, pai.
31:54Escolhei uma manicura que vê em casa.
31:56Mãe da Cristina me deu o telefone, ela vem amanhã.
31:58Obagem, filha. Vai lá pro salão.
32:02Foi você que falou pra gente fazer economia.
32:05Falei, mas também não quero privar vocês dessas coisas.
32:09Não tô me privando de nada.
32:12Pra falar a verdade, eu já tô meio de saco cheio de fofoca de salão.
32:16Ah, então é isso, hein?
32:18Comentaram alguma coisa a meu respeito?
32:22Pai.
32:24Pai.
32:27Posso te fazer uma pergunta séria?
32:29Claro.
32:31Qual é a nossa situação? Nossa situação verdadeira?
32:34Como assim?
32:37Pai, eu preciso saber.
32:39Você é uma vítima inocente, um bode expiatório.
32:42Você tem culpa no cartório.
32:44Pai, eu preciso saber pra poder te ajudar.
32:47Seu pai não fez nada além do que todo mundo faz.
32:53Você se meteu em negócios escusos?
32:56Não, filha. Negócios escusos, não.
32:59É o seguinte, é que no mercado financeiro existem algumas operações
33:02que não são muito regulares, é isso.
33:05Tá. E o que o Ricardo tem a ver com essa história?
33:13É difícil de explicar, filha.
33:15Tenta.
33:18Esse negócio é meio complicado. Eu posso até tentar, mas...
33:21É muito difícil você entender.
33:24Se você explicar, eu acabo entendendo, pai.
33:29Tá bem, filhinha. Eu vou tentar.
33:33Não, Merenice. Isso vai ficar pro final.
33:35Essa história de cabelo, barba, roupa, isso tudo é etapa final.
33:39Ah, claro. Não, você não tem razão. Fazer compra é mais rápido, mais simples.
33:42Claro. Toma isso aqui.
33:44Tênis novo que eu comprei pra você.
33:45Tira essa porcaria desse sapato velho, nojento, asqueroso, fedorento,
33:49que me irrita. Tira rápido.
33:51Sim, senhora.
33:52Por favor.
33:55Ô, Gilda.
33:57Quer vir aqui tirar essa sucata da sala?
34:00Correndo.
34:02Rápido, Gilda. Rápido, Gilda.
34:04Tá olhando o quê? Vai embora. Rápido.
34:09Bom.
34:11Hoje nós vamos ver como você se porta à mesa.
34:14É?
34:15É. Você gosta de sopa?
34:16Não.
34:17Pois vai aprender a gostar.
34:18Mas como não gosta? Você comeu sopa lá em casa outro dia.
34:21Fome, dona Merenice. Fome a gente não escolhe.
34:24Serviu bem o tênis?
34:25O quê?
34:27Tá ótimo. Se serviu.
34:29Olha que barata. Esse tênis legal, hein?
34:30Legal.
34:31Gostei. Adorei.
34:32Exatamente o número. Tira o pé daí. Tira o pé daí, por favor.
34:35Vamos passar pra mesa?
34:36Vamos.
34:38Ô, Gilda.
34:40Quer servir a sopa, por favor?
34:44Sopa?
34:45A essa hora?
34:48Ô, Lázaro.
34:50Tô te achando tão triste.
34:53Meu irmão, se precisar acabar com essa depressão, diz que ela acabe com você.
35:00É.
35:01Não é fácil. Eu tenho tentado, querida irmã.
35:05Eu tenho me esforçado tanto.
35:10Pádua.
35:11Por que você não vai pra Pádua, na Itália?
35:13Porque não vai pra lá ficar com os...
35:15os nossos parentes?
35:16Sabe o que martela a minha cabeça todos os dias?
35:20O que eu tenho pensado ultimamente?
35:23É que meu filho, meu Cláudio, morreu sem saber a verdade.
35:29Você não lhe disse nada, então?
35:31Nunca. Nunca.
35:33E é isso que está remoendo você.
35:37Como é que eu posso esquecer, querida irmã?
35:41Mas ele também vai morrer.
35:44Mas ele também vai morrer sem saber da verdade.
35:48Ele?
35:53Às vezes eu...
35:56eu penso que ele desconfia.
35:59Porque ele me olha com um brilho tão especial nos olhos.
36:03Um brilho...
36:05triunfante.
36:08Não é o brilho dos olhos dele que você vê.
36:11É o do pai dele.
36:17É o do pai dele.
36:19E parece que com esse brilho ele quer dizer que...
36:23Parece que ele me diz, que ele olha pra mim e diz...
36:28Eu sou o amante da sua mulher.
36:32Idiota.
36:34Essa criança que ela está esperando é meu filho, cretino.
36:39Por favor, esquece isso, Lázaro.
36:43Ele está morto, ela está morta, pronto.
36:46Mas ele, o filho deles, está aqui.
36:50Todos os dias debaixo dos meus cornos.
36:56Lázaro.
36:59O que é que eu sou?
37:01O que é que eu tenho sido a minha vida inteira?
37:03Você pensa, querida irmã, que tem sido fácil pra mim...
37:06olhar todos os dias pro filho bastardo da minha mulher?
37:11Mas ele nem sabe de nada.
37:13Mas um dia ele saberá.
37:16E aí todos saberão que Ricardo Miranda...
37:20é o filho bastardo de minha mulher.
37:33Meu vinho, meu vinho
37:38Meu vício desde o início
37:42Estava você
37:46Meu balsamo benigno
37:50Meu signo, meu guru
37:54Porto seguro
37:57Onde eu voltei
38:00Meu mar e minha mãe
38:04Meu medo e meu champanhe
38:09Visando espaço sideral
38:19Onde o que eu sou se afoga
38:24Meu sono e minha ioga
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