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  • 27/05/2025
Eulália e Zé Leandro se apaixonam, mas ele é obrigado a ir embora, a deixando grávida. O tempo passa e nasce Lúcia Helena, sua filha. Pitágoras chega na cidade como ministro.

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00:00Um filme realizado com o apoio da comunidade Amara.org
00:00:03Em parceria com
00:00:30Em parceria com
00:00:49Se a cana é caiena
00:00:51O agássio vira mel
00:00:54O mel vai escorrer
00:00:56Pra adoçar o meu amor
00:00:58Meu amor é feita a açúcar
00:01:00Mas não vai derreter
00:01:02Se a cana for pra cana
00:01:04Bota a cana pra moer
00:01:07Se a cana é caiena
00:01:09O agássio vira mel
00:01:11O mel vai escorrer
00:01:13Pra adoçar o meu amor
00:01:15Meu amor é feita a açúcar
00:01:17Mas não vai derreter
00:01:19Se a cana for pra cana
00:01:21Bota a cana pra moer
00:01:58Vai medir suas testes com os olhos, doutor Pedro Alfonso.
00:02:24Estou vendo quanto valeu o meu esforço, Sérgio.
00:02:28Reajou gatinha, eu relevei.
00:02:31Acho que tem muita roda de arame nesses cercados.
00:02:35Não tem uma nesga de terra sem plantação.
00:02:39É.
00:02:40E o resultado está aí.
00:02:42É safra para muitos sacos de açúcar.
00:02:46E para muito dinheiro, que é melhor ainda.
00:02:50A sorte está lançada.
00:02:52Agora é só cortar, prensar, secar, deixar o açúcar branco, um cristal e depois vender.
00:03:02Você aí, Zé Leandro, o patrão quer falar com você, não.
00:03:30Não quero saber de conversa e nada de serviço, muito menos com esse moleque aí que é cria
00:03:49lá de casa.
00:03:51Está muito bem, doutor Pedro Alfonso.
00:04:01Agora faça aquilo que me mandei, vai.
00:04:08O jeito é nítido e mais alógico do meu gosto, mas corta uma cana como ninguém.
00:04:15Ele que se mete a besta, para ver só.
00:04:19E o que foi que ele disse?
00:04:44É para a senhora encontrar no lugar de sempre.
00:04:46O que é isso aí, Olália?
00:04:48Oxe, Florença, você não me deixa quieta, né?
00:04:50Para ver se tu não faz bestagem, né?
00:04:52Que bestagem?
00:04:53O Artemio só veio me dizer que o corte da cana já começou.
00:04:56Escute aqui, seu Artemio.
00:04:58Esse garoto está ficando cada dia mais atrevido.
00:05:01Também largado por aí.
00:05:03Tu está indo para onde, menina?
00:05:06Oxe, Florença, vou dar um bordejo por aí.
00:05:09Por quê?
00:05:10Debaixo desse sol quente?
00:05:11Todo dia tu me arruma um pretexto para sair, Olália.
00:05:15Ói bem.
00:05:16Ói que o doutor Pedro não gosta.
00:05:18E por um acaso meu irmão manda e me manda.
00:05:21Dono da casa, né, Olália?
00:05:22E tu deve satisfação até o irmão, senhora.
00:05:27O meu irmão não precisa saber que eu saí.
00:05:33Mas um dia tudo pode acontecer, minha filha.
00:05:37Seu irmão pode saber.
00:05:43Não vamos demorar.
00:05:53Se a moeda não espremer direito, vamos botar fora uma riqueza.
00:05:59Isso é cana da boa, seu Richard.
00:06:02É sim, doutor Pedro Afonso.
00:06:04Mas eu próprio tive que gastar muita matéria-prima para melhorar a minha química.
00:06:08E eu lhe contratei com o mestre açúcar para quê?
00:06:11É, foi.
00:06:12Agora, será que a usina aguenta o rojão?
00:06:16As taxas de cozinhamento estão afinando.
00:06:19Os bronzes do maquinismo, tudo gasto.
00:06:23Mas eu já fiz uma promessa para a padroeira de Greville.
00:06:27Santa Margarida Espósito.
00:06:29Vai dar tudo right.
00:06:31E também se não der, a gente sempre pode pendurar mais um empréstimo nas burras do governo.
00:06:38Não é não?
00:06:40Espissa, nosso Richard.
00:06:45O tal do Zé Leandro já se escafedeu.
00:06:49É um vadio de mata.
00:06:51Acho que vai ver ele e vai fazer alguma precisão ali no mato.
00:06:55Bem, pode ser.
00:06:57Mas se até a noitinha ele não me aparecer...
00:07:01Já está na hora da gente botar esse sujeitinho para fora das minhas terras.
00:07:05Dá mau exemplo para os outros.
00:07:08Não quero vagabundo aqui.
00:07:10Como dizem os ingleses, time is money.
00:07:38A CIDADE NO BRASIL
00:08:08A CIDADE NO BRASIL
00:08:38A CIDADE NO BRASIL
00:09:08A CIDADE NO BRASIL
00:09:12A CIDADE NO BRASIL
00:09:32Essa máquina a vapor deu foi trabalho ano passado.
00:09:38Está lembrado, seu Richard?
00:09:40Sim, estou lembrado, doutor Pedro.
00:09:42Eu próprio fiz um reparo nela.
00:09:45Mas bom mesmo era trocar, não é?
00:09:47Poxa, com que dinheiro?
00:09:50O lucro da safra do ano passado, que já foi pouco.
00:09:54O carteado comeu, como o senhor bem sabe.
00:09:57Estava numa maré ruim.
00:10:00Doutor Pedro, se o senhor jogasse menos, não é?
00:10:04Minha assina, seu Richard.
00:10:07Fazer o quê?
00:10:11De qualquer maneira, amanhã nós vamos ver se o seu reparo vai funcionar ou não.
00:10:29Será que não vão sentir tua falta?
00:10:31Quem é que vai botar as vistas no cabachim feio feito eu?
00:10:35Só tu sabe que eu resisto.
00:10:38Você pra mim é um presente de Deus.
00:10:40Vale mais que toda a sacana do mundo.
00:10:49Venha.
00:10:52Venha cá.
00:10:56Dei uma ajeitadinha aí pra tu repousar.
00:11:07Que Deus te abençoe.
00:11:29Queria ficar o resto da vida assim.
00:11:32A tua pele.
00:11:34E a visão.
00:11:38E a coisa mais bonita.
00:11:43Tranquilinha.
00:11:47Que nem açúcar.
00:11:57Como sabe?
00:12:00Desde a primeira vez que lhe vi.
00:12:03Só queria lhe amar.
00:12:05Lhe servir.
00:12:07Meu peito parecia que ia explodir de paixão.
00:12:21Nunca que eu ia pensar que tu ia apertar a minha mão.
00:12:25Cheia de calo.
00:12:29Que tu ia me querer.
00:12:31Como te quero.
00:12:35Eu lhe amo muito, Zé.
00:12:37Muito.
00:12:40Eu lhe amo mais que tudo.
00:12:43Mais que tudo.
00:12:51Esse amor vai ser assim pra sempre.
00:12:54Imagina, meu amor.
00:12:56Vai ser pra sempre.
00:12:59Caso comum.
00:13:01Se ele não fosse meu irmão, minha família...
00:13:04A gente sempre pode fugir.
00:13:11Fugir, Zé?
00:13:13Até nossa vida.
00:13:15Nossa família.
00:13:18Se amar em paz.
00:13:24Eu nunca vou deixar de lhe amar.
00:13:26Nunca.
00:13:30Vamos ver se um dia...
00:13:32Vamos ver se um dia a gente não se casar.
00:13:59Culpa minha.
00:14:02Não mereço tu, não.
00:14:05Não tenho nenhum pedaço de terra onde cair morto.
00:14:07Quem não tem terra, não tem nada.
00:14:09Se tinha...
00:14:11Se tinha uma chance, eu podia enricar, sim.
00:14:13Só pra lhe dar situação.
00:14:15Só pra lhe dar situação.
00:14:16Mas não carece. Na sua mão não tem diferença, Zé.
00:14:18Não tem.
00:14:19Tu é da casa grande.
00:14:20E eu que sou, corto cana.
00:14:22Não possuo riqueza, não.
00:14:24Vergonha na cara.
00:14:25Eu que possuo.
00:14:26Não carece?
00:14:27Carece, sim.
00:14:28Se não tem os beijos, eu largo.
00:14:30Vão ter outro dono.
00:14:32Não diga isso.
00:14:33Não diga nunca isso.
00:14:36Não diga isso.
00:14:37Riqueza não me compra, não, viu?
00:14:42De você só quero seu amor e mais nada.
00:14:46Os beijos de minha boca...
00:14:50Os beijos de minha boca...
00:14:52Não vão ser de mais ninguém.
00:14:54Isso eu lhe juro. De mais ninguém.
00:14:56Só do meu homem.
00:14:58Só de você.
00:15:17Atenção!
00:15:20Atenção aí!
00:15:23Amanhã é dia de botada.
00:15:27A moenda vai começar a quebrar a cana
00:15:29e eu quero todo mundo aqui antes do galo cantar.
00:15:34Na hora marcada.
00:15:35Um quarto pra cinco.
00:15:37E pra que ninguém se amofine,
00:15:38eu vou logo avisando que eu vou ser o primeiro a chegar.
00:15:43Pontualidade britânica.
00:15:49Viu o tal de Zé Leandro aí?
00:15:51É, vi não, doutor.
00:15:53Não lhe falei?
00:15:54É um sonso, seu Richard.
00:15:57Eu tive a impressão outro dia
00:15:59que ele andava lançando um olhar de cobiça pra minha manholalha.
00:16:04Mas claro que isso foi só uma impressão.
00:16:07Um cabotaluto desses.
00:16:09Foge do trabalho feito diabo da cruz.
00:16:12Ele que me apareça aqui amanhã
00:16:14com aquele olhar de songa monga pra ver só.
00:16:18Que pegue seus teréns e que vá-se embora daqui.
00:16:21Não quero cabra vadia e atrevido nas minhas terras.
00:16:25Zé, eu estive pensando.
00:16:28Da próxima vez era bom que a gente encontrasse
00:16:31em um lugar mais escondido, mais longe pra gente se encontrar.
00:16:36Avalie se meu irmão pega a gente aqui.
00:16:40Não tenho medo de doutor Pedro não.
00:16:43Só não quero que te faça mal.
00:16:48Não.
00:16:49Meu irmão no fundo é boa pessoa.
00:16:52O diabo é Altiva, a mulher dele.
00:16:54Minha cunhada.
00:16:57Olha como ela tá viajando.
00:17:02E se um moleque bater com a língua nos dentes?
00:17:05Teme que nada.
00:17:07Aquele menino é um túmulo.
00:17:09Ninguém vai saber de nada, meu amor.
00:17:13Tá escurecendo daqui a pouco.
00:17:16Já era bom de a gente ir-se embora.
00:17:20Meu irmão, antes de ir pra casa,
00:17:23sempre passa lá no Briticlub com uma roda de carteado.
00:17:27Ainda vai demorar bem muito pra chegar em casa.
00:17:32Aproveite.
00:17:35E me faça o bem que só você me faz.
00:18:16Minha Santa Margarida de Escócia.
00:18:21O que é que há, Florencia?
00:18:24Ó, Sr. Pedro Afonso,
00:18:26se o senhor tá com fome,
00:18:28o senhor trate de lambiscar alguma coisa,
00:18:30porque a ceia vai demorar.
00:18:32Eu esparro, Ana.
00:18:34E que novidade é essa?
00:18:36Toda noite a gente vem pra casa,
00:18:38vai lá esbanjar dinheiro naquele carteado.
00:18:43Chega cedo, por quê?
00:18:45Ela tá cansada demais pra ir jogar.
00:18:49Clotilde, essa.
00:18:51Ela é uma foice assim.
00:18:53Ah, Florencia,
00:18:55vá te resmungar e vai cuidar do seu serviço.
00:18:58E me vê um uísque.
00:19:01Lava o páscoa assim nessa casa?
00:19:04Oxe, nem que existe escravidão.
00:19:06Só é uma só.
00:19:16Tá cabreiro, por quê, moleque?
00:19:20Nada não, senhor.
00:19:38Zé!
00:19:40Zé, acorda! Zé, acorda!
00:19:42O que foi?
00:19:43Nós pegamos no sono.
00:19:45E agora, Zé?
00:19:47Já anoiteceu.
00:19:53Espem só, chegou o carto de sua mulher.
00:19:56É de Londres.
00:19:58Se a Altiva me escreve,
00:20:00só pode ser pra pedir mais dinheiro.
00:20:03Depois eu leio.
00:20:05Cadê minha irmã?
00:20:07Ela tá bem crescidinha, viu, seu Pedro?
00:20:10E eu já deixei de ser babá de Olalha
00:20:11faz tempo.
00:20:13Mas ela tá em casa ou não?
00:20:21Cadê minha mãe, Florencia?
00:20:24O que tá acontecendo?
00:20:26O que tá acontecendo? O que tá acontecendo?
00:20:28Que enquanto a gente tá aqui de conversa,
00:20:30meu trabalho tá esperando lá na cozinha.
00:20:32É isso que tá acontecendo, viu?
00:20:34Não respondeu, criatura.
00:20:36Cadê Olalha?
00:20:38Sei não.
00:20:39Fale de uma vez!
00:20:41Ela saiu, pronto.
00:20:43Mas disse que não ia demorar.
00:20:45Oxente, vai ficar fechado por isso pra quem?
00:21:07Até me ver cá.
00:21:10Fale pra mim, seu moleque.
00:21:12Me vi logo cedo conversando com aquele tal de Zé Leandra.
00:21:17Você aprecia muito ele, não é?
00:21:21E de Olalha, você gosta?
00:21:25E você sabe onde ela está, não sabe?
00:21:29Você sabe.
00:21:32Você sabe.
00:21:34Você sabe.
00:21:36Você sabe.
00:21:38Você tá se vindo de leve trás.
00:21:42Trouxe recado àquele filho de uma égua.
00:21:44E Olalha foi atrás dele, sim.
00:21:46Minha santa Margarida de Escócia.
00:21:50O que é que você sabe?
00:21:52Eu não tô sabendo de nada, não, seu Pedro.
00:21:55Eu juro pelas onze mil vezes, de todos os santos apóstolos,
00:21:58que eu não tô sabendo de nada, não. Eu juro.
00:22:00Chame dois homens de confiança.
00:22:03Mas, seu Pedro...
00:22:05Faça o que eu mandei!
00:22:08Tal de Zé Leandra.
00:22:11Conhece?
00:22:13A gente sabe de quem se trata.
00:22:15Pois vão atrás do cabra.
00:22:17Quero ver ele gangado feito bicho aqui na minha frente.
00:22:21A gente vai buscar.
00:22:38Oh, Pedro Afonso.
00:22:40Se você é trato de ir para o seu quarto, não me saia mais de lá.
00:23:08Bota esse sujeito no tronco que ele fez por merecer.
00:23:12Oh, gente.
00:23:14Isso é do tempo de seu bisavô, homem.
00:23:16Escravidão já acabou faz... faz é muito tempo.
00:23:19Esse camambembe merece muito mais.
00:23:24Não, não, não.
00:23:26Não, não, não.
00:23:28Não, não, não.
00:23:30Não, não, não.
00:23:32Não, não, não.
00:23:34Não, não, não.
00:23:35Muito mais.
00:23:38É no tronco, sim.
00:23:40A responsabilidade é minha.
00:23:50Amanhã, quando a usina começar a moer, eu resolvo o que fazer com ele.
00:24:05Amanhã, quando a usina começar a moer, eu resolvo o que fazer com ele.
00:24:35Amanhã, quando a usina começar a moer, eu resolvo o que fazer com ele.
00:25:05Não teve culpa, Pedro Afonso.
00:25:32Aconteceu porque eu quis.
00:25:33Aconteceu porque eu quis.
00:25:35Não me diga isso, sua condenada.
00:25:39Não abra mais essa boca.
00:25:41Você é minha irmã.
00:25:43Você é uma mendonça albuquerque.
00:25:45Não pode se dar ao desfrute de um cortador de cana da usina de um camambembe qualquer.
00:25:54Ele é minha vida.
00:25:56Eu não sei onde estou, que eu não lhe...
00:25:58Me bata, Paulo.
00:26:00Me castigue, faça o que quiser comigo.
00:26:01Me castigue, faça o que quiser comigo.
00:26:03Pelo amor de Deus, tire Zé Leandro do tronco.
00:26:05Deixa ele embora, vá.
00:26:07Esse vagabundo não vai sair daqui com vida.
00:26:11Palavra de inglês.
00:26:13Pedro Afonso.
00:26:25Eu lhe juro.
00:26:28Zé Leandro não vai amanhecer ali.
00:26:32Doutor Pedro, são 30 minutos passados das 4 da manhã.
00:26:35Vamos de praça.
00:26:37Não quero me atrasar para a botada.
00:27:02ai
00:27:22Você vai ter coragem de atirar em uma mendonça albuquerque?
00:27:28Sou tão dona dessas terras quanto o meu irmão.
00:27:31Agora eu senti a coragem de atirar em você, e não vou pensar duas vezes se vocês não
00:27:39fizerem o que eu mandava.
00:27:40Tire Zé Leandro do tronco!
00:27:45Vai!
00:27:46Tire Zé Leandro do tronco!
00:27:51Tire Zé Leandro do tronco já!
00:28:00Meu Deus, posso ir embora daqui, o mar já vai amanhecer.
00:28:19Tu vem comigo.
00:28:20Eu não posso.
00:28:21O sonho ia atrapalhar.
00:28:22Então eu fico.
00:28:24Ele não vai me matar.
00:28:25Se ele fizer isso, eu morro também.
00:28:26Pelo amor de Deus, Zé, salva minha vida e vá-se embora daqui.
00:28:27Vá.
00:28:54Eu volto.
00:28:59Eu juro que eu vou voltar.
00:29:02Eu sei.
00:29:06Eu vou lhe esperar.
00:29:14Espere.
00:29:23Eu volto.
00:29:47Eu lá lhe ajudou ele a fugir?
00:29:50Foi isso mesmo, patrão.
00:29:54Nós vamos atrás do cabra.
00:29:56Descubra onde é que ele foi.
00:29:58A gente vai buscar o homem.
00:29:59Com sua licença.
00:30:07Eu vou ter que me ausentar.
00:30:09Oh, chite, doutor Pedro, nós vamos começar a morrer.
00:30:12O pessoal quer ver o dono da usina dando as ordens.
00:30:15Pois assuma tudo.
00:30:17Eu tenho coisa mais importante para resolver.
00:30:23A CIDADE NO BRASIL
00:30:54A CIDADE NO BRASIL
00:31:16Seis meses!
00:31:18Seis meses!
00:31:19Seis meses!
00:31:21Você não acordava, Pedro Afonso?
00:31:23Eu estou pojando no mato.
00:31:25Eu te motivo bem forte para desafiar a sua casa, Leandro.
00:31:28Não vou agarrar o risco de ser ameaçoada por você.
00:31:31Por alma, eu estou grávida.
00:31:34Eu estou de barriga.
00:31:38Eu estou esperando o filho dele.
00:31:45Eu estou esperando o filho dele, Pedro Afonso.
00:31:49Eu estou esperando o filho dele.
00:32:19Eu estou esperando o filho dele.
00:32:50A CIDADE NO BRASIL
00:33:00Desgraça!
00:33:01A gente tem que sair daqui!
00:33:02Alguém joga mais por aqui!
00:33:04Anda!
00:33:05Todo mundo, vai!
00:33:20A CIDADE NO BRASIL
00:33:38Quanto tempo para consertar?
00:33:40Não tem previsão, Dr. Pedro.
00:33:42A turbina já estava toda arremendada.
00:33:44Uns seis meses, se der.
00:33:47A cana vai ficar secando no picadeiro.
00:33:53Que desastre completo, seu Richard.
00:33:57Prejuízo total.
00:34:01Ruína.
00:34:03Pelo menos ninguém ficou ferido.
00:34:06Não.
00:34:08Você está enganado.
00:34:12Eu fui gravemente atingido.
00:34:16Eu morri.
00:34:46É uma mulher fêmea!
00:34:48É uma menina!
00:34:50É uma mulher fêmea!
00:34:52Ele não é uma menina.
00:34:54Ele é o meu filho.
00:35:16A CIDADE NO BRASIL
00:35:21Filha.
00:35:24Você vai se chamar Lúcia Helena.
00:35:27Saúde, meu amor.
00:35:29Muita saúde.
00:35:31Você vai aprender a gostar do seu pai, tanto quanto eu.
00:35:35E olha, preste atenção no que a mãe vai falar.
00:35:38A gente tem que estar pronta.
00:35:40Porque seu pai vai cumprir a promessa que fez.
00:35:43E vai voltar para nos buscar, sim, filha.
00:35:46A mãe tem certeza disso.
00:35:51A mãe tem certeza.
00:35:56Minha coisinha da mãequinha.
00:36:14Até me...
00:36:15Está fazendo o que aqui?
00:36:16Chapa o cozinho.
00:36:17Anda logo, vai.
00:36:19Corra, Zé.
00:36:23Seu cabelo está precisando de um corte, viu, Helena?
00:36:26Eu só gosto assim.
00:36:28Ah, filha, está feio.
00:36:30Está cheio de ponta.
00:36:33Deixa estar que quando chegar seu aniversário...
00:36:37Falando nisso, a senhorita já escolheu seu presente de aniversário, já?
00:36:42Hã?
00:36:44Ah, mãe.
00:36:46Se eu pudesse...
00:36:48Eu queria era por demais conhecer meu pai.
00:36:52Era esse o presente do meu sonho.
00:36:58Olha embaixo, filha.
00:37:01Se a Altiva e teu tio Pedro Afonso desconfiam que a gente vive falando nele.
00:37:05Você acredita mesmo, mãe?
00:37:07Acredita que meu pai ainda vai voltar para buscar a gente?
00:37:10Ele prometeu, filha.
00:37:12Um dia seu pai vai voltar.
00:37:13Florencia!
00:37:15Florencia!
00:37:18Mas está um sol de rachar naquela praça.
00:37:22Puxa.
00:37:23A menina está com piolho, é?
00:37:25Vai acabar empecendo a cidade todinha, hein?
00:37:28Só estou penteando o cabelo dela, Altiva.
00:37:31E a festa?
00:37:32Ela está tudo tinida.
00:37:34Graças a mim, viu?
00:37:36Que estou com os pezinhos arrebentados de ficar em pé o dia todinho lá na praça.
00:37:42Organizando, dando ordens, trabalhando.
00:37:46Também.
00:37:47Já pensou?
00:37:48Imagine.
00:37:50Greenville recebendo um ministro da agricultura em pessoa.
00:37:55Ainda mais um filho da terra, né?
00:37:57Bom, não que eu aprecie muito a tua pitagem.
00:38:00Mas já que ele está no poder, né?
00:38:04Ai!
00:38:05Se ainda tivéssemos ingleses mesmo aqui em Greenville,
00:38:09eles iam ficar roxinhos de inveja, viu?
00:38:13Vai ser um dia glorioso!
00:38:16A pena, não é?
00:38:18A pena que vocês duas não possuem.
00:38:20Peninha.
00:38:21Ninguém nos disse isso, Altiva.
00:38:23Sim.
00:38:24Não, não, não, não.
00:38:26Peninha.
00:38:27Ninguém nos disse isso, Altiva.
00:38:29Sim, mas eu acho melhor não, né?
00:38:31Já conversei até com o Pedro Afonso sobre isso, by the way.
00:38:36Não, porque pensa, você sem marido, sua filha sem pai,
00:38:40ia ficar uma situação um tanto quanto...
00:38:42Sim, Altiva.
00:38:43Oi bem.
00:38:44Um tanto quanto esdrúxula, não é não, Eulália?
00:38:50Oi bem.
00:38:51Oi bem.
00:38:55Alô, Florença.
00:38:57Desonerada.
00:39:00Até quando você vai aguentar os doibigos dessa aí?
00:39:02Me diga até quando.
00:39:04Brigar pra quê, Florença?
00:39:07Minha cunhada é assim mesmo.
00:39:10E depois não quero mesmo saber de festa.
00:39:15Eu também não, mãe.
00:39:17E a Eulália disse porque não vai?
00:39:20Nem perguntei.
00:39:21E é melhor não insistir, viu?
00:39:23E você o que acha?
00:39:26Mãe solteira, Pedro Afonso.
00:39:27Natural que sua irmã não queira se expor, né?
00:39:30Ia ficar todo mundo olhando, todo mundo comentando.
00:39:33Que horror.
00:39:34Mamãe doce albuquerque com relis cortador de cana.
00:39:39What a shame, my God.
00:39:41Vergonha, lei da cor.
00:39:43Isso já faz tempo demais, mulher.
00:39:45E você já esqueceu, foi e já perdoou?
00:39:48Nunca.
00:39:49Então é melhor mudar de assunto.
00:39:51Já pensou direitinho tudo que vai dizer o doutor Pitágoras?
00:39:54Passei a manhã inteira ensaiando, mas já sei que quando chegar na hora
00:39:58vão me faltar palavras, como sempre.
00:40:00Você sabe muito bem que é só o doutor Pitágoras
00:40:04dar um mero telefonema pro presidente do banco do governo e...
00:40:07Já estão falando em protestar minhas dívidas antigas.
00:40:11Se lembre, homem, que é só o doutor Pitágoras querer
00:40:15e o banco esquece o passado.
00:40:17Junta tudo e faz um pacote novo, e aí pronto.
00:40:20Você acaba com todos os outros usineiros, vira credor.
00:40:24Sei não, Altiva, sei não.
00:40:26Então me diga, existe alguma alternativa pra esse empréstimo?
00:40:30Perder a usina Monguaba, entregar pro governo ou vender.
00:40:35Prefiro explodir as máquinas, tocar fogo no canafiá.
00:40:42Maria Altiva Pedreira, sabia que às vezes você é mais mendonça ao buquete que eu?
00:40:50É claro, eu não nasci com esse sobrenome, eu o escolhi.
00:40:56Foi por causa dele que me casei com você.
00:40:59E você seria capaz de explodir a usina, de tocar fogo no canafiá?
00:41:06Mas é claro que ninguém precisa chegar a tanto.
00:41:10Vai dar tudo certo, Pedro Alfonso, vai dar tudo certo.
00:41:15Hoje é um dia muito especial.
00:41:18O doutor Pitágoras William McKenzie volta à terra natal na qualidade de ministro de estado.
00:41:27E é claro que não vai negar o pedido nosso.
00:41:30Ele vai mandar que libere o empréstimo sim.
00:42:05Bom dia.
00:42:06Bom dia, padre.
00:42:09Bom dia.
00:42:13Olá.
00:42:19Bom dia, padre.
00:42:20Bom dia, Sr. Richardson.
00:42:22Imagine o que os finados ingleses iam dizer se vissem a cidade que eles ajudaram a fundar.
00:42:29Apostam que iam se mexer lá nas campas.
00:42:32Parece que a festa vai ser animada, não é?
00:42:35Estou duvidando.
00:42:37Se foi Dona Altiva, Pedreira, Mendonça e Albuquerque quem ajudou a organizar esta festa,
00:42:42aposto que alguma coisa vai dar errada.
00:42:46Vamos dar uma entradinha lá no clube, padrinho?
00:42:47Vamos, gente. Está muito quente aqui.
00:42:55Imagine, padre José, o quanto essa extravagância tonta não vai custar.
00:43:00Agora me diga, Sr. Richardson, precisava do Dr. Pitágoras vir de avião da capital?
00:43:06Ainda mais um jatão, como estão dizendo?
00:43:09Se ganha em Vila Inéia, eu porto tempo.
00:43:11O mais próximo ficará 200 quilômetros daqui.
00:43:14Ora, padre, o homem agora é ministro da agricultura.
00:43:17É uma questão de status.
00:43:19O senhor sabe, quem nunca comeu melado...
00:43:23Obrigado, meu Deus.
00:43:25Ministro Interino. Não se esqueça, hein?
00:43:28Pelo menos sobrevoa a cidade e o povo assina para ele.
00:43:31Depois desce longe e pega o carro e vem para cá.
00:43:33Sim, e neste momento uma montanha de dinheiro pula
00:43:37diretamente do bolso do contribuinte para honrá-lo.
00:43:40Bem assim.
00:43:44Está abafado hoje, não está?
00:43:46Deve ser o whisky que lhe afrontou, não é?
00:43:49A única coisa que me afonta, Sr. Richardson,
00:43:52A única coisa que me afonta, Sr. Richardson, é a ira de Deus.
00:43:58Ainda mais que meu joelho direito está doendo aqui do lado.
00:44:01Isto é sinal certo de que o tempo
00:44:04é que está querendo ficar afontado, não eu.
00:44:09Olha só.
00:44:13Tudo parado.
00:44:17Nenhuma brisa.
00:44:20Até parece...
00:44:24Já sei o que vai dar errado na festa de Dona Altiva.
00:44:29E o que é, Padre?
00:44:31Eu aposto que vai ventar.
00:44:50E Artêmio, cadê?
00:44:52Não sabe como ele é, não?
00:44:54Saiu e não disse para onde ia.
00:44:56Deve estar perdido pelos carcanhados em Judas.
00:44:59E a senhorita, de onde vai?
00:45:01Atrás de Artêmio, ora.
00:45:13Rodoque e Adultiva.
00:45:16Rodoque e Adultiva.
00:45:19Não se esqueça, Florencia.
00:45:21O doutor Pitágoras virá para o nosso favor, Cláudio.
00:45:25Mande preparar os mófinos, os bolinhos.
00:45:28Não faça nada muito doce.
00:45:30Nossa família é de usineiros,
00:45:32mas o açúcar que produzimos é para vender.
00:45:37Oh, shit, my God.
00:45:39É o vento mais desagorado.
00:45:42Isso é só uma brisa, Altiva. Vai passar.
00:45:52Florencia, cadê minha filha?
00:45:54Saiu. Foi atrás de Artêmio.
00:45:56Oh, meu pai, que...
00:45:58Falei para essa menina não sair de casa.
00:46:00E o pior é que vem vindo aí um pé de vento arretado por aí.
00:46:06Então quem vai atrás dela sou eu.
00:46:12Alana!
00:46:28Alana!
00:46:30Alana!
00:46:33Alana!
00:46:35Alana!
00:46:42Alana!
00:46:44Alana!
00:47:11Oh, shit, my God.
00:47:13Desse jeito vou ter que mandar prender alguém
00:47:15por perturbação da ordem.
00:47:17Ah, mas, delegada Mutinha,
00:47:19porque esse produto aqui, por enquanto, é apenas uma festa.
00:47:23Dona Altiva, será que deu para ver o Dr. Pitágoras
00:47:26na janelinha do avião?
00:47:28Ah, Padre José, só se eu tivesse o binóculo, não é?
00:47:31Deus, se resolveu soprar logo agora.
00:47:34Lembra dos fracos que ele provocou da última vez, Padre José.
00:47:37Ah, que esconjura.
00:47:39Se eu conheço Deus e olhe,
00:47:42eu sei que o conheço tão bem quanto o senhor, viu?
00:47:45Essa ventania vai parar já, já, porque dá tudo.
00:47:51Oh, já que a senhora o conhece tão bem,
00:47:54será que esse baulhão todo também é obra dele?
00:47:57Mas que diaço é isso?
00:47:59Cata!
00:48:01Poxa, mas ele não estava no avião?
00:48:42Legendas pela comunidade Amara.org
00:49:12Legendas pela comunidade Amara.org
00:49:42Legendas pela comunidade Amara.org
00:50:12Vem a Santa Maria, depois a gente conversa, viu?
00:50:15Espite! Espite!
00:50:18Discurso! Discurso!
00:50:21Discurso! Discurso!
00:50:24Viva o ministro da agricultura!
00:50:27Viva o nosso ministro!
00:50:30Volto.
00:50:32Ah, eu vou inventar alguém precisando de emoção
00:50:35e vou sair correndo daqui.
00:50:39Povo de Greenville!
00:50:42Este pedacinho...
00:50:45Este pedacinho da Inglaterra no Brasil!
00:50:49Filhos do meu condado natal!
00:50:53Nós não somos meramente brasileiros,
00:50:57somos também frutos das tradições britânicas,
00:51:02desde o glorioso tempo da Great Western,
00:51:07cofundadora dessa cidade.
00:51:13Nós temos o pé de grilho!
00:51:20E em nome desse pé de grilho,
00:51:23que não por acaso,
00:51:26meu primeiro ato oficial como ministro da agricultura
00:51:31foi visitar a cidade natal,
00:51:36essa cidade que me viu nascer,
00:51:39que me viu crescer.
00:51:46Neste gesto simbólico de volta às britânicas origens,
00:51:52seu destino me escolheu para ser ministro da agricultura.
00:51:58Quero deixar bem claro que se isso aconteceu
00:52:02foi porque sempre tive o apoio, o incentivo e o voto de todos vocês.
00:52:12God save Greenville!
00:52:15God save Greenville!
00:52:18God save Greenville!
00:52:20Foi por isso que voltei à nossa cidade natal,
00:52:24antes mesmo de me sentar na cadeira de ministro
00:52:29para tirar a fotografia oficial.
00:52:36Que raio de misdania é essa, gente?
00:52:38Que aparece praga na oposição?
00:52:40Daqui a pouco a poeira vai tomar conta de tudo.
00:52:43E a festa, como é que fica?
00:52:45Afinal de contas, o povo quer me homenagear?
00:52:47Sim!
00:52:48A festa vai continuar em nossa casa!
00:52:52Everybody, somebody, follow me!
00:52:56É agora!
00:52:58É agora!
00:53:26Matanã!
00:53:28Matanã!
00:53:34Matanã!
00:53:41Matanã!
00:53:49Matanã!
00:53:56Alanna!
00:54:03Alanna!
00:54:05Alanna!
00:54:12Aliada!
00:54:18Aliada!
00:54:20Alanna!
00:54:23Alanna!
00:54:26Muito vento, pois é.
00:54:27Sim, Florencia.
00:54:28Eu não ia sair, fui.
00:54:29Primeiro saiu a menina Helena e ela saiu atrás da filha.
00:54:32Madness.
00:54:33My God.
00:54:34Aquelas duas loucas.
00:54:35Por outro lado, até que é mesmo.
00:54:36Se tivermos que vir para cá antes da hora...
00:54:37Sim, Florencia.
00:54:38Pedro Alfonso não precisa ficar sabendo nada disso, não.
00:54:39Sim?
00:54:40Ah, sim.
00:54:41Fica de vigia na porta.
00:54:42Elas chegando, faça com que eles saibam.
00:54:43Sim, Florência.
00:54:44Eu vou.
00:54:45Eu vou.
00:54:46Eu vou.
00:54:47Eu vou.
00:54:48Eu vou.
00:54:49Eu vou.
00:54:50Eu vou.
00:54:51Eu vou.
00:54:52Eu vou.
00:54:53Eu vou.
00:54:54Eu vou.
00:54:55Eles estarem chegarando.
00:54:56Faça com que entrem pelos fogos e que fiquem por lá.
00:54:58Oh, chuto.
00:55:00Está bom.
00:55:01Alfonso, demolindo.
00:55:03A filha continua ligando para a punhada, não é?
00:55:06Sim é?
00:55:07Um dia vai parar.
00:55:08E ai, Eulália?
00:55:10Teve alguma notícia lá de Zé Leandro?
00:55:15Dona Santinha, faz mais de cinco anos que ele não escreve, mas a pobre continua inundida.
00:55:20Acho que um dia ele vai voltar.
00:55:22Ah, Florência.
00:55:23Mas agora faz certa, não há nada melhor nessa vida do que uma boa dose de ilusão.
00:55:34Tanta suspirosa, acho que Dona Santinha se deu mal de novo.
00:55:39E foi, foi, nem pidei mesmo.
00:55:42E pior que foi com outro homem casado.
00:55:45É a minha cruz, né? Fazer o quê?
00:56:08Não sai, eu quero o meu pai!
00:56:16Alguém me ajuda!
00:56:17Ao final, vem que você sai de casa, com o tempo desce!
00:56:20Vem que a mãe vai te tirar da vida!
00:56:45Obrigado, meu Deus!
00:57:00E o doutor Pitágoras, hein?
00:57:02Mal chegou, já foi se trancar lá no escritório com o dono da casa, não é?
00:57:05É, esses dois estão querendo arrumar alguma coisa, hein? Vocês estão me understand?
00:57:11A usina Mongoaba vai de mal a pior.
00:57:13Eu aposto que o doutor Pedro Afonso está tentando usar o nosso ministro para dar mais uma mamadinha nas tetas do governo.
00:57:20Ah, mas se ele está pensando isso, está muito apressado.
00:57:24O doutor Pitágoras é inteirino.
00:57:26Só assumiu o ministério porque a secretária-geral, quando o ministro morreu.
00:57:31Morreu de insulto cerebral, coitado.
00:57:34E o presidente da república, que está no exterior, quando voltar pode ter outros planos para o ministério.
00:57:41Por exemplo?
00:57:42E se ele quiser nomear outra pessoa para o cargo?
00:57:46Não, não, não, doutor Pedro Afonso.
00:57:49Como dizem os ingleses, absolutely.
00:57:52Essa hipótese está devidamente afastada.
00:57:55O presidente vai me manter no cargo, sim.
00:57:59O ministério anda carente de nordestinos.
00:58:04E eu estou, mais do que ninguém, muitíssimo capacitado para representar essa região.
00:58:10É, doutor Pedro Afonso, de Mendonça ao Buquerque.
00:58:14A parte da agricultura vai ser nossa, sim.
00:58:17Vai ser de Greenville, sim.
00:58:20Então, nesse caso, o senhor já pode encaminhar aquele meu pleito.
00:58:25Do que é que se trata?
00:58:27Do empréstimo do banco do governo.
00:58:30Eu já lhe falei sobre isso por telefone, lembra?
00:58:34Eu tive aí uns problemas.
00:58:36A usina quase não moeu a safra passada.
00:58:40Me endividei mais do que podia.
00:58:44Já estão falando até em penhorar as minhas terras.
00:58:49Imagine, a usina de Monguaba é tão grivilês quanto o senhor.
00:58:54Não pode cair em mãos estranhas.
00:58:57Isso não seria bom para nenhum de nós.
00:59:01O que é que o ministro acha?
00:59:03Eu confesso que estou muito cansado, sabe?
00:59:08Very tired para achar qualquer coisa.
00:59:13Essa viagem, essa festa e, sobretudo, essa ventania me deixaram esgotado.
00:59:18Mas, ministro, me dá!
00:59:20Não tem mais nem medo, o senhor vai ser atendido.
00:59:23Só espero me instalar na minha casa.
00:59:25Então eu pego o telefone, ligo para o presidente do banco do governo
00:59:29e mando, quer dizer, mando não, ordeno
00:59:32que ele libere imediatamente a verba que o senhor precisa.
00:59:36O senhor só sabe, não é, doutor Pedro Afonso,
00:59:38que agora eu sou de right man in the right place.
00:59:43Então vamos nos sacudir as mãos.
00:59:54Não dá para chegar em casa.
00:59:56Vamos procurar abrigo em algum lugar. Vem!
00:59:58Vamos à igreja, vamos tentar ir à igreja.
01:00:00Vamos ver se a igreja está aberta. Vem cá!
01:00:07Pô, minha porta está fechada.
01:00:09Mas não tem ninguém aqui.
01:00:13Não tem ninguém aqui.
01:00:15Não tem ninguém aqui.
01:00:17Não tem ninguém aqui.
01:00:19Não tem ninguém aqui.
01:00:22Não tem ninguém aqui.
01:00:34Sabe quem é, minha mãe?
01:00:41É meu pai.
01:00:45É meu pai, sim.
01:00:51É meu pai.
01:01:21É meu pai.
01:01:23É meu pai.
01:01:51Legendas pela comunidade Amara.org

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