- ontem
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu não decretar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas emitiu uma advertência firme sobre o cumprimento das medidas cautelares impostas.
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NotíciasTranscrição
00:00Para começar, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, descartou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o advertiu.
00:09O ministro afirma que Bolsonaro cometeu uma irregularidade isolada.
00:14Vou abrir aspas para essa decisão, esse despacho do ministro.
00:17Não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que as redes sociais do investigado Eduardo Nantes Bolsonaro foram utilizadas a favor de Jair Messias Bolsonaro dentro do ilícito modus operandi já descrito.
00:35Sobre a concessão de entrevistas, o ministro explicou que não proibiu Bolsonaro de conceder entrevistas a veículos de comunicação.
00:44O que ficou proibido foi o uso de redes sociais de forma direta ou por meio de terceiros.
00:51Moraes sinalizou ainda que discursos em eventos públicos e privados também não foram vetados, mas ponderou que o ex-presidente deve respeitar os horários estabelecidos nas medidas restritivas impostas pela corte.
01:07Bom, chamar os nossos comentaristas, eu acho que tem vários elementos para nós analisarmos, discutirmos.
01:12Luiz Felipe Dávila já preparado a postos. Dávila, seja muito bem-vindo.
01:16Uma ótima noite a você.
01:18Desde ontem, né?
01:19Uma expectativa sobre qual seria o posicionamento da Suprema Corte após a justificativa dada pelos advogados de Jair Bolsonaro.
01:28E aí, no dia de hoje, o ministro Moraes descartando a preventiva, mas fazendo essa advertência.
01:34Ainda assim, pude acompanhar vários advogados e juristas falando em uma zona cinzenta ali.
01:42Algumas dúvidas em relação aos limites de atuação da maneira como Jair Bolsonaro deve se relacionar com veículos de imprensa.
01:50Enfim, quais são suas ponderações e impressões a respeito dessa decisão do ministro Dávila?
01:56Boa noite, Caniato. Boa noite, Coba. Boa noite, Beraldo. E boa noite, nossa audiência.
02:02Caniato, vamos começar pelo critério mais límpido que existe.
02:08É a Constituição Brasileira.
02:10A Constituição Brasileira diz, no seu artigo 5, que a liberdade de expressão é plena, plena.
02:16A palavra é clara. Plena a liberdade de expressão.
02:19Não existe liberdade de expressão com área cinzenta.
02:24Isto é invenção do ministro Alexandre de Moraes.
02:28Como é possível, primeiro, censurar o presidente a falar e censurar, culpá-lo pela fala de terceiros?
02:39Imagina, como é que você vai controlar terceiros?
02:41Se alguém pega o que nós falamos aqui no programa e divulga em rede social, como é que nós vamos controlar?
02:46Como é que Jair Bolsonaro pode ser culpado pela propagação dessas falas, dessas imagens feitas por terceiros que estão usando as suas redes sociais?
03:00Ou seja, de fato, o que ele está fazendo é impondo a censura ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:06Porque não tem como o ex-presidente controlar como a sua entrevista ou as suas falas serão propagadas nas redes sociais.
03:17E eu nunca vi isso, essa história de dizer que você é responsável pela divulgação de terceiros.
03:27Como isso?
03:29Onde é que está isso no nosso ordenamento jurídico?
03:33Então, Caniato, é mais uma invenção do ministro que diz que não há censura, que o presidente pode dar entrevista quando ele quiser,
03:42mas se essas entrevistas repercutirem nas redes sociais, a ele é culpado.
03:47Bom, então, isso é óbvio que como ele não tem controle sobre isso, ele não pode falar nada.
03:52Porque se ele falar, provavelmente haverá repercussão, haverá divulgação nas redes sociais,
03:58e ele poderá ser punido, inclusive preso.
04:03Pois é, o Nelson Kobayashi, hoje com a gente em Os Pingos nos Is.
04:07Vou até para essa câmera geral.
04:09Cenário bonito de Os Pingos nos Is.
04:11Kobayashi, seja bem-vindo.
04:12Uma ótima noite a você.
04:13Antes do programa começar, nós trocávamos informações a respeito dessa decisão do ministro Moraes,
04:19que foi amplamente criticada por alguns advogados e juristas nas redes sociais.
04:23Primeiro, pela maneira como ele redigiu, até dúvidas, se foi o próprio ministro ou assistentes, enfim.
04:31Mas o que é preciso tratar em relação à defesa e os apontamentos feitos pelo ministro?
04:38Faltam detalhes e especificações sobre a limitação do que pode ou não fazer Jair Bolsonaro?
04:45Bem-vindo, Kobayashi.
04:46Faltam detalhes.
04:46Primeiro, boa noite, Caniato.
04:48Boa noite, Aldávila.
04:49Boa noite, Alberalda.
04:49Todos que nos acompanham aqui nos Pingos nos Is.
04:52É sempre um prazer estar com vocês por aqui.
04:54Elas são a essa decisão do ministro Alexandre de Moraes.
04:58Ela é uma decisão em um recurso chamado de embargo de declaração,
05:02que é justamente o recurso ofertado ao Poder Judiciário
05:05para tirar qualquer dúvida a respeito do que foi decidido,
05:09para tirar obscuridades, contradições, omissões da decisão anterior.
05:14E essa nova decisão deixa ainda mais dúvida.
05:17Essa nova decisão se resume numa frase muito interessante de memes das redes sociais,
05:23que é basicamente o seguinte.
05:24É permitido dar entrevistas, mas se quiser não pode.
05:27É mais ou menos isso.
05:28Pode dar entrevista, mas se quiser não pode.
05:30Porque, no final das contas, o ministro deixou claro
05:33de que não estão proibidas as entrevistas do ex-presidente Jair Bolsonaro.
05:38Mas, se ele se utilizar de redes sociais, de terceiros,
05:44em um ambiente de milícias digitais,
05:46isso vai ser entendido como uma burla às proibições das cautelares
05:51que foram a ele impostas.
05:54Ou seja, gera uma zona cinzenta, assim como você disse, Caniato.
05:58Gera um ambiente de insegurança.
06:00Como é que o ex-presidente vai controlar quem é que vai postar, republicar,
06:05compartilhar uma entrevista que ele possa dar de acordo com a decisão?
06:10É permitido dar entrevistas, ele vai lá dar uma entrevista,
06:14alguém compartilha, isso é entendido pelo ministro como uma burla às cautelares,
06:17e ele vai preso.
06:18Ou seja, no final das contas, não vai dar entrevista,
06:21sob pena de incorrer em um descumprimento da medida cautelar.
06:25Só a existência dessa medida cautelar já é questionável.
06:28Essa coisa de não dar entrevista, de limitar a expressão,
06:31de limitar a fala de alguém, deve ser uma medida extrema,
06:37em último caso, de alguém que tenha uma série de condenações
06:42e de eventos contra a legalidade, o que não é o caso,
06:47porque na situação do ex-presidente Bolsonaro,
06:49ele é simplesmente um réu em um processo, investigado em outro,
06:53e que tem as suas condições de fazer as suas críticas
06:55a respeito da investigação.
06:57Isso é do instinto humano.
07:00O réu, o investigado, tem como autodefesa o poder de questionar
07:05as medidas que a ele são impostas.
07:07Mas o ex-presidente não pode.
07:09Pois é, e também, naturalmente, é preciso fazer uma ponderação
07:14sobre o que é a rádio difusão.
07:16Por exemplo, a transmissão de uma entrevista por rádio difusão,
07:20sinais nas ondas, as transmissões para emissoras de rádio e TV,
07:23mas como impedir que os mesmos veículos de comunicação
07:28que fazem uma transmissão não vão fazer um recorte
07:31daquela fala do ex-presidente e colocar na sua rede social,
07:34no seu X, na conta do X, na conta do Instagram, no YouTube.
07:39Poxa, todos os canais de televisão fazem isso hoje em dia.
07:41Daqui a pouco a gente vai trazer também esse questionamento para o Nelson Kobayashi.
07:45Deixa eu só dar as boas-vindas para o Cristiano Beraldo,
07:48ao vivo, também conectado com a gente.
07:50Beraldo, seja bem-vindo.
07:51Ótima noite a você.
07:53Decisão aguardada do ministro Moraes do Supremo Tribunal Federal,
07:57descartando a prisão preventiva,
07:58então em linha com o que vocês projetavam no dia de ontem,
08:02mas fazendo uma advertência a Jair Bolsonaro,
08:05que caso a irregularidade se repita,
08:09provavelmente haverá conversão para a prisão preventiva.
08:13Enfim, quais aspectos você queria trazer e destacar para a nossa audiência, Beraldo?
08:17Boa noite.
08:19Boa noite, Caniato.
08:20Boa noite, Kobayashi.
08:21Boa noite, Dávila.
08:22Boa noite à audiência que prestigia diariamente os pingos nos iscos.
08:26Olha, Caniato, é a justiça subjetiva.
08:29É a justiça que vai aceitando tomar contornos bastante particulares
08:37diante da aplicação das leis que vai se dando de uma forma estranha.
08:42O brasileiro vai vendo nesses casos e nessas decisões tão cercadas de dúvidas.
08:49Aliás, já havia uma dúvida inicial.
08:52As primeiras medidas anunciadas que constavam na decisão da tornozeleira eletrônica,
09:00que puseram limitações à capacidade de manifestação do réu Jair Bolsonaro,
09:07já geraram ali muitas dúvidas.
09:09Tanto é que chegamos nesse ponto em que, a partir de uma entrevista,
09:14o ministro foi chamado a confirmar o entendimento da sua decisão inicial.
09:19Agora, ele, para reforçar aquilo que queria dizer,
09:26ele gera novas dúvidas, demonstrando que parece haver um esforço
09:33para deixar tudo em aberto, sendo tudo possível.
09:38E aí, isso faz com que nós não tenhamos essa clareza necessária
09:43para analisar um caso tão importante, tão emblemático como esse.
09:48E não se trata aqui, de novo, de gostar ou não gostar de alguém,
09:53mas se trata da aplicação da lei pela mais alta corte do Brasil.
09:59E quando a gente procura nessa alta corte certezas,
10:04uma afirmação da Constituição, afinal de contas,
10:06esse é o seu papel que está legalmente descrito na nossa Constituição,
10:11a gente tem de lá dúvidas, a gente tem de lá o imponderável,
10:17a gente faz análise daqui dia após dia, sempre nos preparando para qualquer coisa,
10:23porque absolutamente qualquer coisa é possível.
10:26Então, as nossas referências de uma justiça,
10:29como tem aquela imagem tão tradicional da justiça,
10:32que ela é cega, ela fala nos autos do processo,
10:37ela não se importa com o nome das partes,
10:40mas sim com a aplicação da lei de forma justa,
10:43independente de quem esteja acusando e de quem esteja se defendendo.
10:48Isso tudo acabou no Brasil, isso vai precisar ser reconstruído.
10:52Mas, claramente, mais uma vez, a gente fica consciente
10:56de que essa reconstrução não se iniciou agora.
11:00Pois é, e há muitas discussões a respeito dos próximos passos,
11:04o que estaria por vir?
11:06Novas restrições, as muitas dificuldades de um líder,
11:11de um grupo político, de se manifestar,
11:14inclusive hoje participou de uma celebração religiosa,
11:19e aí, naturalmente, foi demandado por jornalistas,
11:22e o próprio Jair Bolsonaro, na dúvida.
11:24Vou verificar com os advogados se eu poderei conversar com vocês,
11:30responder algumas perguntas, enfim.
11:32Não está proibido de dar entrevistas,
11:34mas também esse conteúdo não pode ser postado na rede social.
11:37Qual é o controle que essa figura tem
11:39sobre a atitude que os jornalistas,
11:42as pessoas que trabalham nos veículos de comunicação,
11:45terão em não postar?
11:48Tem a menor condição de ele assegurar,
11:49ter certeza que essas pessoas não farão a postagem.
11:53Então, bastaria uma postagem para a corte entender
11:56que trata-se de mais uma irregularidade,
11:58e aí ele teria a prisão preventiva decretada?
12:01Essa é a dúvida que a gente precisa considerar também.
12:04Dávila, diante dessa situação,
12:08esse cenário de insegurança,
12:11como bem destacou o Nelson Kobayashi,
12:13é preciso fazer ponderações sobre a situação muito delicada,
12:18difícil de Jair Bolsonaro,
12:19mas também os muitos questionamentos
12:21que inclusive juristas fazem
12:23sobre esse posicionamento da Suprema Corte.
12:26Quais são as ponderações e os aspectos
12:30que a gente precisa trazer e discutir
12:32quando a gente observa um cenário tão pitoresco,
12:36para não falar bizarro como esse?
12:37Canhato, nós navegamos que nem de manhã
12:43quando se acorda, que tem essa neblina em São Paulo,
12:47esses dias frios,
12:48a gente está nesse mundo da neblina no Brasil.
12:50Você acorda de manhã,
12:51você não consegue enxergar um palmo à sua frente.
12:54É isso que o ordenamento jurídico,
12:56com a interpretação da Suprema Corte,
12:58oferece ao país e principalmente a Jair Bolsonaro.
13:03Se ele acordar de manhã e ver aquela neblina
13:06que ele não consegue enxergar meio palmo à frente,
13:09é melhor ele escutar o Koba.
13:11Falar, melhor não fazer nada,
13:12melhor ficar em casa, quieto,
13:14porque se eu abrir a boca,
13:17vão utilizar o meu depoimento em redes sociais,
13:20e aí o Alexandre Moraes vai acordar,
13:22tomar o café da manhã e falar assim,
13:24cana, e aí acabou.
13:26É isso que vai acontecer.
13:27Então, esse é o momento dramático que nós vivemos.
13:31O que é viver numa democracia plena?
13:34É você acordar todo dia,
13:36o sol está arranhando,
13:37você enxerga plenamente o que está acontecendo.
13:39Como cidadão, você sabe o que você pode,
13:42o que você não pode fazer,
13:43porque as regras são previsíveis,
13:46o ordenamento jurídico é estável,
13:48e aí você toca a sua vida.
13:50E aí você vai mensurar qual é o grau de risco
13:52que você quer correr nos seus negócios,
13:54nas suas atuações,
13:55porque você sabe exatamente quais são os parâmetros.
13:58Mas, no momento que você acorda,
14:01está com essa neblina na frente,
14:03é melhor você ser extremamente cauteloso.
14:06Caso contrário, vai acabar em desastre.
14:09E é, infelizmente, a situação hoje,
14:12principalmente do ex-presidente Bolsonaro.
14:17Pois é.
14:17Agora, Coba, queria que você fizesse um exercício,
14:20porque várias pessoas aqui da nossa audiência
14:22fazendo questionamentos.
14:23Bom, se a determinação não proíbe
14:25que ele conceda entrevistas,
14:28o próprio não tem como controlar
14:30a dinâmica de rede social,
14:32que tem milhões de usuários postando conteúdos,
14:36comentando simultaneamente,
14:38e Jair Bolsonaro não tem como gerir
14:41esse tipo de dinâmica.
14:43Se a decisão trata da possibilidade
14:46de concessão de entrevistas,
14:48ele, então, não poderia conceder uma entrevista,
14:50por exemplo, para uma emissora de televisão,
14:52e aí a situação que envolve os postes,
14:55não poderia ser atribuído a ele?
14:57O poste feito com um recorte,
15:00uma fotografia, uma fala dele?
15:03Enfim, queria que você discorresse sobre isso.
15:05Se a defesa de Jair Bolsonaro
15:07não poderia argumentar isso posteriormente.
15:09Olha só, Caniato, no direito,
15:11a boa-fé se presume
15:13e a má-fé se comprova.
15:15Ou seja, a presunção deve ser sempre de boa-fé.
15:17O que não está presente nessa decisão.
15:20Porque o ministro, ele parte de um pressuposto
15:22em que o presidente,
15:24não podendo usar suas redes sociais,
15:26ele vai dar uma entrevista,
15:27todo mundo filma com seus celulares,
15:30a imprensa e os apoiadores,
15:32e todos os outros,
15:34como se estivessem combinados com o presidente,
15:37substituem a rede social do presidente
15:39em suas próprias redes.
15:41Estou falando dos apoiadores,
15:42e isso é entendido na decisão
15:44como se fosse uma milícia digital
15:46pré-meditada para burlar,
15:48para fraudar a cautelar imposta
15:51ao presidente de não usar a própria rede.
15:53Mas não tem um indício,
15:54não tem uma demonstração de má-fé.
15:57O que contraria um princípio básico.
15:59Primeiro ano de direitos aprende isso,
16:01de que má-fé se comprova.
16:03A presunção é sempre de boa-fé,
16:06principalmente, Caniato,
16:08em matéria penal,
16:09quando as consequências de uma decisão
16:12violam liberdade,
16:14que é um direito dos mais caros do ser humano.
16:18Ou seja, nesse caso,
16:19há sim uma rigidez extrema
16:21desta decisão,
16:24e que coloca, sim, o presidente
16:25nessa situação de insegurança
16:27de poder ou não dar uma entrevista.
16:30Se ele dá uma entrevista, por exemplo,
16:32para uma rádio difusão, como você falou,
16:34que é irradiado imediatamente,
16:36aí, os seus sinais de transmissão,
16:38para uma televisão em tempo real,
16:41aqui, ao vivo,
16:42em qualquer emissora que seja,
16:45se isso depois vira um corte,
16:46será que é essa a chave
16:48que o ministro não quer?
16:48Se isso vira um corte na rede
16:50de um apoiador,
16:51é que vai ser entendido como uma burla?
16:53Não está claro.
16:54Não está claro.
16:55E veja que essa é uma decisão,
16:56como já havia dito,
16:58em decisão que deveria
17:00esclarecer as coisas,
17:02aclarear, né?
17:03Os embargos de declaração
17:04são justamente para isso.
17:05E ficou ainda mais imprevisível
17:07a situação do ex-presidente,
17:09a ponto de, na dúvida,
17:11ele ver uma liberdade,
17:13que é das principais,
17:14que é a liberdade de fala,
17:15ser tolida e ser limitada,
17:18ser, de alguma maneira,
17:19tirada do ex-presidente,
17:22que não pode sequer questionar
17:23a sua situação jurídica
17:26nesta investigação
17:27e naquele outro processo,
17:29já em fase final de alegações finais.
17:30Pois é, porque o COBA
17:32deu o exemplo de,
17:34eventualmente, Jair Bolsonaro
17:35em uma praça,
17:36e seus apoiadores aí,
17:37ou parlamentares que o cercam,
17:39gravando com o celular
17:40e depois postando
17:41nas suas próprias redes.
17:42Isso, talvez,
17:44poderia ser entendido
17:45como a tal milícia
17:46mencionada pelo ministro,
17:48mas eu penso também
17:48no cenário de uma entrevista
17:51concedida a uma emissora de TV
17:52em um estúdio de televisão,
17:54horário marcado,
17:55uma transmissão ao vivo.
17:56Como você vai controlar as pessoas
17:58que acompanham aquela entrevista
18:00e depois vão tirar um trecho
18:02da entrevista e postar
18:04na sua rede social,
18:05fazer um destaque,
18:06olha o que ele disse.
18:07Você não tem como controlar.
18:09Então, na prática,
18:09não teria sido mais honesto
18:12proibir expressamente
18:14as entrevistas,
18:16porque não tem cabimento, né?
18:17Enfim,
18:18é algo que a gente precisa
18:19trazer e exercitar.
18:21Bem, os nossos comentaristas
18:22repercutem o despacho
18:24do ministro Alexandre de Moraes,
18:25dizendo que não há dúvidas
18:26de que o ex-presidente
18:28descumpriu a medida cautelar imposta,
18:30mas também afirmou
18:32que trata-se
18:33de uma irregularidade isolada,
18:36mas complementou dizendo
18:37que se houver
18:37um novo descumprimento,
18:39haverá a conversão
18:40em prisão imediata.
18:43Bom, a gente vai seguir
18:44acompanhando essas movimentações.
18:46Acho que o Beraldo tem só um fecho
18:48pra gente encerrar esse capítulo.
18:51As expectativas
18:52para a situação
18:53que envolve Jair Bolsonaro,
18:56que nem trata
18:57da questão que envolve
18:58esse caso com o filho Eduardo, né?
19:00O compasso de espera agora
19:02é para a decisão
19:03no inquérito,
19:04no processo que trata
19:06da suposta tentativa
19:07de golpe, né, Beraldo?
19:08Porque ainda que nós
19:10tratemos da possibilidade
19:11de prisão,
19:12são casos distintos, né?
19:13Mas que uma hora
19:14poderá haver
19:15uma junção das coisas,
19:17uma eventual condenação,
19:19obviamente, né?
19:21É, tem um esforço
19:21muito grande pra colocar
19:23absolutamente tudo
19:24que envolva
19:25Jair Bolsonaro
19:26no mesmo balaio,
19:30digamos assim.
19:31E com isso,
19:32criar uma tese
19:33de que
19:34houve a continuação
19:36do crime,
19:36que esse crime
19:37foi arquitetado
19:38dentro do Palácio do Planalto
19:40pelo então presidente
19:41e seus assessores diretos,
19:43membros das Forças Armadas,
19:44e que depois, então,
19:46depois da faixa
19:47transmitida,
19:49depois do ex-presidente
19:50ter saído do Brasil,
19:52depois dos seus
19:53ex-assessores
19:54estarem tocando
19:55as suas próprias vidas,
19:57depois que cada um
19:58estava cuidando de si,
20:00aí então,
20:01de repente,
20:02aquelas pessoas
20:03como um exército
20:04atrasado,
20:05que pegaram trânsito
20:07e não conseguiram
20:09chegar antes
20:10da posse
20:11do dia 31,
20:12do dia 1º de janeiro,
20:13então eles
20:15vão ali
20:16para a Praça
20:17dos Três Poderes
20:17e quebram tudo
20:18achando que estavam
20:19executando
20:21o plano
20:22para o qual
20:24eles foram convocados.
20:25Essa é a tese
20:26do Supremo Tribunal Federal
20:28embasado
20:29pela denúncia
20:30e as alegações
20:32da Procuradoria-Geral
20:33da República.
20:35A gente
20:35vê toda
20:37essa ginástica,
20:38ela vai sendo,
20:40tentando
20:40encontrar sustentação
20:42nesse tipo
20:43de medida
20:43como a gente
20:43viu agora.
20:45Como
20:45essa
20:46decisão
20:47que
20:48coloca
20:48tornozeleira,
20:50impede de dar
20:50entrevista,
20:52aí tem que dormir
20:52cedo,
20:53não pode sair também
20:54de casa
20:55durante a noite
20:56e aí
20:57dá uma entrevista,
20:59porque é um ex-presidente
21:00da República,
21:01é o assunto
21:02do momento.
21:03Então,
21:04o Brasil inteiro
21:05fala disso,
21:06opiniões a favor
21:07ou contra,
21:08todo mundo tem
21:09sobre Jair Bolsonaro,
21:10assim como todo mundo
21:11tem sobre
21:12o presidente Lula,
21:14assim como todo mundo
21:14tem sobre o ministro
21:15Alexandre de Moraes,
21:16mas aí
21:17pega-se
21:18esse
21:19contexto
21:20e usa-se a expressão
21:22milícia digital,
21:25defina o que é
21:26milícia digital,
21:27vamos procurar
21:28na lei,
21:28a lei criminal
21:30fala de milícia digital,
21:31o que uma milícia digital
21:33faz?
21:34Vamos definir
21:35o que é isso,
21:36porque
21:36para mim,
21:38Cristiano Beral,
21:38na minha opinião,
21:40quando o Felipe Neto,
21:42por exemplo,
21:43dá o seu apito
21:44de cachorro
21:45para cancelar
21:46alguém
21:46da direita,
21:48sobretudo,
21:49vão lá,
21:49toda a esquerda,
21:50os influenciadores,
21:51todo mundo vai cancelar,
21:53aí é
21:54misdósbia,
21:55não é isso,
21:55não importa o que seja,
21:56sempre as mesmas acusações,
21:58é isso na milícia,
21:59milícia só é quando apoia
22:01alguém da direita,
22:02aí a milícia digital,
22:03então assim,
22:04essas coisas
22:04são tão frágeis
22:06que elas chegam
22:07a ser bobocas,
22:09porque nós,
22:10brasileiros,
22:12trabalhamos,
22:13acordamos cedo
22:14para pagar o custo
22:15do Estado,
22:16o custo
22:17do judiciário
22:18no Brasil
22:19exerce um peso
22:21gigantesco
22:22no nosso orçamento,
22:23o orçamento público
22:24é o orçamento
22:26que nós pagamos,
22:28pagamos o orçamento
22:29da nossa casa
22:30e somos responsáveis
22:31por bancar
22:32o orçamento público,
22:33e aí bancamos
22:34uma estrutura
22:35gigantesca,
22:36pesadíssima,
22:38de salários milionários
22:39dentro do judiciário
22:40brasileiro
22:41para sermos
22:43brindados
22:44com esse tipo
22:45de decisão,
22:46aí realmente
22:47há um desânimo,
22:49a gente olha
22:49para o Brasil
22:50e se desanima,
22:52porque
22:52diante desse tipo
22:54de comportamento,
22:55de um pilar
22:56fundamental
22:57para um país existir
22:59e uma democracia
23:00ser sustentada,
23:03a gente olha
23:03e vê que tem
23:05que ficar
23:05desanimado mesmo.
23:07Tem vários
23:07assuntos hoje,
23:08mas eu quero
23:09chamar a atenção
23:09das pessoas
23:10que nos acompanham
23:11para a enquete do dia,
23:12uma pergunta
23:12que a gente
23:13publica no portal
23:14da Jovem Pan
23:14sobre algum tema
23:15relevante
23:16do noticiário
23:17e hoje envolve
23:18o anúncio
23:19de Donald Trump,
23:19o tarifácio
23:20de 50%
23:21sobre os produtos
23:22brasileiros.
23:23Bom,
23:24a pergunta
23:24que nós publicamos
23:25no portal
23:25é a seguinte,
23:26depois do
23:27presidente Lula
23:28falar que
23:29Donald Trump
23:29está trucando
23:31e mentindo
23:32nas justificativas
23:33para o tarifácio,
23:34você acredita
23:35no poder
23:35de negociação
23:36do governo brasileiro
23:38para tentar
23:38reverter
23:39essa medida?
23:40Duas opções,
23:42sim,
23:42acredito,
23:43o governo brasileiro
23:44vai convencer
23:44os Estados Unidos
23:45a cancelar a tarifa
23:47ou não acredito,
23:48o Brasil não avançou
23:49nas negociações
23:50até agora
23:50e devemos
23:52aguardar
23:53a implementação
23:54da tarifa
23:54no dia 1º de agosto.
23:56Então,
23:56se você puder,
23:57entre agora
23:57no portal
23:58jovempan.com.br
24:00e manifeste
24:01a sua opinião.
24:02Daqui a pouco
24:02a gente traz
24:03as primeiras
24:04parciais.