- anteontem
A embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma nota contundente contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), sugerindo perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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NotíciasTranscrição
00:00Mas a produção também monitora os posts feitos pelas autoridades norte-americanas.
00:05E a embaixada dos Estados Unidos também subiu o tom nesta quinta-feira.
00:10Há pouco, inclusive, a representação diplomática publicou uma postagem no X, que é o antigo Twitter.
00:17Eu vou destacar para você que nos acompanha essa mensagem, que diz o seguinte.
00:22O ministro Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro,
00:30que, por sua vez, tem restringido a liberdade de expressão nos Estados Unidos.
00:36Graças à liderança do presidente Donald Trump e do secretário Rubio, Marco Rubio,
00:42estamos atentos e tomando as devidas providências.
00:47Esse post feito há pouco, embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
00:51repercutir esse posicionamento com os nossos comentaristas.
00:55Essa nota acusando o ministro de perseguição e também censura contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
01:02Chamar o advogado da bancada, Nelson Kobayashi, para trazer suas impressões acerca desse posicionamento.
01:09É um post relevante.
01:11A gente tem tratado de tantas questões que envolvem a tarifa anunciada por Donald Trump
01:17e a gente talvez dedique muitos minutos do programa pensando em alternativas comerciais e tarifárias
01:25e pensando em estratégias que o governo brasileiro deve adotar.
01:28E aí tem uma postagem como essa que talvez também indique um caminho.
01:33Talvez não passe apenas pelas questões comerciais e tarifárias.
01:37Enfim, o que achou dessa postagem da embaixada dos Estados Unidos aqui no Brasil?
01:40Olha, Caniato, essa postagem é simbolicamente importante para o momento
01:46porque estica bastante a corda da relação diplomática.
01:50Não duvido que haja aí uma convocação do embaixador pelo governo brasileiro,
01:55pela União em específico, para entender aí os motivos dessa publicação
02:00que é justamente endossando, inclusive é uma republicação das autoridades americanas,
02:05endossando o discurso que fala do ministro Alexandre de Moraes
02:10e das decisões dele em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
02:14E aí a gente estava falando até agora há pouco das possibilidades de negociação aí,
02:18liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin, conversa com autoridades americanas
02:22dentro do que é possível, dentro do que é disponível de negociação,
02:26que são justamente as questões comerciais, taxação,
02:29relações já históricas entre Brasil e Estados Unidos.
02:33Já em relação às decisões da Suprema Corte brasileira,
02:38neste ponto, isso só testemunha contra principalmente Eduardo Bolsonaro.
02:43Por quê?
02:44Porque se em algum momento haver um elo, uma ligação entre tudo que vem sendo dito
02:50pelas autoridades americanas e pelas suas decisões que estão sendo tomadas
02:53em relação ao judiciário brasileiro com a atuação do Eduardo Bolsonaro no exterior,
02:58isso vai fechar o quebra-cabeça da investigação em relação ao que se chama de coação no curso do processo.
03:06Ou seja, se a gente pega inclusive o histórico de manifestações do Eduardo Bolsonaro em relação a isso,
03:11houve uma mudança de discurso.
03:13No começo, ele reivindicava, acredito até que equivocadamente do ponto de vista da estratégia,
03:18reivindicava as autorias ali da influência sobre as decisões americanas.
03:24E ao longo do tempo, isso foi até mudando.
03:26Justamente por quê?
03:27Porque do ponto de vista jurídico, isso impacta em coação no curso do processo,
03:31que é pressionar autoridades do judiciário justamente para se ter outro tipo de decisão.
03:38Este ponto em específico não está na mesa de negociação.
03:42Os problemas do judiciário brasileiro são muitos.
03:44A gente fala sobre isso todo dia aqui na nossa programação.
03:48Eu falo sobre isso cotidianamente, sobre vários equívocos legais do ponto de vista técnico-jurídico,
03:55mas isso deve se resolver aqui internamente dentro do campo da institucionalidade.
03:59E a Constituição brasileira de 88 dá meios para isso.
04:04Você, Geraldo, a gente trata das questões que envolvem o tarifácio, o amúncio,
04:08dessa tarifa de 50%, entendendo que há vários caminhos para o governo brasileiro tentar negociar,
04:17reverter, diminuir, adiar.
04:20E aí temos postagens que tratam de questões políticas barra jurídicas
04:24que também abrem a possibilidade de nós refletirmos sobre quais são as condições
04:30que o governo brasileiro tem de negociar quando, sobre a mesa,
04:34não estão apenas questões comerciais e tarifárias.
04:37Enfim, queria te ouvir também a respeito dessa postagem da Embaixada Norte-Americana aqui no Brasil.
04:44Teneto, como a gente fala lá em Pouso Alegre, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
04:49Então vamos separar aqui os assuntos.
04:52Essa postagem da Embaixada Americana no Brasil foi uma postagem em inglês
04:57que, na verdade, ela traduz uma postagem do que seria uma figura de subsecretário
05:04de diplomacia pública dos Estados Unidos, quer dizer, uma divisão do Departamento de Estado
05:10que trata da interação dos americanos com o público de outras nações, digamos assim.
05:21E que, em cima da decisão do tweet de 18 de julho, com a decisão de Marco Rubio
05:29de revogar os vistos de Alexandre de Moraes e pessoas ligadas a ele,
05:36Então, este subsecretário tweetou agora, hoje, há poucas horas,
05:43esse reforço de que ele, os Estados Unidos, o Departamento de Estado,
05:51representando os Estados Unidos, identifica no ministro Alexandre de Moraes
05:55o que ele chama de o coração pulsante desta máquina de perseguição
06:01que está atrás do Jair Bolsonaro e, enquanto está atrás de Jair Bolsonaro,
06:06limita a liberdade de expressão de norte-americanos.
06:10Esse é o contexto.
06:12Trata-se da atuação do ministro Alexandre de Moraes
06:16em relação a empresas e cidadãos norte-americanos,
06:22com as decisões tomadas dentro da Suprema Corte brasileira,
06:26cerceando o direito de liberdade de expressão,
06:29que é religiosamente protegido nos Estados Unidos.
06:33O nome de Jair Bolsonaro entra nessa postagem, no meu entendimento,
06:40muito mais como uma sinalização, um exemplo,
06:45que associa, inclusive, com a perseguição que o próprio Donald Trump
06:49teve quando deixou a presidência da República
06:53e enfrentou vários processos, alguns muito malucos e tal,
06:58que colocou nele essa figura do político perseguido.
07:03O Partido Democrata tentou demais,
07:06porque achava que a grande chance de vitória da reeleição de Joe Biden
07:10era justamente contra Donald Trump.
07:12Então, via que quanto mais Donald Trump fosse vitimizado,
07:15mais forte ele ficaria no Partido Republicano.
07:18e, com isso, a sua indicação para concorrer à presidência novamente
07:21seria mais provável.
07:23Só que, no final, esse cálculo deu errado,
07:26até porque Joe Biden não teve condições de disputar,
07:30e aí foi a substituição por Kamala Harris.
07:32Então, este é um assunto, Canhá,
07:34que não tem necessariamente nada a ver com o assunto das tarifas.
07:39O assunto das tarifas será tratado pelo Departamento de Comércio
07:43junto ao presidente Donald Trump,
07:45visando esta reorganização comercial dos Estados Unidos,
07:50o reposicionamento comercial dos Estados Unidos,
07:53e cobrando do Brasil, no caso específico do Brasil,
07:57as nossas posições em relação aos países,
08:01às nações que hoje são tidas como inimigos comerciais dos Estados Unidos.
08:07A China, sobretudo, mas também a Rússia.
08:10Então, o que a gente tem dos Estados Unidos respondendo ao Brasil
08:17nas questões tarifárias é muito frágil,
08:21porque o governo brasileiro não está afim de ir para uma negociação séria.
08:27O governo brasileiro destacou,
08:29para ser a liderança nessa negociação,
08:32inclusive externa,
08:33porque está aí a notícia de uma conversa de 50 minutos
08:36com o secretário de Comércio norte-americano,
08:38Geraldo Alckmin, que estava presente na posse do ditador iraniano.
08:43O Irã é um país que está na lista negra dos Estados Unidos.
08:49É um país tido como um dos países de uma liga terrorista,
08:53de países que financiam o terrorismo.
08:56Então, o Irã é um país que não faz parte do espectro diplomático dos Estados Unidos,
09:02mas o nosso interlocutor estava lá na posse.
09:04Aliás, o que tomou posse já foi morto pelas forças de Israel.
09:09Então, o Brasil está muito mal nessa negociação comercial.
09:12Não adianta ficar querendo o Brasil, o governo brasileiro,
09:16misturar os assuntos, porque não tem nada a ver uma coisa com a outra.
09:19São dois temas.
09:21E nesses dois temas, nós estamos nos comportando muito mal.
09:24Pois é, mas apesar de eu concordar com você
09:27e fazer uma leitura muito parecida com essa que você discorreu há pouco,
09:31não são todas as pessoas que concordam que são assuntos distintos.
09:35Até a gente travou uma discussão logo no início,
09:37na divulgação da carta de Donald Trump,
09:39quando um dos nossos colegas fez,
09:43o Mota fez a leitura de que não daria para a gente separar exatamente tudo,
09:49que o fato de Jair Bolsonaro ser citado naquela carta de Donald Trump
09:54estaria muito claro para ele que os assuntos e as determinações
09:59elas se cruzavam, estariam interligadas.
10:03Dávila, você defende mais a tese próxima a essa reflexão feita pelo Cristiano Beraldo,
10:09tanto que você inclusive falava que Donald Trump fez uma salada naquela carta,
10:15uma salada que inclusive atrapalha os comentaristas a discorrerem sobre o assunto,
10:21porque tem essas duas linhas.
10:22O Beraldo acha que não tem nada a ver,
10:24mas tem gente que entende que sim.
10:27Tem a ver que Donald Trump inclusive fez isso de propósito,
10:30para que talvez o governo brasileiro fique com uma pulga atrás da orelha.
10:34Será que ele quer mesmo que a gente faça isso?
10:37Será que ele quer que a justiça faça isso?
10:39Mas nós não temos poder.
10:41Enfim, queria que você também fizesse a leitura
10:43sobre esse post da Embaixada dos Estados Unidos,
10:45esse repost, na verdade.
10:46Essa salada, cada um tira o grão da salada que bem entende para o seu próprio benefício.
10:55Primeiro, Donald Trump se tornou o melhor cabo eleitoral do presidente Lula.
10:59É um espetáculo.
11:00Lula estava no corner, de repente ficou popular de novo,
11:05defensor da soberania nacional.
11:07Eu nunca vi o famoso tiro que saiu pela culatra.
11:12Tudo que foi planejado, achando que isso ia aumentar a popularidade de Bolsonaro,
11:16fez o oposto.
11:16Aumentou a do Lula e diminuiu a do Bolsonaro.
11:18Então, o primeiro ponto, assim,
11:20essa salada na parte política,
11:23vitória para o governo, derrota para a oposição.
11:27Segundo ponto importante.
11:29A questão comercial não vai ser conduzida, como bem falou o Beraldo,
11:36pelo Ministério das Relações Exteriores,
11:38ou pelo Departamento do Estado.
11:40Vai ser feito pelo Departamento de Comércio.
11:43E aqui, esse post, eu vou dar o meu pitaco de uma forma diferente.
11:48Olha, isso é um cara do quinto escalão
11:51que está querendo agradar o chefe, o Rubio,
11:55e dizer assim, Rubio, é isso aí, Alexandre de Moraes é culpado por isso.
12:00E você fez muito bem em encaçar o visto dele.
12:03É isso.
12:04E isso é um dado que, se você tivesse me mandado esse post, Canhato,
12:09eu ia achar que era fake news,
12:10porque eu jamais imaginei que um post desse existiria
12:14no Departamento de Estado dos Estados Unidos.
12:17Isso mostra como a cultura Trump
12:21já está permeando no quarto, quinto escalão da diplomacia.
12:25Ou seja, é um exército, uma infantaria de militante.
12:31E isso é preocupante para negociações futuras.
12:34Porque a gente não está mais.
12:36É a mesma coisa no Brasil.
12:37A gente tem o Itamaraty, ainda o principal do Itamaraty,
12:42não porque quem manda lá é o Rasputin, que é outra história.
12:46Mas o quadro profissional do Itamaraty é muito qualificado.
12:52E é meio blindado desse...
12:54Você vê que as declarações do Itamaraty são sempre muito formais,
12:57diplomáticas, cuidadosas.
13:00Você jamais viria alguém escrever uma mensagem dessa.
13:05Então, isso mostra como a política partidária
13:09está permeando a política de Estado americano.
13:13igualzinho ao Brasil, a diplomacia militante que a gente tanto critica aqui.
13:19E isso é perigoso.
13:20Isso ajuda a tensionar as relações entre países.
13:24Porque, no fundo, é esse o interlocutor que você vai ter que falar.
13:28Então, eu vejo que esse desmantelamento
13:32do que é o Ministério das Relações Exteriores nos Estados Unidos
13:37é também algo muito preocupante
13:41para esta separação necessária do que é interesse de Estado
13:46e do que é o interesse do governo.
13:49Esta mistura não ajuda a nada
13:52e mostra que vai, sim, tensionar as relações diplomáticas
13:56dos Estados Unidos, não só com o Brasil,
13:59mas com o restante do mundo.
14:01Esta mensagem mostra como a política partidária hoje
14:07dita o ritmo da diplomacia.
14:10Pois é, só para a gente tirar a dúvida da nossa audiência,
14:13então, a Embaixada dos Estados Unidos aqui no Brasil,
14:16Beraldo, repostou essa postagem que foi feita
14:19por um funcionário da diplomacia.
14:22Isso é alguém que trabalha com o Marco Rubio,
14:24mas que não necessariamente está no primeiro escalão.
14:27E aí faz essa repostagem, naturalmente,
14:30com anuência, presumo, de Marco Rubio.
14:34Ele faz um tweet em cima de um tweet de Marco Rubio
14:39do dia 18 de julho,
14:41quando Marco Rubio anuncia a revogação do visto
14:45do ministro Alexandre de Moraes,
14:47e aí ele faz esse texto que a Embaixada dos Estados Unidos
14:51no Brasil traduziu e publicou.
14:54Agora, só para pegar o gancho do Dávila rapidamente,
14:59este subsecretário do Departamento de Estado,
15:03numa subsecretaria que cuida da diplomacia pública,
15:06assim que eles chamam,
15:07é alguém que veio da iniciativa privada.
15:09Ele era um estrategista de campanha,
15:12ele escrevia textos lá no primeiro governo do Trump,
15:16era um funcionário ali, enfim,
15:18realmente não é alguém do alto comando ali
15:23do governo de Donald Trump, não.
15:26Você, Cuba, essa discussão nós travamos lá no início,
15:30quando a carta de Donald Trump foi divulgada,
15:33porque ele tratou de vários assuntos em um mesmo comunicado.
15:37O primeiro parágrafo ele abre,
15:39trazendo aquela reflexão sobre a situação de Jair Bolsonaro,
15:42mas também menciona nos parágrafos seguintes
15:46a questão comercial,
15:47que depois foi, inclusive, criticada pelos analistas aqui no Brasil,
15:51apontando que, inclusive, a balança comercial
15:54é muito favorável aos Estados Unidos,
15:57mas também as questões que envolviam o cerceamento
16:00ao direito à liberdade de expressão,
16:02principalmente em relação às medidas tomadas contra as big techs.
16:05Esse apontamento do Beraldo me parece que é seguido
16:08pela maior parte dos analistas,
16:11que é preciso fazer uma divisão,
16:14colocar cada assunto na sua devida gaveta,
16:18mas é preciso também considerar que,
16:20em algum momento, isso pode se encontrar,
16:23justamente por conta dessa imprevisibilidade
16:27quando a gente olha para Donald Trump.
16:29Queria trazer a sua reflexão sobre isso,
16:31porque você não participou daqueles debates que nós fizemos aqui.
16:34Olha lá, Caniato, em relação ao que motivou o Trump
16:37a aplicar as suas taxações aqui ao Brasil,
16:41a taxação de 50%,
16:43ele coloca na carta esses motivos aí.
16:45A situação das decisões da Justiça Brasileira
16:48em relação à liberdade de expressão,
16:51às plataformas digitais,
16:52à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro,
16:56e eu tenho dito desde o início
16:57de que esses são fundamentos que existem,
17:00mas não são os principais fundamentos.
17:02Esses são os fundamentos convenientemente utilizados
17:05por Donald Trump em relação àquilo que ele pretendia fazer.
17:09Ele já faria a taxação aqui no Brasil,
17:13independentemente da situação do Bolsonaro,
17:15independentemente das decisões do STF,
17:17porque se a gente pega a linha do tempo,
17:20faz sentido a gente atrelar essa decisão americana
17:23a tudo que o presidente brasileiro disse
17:25na cúpula dos BRICS, por exemplo,
17:27e as relações do Brasil com os BRICS,
17:29principalmente no intento de desvalorizar
17:32a utilização do dólar como moeda hegemônica global.
17:36Isso está muito claro.
17:37E tanto que há entrevistas anteriores,
17:40depois resgatadas pela imprensa do Donald Trump,
17:43de mais de um ano atrás,
17:45em que ele fala justamente
17:46desta preocupação com o Brasil
17:48se aproximando das relações com os países asiáticos,
17:52e ele diz, inclusive, que se perder o Brasil
17:54seria considerado perder uma guerra mundial.
17:59Essas entrevistas resgatadas,
18:01quando são associadas a tudo que está acontecendo agora,
18:04levam-nos a crer que, de fato,
18:06a sua intenção em pressionar o governo brasileiro,
18:10de alguma maneira,
18:11tem a ver em pressionar contra
18:13tudo aquilo que falou o presidente Lula
18:15na cúpula dos BRICS,
18:16e que, na verdade, só falou repetindo
18:18o que já havia dito muitas vezes
18:20em outros locais, em outros encontros.
18:23A questão é que, na cúpula dos BRICS,
18:25o mundo todo está olhando
18:26e a repercussão tem muito maior proporção.
18:29Então, no meu ponto de vista,
18:31o presidente americano tem os seus interesses
18:33em relação a isso,
18:34a manter o Brasil pressionado
18:36a não mais repetir esse tipo de discurso
18:39contra a hegemonia do dólar,
18:41um exemplo de muitos outros
18:42que prejudicariam os interesses dos Estados Unidos.
18:44Mas os outros argumentos existem.
18:47A situação do ex-presidente Bolsonaro
18:49é claro que, para o Donald Trump,
18:50seria muito bom ter o seu aliado ideológico
18:54no governo.
18:54Isso resolveria a sua situação
18:57em relação a não aproximar o Brasil da China,
19:00por exemplo.
19:00Só que é um argumento secundário
19:02que é conveniente para ele.
19:04E não é o presidente americano
19:06que vai resolver a situação
19:08do presidente brasileiro.
19:09O presidente dos Estados Unidos
19:10pensa nos Estados Unidos
19:11e usa o Bolsonaro.
19:13Usa o argumento da perseguição
19:15que tem os seus motivos de ser,
19:18mas não é o principal motivo
19:20do presidente americano.
19:21Assim como usa também
19:23a situação do STF.
19:24Usa as decisões do Alexandre Moraes
19:26em relação a plataformas digitais,
19:28até porque ele mesmo, Trump,
19:29tem os seus interesses pessoais,
19:30a sua rede social,
19:32em um processo tramitando os Estados Unidos
19:33em relação a isso,
19:34mas não é o principal motivo.
19:37Agora, a embaixada adere
19:38a esse tipo de motivação conveniente
19:41justamente para fazer coro
19:43lá ao que tem dito o presidente americano.
19:45Mas não é, de fato,
19:46o principal motivo,
19:48até porque,
19:49se fosse o principal motivo,
19:51isso não estaria lá no final da carta
19:52como uma abertura de negociação futura,
19:55até porque o presidente americano
19:56sabe que isso é inegociável
19:58à soberania do judiciário brasileiro.
20:00Pois é, se fosse o assunto principal,
20:03talvez ele nem deveria ter colocado
20:05os outros temas na carta.
20:07Mencionaria somente
20:08a situação que envolve o ex-presidente.
20:10Mas os mais exagerados,
20:14talvez, nas análises,
20:15falam que Jair Bolsonaro,
20:17essa pauta que envolve o ex-presidente,
20:20que ele teria sido usado por Donald Trump.
20:22O Koba, muito elegante,
20:23fala em conveniência, né?
20:25Mas muita gente falou que
20:27Bolsonaro teria sido o boi de piranha
20:29para Donald Trump chegar ao objetivo dele.
20:32Dá para fazer essa reflexão, Dávila?
20:35Dá sim.
20:36Aliás, o problema,
20:38aí, Koba,
20:40é que nós temos um populista na cadeira aqui,
20:43que ele pode dobrar a aposta e falar assim,
20:45então agora eu vou mesmo por os braços
20:47da China e da Rússia para o BRIC
20:49e esquece os Estados Unidos de vez.
20:51Aliás, é o que ele mais gostaria de fazer.
20:53E isso é um risco para o Brasil gigantesco.
20:57Ou seja, o risco é dobrar a aposta no BRIC.
21:00E aí a gente está perdido.
21:04Aí o Brasil só vai ter um parceiro comercial, né?
21:07E esperamos que o acordo com a Comunidade Europeia saia.
21:10Aliás, hoje uma entrevista muito boa no Estadão
21:12mostrando que parece que
21:14agora nós teremos o acordo Mercosul-Comunidade Europeia.
21:19Mas é isso.
21:20É o Brasil dependendo da sorte
21:21que o acordo saia para aumentar o outro mercado.
21:24Mas o meu medo é que esse tensionamento
21:28faça com que nós caiamos cada vez mais no colo do BRIC.
21:31E isso seria muito ruim para o Brasil.
21:35Tanto do ponto de vista comercial
21:36como do ponto de vista diplomático.
21:39O Brasil sempre foi aquele país neutro
21:41que ficou ali fazendo o meio de campo e tal
21:44e sempre se beneficiando dessa relação, né?
21:47E olha o risco que nós corremos hoje.
21:50Então isso, eu sempre digo,
21:53populistas não são pessoas racionais.
21:56E a gente, como analista aqui,
21:57a gente sempre acha que existe alguma razão lá.
22:01Não, não, não tem razão nenhuma.
22:03Porque se tivesse razão, não seria populista.
22:05Então é outro drive na cabeça deles, entendeu?
22:09Então o meu medo hoje é
22:11nós nos tornarmos refém dos BRICs.