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Geraldo Alckmin afirmou que as recentes ações judiciais contra Jair Bolsonaro, incluindo a tornozeleira eletrônica e a condenação pela PGR, não devem influenciar as negociações do "tarifaço" imposto por Donald Trump. O vice-presidente disse que a operação é assunto do Poder Judiciário. Murillo de Aragão, Dora Kramer e Cristiano Vilela analisam as declarações e os conflitos diplomáticos.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/0ayZjGl0D5E

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Transcrição
00:00Marilu, eu queria que você ouvisse com a gente uma fala do vice-presidente da República-Geral do Alckmin
00:04que está negociando o fim do tarifácio, ouvindo empresários, falando com os Estados Unidos.
00:10Ele não acredita que essa operação de hoje da Polícia Federal possa interferir nas negociações com os Estados Unidos.
00:17A gente vai acompanhar.
00:18Essa é uma questão do poder judiciário.
00:22Não cabe ao poder judiciário, enfim, não é da tradução do poder executivo.
00:27Não pode e não deve, porque a separação dos poderes é a base do Estado de Direito,
00:35tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
00:38Os poderes são independentes.
00:40Isso é de Montesquieu, não é de hoje.
00:44Então, a separação dos poderes é a base do Estado de Direito.
00:48Não há relação entre uma questão política ou jurídica e tarifa.
00:54É até um precedente muito ruim, né, essa relação entre política tarifária e regulatória sobre questões de outro poder.
01:06É, Murilo, mas a grande questão é que o tarifácio também está atrelado,
01:11pelo menos essa foi a decisão do governo dos Estados Unidos,
01:15essa questão está atrelada à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
01:19Aí, como é que fica?
01:19Bom, o presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin, não podia dizer outra coisa.
01:25Claro, ele vai dizer isso mesmo, porque ele vai tentar separar uma coisa da outra.
01:29Mas é evidente que as questões estão muito interrelacionadas.
01:33Ainda que eu acho, que eu acho não, eu tenho certeza que a motivação de toda essa confusão,
01:38ela está na questão da moeda única, dos BRICS.
01:40O Bolsonaro entra de carona nessa história.
01:46As redes sociais também são importantes nesse embate,
01:49porque as big techs são muito influentes nos Estados Unidos.
01:53Agora, a questão central é BRICS, é ali o Brasil atuar como porta-voz desses demais países,
02:02e que, no final das contas, o Brasil ficou abandonado.
02:05Agora, é evidente que a pressão sobre Bolsonaro também interessa,
02:11porque, imediaticamente, o Trump tem um discurso contra as instituições brasileiras,
02:16alega que há uma perseguição, e é evidente que tudo que acontece no Brasil
02:20é alvo de muitas polêmicas, de muitas dúvidas, muitas contestações,
02:28e ele se aproveita disso até para justificar os seus interesses geopolíticos.
02:32No fundo, isso tudo é geopolítico, já.
02:35Murilo, a Dora está levantando a mão, quer mais uma pergunta para você, Dora?
02:39Ah, eu quero várias.
02:41Você falou em bombeiros, Murilo, e aí a gente se remeteu ao centro, né?
02:48Nós estamos sem porta-vozes no centro, tá certo?
02:52Então, eu tenho pressa, na verdade, vou fazer duas.
02:55Se você enxerga algum porta-voz capaz de fazer,
02:57ou alguns porta-vozes capazes de fazer esse papel de bombeiro.
03:02E quando você traz a questão dos BRICS,
03:05é um campo em que como é que o Lula vai recuar?
03:10Hoje, o Trump falou que os BRICS, como é que é?
03:13Se insistirem nessa questão do dólar, os BRICS vão acabar logo.
03:19E o espaço tem o Lula para recuar das posições que ele achou mais adequadas tomar?
03:25São duas coisas. Primeiro que a gente devia ter avançado, né?
03:28Porque a gente só pode avançar num tipo de narrativa dessa
03:31se a gente tem figurinha para trocar, né?
03:33E o Brasil não tem.
03:35Não tem figurinha para trocar nesse campo, entendeu?
03:37Então, não adianta a gente querer entrar numa festa,
03:40que é uma discussão de altíssima dimensão econômica,
03:46que é a China e os Estados Unidos,
03:47e querer tentar liderar o mundo para uma nova ordem.
03:51A gente não tem esse talante.
03:52Aliás, a gente não consegue resolver os problemas que nós temos,
03:56que, aliás, 90% dos problemas que o Brasil tem
03:59são criados aqui no Brasil mesmo.
04:01Então, acho que o Brasil se posicionou de uma forma errada,
04:04e quando eu digo amadora, e não pragmática.
04:07E, além do mais, isso é uma conta que deve ser cobrada
04:10tanto do governo quanto do setor privado.
04:13Eu, durante cinco anos, dei aula na Columbia University em Nova York,
04:17e eu digo, a presença empresarial brasileira é muito baixa,
04:21é muito pequena no Brasil.
04:23As pessoas não se relacionam,
04:25ninguém sabe, por exemplo, quem são os deputados
04:27ou senadores da frente Brasil, Estados Unidos,
04:31na frente do grupo parlamentar,
04:33não conversam com o Congresso,
04:35não criam alianças, não estão presentes no debate,
04:39enquanto que outros países, Coreia do Sul,
04:42Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrein, Qatar,
04:45todos eles têm estruturas diplomáticas muito robustas em Washington
04:50e também têm consultorias atuando
04:53em apoio às negociações, ao relacionamento.
04:57O Brasil não, o Brasil tem a embaixada,
05:00as embaixadas do Brasil vivem hoje com o PID na mão,
05:03não têm recursos,
05:04e não têm quase nenhuma nula presença empresarial.
05:08Então, o primeiro ponto é que nós temos que tomar consciência
05:11de que os interesses que existem na relação Brasil-Estados Unidos
05:15demandam que a gente trabalhe para a melhor relação possível.
05:20Agora vai ter que ser uma questão emergencial,
05:23e não vão ser apenas troca de cartas que irá resolver a questão.
05:28Eu lembro como o México, que mesmo sancionado,
05:32mas ativamente negociou com os Estados Unidos,
05:36conseguiu uma tarifa, está sancionado em 30%,
05:38em 30%, mas é seletivo, não é geral.
05:42Mas por quê?
05:43Porque o secretário lá de comércio dele estava em Washington,
05:47negociando, conversando, conversando diariamente.
05:52O Brasil, ninguém até hoje conversou com o Marcos Rubio,
05:55porque, como eu já disse anteriormente,
05:57o preconceito ideológico do Brasil
06:00trava um relacionamento que devia ser orientado pelo pragmatismo.
06:05E rapidamente, para a gente fechar, o Cristiano Vilela faz a última questão.
06:09Vilela.
06:11Murilo, nesse sentido, pode-se dizer que o governo brasileiro
06:16pode ficar entusiasmado com os resultados políticos,
06:20eleitorais que pôde colher nos últimos dias,
06:23a partir desse conflito com os Estados Unidos,
06:25e de alguma forma atrasar um pouco essa possibilidade de negociação,
06:30ou acabar demorando, para acordar em relação à necessidade
06:35de se promover esse tipo de negociação mais adulta, mais racional?
06:41Olha, é evidente que um governo que, há dois meses atrás,
06:45enfrentava um mês atrás,
06:46enfrentava um dilema de baixa popularidade e risco,
06:50de começar a ter uma erosão da sua base original
06:54na sociedade para a eleição,
06:58ou a criação do discurso nós contra eles,
07:02vitalizou o mundo petista e deu um refresco na popularidade do presidente.
07:10E aí, quando vem essa história do Trump,
07:12é evidente que, e pelo posicionamento do bolsonarismo,
07:16o governo se sente animado com essa história.
07:19Porque, como os muitos dizem,
07:22o Trump teria transformado o Lula no estadista.
07:25Essa questão toda.
07:26E quando se declara que não vamos ter eleições em 2026
07:30por causa dessa confusão,
07:32o governo se amarra a uma institucionalidade,
07:35que, aliás, ele nunca,
07:36este governo nunca foi efetivamente adepto.
07:41Ele sempre procurou ter um hiperpresidencialismo,
07:44um ativo,
07:45tentando enquadrar o Congresso Nacional,
07:48e o Congresso Nacional reagindo também.
07:50Enfim, então, para o governo é conveniente.
07:52No entanto, como eu disse,
07:54daqui a pouco,
07:55as exportações paradas nos portos,
07:58o rompimento de contratos de financiamento,
08:02o eventual desaquecimento da economia
08:05de setores importantes exportadores,
08:07isso vai cobrar um preço.
08:09Vai cobrar um preço tanto na conjuntura econômica
08:11quanto em termos de pressão política.
08:13Então, eu acho que ninguém devia estar satisfeito com isso
08:16e o governo devia estar se preparando
08:19para negociar pragmaticamente,
08:21mesmo sabendo que o outro lado
08:23não age pragmaticamente também.
08:25Então, é um duplo desafio
08:27que o Brasil tem que ter nesse momento.
08:29Murilo de Aragão,
08:31muito obrigado mais uma vez pela entrevista,
08:33doutor em Sociologia,
08:34sempre falando aqui com a Jovem Pan.
08:35Grande abraço, bom fim de semana,
08:37até a próxima.
08:38Muito obrigado,
08:39um abraço a todos e bom fim de semana.
08:41É, é.

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