O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) manifestou indignação em carta aos EUA, cobrando negociações após o tarifaço de Donald Trump (Republicanos-EUA). O Brasil busca uma resposta para a taxação de 50%, visando proteger seus interesses comerciais.
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00:00E o governo manifestou essa indignação com as tarifas de 50% que foram anunciadas por Donald Trump.
00:06O documento é assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e também pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
00:13Eu vou ler um trecho dessa manifestação abrindo aspas.
00:16A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias,
00:22colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países.
00:28Fecho aspas.
00:30Nessa carta, o governo reiterou o interesse em retomar as negociações para encontrar uma solução para essa barreira comercial.
00:37O documento diz que, desde antes do anúncio das tarifas recíprocas e de maneira contínua,
00:43desde então o Brasil tem dialogado de boa fé com as autoridades norte-americanas
00:48em busca de alternativas para tentar aprimorar esse comércio bilateral,
00:53apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos muitos déficits comerciais,
00:58tanto em bens quanto em serviços, que montam nos últimos 15 anos a quase 410 bilhões de dólares,
01:06segundo estimativas do governo dos Estados Unidos.
01:10Dávila, você tem cobrado frequentemente, todos os dias aqui no programa, a intensificação da negociação,
01:17porque, para você, a gente já perdeu tempo, né?
01:20No segundo dia, após o anúncio, já deveria ter sido aberta uma negociação para tentar reverter
01:27ou, pelo menos, minimizar o impacto de uma taxação dessa monta.
01:32Queria que você analisasse esse movimento que foi feito pelo governo brasileiro,
01:36o envio dessa carta e também as manifestações desse comunicado.
01:41Cariato, duas coisas.
01:44Primeiro, o governo vem perdendo tempo mesmo.
01:47Nós gastamos oito dias para ter uma primeira reunião com o empresário
01:51para marcar uma segunda, para começar a negociar tarifa.
01:54É uma perda de tempo total, tá certo?
01:56Então, essa história de carta é um ato político, não é um ato negocial.
02:04Negociação se faz as portas fechadas com o time técnico de maneira objetiva, pragmática.
02:12Não é mandando cartinha um para o outro.
02:14Parece namoradinho que brigou, aí manda para o outro bilhetinho, faz beicinho.
02:19Não é assim que se negocia.
02:20Onde é que aprenderam a negociar desse jeito?
02:23O Beirado precisa dar um coaching lá para eles, lá no Itamaraty, porque não é possível.
02:26Não é assim que se negocia.
02:27A coisa boa que aconteceu nesses últimos três dias foi justamente o vice-presidente
02:35e ministro de indústria e comércio, Geraldo Alckmin, entrar no circuito.
02:40Pelo menos despolitiza, tira Lula, que, como bem disse o Kobayashi, é o causador de tudo.
02:48É, caiu.
02:49Já tinha reparado que a imagem do Dávila estava congelada.
02:53Agora a gente tem a perda do áudio.
02:55Não tem problema.
02:55Depois ele retoma a reflexão e a gente segue destacando essa carta que foi enviada do Brasil para os Estados Unidos.
03:04Daqui a pouco a gente traz a manifestação do Dávila.
03:07Agora você, Cristiano Beraldo.
03:09É importante também lembrar a nossa audiência.
03:11Beraldo está com a gente?
03:13Não, Beraldo...
03:14Bom, tá bom.
03:15Daqui a pouco, Beraldo...
03:16Ainda bem que eu tenho o Nelson Kobayashi aqui no estúdio, né?
03:18A gente segue com as análises com o Nelson Kobayashi.
03:22Agora, eu só quero lembrar a nossa audiência.
03:24Tem um aspecto importante.
03:25Porque vocês se lembram daquele anúncio de taxação de 10%.
03:29Pois bem, o governo brasileiro já tinha enviado uma carta para tentar negociar aquela taxação de 10%.
03:35Sabe o que aconteceu?
03:37O governo americano não respondeu.
03:39E aí, Kobayashi, eu queria que você trouxesse também suas impressões para o uso dessa ferramenta.
03:45O envio de uma carta não necessariamente quer dizer que a outra parte receba e tende a responder ou tomar uma decisão a partir do recebimento, né?
03:54Ô, Cacaniato, você sabe que o último endereçado dessa carta é, de fato, o governo dos Estados Unidos.
04:01Os maiores endereçados dessa carta são o grande público brasileiro que se preocupa com a situação.
04:07Em especial, o público afetado.
04:09Estou falando do agronegócio, do mercado do aço, dos mineradores que estão aí atentos e em alerta em relação a tudo que está acontecendo.
04:21E me chama muito a atenção, justamente por ser uma carta com finalidade política, em primeira instância, me chama a atenção de quem é que está assinando essa carta,
04:29que é o vice-presidente Geraldo Alckmin.
04:32Essa crise toda, instalada pelo anúncio de Trump dos 50%, a taxação, os impactos disso, tem se tornado uma grande oportunidade para o vice-presidente de se tornar protagonista.
04:45Até este momento, terceiro ano do governo Lula, em que ele é vice-presidente da República, seria o número dois,
04:51ele ficou como um grande coadjuvante, encostado lá no seu Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
04:58Neste momento, esta crise o dá uma oportunidade de se colocar como protagonista e, claro, também pensando em 2026, em eleições.
05:06Não sei se necessariamente eleições presidenciais, mas o seu nome aparece, inclusive, como sendo cotado para retornar ao governo do Estado de São Paulo.
05:13Ou também para disputar uma cadeira pelo Senado em São Paulo.
05:17Mas é fato que o seu nome, mesmo Geraldo Alckmin tendo se aliado ao PT, tendo ido para o PSB,
05:24o seu nome ainda aparece competitivo aqui no Estado de São Paulo, justamente pelo que se gerou de fruto a partir dos vários anos
05:31em que ele esteve à frente do governo do Estado de São Paulo.
05:34Este é um nome para a gente acompanhar como é que vai pontuar aí nas próximas pesquisas,
05:39depois dessa crise, o nome do ex-governador de São Paulo, atual vice-presidente Geraldo Alckmin, que é quem assina essa carta.
05:46E o Parcísio de Freitas adotando uma postura mais técnica em relação à manifestação dos Estados Unidos.
05:53Deixa eu só retomar com o Luiz Felipe Dávila.
05:56Dávila, quando você desenvolvia a sua análise e teve um problema aí no sinal,
06:01você acabou congelando a imagem e também perdemos o seu áudio.
06:04Vou pedir para rapidamente você retomar a introdução e desenvolver o seu raciocínio, por favor.
06:09Bom, eu dizia que a carta é um instrumento político e não um instrumento de negociação.
06:15A negociação ocorre de maneira pragmática, objetiva, a quatro portas fechadas.
06:21Por quê?
06:22Porque nós temos de negociar alíquotas específicas por setor, como bem disse o COBA.
06:27Nós temos que resolver o problema do suco de laranja,
06:29que é um enorme problema para os Estados Unidos e um enorme problema,
06:32principalmente para os produtores de laranja aqui no Estado de São Paulo.
06:35Tem a questão moveleira, tem a questão...
06:38Carne é uma coisa completamente diferente.
06:40Só 12% da exportação brasileira é carne.
06:43Então, carne, se não tiver muito problema, 12% você realoca para outros mercados e para o Brasil.
06:48Então, é preciso ter uma negociação muito técnica.
06:52E, realmente, é muito bom o protagonismo do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin,
06:57que traz um ar técnico e esvazia esse lado político de Lula,
07:02que foi o causador de tudo isso, principalmente, como bem disse o Kobayashi aqui,
07:06desafiando o dólar como a moeda internacional de negociação.
07:11Aliás, o próprio ministro das Relações Histórias da Rússia disse,
07:15ó, essa ideia aí foi do Lula, não tem nada a ver com os BRICS,
07:18até tirando o corpo fora da Rússia dessa ideia maluca do presidente brasileiro.
07:25E, agora, as pessoas no Brasil começam a sentir no bolso o que será uma taxação de 50% na vida delas.
07:33Além da inflação, além da taxa de juros mais alta, agora vem mais tarifa.
07:38E tarifa, Canhato, é um imposto.
07:41Ou seja, tudo encarece no bolso do brasileiro.
07:45Portanto, é muito bom a negociação técnica a partir do vice-presidente da República,
07:50mas o instrumento utilizado por ele ainda foi um instrumento político.
07:55Então, nós já temos carta do vice-presidente, carta do presidente,
07:58carta do ministro, do presidente dos STF.
08:01Vamos parar de escrever carta e negociar para valer cada setor,
08:06para tentar salvar a indústria brasileira, o agronegócio,
08:10dessa tarifa de 50% que poderá começar a vigorar no dia 1º de agosto.
08:16Pois é, nós lembravamos, inclusive, a nossa audiência no programa de ontem,
08:19que setores da indústria tinham defendido que o governo solicitasse uma prorrogação,
08:26ou pelo menos o adiamento da implementação dessa tarifa por três meses, por 90 dias.
08:30Mas nessa carta não consta essa informação.
08:33Então, o governo brasileiro aposta, vai para o tudo ou nada,
08:37vai tentar resolver ainda nesse mês de julho.
08:40A ver.
08:41Você, Beraldo, o que achou dessa carta, dessa manifestação do governo brasileiro,
08:46que a gente pode esperar?
08:49Peneto, é uma carta que coloca ali a expressão de indignação,
08:55diz que o Brasil estava fazendo esforços para melhorar,
08:59ou para dialogar sobre possíveis melhoras de comércio entre os dois países e tal,
09:04mas ela não traz nenhum evento conclusivo,
09:08nenhuma...
09:09Enfim, e sequer é assinada pelo presidente da República.
09:12Assina o vice-presidente e o ministro das Relações Exteriores.
09:15Então, a gente vê que é um ato que talvez ela tenha uma importância simbólica,
09:24e eu não sei se essa importância simbólica é para ajudar a resolver,
09:30ou simplesmente é, no momento em que o presidente da República não assina,
09:34é para colocar ainda uma...
09:37dar um tapinha de luva de pelica, para dizer,
09:40olha, esse é um assunto subalterno para a gente,
09:43que o presidente está magoado com o Trump e não vai tratar.
09:48Então, tem que entender o que de fato está por trás disso aí.
09:52Agora, não vai ser essa carta que vai resolver alguma coisa.
09:54É preciso atos concretos.
09:57Esse assunto agora é um assunto que virou uma prioridade máxima para o Brasil
10:02e virou um assunto nos Estados Unidos também.
10:04O presidente Donald Trump sendo perguntado por diversas vezes sobre esse tema.
10:08Então, esse é um assunto que precisa ser tratado.
10:11Chegou o momento dele ser tratado.
10:13Se ficar nessa de dizer,
10:14ah, mas olha, eu perguntei para você e você não me respondeu,
10:17se ficar nessa cobrança pública,
10:19não vai colaborar para o encaminhamento de uma solução.