As Forças Armadas de Israel atacaram nesta quarta-feira (16) a cidade de Damasco, capital da Síria, abrindo uma nova frente no conflito no Oriente Médio. Segundo o Exército israelense, a ofensiva foi uma resposta aos confrontos entre soldados sírios e membros da minoria drusa, que vive em regiões de ambos os países. Apresentador: David de Tarso Reportagem: Luca Bassani Comentaristas: Carla Brandão, Gustavo Mesquita, Hugo Rocha e Mano Ferreira
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00:00E por falar em guerra, Israel lançou um ataque contra Damasco, capital da Síria.
00:04As forças israelenses vêm realizando ofensivas como parte até mesmo do compromisso de proteger a minoria drusa que vive no país.
00:13Vamos então agora com o Luca Bassani para entender mais detalhes sobre esse ataque.
00:19Muito bom dia, Luca.
00:21Bom dia a você, David, a todos que nos acompanham aqui no Morning Show.
00:25É a cidade de Damasco, o local onde nós estávamos, nossa Jovem Pan News, no mês passado, foi atacada pelo exército de Israel no seu quartel-general.
00:34Essa teria sido uma resposta, segundo o ministro da Defesa Israelense, Israel Katz, aos ataques, ou pelo menos à entrada do exército sírio na região drusa, no sul do país, a região de Al-Sueida.
00:47Essa que é uma das minorias étnicas que nós temos na região do Levante, seja no Líbano, na Síria e também em Israel.
00:55Um povo que é considerado árabe na sua língua, na sua etnia, mas não é muçulmano, tem uma comunidade muito mais fechada e, inclusive, é muito leal dentro dos países onde vivem, leal ao governo.
01:08No caso de Israel, inclusive, muitos membros da IDF, do exército israelense, são drusos.
01:13E, portanto, eles acabam tendo todo esse respaldo do primeiro Benjamin Netanyahu e do ministro da Defesa, que disseram que não vão aceitar nenhum tipo de violência sectária, violência religiosa dentro da Síria, país vizinho de Israel.
01:29Não podemos nos esquecer também que as colinas de Golã, essa região montanhosa que fica entre Israel e a Síria, é internacionalmente reconhecido como território sírio, mas ocupada por Israel há muitas décadas.
01:40Aquilo que a gente vê que, desde a queda de Bashar al-Assad, no final de 2024, nós temos um novo governo de caráter também fundamentalista sunita, afinal, Mohamed Al-Shara,
01:54Ahmed Al-Shara, perdão, ele era também um membro da antiga Al-Qaeda e muitas minorias religiosas têm sido perseguidas.
02:01Os alauítas, os cristãos, os drusos, e essa vem a ser a resposta de Israel, que bombardeou, inclusive, quando acontecia uma reportagem ao vivo dentro da capital Damasco.
02:14Até agora a gente não vê nenhuma resposta por parte dos sírios, eles, obviamente, ainda enfraquecidos por conta da guerra civil.
02:20Não sei se teriam capacidade de responder imediatamente aos israelenses, mas fato é que mais uma frente de batalha parece estar aberta, talvez seja apenas um alerta, um aviso dos israelenses,
02:32mas observando todas essas guerras ao longo dos últimos anos, há o potencial para mais um conflito dentro do Oriente Médio.
02:41A gente, obviamente, vai ficar monitorando todas as declarações diplomáticas e também as questões militares que se desenrolam nessa região.
02:48Sem dúvida, Luka Bassani, muito obrigado pelas suas informações, trazendo aí o contexto, então, dessa nova ofensiva israelense contra a Síria
02:55e a gente segue monitorando por aqui também. Muito obrigado.
02:59Agora, mano, é impressionante, né, que realmente acaba um conflito, Israel recentemente com o Irã, até a intervenção dos Estados Unidos
03:07e agora, novamente, a gente vendo esses episódios acontecendo.
03:11É bem complicado, porque a gente vê a situação política do Benjamin Netanyahu, basicamente, vem se sustentando no cargo em função dos conflitos.
03:21Ele estava sendo até muito criticado, né?
03:23Aí, depois que teve essa recícola contra o Irã, ele cresceu.
03:27Exato. Nos últimos dias, a imprensa israelense trouxe algumas informações de que, supostamente, teria tido algumas janelas de oportunidade
03:35em que o Hamas estaria disposto a negociar a libertação dos reféns e o governo de Netanyahu teria se recusado a seguir por esse caminho,
03:45ou seja, priorizando mais o conflito do que a libertação dos reféns.
03:50Isso gerou uma repercussão muito grande na própria sociedade israelense, que, claro, tem a libertação de todos os reféns como a prioridade máxima.
03:58A gente está falando de que pessoas vítimas de terroristas possam voltar para as suas casas depois de tantos anos de sequestro.
04:08Isso devia ser a prioridade máxima de qualquer governante.
04:12Então, é realmente complicada a situação política em Israel, porque o governo está se equilibrando para tentar continuar no poder
04:24num contexto de tantas desgraças que se abatem sobre aquela região.
04:30Inclusive, eu estou um pouco preocupado com o Fabrício Neitz, que está em Israel, inclusive, fazendo a cobertura especial.
04:35Vou até mandar uma mensagem para ele aqui, enquanto o Hugo Rocha fala.
04:37É preocupante a gente ver, como o Mano disse, uma pessoa que se sustenta no poder
04:42utilizando da vida de pessoas comuns, de civis.
04:46Isso é preocupante.
04:48Com relação a esse ataque recente, a imprensa local da Síria, de Damasco, perdão, disse que o palácio presidencial
04:58foi atingido, mas o governo israelense não se manifestou ainda com relação ao ataque.
05:05É uma pena que vidas de pessoas comuns sejam utilizadas para a sustentação de um político.
05:13A gente vê isso não só no quesito Israel, mas na Rússia também, se a gente lembrar um pouquinho.
05:21O Putin sofria isso um pouco antes dele iniciar a guerra lá com a Ucrânia.
05:26Agora, é interessante também que o diálogo hoje é estabelecido com base naquele que tem mais capital,
05:32que tem mais poder aquisitivo.
05:34O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem imposto medidas.
05:36A gente repercutiu ainda há pouco essa questão da OTAN, dizendo,
05:39olha, se vocês continuarem negociando, eu vou impor ainda mais taxas.
05:43que é o que mexe no bolso, de fato.
05:45Então, isso também, você acaba impedindo que a guerra avance,
05:49caso você tenha mais capital, né, doutor Mesquita?
05:54É, o que a gente assiste aí é a utilização de todas as armas possíveis,
05:59todos os recursos, dentro desse novo formato, muitas vezes, de conflito,
06:03que envolve as guerras assimétricas, envolve terrorismo,
06:07e envolve, de outro lado, as armas comerciais também que vêm sendo utilizadas.
06:11Preciso lembrar sempre, a importância da gente dividir os erros de um governo dos erros de uma nação.
06:19Netanyahu, que pese, se estiver cometendo qualquer erro, qualquer excesso,
06:23é difícil a gente opinar, porque a gente está falando aí de um país
06:26que é cercado por inimigos que pretendem ver a própria destruição desse outro país,
06:32que é Israel.
06:32Mas, se houver excesso, tem que ser condenado, tem que ser reprovado.
06:36Agora, de outro lado, a gente tem lá o povo israelense, o povo judeu,
06:40o povo que não é só formado por judeus, outras etnias, outras religiões que lá convivem,
06:45harmonicamente, inclusive, dentro do país, que tem o seu direito de existir.
06:50E, de outro lado, países, muitas vezes, utilizando organizações terroristas que escravizam,
06:56utilizam, como, por exemplo, na Palestina, o Hamas, que utiliza a população palestina
07:02como escudo humano, tentando destruir toda uma nação,
07:06todo o direito de um povo existir, como o povo israelense, e isso tem que ser observado.