- há 5 dias
Com o conflito entre Israel e Irã entrando no sexto dia e ganhando proporções globais, os Estados Unidos avaliam uma possível intervenção direta. Mas quais seriam as consequências disso para o mundo? O professor de Relações Internacionais Lucas Leite analisa os possíveis desdobramentos da entrada americana na guerra.
Apresentador: André Marinho
Comentaristas: David de Tarso, Henrique Krigner, Mano Ferreira e Priscila Silveira
Entrevistado: Lucas Leite
Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/T_5CEy_9uiI
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NotíciasTranscrição
00:00Temos a presença também, sempre agregadora, sempre importante, da doutora Priscila Silveira.
00:04Já vou te acionando também, querida.
00:05Mas não sei antes, eu vou trazer mais um personagem aqui para a bancada do Morning Show,
00:09para o palco do Morning Show, para agregar nessa discussão,
00:11que é o doutor de Relações Institucionais da FAAP, o professor Lucas Leite,
00:15para nos ajudar a entender melhor as eventuais consequências desse conflito tão sangrento e definitivo.
00:22Tudo bem? Obrigado, Lucas, pela presença.
00:24Afinal de contas, queria ouvir aqui o teu, abri-á-las,
00:26a gente ponderando aqui, imaginando quais podem ser os impactos para o mundo
00:31se realmente o Donald Trump resolver agir em prol de Israel de uma forma mais enérgica,
00:35mais frontal, mais, enfim, ostensiva, né?
00:38Como é que você está vendo esse dilema todo? Bom dia.
00:42Bom dia.
00:42Concordo bastante com o que foi comentado anteriormente,
00:45que se trata de um dilema que o Donald Trump tem nesse momento,
00:49mas que indica, na verdade, uma escolha que não é fácil.
00:52Se nós pensarmos em tudo que foi defendido por Donald Trump durante todo o período da campanha,
00:57naqueles cinco meses intensos, um dos grandes elementos que foi levantado
01:02foi justamente essa ideia de que os Estados Unidos não devem,
01:05não podem arcar com os custos políticos, militares, econômicos, de mais conflitos.
01:10Nós temos, na prática, dois conflitos que Donald Trump diz que acabaria em menos de uma semana,
01:15em menos de 30 dias, que é a Israel e a Ucrânia,
01:18e a própria invasão da Palestina, o genocídio cometido por Israel.
01:23Então, o que nós temos no momento?
01:24Dois grandes conflitos que ainda não acabaram
01:27e a possibilidade dos Estados Unidos terem que se envolver em mais um,
01:31que nesse caso seria muito mais complicado,
01:34justamente porque envolve muitos atores ali na região,
01:37um ator nuclearizado,
01:38e justamente a ideia de que esses outros atores na região
01:42também têm capacidade militar, capacidade de se envolver
01:45e de criar um mecanismo que possa gerar uma guerra regional
01:49que, por sua vez, possa se tornar um pouco maior.
01:52Não acredito na possibilidade de que esse conflito
01:54será maior que uma guerra regional.
01:57Acho que o custo envolvido para todos os países ali da região é muito alto.
02:01A gente pode perceber que a China já tem se movimentado diplomaticamente.
02:05A Rússia tem feito o mesmo na defesa do Irã.
02:09Disse que, a depender do tipo de envolvimento de outros países,
02:12ela também se envolverá.
02:13Donald Trump sabe disso e a última coisa que ele precisa nesse momento
02:17é diminuir ainda mais a sua popularidade,
02:20já justamente diminuída por conta de uma série de elementos
02:23ligados a questões internas, como a migração,
02:25como a questão dos preços,
02:27como a questão principalmente da incapacidade de aprovar projetos
02:32no Congresso Internacional.
02:35E por isso, essa chamada à guerra dentro dos Estados Unidos
02:39não tem sido muito bem vista, tanto por elementos da extrema-direita
02:44ligadas ao MAGA, ao Make America Great Again,
02:47quanto também a republicanos mais tradicionais,
02:50quanto a uma parte dos democratas que preferem se abster desse tipo de conflito
02:55e querem focar em elementos mais focados nas negociações e na diplomacia.
02:59E claro, vale a pena a gente sempre reforçar aqui, né, doutora Priscila,
03:03que o Irã realmente a gente está se referindo aqui
03:05a um país com uma população de 85 milhões de pessoas,
03:08uma tradição cultural, militar, religiosa, riquíssima,
03:12mas que vive aí sob o julgo de uma teocracia completamente ultrapassada,
03:16retrógrada, decrépita, decadente,
03:19que segue, parece que nessa lente, nessa ótica,
03:23de uma guerra fria ainda, né,
03:25enquanto toda a vizinhança ali vai se modernizando,
03:28buscando lucro e parcerias,
03:30parece que o Irã segue fixado aí na bala,
03:33como de uma forma muito dogmática, religiosa
03:35e, eu diria até, perigosa como a gente está vendo.
03:38É um grande dilema, queria ouvir a tua opinião
03:40sobre tudo que a gente já repercutiu,
03:43mas também ficar à vontade aqui para fazer a próxima pergunta para o professor.
03:45Sim, bom dia Marinho, aos meus colegas e a toda a nossa audiência.
03:49Marinho, a gente percebe ali uma questão ligada a um pouco do ódio.
03:52Na verdade, a gente observa que essa guerra não é só uma questão territorial, né,
03:57é existencial, questão ligada a, como disse aqui,
04:01o Kriegner, de ódio de retirada de pessoas,
04:05de material bélico.
04:07Então, não envolve só território,
04:09não envolve só, né,
04:10ai, quero desfazer de todas as pessoas ali de Israel.
04:14Envolve territorial bélico, ódio com pessoas
04:17e, na verdade, eu quero aqui dizer uma coisa que eu li,
04:21que o Ali, né, ele disse assim, ó,
04:24não vamos, a ameaça dos Estados Unidos,
04:26para a gente, é como se fosse uma pólvora.
04:28Não adianta os Estados Unidos querer vir aqui, né,
04:31ameaçar, que a gente não tem medo de ameaça.
04:34Então, vocês diziam aqui sobre o Trump, né,
04:36e muito me preocupa essa fala do Trump.
04:39O professor Lucas disse que o Trump é uma medida que se esperava,
04:42dele não retroagir, sim, colocar ali a ameaça,
04:45mas, de outro lado, o Irã não se contentou com essa ameaça.
04:49Ele disse, com todas as letras,
04:51que essa ameaça, eles não têm medo de ameaça
04:53e que isso não seria o fim da guerra,
04:55já que os Estados Unidos queriam a redenção total do Irã.
04:58Então, quando ele fala que vai avançar,
05:01se esperava, então, que tivesse um pouco de medo do Irã,
05:03ou que ele realmente devolvesse ali
05:05aquelas pessoas que estão, na verdade, os reféns.
05:09E, ali, nesse momento, trouxe, na verdade,
05:12um efeito, entendido por mim, meio rebote.
05:14Não foi a contento.
05:16Agora, eu tenho uma pergunta para fazer, professor Lucas,
05:18que a gente não observa, professor Lucas.
05:20Eu posso fazer a pergunta?
05:21Deve, por favor.
05:22Como que está aí, tem sido o papel da ONU?
05:25Se a ONU, ela está tentando mediar,
05:27se tem essa contenção da guerra,
05:29se tem algum preceito aí diplomático,
05:31algum esforço diplomático verdadeiro
05:35para poder conter, fazer a contenção dessa guerra?
05:39Obrigado pela pergunta.
05:41É verdade, né?
05:42A gente tem se perguntado muito das instituições internacionais,
05:45em que medida essas organizações,
05:47elas têm ajudado a construir um ambiente de negociação,
05:50um ambiente de paz.
05:52Infelizmente, tudo aquilo que é relacionado a Israel
05:54nos últimos 40 anos,
05:55tem sido vetado pelos Estados Unidos,
05:57no Conselho de Segurança,
05:59e também eles votam negativamente
06:00nas decisões e resoluções da Assembleia Geral.
06:03Então, as condenações internacionais já existem.
06:06Os mecanismos legais também já existem.
06:09Quando houve esse ataque de Israel,
06:10houve uma violação, portanto, do artigo 51 da Carta da ONU,
06:14e houve também uma violação, obviamente,
06:17da Resolução 242,
06:19porque Israel manipulou, portanto,
06:20esses elementos jurídicos,
06:22esses dois princípios jurídicos,
06:25para legitimar o que ele fez, na verdade,
06:27sendo uma agressão.
06:29Então, na prática,
06:30o direito internacional já está sendo aplicado.
06:33O problema é que,
06:34quando a gente fala em relações internacionais
06:36sobre a lógica do poder,
06:37a lógica do poder é muito difusa.
06:39Ela depende de fatores econômicos,
06:42jurídicos, políticos,
06:43de diversas maneiras.
06:45E, por isso mesmo,
06:46a ONU também é refém dos elementos desse poder.
06:49Uma vez que o Conselho de Segurança
06:51é formado por atores
06:52que não conseguem gerar consenso
06:54sobre uma série de elementos,
06:56esse Conselho de Segurança e a própria ONU,
06:58portanto,
06:59perdem sua capacidade de atuar diretamente no conflito.
07:02Isso significa que,
07:04de alguma forma,
07:05outros países têm que buscar,
07:07de forma minilateral ou plurilateral,
07:09ou seja,
07:10sem a lógica do multilateralismo,
07:12que é o que é focado pela ONU,
07:14soluções possíveis.
07:15Isso também,
07:17a gente deveria imaginar,
07:18que tem que envolver, portanto,
07:20Irã, Israel, Estados Unidos,
07:22outros países da região
07:24que possam servir de mediação,
07:26mas também a própria China,
07:27até países que têm uma neutralidade muito grande,
07:30como o Brasil ou mesmo a Austrália,
07:33que têm uma capacidade de buscar o diálogo
07:35e de tentar construir mecanismos
07:37para uma diplomacia que seja mais efetiva.
07:41Mas, infelizmente,
07:42depender das instituições internacionais hoje
07:44não é uma opção.
07:45A gente segue aqui com o professor Lucas Leite,
07:48professor de Relações Internacionais da FAP.
07:50Papo aqui, mais do que necessário,
07:52agregando e muito.
07:53Não sei antes,
07:53fazer um rápido break, tá, professor?
07:54E para todos nos ouvindo,
07:55sintonizados na rede Jovem Pan de Rádio Morning Show,
07:57vai para um rápido break
07:58e volta já, já.
08:00Já vou assinando aqui,
08:01Fabrício Neto,
08:01que vai à vontade aqui para a próxima pergunta.
08:04Professor, primeiramente,
08:05bom dia,
08:06é um prazer falar com o senhor aqui.
08:07A gente tem visto hoje
08:08uma manifestação do Ayatollah Ali Khamenei,
08:11muito importante,
08:13que não foi ele que se manifestou,
08:15na verdade, né?
08:15Ele fala através de um terceiro,
08:19uma pessoa,
08:19falou em nome de Ali Khamenei hoje,
08:22ele disse que o Irã não vai se render,
08:24que as ameaças americanas
08:25não vão fazer diferença
08:26nos pensamentos da nação iraniana.
08:30Dá para a gente dizer que o Irã,
08:31ele está pronto para cair atirando nesse conflito?
08:34Ou é uma retórica de Khamenei
08:37que pode acabar sendo superada
08:40nos próximos dias?
08:43Olá, obrigado pela pergunta.
08:46Eu acho que, nesse caso,
08:47a gente tem que dar um passo atrás
08:48na ideia de que,
08:49como vocês disseram,
08:51o Irã é um país que tem
08:52poder militar muito grande,
08:54um poder econômico,
08:55é bom a gente lembrar disso,
08:56não é um país pequeno,
08:58não é um país com economia simples,
09:00pelo contrário,
09:01é um país que hoje gera tecnologia,
09:03que tem inovação,
09:04que tem boas universidades,
09:06que tem uma vida cotidiana
09:07parecida com a nossa.
09:09Claro, nós temos todas essas questões
09:11envolvendo os elementos morais,
09:13religiosos, ideológicos
09:15do regime dos ayatolás.
09:17Contudo, o que a gente pode perceber
09:19é que é um país que se desenvolve muito.
09:21Portanto, é um país que tem,
09:23além disso tudo,
09:23uma história muito grande.
09:25Junto dessa história,
09:26um elemento de um orgulho.
09:28E esse orgulho, portanto,
09:29é assim como existe o orgulho
09:31dos israelenses em relação
09:33ao seu território,
09:33à sua história,
09:34os brasileiros em relação ao seu país,
09:37dos americanos com o seu excepcionalismo,
09:39os iranianos têm relação a si mesmos,
09:41a sua nacionalidade,
09:43a todo o seu contexto histórico.
09:45Além de tudo,
09:46a gente tem que pensar o seguinte,
09:48a gente, quando fala
09:49do sistema internacional,
09:50nós estamos trazendo
09:51um elemento chamado soberania.
09:53E a soberania no sistema internacional,
09:54ela deve ser inviolável.
09:56Então, nenhum Estado
09:57tem legitimidade ou poder
09:59para, de fato,
10:00fazer uma agressão aos demais.
10:02A única forma de usar
10:04de forças armadas
10:05ou da força armada
10:06em relação ao país a outro
10:08é quando há o princípio
10:09da legítima defesa.
10:11Então, quando há um ataque armado
10:13de um país em relação ao outro.
10:14O Irã, nesse caso,
10:16a gente percebe
10:16que houve uma tentativa
10:18nos últimos anos
10:18de construir novamente
10:20um acordo nuclear.
10:21Isso aconteceu durante
10:22o governo Obama
10:23e ficou próximo
10:24de acontecer novamente
10:25nos últimos meses.
10:29E, na prática,
10:29a gente não conseguiu
10:30chegar nesse acordo novamente
10:31pela via diplomática,
10:33pela via dos acordos,
10:34pela via da negociação.
10:37Então, o Irã,
10:38nesse sentido,
10:38a gente não pode dizer
10:40que houve um ataque
10:41armado em relação
10:42a algum outro país.
10:44Não estou entrando
10:44no mérito aqui
10:45de outros momentos.
10:46Estou falando
10:46desse momento agora.
10:47E Israel, portanto,
10:49agiu de forma preventiva,
10:50o que não tem lastro
10:52no direito internacional,
10:54atacando o Irã.
10:55O Irã se cede
10:56e fala que vai atender
10:57a todas as questões,
10:59ele abre mão,
11:00praticamente,
11:00da sua soberania
11:01e ainda assim
11:02não tem a certeza
11:04de que não será atacado
11:05ou de que não buscarão
11:06mudança de regime
11:07no seu país.
11:08Portanto,
11:08essa postura mais altiva,
11:10essa postura que coloca
11:11um posicionamento firme
11:13em relação à sua soberania,
11:14portanto,
11:14de defesa do seu território,
11:16do seu povo,
11:17ela condiz com aquilo
11:18que o país representou
11:19nas últimas décadas.
11:21É um país que se coloca
11:22ali enquanto elemento
11:23de contestação
11:25do status quo
11:26relacionado principalmente
11:27à presença
11:27dos Estados Unidos
11:28e de Israel.
11:30Não acho que os ayatolás
11:31mudarão o discurso
11:33nesse momento.
11:34Eles têm uma capacidade
11:35militar, sim,
11:36de atingir Israel
11:37e de aumentar,
11:38portanto,
11:39o tamanho,
11:40escalar esse conflito.
11:41Então,
11:42eles sabem que,
11:43da mesma forma
11:43que eles vão sofrer muito
11:45para a manutenção
11:45da guerra,
11:46Israel também vai.
11:48Então,
11:48de certa medida,
11:49é uma guerra
11:50nesse momento
11:51que supostamente
11:52deveria ter sido
11:53muito rápida.
11:54A ideia era que Israel
11:55venceria isso,
11:56pressionaria o governo,
11:57mas justamente
11:58essa posição altiva
11:59garantiu com que o Irã
12:01permanecesse na jogada.
12:03E não acho que
12:03nos próximos dias
12:04a gente vai ter uma posição
12:05de submissão
12:06ou de retorno
12:07ao que está sendo pedido
12:10externamente.
12:12É isso aí.
12:13A gente agradece muito
12:14o professor Lucas Leite,
12:15professor de Relações Internacionais
12:16da FAP,
12:17agregou muito aqui
12:18no Morning Show.
12:18No momento que a gente está
12:19de volta também
12:19para quem está nos ouvindo
12:20pela Rede Jovem Pan de Rádio,
12:22já dando sequência aqui
12:23ao nosso programa
12:24e à cobertura
12:24dessa guerra
12:25que segue escalando
12:27e tensionando
12:28a cada minuto que passa.
12:29Então, professor,
12:30obrigado pela presença.
12:32Eu que agradeço.
12:33Bom dia.
12:35Proponho que a gente
12:35siga aqui explorando
12:36todos esses contornos,
12:38dilemas, fatores,
12:39enfim, como tudo
12:40impressionante,
12:41como tudo se interrelaciona.
12:43Não tenho nenhuma
12:43saída fácil
12:44para todos os agentes
12:46envolvidos
12:46nessa encalacrada
12:48histórica
12:49que a gente está
12:49repercutindo aqui.
12:50Fabrício,
12:51olhando adiante,
12:52o que você acha
12:53mais relevante,
12:55pelo menos no curtíssimo prazo,
12:56nos próximos dias,
12:57algum movimento
12:57que para você
12:58pode ser definitivo
12:59de um lado ou do outro?
13:00Olha, a gente teve
13:01hoje a manifestação
13:02vinda do jornal Haaretz,
13:04o israelense Haaretz
13:06afirmando que fontes
13:07confirmaram que o Irã
13:08estaria prestes
13:09a fechar
13:10o Estreito de Hormuz
13:11caso a guerra
13:12tenha algum tipo
13:13de escalonamento
13:14e isso mexe muito
13:16com o conflito.
13:17Se isso acontecer
13:18de fato,
13:19aí eu acredito
13:19que nós podemos ver
13:20outros países
13:21mergulhando de cabeça
13:23nessa questão
13:23para tentar resolver
13:25esse problema.
13:2630% de toda a produção
13:27de petróleo mundial
13:28é escoada por ali.
13:30Então,
13:30se você tiver
13:31um fechamento
13:31do Estreito de Hormuz,
13:32isso mexe não só
13:33com a produção de petróleo,
13:34com a exportação
13:35de petróleo,
13:36melhor dizendo,
13:37do Irã,
13:38mas também
13:38da Arábia Saudita,
13:39do Catar,
13:40do Bahrein,
13:41do Kuwait,
13:43vários países
13:44que estão ali
13:45no Golfo Persa
13:45e que teriam
13:47a sua exportação
13:48abalada.
13:49Isso mexe
13:49com a cadeia global.
13:50ontem a gente estava
13:51ouvindo aqui o Torinho
13:52falando como que isso
13:52mexeria, por exemplo,
13:54com os juros nos Estados Unidos
13:55e, consequentemente,
13:56com os juros aqui no Brasil.
13:58E diante de um cenário
13:59internacional
14:00tão apertado
14:02financeiramente,
14:04politicamente também,
14:06e aí falando
14:06das questões internas
14:07de cada país,
14:09isso mexeria muito
14:10com a forma
14:11como a comunidade
14:12internacional
14:12está olhando
14:13para esse conflito
14:14entre Israel
14:15e Irã
14:16e a forma
14:17como eles vão
14:17exercer uma pressão
14:18para que um acordo
14:19seja encontrado
14:20o quanto antes.
14:22Isso mexe
14:22definitivamente
14:23com todo
14:24o tabuleiro
14:25geopolítico,
14:27principalmente
14:28ali da região.
14:29Muitas manifestações
14:30estão vindo
14:31também agora
14:32da Rússia
14:33que tem tentado
14:34se posicionar
14:35um pouco mais firme,
14:36mas que ainda não...
14:37Mas com certo
14:37distanciamento ainda.
14:38Com certo distanciamento
14:39e sem a legitimidade
14:41internacional
14:42para atuar
14:42de cabeça
14:43nessa questão.
14:44Acho que é aí
14:44que está o grande problema.
14:46Então a gente pode ter
14:47vários pequenos
14:48peões ali
14:51sendo mexidos
14:52nesse tabuleiro
14:53que vão acabar
14:53afetando o jogo
14:55como um todo.
14:56Não é nada
14:56muito simples aí.
14:58E só para fazer
14:58um paralelo,
14:59um eventual
15:00fechamento do
15:00Estreito de Ormuz
15:01pode significar
15:02uma crise do petróleo
15:04semelhante
15:05à que tivemos
15:05em 73
15:06na Guerra do Yom Kippur,
15:08semelhante
15:09à que tivemos
15:10no período
15:10da Guerra do Golfo,
15:11ou seja,
15:12com proporções
15:13econômicas
15:14globais
15:15gigantescas.
15:16Porque a gente
15:17está falando
15:17de uma mudança
15:18de escala
15:20brutal
15:21na disponibilidade
15:23de petróleo
15:24para a economia
15:26de todos os países.
15:27O que significaria
15:28um aumento
15:29do preço
15:30e com isso
15:31inflação generalizada.
15:32E a crise
15:33do petróleo
15:34iniciada em 73,
15:36nos idos de 73,
15:37acabou culminando
15:38no quê
15:38no próprio Irã
15:39em 1979?
15:40Esse ponto
15:41que ia tocar,
15:41a queda do
15:42Chávez Apaleve
15:43em 79
15:43que acaba mexendo
15:44também com o cenário
15:45internacional do petróleo,
15:47quebra a economia brasileira
15:48aqui também,
15:49inclusive,
15:49foi um dos fatores
15:50que ajudou a quebrar
15:51a economia do Brasil
15:51na década de 70.
15:53Então,
15:54nada ali é simples.
15:55Outro ponto também
15:56para a gente ficar de olho,
15:57o que Donald Trump
15:58vai anunciar
15:59nas próximas horas?
16:00Ontem,
16:01a reunião lá
16:02com a cúpula da Casa Branca
16:03foi uma reunião
16:03de uma hora e vinte,
16:04mais ou menos.
16:05Havia até um pré-anúncio
16:06de uma coletiva
16:07que acabou sendo cancelada.
16:08Pois é,
16:09exatamente.
16:10Algumas fontes dizem
16:10que depois da reunião
16:11ele conversou
16:12com o Netanyahu,
16:13mas ainda não teve
16:13nenhum assunto,
16:14nenhuma definição,
16:17nada foi dito
16:17abertamente
16:18sobre o que foi definido
16:19nessa reunião,
16:20se é que alguma coisa
16:21foi de fato definida.
16:22O que a gente sabe
16:23é que se os Estados Unidos
16:24partirem para a guerra
16:25ou mesmo emprestarem
16:26as bombas
16:27que Israel precisa
16:28para neutralizar
16:30as instalações nucleares
16:31iranianas,
16:32isso vai ter uma repercussão
16:33e o Irã vai começar
16:34a olhar para os Estados Unidos
16:35de uma forma diferente
16:37nesse quesito militar
16:38e pode passar
16:39a atacar
16:39ou querer atacar
16:40as bases americanas.
16:42Iraque,
16:43Kuwait,
16:43tem frota ali no Bahrein,
16:45então,
16:45a guerra dificilmente
16:47chegaria,
16:48o Irã jamais não,
16:49mas dificilmente
16:50conseguiria disparar
16:51um míssel
16:52em direção
16:52aos Estados Unidos,
16:53a Nova Iorque,
16:54por exemplo.
16:55Não é isso
16:55que a gente está falando aqui,
16:56mas as bases locais
16:57e isso mexe com muita coisa.
16:59O professor Lucas falou,
17:00os Estados Unidos
17:01já gastaram muito dinheiro
17:02com operações
17:04no Oriente Médio,
17:05muitas delas
17:05que não resultaram
17:06em grandes conquistas
17:08para os americanos,
17:09que não tiveram
17:10um grande efeito
17:11pacificador na região,
17:13mas que deixa o cenário
17:15muito mais tenso.
17:16Então,
17:16a gente precisa olhar
17:17com muita atenção
17:18para o que vai acontecer
17:18nas próximas horas,
17:20porque nada disso é simples.
17:22Claro,
17:22muito longe,
17:23longe disso,
17:23mas uma coisa,
17:25acho que está pacificada
17:27entre todos nós aqui
17:27acompanhando,
17:28que na medida que Israel,
17:29com o apoio dos Estados Unidos,
17:31assumiu o controle total
17:33do espaço aéreo iraniano,
17:34isso é uma baita
17:34de uma estratégia,
17:36de uma vantagem,
17:37melhor dizendo,
17:37uma vantagem comparativa
17:39estratégico-militar.
17:40Então,
17:41e podendo atingir
17:42os seus alvos
17:43com uma certa facilidade,
17:45dominando ali
17:45o espaço aéreo,
17:46claro,
17:47que me soa
17:48que todos os ingredientes,
17:50os astros
17:50estão se alinhando
17:51para realmente
17:52haver uma rebelião interna
17:54e aí sim
17:55o governo
17:56dos Ayatollahs,
17:57enfim,
17:58realmente ruírem
17:58para sempre
17:59e quem sabe
18:00o Irã
18:01ter uma transição
18:01minimamente pacífica
18:03para algo semelhante
18:04a uma democracia.
18:05Será que isso é,
18:06de novo,
18:06uma ilusão ideológica
18:07que na prática
18:08jamais a gente vai ver
18:09acontecer?
18:10Enfim,
18:11é uma leitura otimista.
18:13É possível
18:14ter a leitura pessimista
18:16que é
18:16matar um líder religioso
18:19muitas vezes
18:20alimenta
18:20mais radicalismo religioso.
18:21Mais ressentimento.
18:23Então,
18:23se por um lado
18:25é possível
18:26a gente ver
18:27esse cenário
18:27que você traçou,
18:29por outro lado,
18:30a gente pode acabar
18:31vendo um intervencionismo
18:32que gera
18:33uma piora
18:34das relações
18:36e da tensão
18:37na região.
18:38E tem indícios,
18:38indícios que alimentam
18:39a nossa esperança
18:40nesse sentido.
18:41Acho que
18:42a última eleição
18:43que teve no Irã,
18:4440% dos iranianos
18:46não foram às urnas.
18:47Isso foi um fato inédito
18:48e que assustou
18:49e significou
18:51para muitos analistas
18:52essa questão
18:53de que
18:54a população
18:54está se distanciando
18:55cada vez mais
18:56do regime
18:57e da maneira
18:57como as coisas
18:58têm sido feitas
18:59lá no Irã.
18:59A gente teve também
19:00os recentes protestos
19:01daquelas,
19:02depois da morte
19:03daquela menina
19:04que foi condenada
19:05por não usar
19:06o véu
19:06da maneira correta,
19:08enfim.
19:08E aí tiveram
19:09vários protestos
19:10que geraram
19:10mais violência,
19:11mas também
19:12numa mobilização
19:13da comunidade internacional
19:14para entender
19:16que existem setores
19:17consideráveis
19:18ali
19:19da sociedade iraniana
19:21dizendo,
19:22olha,
19:22nós não queremos mais
19:23esse regime extremista
19:24aqui com a gente.
19:25Então,
19:26quando a gente fala
19:26de Irã,
19:27a gente sempre
19:28menciona isso,
19:29a gente precisa lembrar
19:29que nós estamos
19:30falando de um regime,
19:31não é o povo iraniano,
19:33nós estamos falando
19:33de um regime
19:34que é bastante
19:35controverso,
19:36é avesso aos direitos
19:37humanos,
19:37não respeita os direitos
19:38humanos,
19:39é também controverso
19:40no relacionamento
19:41com outros países,
19:42não só com Israel,
19:43mas com outros países,
19:44e que está perdendo
19:45base dentro do seu país.
19:47Fora as cenas
19:48chocantes de realmente
19:50um engarrafamento
19:50absurdo,
19:52avassalador
19:52ali no centro
19:53de Teherã
19:54com os iranianos
19:55querendo fugir
19:56a qualquer custo
19:56depois do próprio
19:57Donald Trump
19:58ter dado esse recado
19:58claro.
19:59Enfim,
19:59situação super dinâmica,
20:01altamente imprevisível,
20:03e realmente as próximas
20:04horas podem ser
20:05definitivas,
20:05eu diria até históricas,
20:07na medida que a gente
20:07vai acompanhando isso
20:08no detalhe,
20:09trazendo para vocês
20:09aqui ficarem bem
20:10informados na programação
20:11da nossa Jovem Pan.
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1:57:06