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O professor de ciências comportamentais Luiz Gaziri trabalhou por 16 anos como executivo antes de se dedicar a estudar e ensinar as evidências científicas do comportamento humano para melhorar decisões corporativas. Nesta entrevista ao Podcast oa!, ele fala sobre o livro 'A Arte de Enganar a Si Mesmo' (Alta Books), apresenta dados e conceitos que ajudam a entender por que as pessoas se fecham em suas bolhas e explica os malefícios da polarização política para a saúde.

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Transcrição
00:00E eu também dou uma outra disciplina chamada Mindset de Mudança, que fala muito do que a gente tratou hoje aqui também, se eu tenho uma crença, como é que eu vejo se essa crença é verdadeira ou não, né, essa dificuldade que nós temos para mudar de opinião, para dar o nosso braço a torcer e falar, puxa, fiz uma besteira, eu vou para esse lado aqui, então é toda a parte de psicologia cognitiva que nós chamamos, né, como que a gente toma decisões ali, como que o nosso cérebro toma decisões,
00:27tem toda uma questão evolucionária, né, o nosso cérebro é uma máquina de milhões de anos atrás, a vida dos nossos ancestrais era completamente diferente da nossa e não teve uma atualização desse sistema, né, então o que acontece é que nós temos bugs no nosso cérebro, os nossos ancestrais tem certos atalhos, né, que a gente chama de heurísticas, que são atalhos mentais que ajudam a tomar uma decisão mais rápida e geralmente a decisão é certa,
00:53só que no mundo de hoje, se a gente usar essa heurística, esse atalho mental, a gente vai tomar uma decisão errada, né, então um exemplo desse é o viés da disponibilidade que a gente chama, viés da disponibilidade é quão facilmente vem algumas informações da minha cabeça, então para os nossos ancestrais,
01:10se eu vivo numa comunidade ali que tem um rio perto da tribo que eu vivo e eu já me banhei naquele rio várias vezes, já tomei água lá, já pesquei lá e nunca vi um jacaré naquele rio, né, na minha cabeça, me banhar ali naquele rio, tranquilo, é uma decisão certa, né, raramente vai ter um ataque de jacaré ali,
01:33então a gente se aproximava daquele rio, se em outra comunidade, né, tinha ataque de jacaré frequente ali, né, falava, opa, tem que ficar longe do rio, porque ali, cara, eu já vi várias vezes pessoas sendo atacadas, eu tenho que me manter ali,
01:47tá disponível a informação de que tem jacaré naquele rio, e então a gente via a realidade da nossa tribo, da nossa galera ali, né, as nossas decisões eram baseadas na realidade,
01:57tem jacaré ou não tem jacaré naquele rio, quando a gente começou, né, a se juntar em grupos maiores, formar cidades, etc, e depois veio o advento da mídia,
02:06hoje em dia eu não escuto só ataque de jacaré na minha tribo, eu escuto notícia de ataque de jacaré em todas as outras tribos do mundo,
02:15isso faz com que essa informação se torne mais disponível na minha cabeça, e aí eu vou evitar de me banhar num rio, me pescar num rio, que não tem nada lá,
02:22tá tranquilo, mas eu evito, porque tá disponível na minha cabeça esse tipo de informação, então toda essa parte de polarização política
02:30tem tudo a ver com viés da disponibilidade, tanto que a repetição, né, o repetir certos jargões, repetir certas frases,
02:39que os nossos políticos são expertos nesse tipo de coisa, e lá na campanha, né, da segunda guerra mundial, né, toda propaganda nazista,
02:48repetição é uma coisa que tem que ser feita pra manipular a massa, isso faz com que a gente fique com essa informação disponível
02:56na nossa cabeça, né, e a gente comece a acreditar que tem jacaré onde não tem, né, o grande é um perigo.

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