- ontem
O programa Meio-Dia em Brasília desta terça-feira, 11, fala sobre o levantamento da Transparência Internacional que aponta o Brasil com o pior desempenho no índice de percepção da corrupção nos últimos anos.
Em 2024, o Brasil ficou na 107º posição. O país está empatado com Argélia Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia.
Além disso, o programa também fala sobre o novo aceno do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, aos réus dos atos de 8 de janeiro e sobre o tarifaço de Donald Trump.
Meio-dia em Brasília traz as principais informações da manhã e os debates que vão agitar o dia na capital federal e do mundo. Assista na TV BM&C, nos canais 579 da Vivo, ou 547 da Claro, além do SKY+.
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Em 2024, o Brasil ficou na 107º posição. O país está empatado com Argélia Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia.
Além disso, o programa também fala sobre o novo aceno do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, aos réus dos atos de 8 de janeiro e sobre o tarifaço de Donald Trump.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, boa tarde, sejam todos
00:16muito bem-vindos ao Meio de
00:18em Brasília, um programa do
00:19portal O Antagonista, exibido
00:21também na TV BMC. Hoje é
00:23terça-feira, onze de fevereiro
00:25de dois mil e vinte e cinco, eu
00:26sou José Inácio Pilar e esses
00:27são os nossos destaques.
00:29Com Lula, Brasil alcança a pior
00:31posição em índice de percepção
00:34da corrupção. Bolsonaristas
00:36querem esvaziar atribuições da
00:38justiça eleitoral. Trump cumpre
00:41promessa e taxa, aço e alumínio
00:43em vinte e cinco por cento. Os
00:46novos movimentos da anistia aos
00:48réus de oito de janeiro. Este é o
00:51Meio de em Brasília. O resumo do
00:55meio do dia para você ficar por
00:57dentro de tudo que acontece no
00:59país. Contrariando o discurso do
01:03governo Lula e do PT, o ministro
01:05da defesa José Múcio Monteiro
01:06sugeriu na segunda-feira dia dez
01:08a soltura dos inocentes de quem
01:11teve menor envolvimento nos atos
01:14de oito de janeiro de dois mil e
01:16vinte e três para ajudar a
01:17pacificar o país. Para ele, na
01:20hora que você solta um inocente ou
01:21uma pessoa que não teve um
01:23envolvimento muito grande no oito
01:24de janeiro, é uma forma de você
01:26pacificar o país. A fala foi
01:29dada no programa Roda Viva da TV
01:32Cultura. Vamos ouvi-lo. Eu tô louco
01:34pra saber quem foram esses
01:35organizadores pra eles aí ter a pena
01:37máxima. Eu preciso. E pra falar
01:41mais sobre esse assunto, vamos à
01:42Brasília com Wilson Lima, que tem
01:44um convidado especial para o quadro
01:46bastidores do meio-dia.
02:02Boa tarde pra vocês, Inácio, boa
02:03tarde pra você que nos acompanha
02:05aqui no canal BMC News e também
02:06aqui em O Antagonista. Estou ao
02:08lado do ex-vice-presidente do
02:10senador Hamilton Mourão. Senador,
02:13eu quero começar justamente com
02:14essa questão do oito de janeiro. O
02:16senhor concorda com a fala do
02:18ministro da da defesa? O senhor
02:20acredita que essa pauta pode
02:22avançar aqui no congresso ao longo
02:23do ano de dois e vinte e cinco?
02:24Boa tarde pro senhor, seja bem
02:25vindo ao meio de Brasília. É, boa
02:27tarde Wilson, boa tarde a todos. Eu
02:29concordo plenamente com a posição
02:32expressa pelo ministro Múcio.
02:35Ministro Múcio, né, com a sua
02:36característica de ser um homem
02:38ponderado, conciliador, né, ele
02:41tem perfeita noção daquilo que
02:44aconteceu no dia oito de janeiro e
02:46não a gente ficar perdido nessa
02:47guerra de narrativa. Nós temos dois
02:50aspectos muito claros aí. Um aspecto
02:53é a tradição do nosso país de anistia
02:55por questões políticas, né, cuja mais
02:58recente é a anistia ocorrida em
03:01mil novecentos e setenta e nove. Mas ao
03:02longo da história, seja no período do
03:05império, seja no período da república,
03:07outros processos de anistia ocorreram. E
03:10mais ainda, a gente quando compara os
03:13acontecimentos do dia oito de janeiro,
03:15aquele quebra-quebra, né, que foi uma
03:18baderna, que péssima para a imagem do
03:22país, né, e para aquilo que nós
03:23queremos nos apresentar como um povo
03:26civilizado, mas outras badernas
03:29ocorreram, né, em dois mil e dezesseis,
03:31dois mil e dezessete, teve uma invasão
03:33aqui do Itamaraty, Itamaraty todo
03:35quebrado, ninguém foi preso, ninguém
03:38foi condenado a dezessete anos, então
03:40penas absurdas, como a da senhora que
03:43escreveu, perdeu uma nena na extrato
03:45da justiça e está condenada aí a
03:46quatorze anos de cadeia. Então, para mim
03:49só tem uma solução para reverter isso
03:52aí, a solução política e a solução
03:54política é a anistia.
03:55Só acredita que essa pauta, ela pode
03:57avançar aqui no Congresso, porque o
03:59presidente da Câmara, Hugo Mota, ele
04:01já deu sinais, se quiser perder dele,
04:03avança. Davi Alcolumbre, aqui no Senado,
04:07pelo menos nesse momento, não se
04:08manifestou sobre o tema, ele tem sido
04:10reticente a falar qualquer coisa.
04:13Pelo que você já conversou com os
04:14colegas parlamentares, nessa nova gestão
04:16Davi Alcolumbre, você acredita que essa
04:18pauta, ela tem alguma chance de avançar
04:21ao longo do ano de 25 ou para 26?
04:24É, óbvio que será colocada uma
04:26discussão forte, né? Acredito que a
04:30Câmara seja mais fácil até a evolução
04:32do tema, aqui no Senado, vejo um pouco
04:36mais de reticência sobre o tema da
04:38anistia, mas compete a nós, que
04:40acreditamos nela, convencermos os
04:43nossos colegas de que o melhor para o
04:45país, num momento como esse, é a gente
04:48baixar as armas e entendermos que nós
04:51não somos inimigos, somos apenas
04:53adversários políticos e nada melhor para
04:55que isso aconteça, é um processo de
04:57anistia. São Paulo, tem alguma pergunta, Rodolfo?
05:00Queria sim perguntar para o senador,
05:02boa tarde senador, eu queria saber a
05:04opinião do senhor sobre a ligação
05:07dessa anistia, especificamente aos
05:10condenados pelo 8 de janeiro, com a
05:13situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
05:17O senhor acha que uma coisa está ligada
05:18à outra e a anistia a esse pessoal do
05:208 de janeiro tem a ver com a
05:23possibilidade, que aí é uma outra
05:25questão, mas a possibilidade de o Jair
05:27Bolsonaro poder concorrer em 26, isso
05:29faria parte desse movimento aí para
05:32distensionar as forças ou é cada
05:35coisa no seu lugar?
05:38É, eu vejo hoje que o presidente Jair
05:40Bolsonaro está injustamente tornado
05:43ineleregível por uma decisão do
05:46Tribunal Superior Eleitoral, por aquela
05:48reunião que ele realizou com os
05:51embaixadores e para comentar a respeito
05:53do posicionamento dele sobre o processo
05:55eleitoral no Brasil e posteriormente
05:57pelaquela questão do 7 de setembro de
05:592022. É uma punição tanto quanto forte
06:03para os fatos que ocorreram. No entanto,
06:07ainda tem processos que o presidente
06:09está submetido e óbvio que esses
06:11processos estão todos ligados com essa
06:13questão do 8 de janeiro a partir do
06:15momento que se construiu uma narrativa
06:17aqui no país, que existiu efetivamente
06:19uma tentativa de derrubada do Estado de
06:22Direito no nosso país. Portanto, eu
06:25considero que essa anistia, ela vai
06:27abranger também uma possível
06:29condenação futura do presidente
06:30Bolsonaro.
06:32Você acredita que a questão da ficha
06:33limpa, que está lá na Câmara, ela tem
06:35alguma possibilidade de avançar aqui no
06:37Senado, essa redução, essa possibilidade
06:40de redução do prazo de ineligibilidade
06:42ou acredito que não?
06:43Olha, eu vejo com uma certa dificuldade
06:47porque vamos lembrar o seguinte, há um
06:49projeto que estava sendo relatado pelo
06:51senador Everton, ano passado, que abrangia a
06:54questão do momento do início da contagem
06:57da ineligibilidade.
06:59Passou pela CCJ, veio para o plenário e
07:00ficou embargado.
07:01E no plenário não teve voto, foi
07:04retirado, né? Então ele não mexia no
07:06tempo de ineligibilidade, mexia apenas na
07:09contagem do prazo e isso era muito
07:11importante para a eleição do ano passado
07:13para alguns candidatos a prefeito e
07:15terminou não sendo aprovado isso.
07:16portanto eu vejo que agora terá que haver
07:20uma mudança, né? Total de visão sobre
07:23essa questão. Sempre lembrando que a
07:25lei da ficha limpa foi uma lei de
07:27iniciativa popular e ela nasce na
07:29esteira das condenações do mensalão no
07:31ano de 2010. Até então a ineligibilidade
07:34era de três anos, se eu não me engano,
07:36passou para oito. Portanto é um assunto
07:39que vai ser discutido. Agora, hoje no
07:41Senado eu vejo isso com uma certa
07:42dificuldade.
07:43Deixa eu mudar um pouco de assunto, falar
07:45um pouco de economia, meus caros
07:47colegas aí de São Paulo, porque é o
07:48seguinte, o Rodolfo, você tem algum
07:50questionamento sobre a questão do
07:51ficha limpa ou eu posso avançar para a
07:52economia já? Pode avançar, o
07:54senador já deixou claro que essa é uma
07:56outra questão, né?
07:59Tá certo. Deixa eu entrar na economia,
08:01por quê? Porque aqui do ladinho, aqui do
08:03lado, eu só preciso ter uma ideia aqui da
08:04localização, eu estou aqui em frente ao
08:06plenário do Senado, no Salão Azul.
08:08Aqui do ladinho está a sala da
08:10presidência do Senado, onde daqui a
08:11pouco, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
08:14vai conversar com o Fernando Haddad sobre a
08:16pauta econômica do governo Lula,
08:19principalmente sobre o projeto de isenção
08:21do imposto de renda de até cinco mil
08:22reais. Senador, eu conversando com
08:25parlamentares da Câmara na semana
08:27passada, eles me falavam que o seguinte,
08:28Wilson, todo parlamentar quer aprovar a
08:31isenção na faixa do imposto de renda, o
08:33problema não é o projeto, o problema é o
08:35que o governo vai entregar. Eu só acredito
08:38que o governo vai conseguir entregar algo,
08:41vai conseguir fazer um corte, vai conseguir
08:42cortar na própria carne para entregar
08:44esse benefício, ou você acha que isso
08:47ainda é um sonho de uma noite de verão
08:50do Instagram do PT? Olha, isso,
08:52lamentavelmente, né, o governo do
08:54presidente Lula, ele nasceu com uma
08:55ideia errada, né, o presidente Lula, ele
08:57entra nesse governo com os olhos postos
09:00há 20 anos atrás e o país mudou muito e
09:03o nosso orçamento federal, ele foi
09:05totalmente engessado ao longo desse
09:07período. Ele recebeu um abono de 160
09:10bilhões de reais, que foi aquela PEC da
09:12transição e a partir daí largou num
09:15gasto que resulta na situação que nós
09:19estamos vivendo, o governo não tem mais
09:20fôlego, então eu vejo com muita
09:22dificuldade essa questão dele conseguir
09:24essa isenção do imposto de renda para
09:26quem ganha até 5 mil, beleza, né, o pessoal
09:30vai gostar disso, mas ele tem que
09:32compensar. Como vai compensar com aquela
09:34tributação dos mais ricos, vai taxar
09:37dividendo, que é uma discussão que tem
09:39há não sei quanto tempo aqui no país e
09:41não avança, então eu vejo com muita
09:43dificuldade para o governo conseguir
09:45fazer avançar essa pauta dele.
09:47E também tem a questão dos militares, que
09:48é sempre um ponto, né, Vral, acho que toda
09:50vez que se toca nesse assunto há uma
09:52discussão ampla sobre esse tema, não é?
09:55Olha, a questão dos militares, né, foi um
09:57assunto muito mal colocado, né, esse
09:59pacote, que o mini pacote de, vamos dizer
10:03assim, fiscal do governo, que no final das
10:05contas, pelo que eu tenho visto, não vai
10:07resultar em nada, porque os gastos
10:10extras que estão entrando, principalmente
10:11ainda temos essa questão do pé de meia
10:13para resolver, vai anular todo aqueles
10:1728 bilhões que se pretendia economizar
10:19com esses recursos, com essas medidas que
10:22foram aprovadas no final do ano passado.
10:25E a questão do sistema de proteção
10:27social dos militares, o que eu vejo a
10:29economia ali colocada é pífia, né, é
10:32muito barulho para pouca coisa.
10:34Você é coisa de 3, 4 bilhões, se não
10:36me engano, né, senador?
10:37Quando muito, quando muito, porque o
10:39cálculo não está apresentado em nenhum
10:40momento. Eu, conhecendo o sistema como
10:42funciona, fui secretário de economia e
10:45finanças do exército, né, eu sei que
10:48aquilo que o governo está querendo
10:50colocar é mais fumaça do que fogo.
10:53Me parece, senador, que eu acho que
10:54antes de apresentar um pacote, eu já
10:56tentava avançar numa pauta econômica,
10:57me parece que o governo também
10:58precisaria, de fato, é, é, é, dar um
11:01entendimento para a sociedade de que, de
11:03fato, ele quer cortar gastos. Eu estou
11:05falando especificamente de gastos, como,
11:07por exemplo, com a primeira-dama e por
11:09aí vai. Você acredita que esse sinal, se o
11:11governo desse esse sinal, uma pauta
11:13econômica até mais restritiva, seria
11:15mais fácil de avançar aqui no Senado e na
11:17Câmara?
11:18Parece que a gente sabe que aqui no
11:20parlamento, né, benesses, todo mundo
11:22quer fazer, né, isso é uma realidade.
11:24E o governo tem que compreender, e o
11:27conjunto da sociedade brasileira tem
11:29que compreender, que se atingiu o
11:32limite da capacidade de extração de
11:34recursos da sociedade para que o
11:38governo, em todas as instâncias,
11:40consiga funcionar. Não tem mais como
11:43extrair recursos da sociedade. E o
11:45governo tem que se adaptar para buscar
11:47fazer o que ele precisa fazer com
11:50aquele recurso que está colocado na
11:51mão dele. E, lamentavelmente, o governo
11:54do presidente Lula, ele fez uma coisa
11:56inversa. Ele, em vez de guardar nos dois
11:59primeiros anos para gastar nos dois
12:01últimos, ele fez ao contrário. E agora
12:03ele está num beco sem saída.
12:04E só para fechar, senador, já te
12:06agradeço muito pela entrevista e pela
12:07sua disponibilidade.
12:10Impeachment.
12:11Há chances de que um processo de
12:14impeachment seja desencadeado na Câmara e
12:16aqui no Senado?
12:17Olha, eu sempre digo que impeachment é
12:19uma decisão muito grave. Eu não vejo
12:22hoje, né, um clamor das ruas, para que
12:25isso acontecesse, teria que haver clamor
12:27da rua, não há clamor da rua. Já
12:30passamos mais da metade do governo do
12:32presidente Lula e ele agora, ele tem
12:35que ir abraçado nessas, nos erros que
12:37ele cometeu até dois mil e vinte e
12:39seis. Espero que consiga, né, óbvio que
12:44o parlamento apoiaria, né, tomar as
12:47decisões e as medidas necessárias para
12:49tentar colocar um pouco esse trem de
12:53volta no trilho, para que a gente
12:55consiga chegar em dois mil e vinte e
12:56seis com a inflação sob controle e com a
12:59dívida pública também sob controle.
13:01Rodolfo, alguma última pergunta, querido?
13:04Já que você perguntou isso sobre a
13:07situação do Lula, eu queria perguntar só
13:09para o senador, para terminar, a situação
13:11da oposição. Como é que a oposição chega
13:13em vinte e seis? Como é que esse caminho
13:15está sendo percorrido, senador? Olha,
13:18Rodolfo, o que eu vejo hoje é a
13:20oposição, ela está dividida, né? A
13:23oposição, ela espera o seu grande
13:25líder, que é o presidente Bolsonaro e
13:27ninguém pode fugir, né, dessa visão de
13:30que o presidente Bolsonaro é o grande
13:31líder, né, de oposição e da direita que
13:35existe no nosso país e nós temos quatro,
13:39cinco candidatos aí passíveis, né, de
13:41concorrer em excelente situação em
13:43dois mil e vinte e seis, mas eu afirmo,
13:45temos que estar unidos, teremos que nos
13:47unir em torno do nome, né, que se o
13:51presidente Bolsonaro não puder concorrer,
13:53o nome que nós temos que unir, seja
13:56Caiado, seja Ratinho, seja Tarcísio,
13:59seja Zema, tem que haver uma composição,
14:01porque a gente colocando um nome desses
14:05de peso e o nosso apoio, eu tenho
14:07certeza que nós venceremos a eleição.
14:09Tarcísio é plano B?
14:10O Tarcísio, ele é o nome falado no
14:14momento, né, é um gestor consagrado, é um
14:18político hábil também, né, apesar de
14:20não ter essa, toda essa trajetória dentro
14:22da política, mas tem revelado a sua
14:24habilidade e é um grande nome.
14:27Senador Hamilton Morão, muito obrigado
14:29pela participação aqui no Meio de
14:30Brasília, te agradeço mais uma vez pela
14:32oportunidade de sua conversa, espero
14:34contar com a sua presença aqui no nosso
14:35programa em outras oportunidades.
14:37Agradeço aí, Wilson, Rodolfo, né, um
14:40bom trabalho aí a todos e um grande
14:42abraço.
14:44Entrega para São Paulo, meus queridos.
14:46Obrigado, Wilson. E eu já pergunto para o
14:49Rodolfo, quebrei aqui a câmera que estava
14:52indo para lá, voltei para cá, quebrei a
14:53mão do nosso editor.
14:55Meu caro Rodolfo Borges, voltando um
14:58pouco ainda sobre esse tema, digamos
15:00assim, militar, tivemos a fala do José
15:04Múcio, atual ministro do Lula, mas ele
15:08se comportou bastante como um talvez um
15:10ex-ministro do Bolsonaro, defendendo
15:13pautas bastante impopulares com o atual
15:15governo. Como é que você vê essa dualidade
15:18de comportamento, não digo do Múcio, mas
15:21do governo que ele representa, porque
15:23afinal ele é coerente com as ideias que
15:24ele sempre defendeu, mas não pega bem
15:27com o atual governo, talvez um pouco
15:29melhor com o anterior.
15:30É, acho que o Múcio talvez nunca tenha
15:32sido tão claro, Inácio, sobre aquilo que
15:34ele já vinha falando, ele já vinha, o Múcio
15:36tem esse espírito aí de entendimento e
15:40ele está do lado, ele faz o lado militar
15:43no governo Lula e foi para isso que ele
15:46foi colocado ali e fez de novo, só que
15:48eu acho que ele, de fato, ele nunca tinha
15:50feito de uma forma assim tão contundente,
15:53perimptória, né, de deixar claro desse
15:55ter esse distensionamento possível a
15:59partir da anistia a alguns, e ele fala
16:03alguns, ele não fala todos, né, ele tem
16:05mais cuidado, porque o problema é que
16:08todos os condenados ali do 8 de janeiro,
16:11eles foram meio que condenados juntos.
16:13Não tem muito uma diferenciação entre uma
16:16conduta e outra e quando tem, mesmo
16:19quem pegou ali 17 anos, aqueles primeiros
16:21julgamentos que a gente pôde acompanhar,
16:23porque vamos lembrar que o STF fez lá 3, 4
16:25julgamentos públicos dos primeiros
16:27condenados do 8 de janeiro e depois
16:29mandou tudo para o plenário virtual,
16:31porque estava pegando mal também a forma
16:33como os julgamentos transcorreram, não
16:36só porque os advogados protestavam muito
16:38em relação às penas, como porque aqueles
16:42primeiros condenados, em alguns casos,
16:44não tinha nem a prova de que eles chegaram
16:46a depredar alguma coisa, teve gente que
16:48saiu da sua cidade, foi para lá, pegou um
16:50ônibus, como o próprio Hamilton Mourão
16:52falou, e estava passando por ali e acabou
16:56participando do quebra-quebra da
16:57baderna e foi condenado a 17 anos por
17:00tentativa de golpe de Estado.
17:03Então assim, ele faz esse papel dos
17:05militares no governo Lula, você falou
17:08que parece um ex-ministro do governo
17:10Bolsonaro, a gente pode até falar que ele
17:12parece um ex-ministro do governo Lula,
17:14porque vamos lembrar que o Múcio estava
17:16para sair, não saiu, acabou ficando,
17:17estamos na expectativa ainda de que ele
17:18saia, mas foi bem relevante aí o que ele
17:21disse, de fato, no governo Lula não deve
17:25ter caído muito bem não.
17:26De fato, isso inclusive pode acelerar esse
17:29processo de tomada de decisão quanto à
17:32continuidade dele.
17:33Bom, vamos continuar acompanhando também
17:35esse tema e para você que está conosco,
17:37vamos fazer um rápido intervalo de dois
17:39minutos, mas a gente fez uma pergunta já no
17:42nosso chat de O Antagonista no YouTube e a
17:44pergunta é muito simples. Quem é o culpado
17:48principal pela corrupção no Brasil? Lula, o
17:51Congresso, o STF ou o crime organizado?
17:54Responda no YouTube e voltamos em dois
17:58minutinhos.
18:02E para você que continua com a gente no
18:04YouTube, responda aqui a nossa enquete,
18:07quem é o principal culpado pela corrupção
18:10no Brasil? É o Lula? É o Congresso? É o STF?
18:13Ou é o crime organizado? Infelizmente, não
18:17tem como colocar nenhuma das anteriores ou
18:19todas as anteriores, mas enfim, são as
18:21opções que temos aqui, dessas quais você
18:24acha que é a resposta mais aproximada.
18:27Vamos lá que ao final do último bloco, é
18:30quase um café pelando, como está dizendo
18:32aqui o pessoal, né? Que eu faço no meu
18:34programa, para quem não sabe, além do
18:36meio-dia em Brasília, eu apresento toda
18:38quinta-feira, uma da tarde e sábado, às
18:42quatro da tarde, um programa de
18:43entretenimento, nada a ver com política,
18:45nada a ver com economia, só temas leves de
18:47entretenimento, mas eu sempre faço na
18:49edição de sábado uma pergunta chamada
18:51café pelando, com perguntas difíceis de
18:55escolher, bem, bem difíceis de escolher e
18:58essa é uma delas, qual que você acha que
19:00seria? Só que lá não é com viés político,
19:03aqui é, você acha que é o Lula, é o
19:05Congresso, é o STF ou é o crime
19:07organizado? Quem é o principal culpado
19:09pela corrupção? Vamos ver agora o que
19:11é que vocês estão dizendo aqui no
19:13nosso chat, você que já deixou o seu
19:15like, já deixou a sua curtida, o seu
19:17joinha aqui embaixo, quer dizer, aqui
19:19embaixo, bem aqui na altura de onde eu
19:21tô apontando, tem um joinha, é só você
19:24clicar nesse joinha que você estará
19:27dando a sua contribuição para o nosso
19:29canal crescer cada vez mais. Também se
19:31inscreva no nosso canal, porque isso
19:33mostra que você realmente gosta do
19:35canal, não custa nada. Vamos ver o que
19:37que vocês estão falando aqui. Adriana
19:40Araújo, da Boa Tarde a Todos, está
19:42punk a enquete hoje, difícil, vou
19:45perder um pouco, vou pensar um pouco
19:47para responder, disse ela. O Congresso,
19:50diz o Eric, é a maior culpa, pois tem
19:52o poder de decidir e fiscalizar seus
19:54pares. A própria Constituição Federal
19:56cita muito bem o Congresso como poder
19:59fiscalizador. Já Soraya Mergulhão
20:02disse que o governo Lula tá tão ruim
20:04que em breve vão dar razão pro pessoal
20:06de oito de janeiro. Eles vão acabar
20:08sendo inocentados. Bom, vamos voltar
20:10agora com o segundo bloco, mas ainda
20:12dá tempo de deixar o seu like, a sua
20:14curtida e se inscrever no canal.
20:18Voltamos com o Meio Dia em Brasília,
20:20um programa do Portal O Antagonista
20:22exibido também na TV BMC. E o
20:25deputado federal Hélio Lopes, um dos
20:27principais aliados de Jair Bolsonaro,
20:29apresentou um projeto de lei para
20:31esvaziar as funções da justiça
20:33eleitoral. Pelo dispositivo, ele
20:36determina uma ineligibilidade somente
20:39que seria decretada caso ela estivesse
20:42vinculada a uma condenação criminal.
20:46Algo bem específico. A lei, em teoria,
20:48beneficia, adivinha quem? Jair
20:50Bolsonaro, que foi alvo de duas
20:52condenações no Tribunal Superior
20:54Eleitoral e esvazia a função da
20:57justiça eleitoral responsável por
20:59declarar ineligibilidade com base em
21:01atos de improbidade administrativa e
21:04também crimes eleitorais. Vamos mais
21:07uma vez com Wilson Lima e eu
21:09pergunto, parece que mais uma frente
21:12para tentar ter, tornar o Jair
21:14Bolsonaro elegível nas eleições de
21:16dois mil e vinte e seis. Vários
21:18flancos.
21:19É, meu amigo, sabe, para a frase, lembra
21:23de novo, né, vamos trazer para o nosso
21:25programa aquele filósofo brasileiro
21:27chamado Galvão Bueno, não é, meu
21:28caro? Lembra quando o Galvão Bueno,
21:30ele, naquele fatídico jogo do sete a
21:33um, em determinado momento do jogo, ele
21:36solta a seguinte frase, perdeu o
21:38respeito, meu amigo. É, agora virou,
21:42abriram agora a porta do inferno e agora
21:44virou um ataque ostensivo em relação
21:46à lei da ficha limpa, mas para explicar
21:48isso com calma, nós estamos aqui com o
21:51doutor Marlon Reis, que é o, que é o
21:55homem por trás da lei da ficha limpa, o
21:57homem que criou a lei da ficha limpa, o
21:59homem que é uma das maiores autoridades
22:01do direito eleitoral no país. Doutor
22:03Marlon Reis, seja muito bem-vindo ao
22:04Meio Dia Brasília.
22:10Acho que estamos sem o som do doutor
22:12Marlon. Opa. Agora sim, agora sim,
22:16perfeito. Doutor Marlon, boa tarde.
22:17Muito obrigado, uma honra estar com
22:19vocês aqui. O que é que eu posso ser
22:21útil? É só me dizer.
22:23Doutor Marlon, é assim, eu quero
22:25começar pelo final, eu quero começar
22:26por esse novo projeto de lei, né? Eu
22:28conversando ontem com alguns
22:30especialistas em direito eleitoral,
22:31o que eles me falam? Wilson, o grande
22:33problema nessa proposta, quando você
22:34vincula uma possibilidade de
22:36ineligibilidade a um crime, a uma
22:38legislação penal, a uma condenação
22:40criminal, você, na prática, esvazia a
22:44justiça eleitoral. A justiça eleitoral
22:45praticamente não teria mais condição de
22:47decretar ineligibilidade, no máximo
22:49poderia determinar uma cassação de
22:51mandato, mas sem o efeito da
22:52ineligibilidade. É por aí mesmo, doutor?
22:56É isso mesmo. Na verdade, é um outro
22:58projeto de lei que propõe uma outra
23:00redação para atingir o mesmo objetivo,
23:03que é tornar inócuo o dispositivo
23:05sobre abuso de poder. A condenação por
23:09abuso de poder é uma das hipóteses de
23:11decisões não criminais que levam à
23:13ineligibilidade. O que eles estão
23:15querendo submeter, essa hipótese, é uma
23:18decisão criminal prévia. Só que no
23:21processo eleitoral, o tempo é um. No
23:24processo criminal, o tempo é outro
23:26completamente diferente. A lógica de
23:27recursos, em virtude da possibilidade de
23:30prisão, de aplicação de penas
23:32restritivas de liberdade, é outro
23:34completamente diferente. É impossível
23:36terminar um processo desse durante um
23:37mandato. Então não haverá
23:39ineligibilidade. Na verdade, muda-se para
23:45tentar retirar totalmente a eficácia do
23:50dispositivo legal.
23:52Doutor, e sobre a lei da ficha limpa,
23:54quer dizer, você teve esse movimento, tem
23:56esse movimento aqui na Câmara de uma
23:57redução do prazo de ineligibilidade de
23:59oito para dois anos, propósito que
24:01inclusive nós publicamos aqui em
24:04primeira mão. Doutor, na prática, se essa
24:09proposta passa, né, se você reduz para
24:13dois anos a ineligibilidade, os efeitos
24:15da ineligibilidade, qual vai ser a
24:17principal consequência para a política
24:19brasileira? Você abre uma janela para
24:23que a impunidade seja a regra e não
24:26exceção hoje, quando se fala de crimes
24:28eleitorais?
24:29Essa aprovação de uma lei com esse
24:32prazo de dois anos levaria ao retorno
24:36à elegibilidade de todos os já
24:38condenados por abuso de poder
24:40econômico e político até agora. É uma
24:42isenção aí, uma liberação, um
24:46liberou geral, efetivo. Não fica um só
24:49ineligível para 2026. Quem quer casos, e
24:53os casos são gravíssimos, nós estamos
24:54falando de compra de votos, de suborno
24:58dos eleitores, nós estamos falando de
25:00desvio de verba pública para finalidade
25:02eleitoral. São casos de imensa
25:06gravidade, sancionados pela justiça
25:08eleitoral, que se tornariam inóculos,
25:11irrelevantes. É uma anistia ampla, geral,
25:15e restrita aos praticantes de
25:17corrupção eleitoral.
25:19Inácio, o nosso Rodolfo tem alguma
25:20pergunta?
25:21Como é que se chegou, Marlon Reis, a
25:27esse prazo de oito anos de
25:29elegibilidade? Porque o, por exemplo, o
25:32presidente da Câmara, Hugo Mota, ele
25:34disse, ele classificou esse período como
25:36uma eternidade para os políticos. Por que
25:39oito anos?
25:42O fato é que é muito importante lembrar
25:45de onde isso surgiu. Antes da lei da
25:47ficha limpa, o prazo era de três anos.
25:52Era por isso que ninguém ficava
25:53inelegível no país. Porque, olha, três
25:56anos, dá na mesma. Se você é candidato
25:58hoje a deputado e é declarado praticante
26:01de abuso de poder político, econômico, na
26:04próxima eleição para deputado você já
26:06pode participar. Era isso que nós tínhamos.
26:08Isso era ridículo. Isso levou a
26:11mobilização do Brasil a agir. Esse foi o
26:14principal fator. Então, quando nós
26:18reunimos centenas de entidades no
26:21movimento de combate à corrupção
26:22eleitoral, naquela época eram mais de
26:2460 organizações nacionais, só que nós
26:26consultamos muitas outras que não eram
26:28do NCCA, chegamos a um prazo consensual
26:30de oito anos, que é um prazo mais do que
26:32razoável. Porque a inelegibilidade, ela
26:34tem que ter um fator de desestímulo.
26:37Se ela não representa um fator real de
26:39desestímulo, ela não tem razão de ser.
26:41Então, oito anos significa três eleições
26:45sem participar. E isso não é uma
26:47eternidade. Isso é uma consequência para
26:52atos gravíssimos, que são aqueles que
26:55estão lá na lei da ficha limpa. Só para
26:56ter uma ideia, nós tivemos a ponderação de
26:58excluir crimes de menor potencial
27:00ofensivos. Se alguém é condenado por um
27:02crime de menor potencial ofensivo, não
27:05fica inelegível, nem um dia. Crimes de ação
27:08penal privada, que são esses que partes
27:10particulares litigam, por exemplo, em
27:13relação a crimes contra uma, não gera
27:14inelegibilidade. Foram só casos graves.
27:18E, para isso, esse pensamento de que oito
27:21anos era um prazo bastante razoável,
27:24contagiou a sociedade brasileira, que
27:26apoiou, e convenceu o próprio
27:28parlamento, que aprovou isso, por
27:30unanimidade, e o Supremo, que declarou
27:33totalmente constitucional.
27:34Doutor, eu tenho uma pergunta em
27:38relação justamente a essa visão atual.
27:42Por que que você acha que, como é que
27:44você vê, aliás, essa situação onde
27:47partidos dos mais diversos espectros
27:49políticos, de repente, ficaram contra a
27:53lei ficha limpa? Uns mais vocais,
27:55outros menos, mas todos, no fim das
27:57contas, parecem concordar em uníssono
28:00que ela deve mudar, mudar para,
28:03convenhamos, pior, justamente para
28:05diminuir as chances de punibilidade.
28:08Como é que você vê esse movimento
28:10que, infelizmente, alastra-se para os
28:13dois lados, os dois espectros
28:15políticos?
28:16Essa observação é muito boa e muito
28:18verdadeira. Isso se dá pelo fato de que
28:21a lei é eficiente. Paradoxalmente, na
28:24sociedade, eu ouço muitas pessoas
28:25dizendo, a lei da ficha limpa deveria ser
28:27muito mais dura. Na verdade, a lei da
28:30ficha limpa é extremamente eficiente e
28:33é por isso que ela tem tantos adversários
28:34em todos os aspectos do espectro
28:38político, todos os âmbitos do espectro
28:40político. Por quê? São dois tipos de
28:43pessoas, de movimentos que atingem um
28:48deputado, por exemplo, para ele se
28:50sensibilizar pela necessidade de mudar
28:52a lei da ficha limpa para reduzir esses
28:54prazos. Um é quando ele próprio corre o
28:57risco, porque muitos respondem a processos
29:00que podem levá-los a ineligibilidade. E
29:04outro, eu acho que ainda é mais recorrente,
29:06que atinge quase todos, que são pessoas na
29:08base eleitoral desse deputado, que é um
29:13ex-prefeito com contas rejeitadas, que é
29:16um condenado por improbidade, que é
29:18condenado numa ação penal por crime
29:20contra a administração pública e que
29:22exerce uma pressão atroz sobre os
29:24deputados que eles ajudam a eleger. São
29:26essas pessoas, esses líderes locais que
29:28elegem os deputados federais e eles ficam
29:30cobrando isso dos parlamentares. É por
29:33isso que alcança tantos, sensibiliza
29:35tantos deputados. Sem o apoio político
29:38que a lei da ficha limpa de fato tem,
29:41ela já teria ido para o ralo há muito
29:44tempo.
29:46Tá certo. Doutor Malo Reis, muito obrigado
29:48pela participação aqui no Meio de
29:49Brasília e espero contar com a sua
29:50presença em outros episódios do nosso
29:52programa. Grande abraço. Pode contar
29:54sempre comigo, fique à vontade, uma
29:56honra estar com vocês.
29:59Eu já pergunto para o Rodolfo Borges
30:01que está aqui com a gente. Rodolfo, você
30:04vê que esse movimento de desidratação
30:07da lei ficha limpa, sobretudo pelo
30:11silêncio da população, a gente vê que
30:13os parlamentares estão falando, estão
30:14tentando normalizar, dizer que isso na
30:16verdade é o normal, isso que deveria ser
30:18defendido e a gente não está vendo uma
30:20oposição forte a isso, né? Nas redes
30:22sociais, nas mídias, é esse esse projeto
30:27tem chances cada vez maiores de colar e
30:30portanto de diminuir a eficiência da
30:33ficha limpa justamente pelo silêncio da
30:35população que é a mais afetada pelos
30:37entre aspas impunidos, pelos afastados da
30:40política? É, parece que sim, porque para
30:43que a população se animasse em relação ao
30:46tema, teria que ter pelo menos algum
30:47político mais vocal contra a mudança e
30:51não tem. Eu só vou chamar atenção para o
30:54fato de que o senador Milton Mourão e
30:57acho curioso ali, ele mostrou ali algum
31:00constrangimento, algum, ele não está muito
31:04nessa mesma vibração de derrubar a lei da
31:07ficha limpa, até porque ele disse que no
31:08Senado uma alteração que foi tentada
31:11recentemente não vingou. Agora, tudo
31:14depende do clima político, de fato. E ali
31:18pela perspectiva do Mourão, o caminho
31:21para o Bolsonaro seria melhor via anistia,
31:24porque ele já viu que, ele calcula que
31:27uma anistia poderia pegar inclusive a
31:29condenação futura que o Bolsonaro pode
31:32ter ainda. Mas realmente, assim, não é um
31:35tema ficha limpa, vamos ver como a coisa
31:37vai se desenvolver a partir do debate que
31:39se instalar no Congresso, mas ainda não
31:41está causando tanto incômodo, assim,
31:44aparentemente, na população.
31:46Pois é. Bom, como eu sempre falo no final
31:49de um assunto tão importante, nós vamos
31:51continuar acompanhando para ver os
31:52desdobramentos disso. E para você que
31:55está nos assistindo, vamos fazer um
31:57rápido intervalo de dois minutinhos e
31:59voltamos já já falando de um assunto
32:02bastante interessante que é pauta
32:05internacional. Continue com a gente.
32:07E para você que continua com a gente,
32:16peço para você deixar registrado o seu
32:18like aqui embaixo, a sua curtida, o seu
32:21joinha, que fica bem aqui embaixo nessa
32:23tela e também para você deixar conosco a
32:26sua inscrição no canal, que é outro
32:28botãozinho simples. É só clicar um cada
32:30vez pronto, não tem que preencher nada,
32:33não dá autorização para nada, é muito
32:35simples e fácil você curtir, dar o seu
32:38joinha aqui embaixo para o meio-dia em
32:41Brasília e também se inscrever no
32:43canal de O Antagonista. Eu também
32:45peço para vocês responder a nossa
32:47enquete, enquete elaborada aqui pela
32:49nossa equipe que pergunta, quem é o
32:51principal culpado pela corrupção no
32:53Brasil? É o Lula? É o Congresso? É o
32:57STF? Ou é o crime organizado? O que é que
33:02você acha? Responda aqui embaixo enquanto
33:04eu vou ler as falas de vocês aqui no
33:07nosso chat. A Carlin Oliveira diz que o
33:10doutor Marlon é ótimo. Ana Mota diz
33:14que Bolsonaro se apresentado com o maior
33:17político dos acordos para se
33:19favorecer, né? E a Soraya Mergulhão
33:21diz, pergunta pro doutor Marlon, agora
33:23já foi, como a lei da ficha limpa
33:26existe se a Dilma não perdeu seus
33:28direitos eletivos e temos um
33:30condenado por corrupção ex-presidiário
33:32na presidência? Só na letra do papel?
33:36Pois é, no caso dos dois, ambos, digamos
33:38assim, aqui está a lei ficha limpa, eles
33:40contornaram a lei ficha limpa, seja por
33:43uma questão de timing, seja por uma
33:45questão que o STF, no caso da Dilma,
33:48julgou que ela não seria afetada pela
33:51ineligibilidade. Então, são casos muito
33:54específicos. Wilson Lima.
33:57Não, só pra explicar a questão da Dilma, né?
33:59Porque o que acontece? A ineligibilidade da Dilma não foi
34:01decretada por uma decisão do Senado, tá?
34:04Houve acordo aqui entre Renan Calheiros e
34:05Ricardo Lewandowski.
34:06Ah, então tá isso. Aí está sempre preciso
34:09nas suas colocações, Wilson Lima trazendo
34:11informação no detalhe. E agora vamos voltar
34:15para o terceiro bloco, mas antes, você já
34:19sabe, deixa aqui o seu like, o seu
34:21joinha e se inscreva no canal, não custa
34:24nada.
34:29Voltamos com o Meio de Em Brasília, um
34:31programa do portal O Antagonista, exibido
34:33também na TV BMC. Sob o governo Lula, o
34:37Brasil registrou seu pior desempenho no
34:39índice da percepção de corrupção
34:42produzido anualmente pela Transparência
34:44Internacional Brasil. Em dois mil e
34:46vinte e quatro, o Brasil ficou na
34:48centésima sétima posição. O país está
34:52empatado com a Argélia, Malawi, Nepal,
34:56Níger, Tailândia e Turquia. Em relação a
34:59dois mil e vinte e três, o Brasil perdeu
35:02três posições. Em dois mil e vinte e dois,
35:04último ano do governo Jair Bolsonaro, o
35:06Brasil ficou na nonagésima quarta
35:09posição. A melhor posição do país,
35:12foi entre dois mil e doze e dois mil e
35:14quatorze, quando o Brasil ficou em
35:16sexagésimo nono lugar. A
35:18controladoria geral da União emitiu
35:20uma nota e disse que os dados abrem
35:22margem para distorções. Vamos ver a
35:25nota da CGU. O uso do IPC para
35:29embasar debates públicos pode levar a
35:32distorções alimentando narrativas que
35:35minam a confiança nas instituições
35:37democráticas. O índice se baseia em
35:40pesquisas com grupos específicos como
35:43empresários e não representa a percepção
35:46geral da população. Além disso, vários
35:49eventos mencionados no relatório como
35:51fatores negativos para o Brasil ocorreram
35:54após o período de coleta de dados do
35:57índice, o que compromete a coerência da
36:00análise. E agora ele continua. Por outro
36:03lado, avanços concretos não são
36:06devidamente reconhecidos. O Brasil ampliou
36:10sua transparência com melhorias no
36:12portal da transparência, avançou na
36:14rastreabilidade de emendas
36:16parlamentares e lançou o plano de
36:19integridade e combate à corrupção 2020 e
36:212027, com 260 ações estratégicas. Além
36:26disso, a CGU bateu o recorde de
36:29operações contra a corrupção em 2024,
36:32totalizando 20, perdão, 47 ações. E com
36:39isso temos aí a fala da CGU, lembrando
36:42que a CGU é um órgão vinculado ao
36:45governo, o mesmo governo que, me
36:48corrija, Duda Teixeira tem mantido
36:50aqueles decretos de sigilo de 100 anos
36:53para alguns gastos, sobretudo mais
36:55próximos do presidente, não é? Duda Teixeira,
36:58boa tarde. Boa tarde, Inácio. Esse ponto
37:00que você colocou, aliás, é um dos pontos
37:03negativos que a transparência
37:06internacional aponta no relatório. Além
37:08do índice de percepção da corrupção,
37:11eles também publicaram um relatório
37:14específico sobre o Brasil. E essa
37:18mensagem da CGU é uma piada. Parece
37:22que você apontar ali um aumento da
37:25percepção da corrupção no Brasil, não
37:28fez o trabalho direito e mina a
37:29confiança das instituições
37:31democráticas. Sim, mina a confiança, mas
37:34é uma consequência do trabalho que tem
37:37sido feito. E a TI, você não consegue
37:40medir exatamente a corrupção num país,
37:43você só consegue fazer isso medindo a
37:46percepção. Você sai entrevistando um
37:48monte de gente e vai perguntando como é
37:50que você acha que está a corrupção, como é que você acha que está no poder
37:53executivo. E a partir disso você traz essa
37:56percepção que é como as pessoas veem, né? E o que a gente está vendo no Brasil
38:02hoje que explica o fato da gente estar indo ladeira abaixo nesse ranking, né? A gente
38:08começou melhor, estava numa posição que era 69 quando esse ranking começa a ser feito e vai
38:15caindo e agora com o governo Lula cai mais ainda. Uma é que a gente não tem nenhum grande
38:23esforço de combate à corrupção no governo Lula. Até a transparência aponta a influência que tem
38:31hoje no governo de empresários condenados por corrupção que conseguem fazer reuniões dentro do
38:39ministério, conseguem se encontrar com o presidente Lula, eles citam no relatório os irmãos Batista
38:47da JIF, que conseguiram vários benefícios dentro do Ministério de Minas e Energia,
38:53de Minas e Energia, perdão, os sigilos que você citou, as emendas, o uso das emendas parlamentares
39:03para comprar apoio no Congresso, a manutenção do ministro da comunicação Juscelino Filho,
39:11que foi indiciado por corrupção, mantido no governo Lula. Então a transparência bota muito bem ali
39:19a culpa tanto do Lula quanto do Congresso quanto do STF. Então está tudo muito bem ali embasado.
39:28O STF cita, por exemplo, as decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli, que absolveu a Odebrecht
39:36e a JF de pagarem as multas. O Toffoli, aliás, que a esposa, Roberta Rangel, foi advogada da JF.
39:46Então tudo está ali muito bem embasado e explicado. E é óbvio que o brasileiro vê a corrupção acontecendo,
39:53não vê nenhum esforço para combater esse mal que é histórico aqui no Brasil.
40:01E aí tem essa percepção que acaba aumentando.
40:06Wilson, essa percepção é mais, se a gente for pensar, é mais um ingrediente negativo
40:12na popularidade do governo Lula, que já está combalida.
40:16Então, se existe uma marca desse governo Lula, é a sua vinculação com a corrupção.
40:25O governo Lula não fez, ao longo desse governo Lula 3, em nenhum momento o PT, o presidente da República,
40:34o seu núcleo mais próximo, ninguém, ninguém fez uma ação de fato efetiva de combate à corrupção.
40:40Desencadeou uma força-tarefa ou alguma coisa nesse sentido.
40:44Não tem. A CGU até fala, não, porque fizemos 47 operações de combate à corrupção ao longo do período,
40:52do ano de 12 e 24.
40:54Gente, 47 operações para a CGU é pequeno.
41:00Eu estou falando basicamente de uma operação a cada sete dias, sabe?
41:05Então, é muito pouco. É muito pouco.
41:07E imagino que a oposição, logo, logo, vá usar esses dados para embasar mais ataques, redes sociais, enfim,
41:17mais dor de cabeça para o ministro da SECOM de comunicação recém-impossado tentar trabalhar pela frente.
41:25Mais um desafio para ele, não?
41:28Não, sem dúvida. Sem dúvida. Mais um desafio para ele.
41:30E agora, detalhe, o Lula falou de várias situações, e quando a gente fala de percepção de corrupção,
41:37eu vou trazer um caso clássico, que foi a questão da mega licitação da SECOM.
41:42Nós revelamos o caso em abril, o governo Lula passou o ano todo sangrando,
41:47e essa licitação só foi cancelada no final do ano porque houve determinação do Tribunal de Contas da União.
41:51Então, assim, e esse caso é simbólico e mostra esse tipo de leniência,
41:57porque num governo de fato sério, num governo que combate a corrupção e que não tolera esse tipo de corrupção,
42:03no momento que você tem um repórter, um jornalista que já antecipa o resultado de uma licitação,
42:10já é para colocar essa licitação de molho.
42:13Mas não, o governo prefirou ficar sangrando ao longo do tempo.
42:16E isso tem acontecido com vários outros episódios.
42:18O próprio Juscelino Filho tem vários escândalos envolvendo o ministro das Comunicações,
42:23mas o governo prefere sangrar a adotar uma postura mais enérgica de enfrentamento à corrupção.
42:28Então, assim, depois não tem que reclamar, não dá para depois soltar notinha e dizer que não.
42:32A Transparência Internacional tem uma visão enviesada dessa questão toda.
42:38Inácio, você falou de governo fazer alguma propaganda para se mostrar ali fazendo algum combate à corrupção,
42:45mas isso não existe, simplesmente porque não dá para o Cidônio Palmeira pegar e fazer um boné e botar no Lula,
42:53falando a gente aqui combate à corrupção, porque não vai colar.
42:58O Lula foi condenado por corrupção, ele foi condenado no sítio de Atibaia,
43:02foi condenado pelo Triplex lá do Guarujá.
43:07Ele é amigo desses empresários corruptos todos.
43:10Então, esse é um assunto que o Lula evita ao máximo.
43:13O Lula, ele toma posse, faz um discurso, ele não cita a corrupção.
43:18Não é uma bandeira desse governo o combate à corrupção e é por isso que não aparece em lugar nenhum.
43:25As informações que chegam aos brasileiros é só dos casos se acumulando e o Lula não fazendo absolutamente nada.
43:33Duda, aproveitando que você já mencionou, literalmente a gente fez uma enquete no nosso YouTube,
43:40para quem está nos assistindo na TV BMC, onde a gente pergunta quem são os responsáveis,
43:45quem é o principal responsável pela corrupção no Brasil.
43:48Lá no YouTube de O Antagonista, você pode responder no chat.
43:51Lula, Congresso, STF ou crime organizado?
43:53Você, Duda, já abordou o Lula, o Congresso e o STF, o papel de cada um nisso.
43:59E o crime organizado, que justamente sagra no silêncio, na omissão e na falha desses três entes.
44:07Como é que está a percepção disso para o brasileiro?
44:10A TI também cita a influência do crime organizado,
44:15que tem conseguido se infiltrar dentro do Estado,
44:21conduzindo algumas licitações a favor das empresas que são dominadas pelo crime organizado.
44:27A gente viu isso aqui em São Paulo, principalmente com as empresas de ônibus.
44:32E tem ali no relatório da TI uma crítica à organização dos advogados do Brasil, a OAB,
44:39de que a OAB deveria se mobilizar mais para impedir esse tipo de influência do crime organizado,
44:48o que também não tem sido feito.
44:51É uma preocupação, está lá no relatório da TI, mas junto com todos esses outros.
44:57Eu vi aí alguns analistas comentando o relatório da TI, basicamente só falam do crime organizado.
45:03Mas não, basta ler ali esse relatório específico para o Brasil para ver que o problema do Brasil é mais amplo
45:10e inclui o executivo, o legislativo, o judiciário e o crime organizado,
45:14todos esses quatro que a gente está na nossa enquete.
45:17Pois é.
45:18Bom, vamos acompanhar mais uma vez como é que esse assunto se encaminha daqui para frente,
45:23porque essa pesquisa é muito recente e certamente vai reverberar no Congresso,
45:27vai reverberar talvez nas redes sociais, vai reverberar junto às outras entidades.
45:33E você que está nos assistindo pode participar justamente respondendo na sua visão
45:38quem é o principal responsável pela corrupção do Brasil.
45:43é o Lula, é o Congresso, é o STF ou é o crime organizado que entra em todos os flancos possíveis,
45:53independente desses outros três poderes?
45:55Talvez a resposta de alguns seria que seriam todos esses.
45:59Enfim, eu quero saber o que é que você acha, porque no último bloco, que começa daqui a pouco,
46:04nós vamos mostrar o resultado da sua votação.
46:07E para aqueles que estão conosco, continue com a gente, vamos fazer agora nosso último intervalo
46:13de dois minutinhos e voltamos com pauta internacional aqui.
46:18Já fique com a gente.
46:24E para você que está conosco, muito obrigado pelo seu prestígio, pela sua audiência,
46:29é sempre muito importante e um sinal de que estamos no caminho certo,
46:32porque se temos pessoas inteligentes, como vocês nos assistindo, é porque estamos fazendo um bom trabalho
46:38na busca do jornalismo realmente independente, isento,
46:43onde nós não puxamos sardinha nem para um lado do espectro político, nem para o outro,
46:48trazemos aquilo que entendemos como isento.
46:52E para isso, precisamos do seu apoio.
46:55Como é que se dá o seu apoio?
46:56Com o seu joinha, com o seu like.
46:58Registre o seu like aqui embaixo, bem aqui da tela de vocês, tem um sinal de joinha.
47:04Clica nele.
47:05Só isso.
47:05Não acontece nada, não abre página, você não autoriza nada com os seus dados e informações.
47:11É só clicar o joinha e se inscrever no canal.
47:15É a forma que vocês podem contribuir para o crescimento de O Antagonista.
47:20Literalmente, quando vocês dão like, quando vocês se inscrevem no canal,
47:23o algoritmo do YouTube entende que o nosso conteúdo é importante
47:28e começa a sugerir o nosso conteúdo, seja o Meio Dia em Brasília, quando a gente estiver ao vivo,
47:33seja o Papa Antagonista, que tem logo mais às seis da tarde,
47:37seja também o Café Antagonista, que eu modestamente apresento toda quinta, uma da tarde,
47:42e sábados, às quatro da tarde,
47:45seja o podcast O.A., seja os programas da Madalene Lasco, que são excelentes,
47:51enfim, tudo isso cresce com o seu like, com a sua curtida, com a sua inscrição no canal.
47:59Vamos ver aqui algumas outras mensagens?
48:02Temos aqui o Carlos Roberto Silva dizendo que logo Bolsonaro terá no currículo dele
48:07eu acabei com a ficha limpa também porque eu não sou corrupto, diz ele.
48:13A Maria diz que o último que sair apaga a luz.
48:17O Leandro Souza diz matemática, pois é, a caminho da bancarrota, oremos.
48:23Enfim, temos muitas outras opiniões aqui e eu agradeço a todos vocês que vão continuar conosco agora neste último bloco
48:30e que já deixaram o seu like, a sua curtida e se inscreveram no canal.
48:35Ainda dá tempo.
48:35Voltamos com o Meio Dia em Brasília, um programa do Porta O Antagonista,
48:43exibido também na TV BMC.
48:45O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu a promessa feita no domingo
48:50e seu governo passará, de fato, a taxar em 25% todas as importações americanas de aço e alumínio.
48:58A decisão de Trump, que começará a valer em 12 de março, afeta diretamente o Brasil,
49:04que atualmente é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos.
49:09A ordem executiva foi assinada por Trump no fim da tarde desta segunda-feira nos Estados Unidos.
49:14De acordo com Trump, a medida vai atingir as importações de metal de todos os países,
49:21inclusive aliados, como a Europa e, claro, o Brasil.
49:25Alexandre Borges, vamos falar com você, que é nosso também entendido de assuntos internacionais.
49:32Como essa medida afeta as relações internacionais dos Estados Unidos em tantas e tantas frentes?
49:41Boa tarde, Inácio. Boa tarde a todos.
49:44Olha, as pessoas têm que se acostumar que os Estados Unidos elegeram um presidente nacionalista,
49:48um presidente que você pode gostar ou não gostar do que ele faz,
49:53mas é muito difícil, nesse ponto, questionar que ele não é alguém que está disposto a defender os Estados Unidos.
49:59Então, na cabeça dele, pelo que ele acredita, e eu acho que ele tem posições muito defensáveis em alguns desses pontos,
50:06que as indústrias do aço, do alumínio, são indústrias muito estratégicas para o país
50:11e elas não deveriam ser terceirizadas.
50:15Houve uma experiência, vamos chamar globalista, nas últimas décadas,
50:20onde muitas dessas indústrias, que são chave da história do desenvolvimento do país,
50:26elas foram para a Ásia e, em termos de industrialização,
50:32você tem uma conta que mostra que daqueles cinturões de fábricas,
50:37o chamado Manufacturing Belt, o cinturão da manufatura,
50:42que depois ganhou o apelido muito pejorativo de Rust Belt ou Cinturão da Ferrugem,
50:49seis milhões de empregos foram perdidos.
50:53É muita gente que ficou desempregada e o impacto social é enorme
50:59no desemprego, na falta de perspectiva, enfim.
51:04Inclusive, o vice-presidente atual americano, J.D. Vance,
51:08a história dele, que é uma história muito conhecida, virou filme de Hollywood,
51:11é uma história da pobreza de uma das cidades dessa região,
51:15diretamente atingida por esse processo.
51:19Então, o Trump botou uma meta, ele acha que as fábricas americanas
51:24do setor siderúrgico não podem ficar com mais de 20% da capacidade ociosa,
51:32elas têm que estar com pelo menos 80% da capacidade em uso.
51:36Então, o país passa a ter uma meta, vai incentivar que esses produtos
51:42que ele considera estratégicos sejam feitos no próprio país,
51:47o que faz sentido.
51:49Ah, é o mais barato?
51:50Depende, aí a gente vai ter uma discussão.
51:52Será que os outros países que estão vendendo aço mais barato para os Estados Unidos
51:57são países muito mais eficientes, tecnológicos, do que os Estados Unidos?
52:04Ou será que estão fazendo dumping, que é um processo artificial de botar os
52:10produtos mais baratos para quebrar a indústria americana?
52:14Então, tem uma discussão aí que tem que ser feita.
52:17O Trump, ele acha que essa é uma arma importante de negociação, de pressão com outros países,
52:24para que esses países, então, passem a ter uma relação mais, vamos dizer,
52:31honesta de comércio, não usem trabalho semi-escravo, não desvalorizem artificialmente moeda,
52:39não façam essas políticas de dumping que artificialmente joguem o preço desses produtos
52:44para baixo com uma intenção clara de quebrar parte ou toda a indústria americana,
52:50o que tem acontecido de forma muito eficiente nas últimas décadas,
52:55eficiente para os inimigos dos Estados Unidos.
52:57Então, ele está, além disso, além de tudo que eu te falei, Inácio,
53:02tem também uma questão de uma maneira de pressionar alguns países
53:08a fazerem outras coisas que ele acha que são muito prejudiciadas nos Estados Unidos.
53:12Ele acha que tem países que não estão combatendo a imigração ilegal da maneira suficiente,
53:18especialmente o México.
53:19ele acha que alguns países não estão combatendo o tráfico de drogas da maneira que deveria,
53:27e estão mandando muitas drogas para os Estados Unidos e viciando uma parte enorme da população americana.
53:34Então, ele está disposto a fazer a parte dele,
53:36mas ele acha que esses países produtores de matéria-prima ou de drogas também deveriam fazer.
53:43E a taxação, ele também está usando como uma forma de pressão para que esses países,
53:48que ele identifica como produtores de opioides, por exemplo,
53:53que eles investam mais nas suas fronteiras, no combate ao tráfico.
53:59E aí, ele está disposto a sentar para negociar.
54:01Então, você tem todos esses itens aí na mesa.
54:04Agora, que existe uma agenda clara de entendimento,
54:11que existem setores estratégicos no país.
54:14O Brasil já teve isso.
54:16É engraçado que eu vejo muita gente da esquerda hoje gritando,
54:19mas o Getúlio Vargas fez muito isso.
54:21Ele tinha uma agenda de industrializar o país,
54:25considerando que algumas indústrias eram estratégias.
54:29O Brasil hoje, por exemplo, tem uma indústria aeronáutica ali na região de São José dos Campos,
54:35muito desenvolvida, e aquilo não caiu do céu.
54:38Aquilo foi um projeto estatal, um projeto do governo do Getúlio Vargas.
54:42Então, até onde o Estado deve se meter em economia, eu acho que pouco.
54:48Mas, em alguns pontos, talvez haja uma discussão
54:53de que alguns setores possam ser tão estratégicos
54:57que devam ser, em parte, protegidos,
55:00ou, em parte, pelo menos, que tenha algum tipo de facilidade
55:04para que ele resista a ataques especulativos
55:08e, principalmente, de dumping e de concorrência desleal de outros países.
55:13Pois é. E, nesse meio tempo, por enquanto,
55:15o Brasil ainda não anunciou nenhum tipo de medida,
55:18seja de retaliação, seja de reciprocidade.
55:20Tivemos a União Europeia dizendo que promete medidas firmes
55:25contra essa medida dos Estados Unidos.
55:28O governo da China também promete lutar decididamente contra isso.
55:33O Brasil, por enquanto, está em silêncio
55:34e, talvez, reflexo disso é que, por enquanto,
55:38o nosso dólar também está estável.
55:40Não disparou com medo que o Brasil fosse entrar numa guerra
55:43desproporcional com os Estados Unidos, o que é positivo.
55:47Vamos ver agora. Muito obrigado, meu caro Alexandre,
55:51pela sua participação.
55:52E agora a gente vai ver o resultado da enquete
55:54que vocês responderam no nosso YouTube.
55:57Quem é o principal culpado pela corrupção do Brasil?
56:0042% acha que é o Lula.
56:0231% o STF.
56:0423% o Congresso.
56:06E 4% o crime organizado.
56:09E, com isso, terminamos mais um Meio Dia em Brasília.
56:11Nos vemos daqui a pouco, às seis horas,
56:13com o Papo Antagonista.
56:15Até já.
56:17Legenda Adriana Zanotto
56:47Legenda Adriana Zanotto
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