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00:00O site mais vigilante do Brasil cresceu, ganhou prêmio, virou portal e agora está de cara nova,
00:10mantendo e fortalecendo a sua essência de vigiar o poder, seja ele qual for.
00:15O Antagonista expande seu conteúdo de jornalismo independente, estreia programas e editorias,
00:20multiplica análises nacionais e internacionais com novos colunistas e aprofunda a cobertura
00:26dos fatos, com um visual mais leve e prático, para você se informar diariamente e refletir ainda melhor
00:32sobre o mundo real e o rumo dos acontecimentos.
00:35Quer também uma opção para o fim de semana?
00:38Toda sexta-feira, uma edição repaginada da revista Cruzoé traz dicas de cultura e crônicas irreverentes,
00:44além de artigos e reportagens especiais sobre os principais assuntos da atualidade.
00:49Vamos juntos furar as bolhas de desinformação e propaganda para expor a realidade como ela é.
00:57Nunca foi tão fácil entender o que está acontecendo.
01:01O Antagonista. Jornalismo Vigilante.
01:04Olá, boa tarde. Sejam todos muito bem-vindos ao Meio Dia em Brasília,
01:24um programa do portal O Antagonista, exibido também na TV BMC.
01:28Hoje estamos apresentando mais um programa da série especial com a retrospectiva de 2024.
01:35E neste programa, vamos falar sobre a economia brasileira em um ano que termina com números extremamente negativos.
01:42O dólar bateu o patamar histórico de R$ 6,00 e a taxa de juros, que chegou a ter uma leve queda ao longo do ano,
01:48termina 2024 em trajetória ascendente.
01:52Além disso, o governo federal conseguiu a proeza de não cumprir o arcabouço fiscal que ele mesmo instituiu.
01:58Tanto que foi obrigado a, no apagar das luzes de 2024,
02:02apresentar um pacote fiscal que ninguém acredita que vá, de fato, tirar o Brasil deste atoleiro.
02:08Aqui no Meio Dia em Brasília, nós falamos sobre os principais pontos do pacote fiscal do governo.
02:14Vamos relembrar.
02:15Arte pacotão da idade número 1, para a gente falar sobre algumas das medidas.
02:19Salário mínimo.
02:20A ideia do governo federal é limitar o ganho real do salário mínimo,
02:24que vai acompanhar as mesmas regras do arcabouço fiscal.
02:28Se fosse estabelecida pela regra atual, para 2025, o mínimo teria um reajuste de 2,9%.
02:35A expectativa é que fique em 2,5%.
02:38Abono salarial.
02:39Verá uma transição para que o benefício passe a ser concedido a quem ganha até 1 salário mínimo e meio.
02:46Imposto de renda.
02:47Essa é a questão nevrálgica desse pacotão do Haddad.
02:51Desde ontem, essa questão aqui ficou nebulosa e hoje o Haddad,
02:55logo de cara na coletiva de imprensa concedida agora há pouco lá no Palácio do Planalto,
02:59o Haddad fez questão de dizer que só vai valer para R$ 26,00.
03:02Então, a ideia do governo é aumentar a faixa de isenção do imposto de renda para até R$ 5 mil.
03:09Essa medida, por si só, deve demandar do governo federal uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 35 bilhões.
03:17Por isso que há todo um estresse no mercado.
03:19Daqui a pouco, o Van Dijk vai analisar qual é para a gente com mais calma.
03:23Super salários.
03:24Essa medida aqui tem um caráter mais simbólico do que é necessariamente prático.
03:28A ideia do governo federal é encaminhar medidas por Congresso para que seja barrado o pagamento de super salários.
03:35Aí, Inácio, teria um grande problema.
03:38Pode trazer para cá?
03:39Porque é o seguinte, essa questão do super salário vai afetar, por exemplo, integrantes do Poder Judiciário.
03:44Então, imaginem a situação e a confusão.
03:46A segunda parte do pacote do Haddad, só para a gente falar de algumas medidas das principais delas.
03:52Militares.
03:53Há um estabelecimento da idade mínima para ingresso na reserva, 55 anos.
03:59Hoje, a limitação para ingresso na reserva para aposentadoria dos militares é 35 anos de serviço.
04:07DRU.
04:07Em contrapartida, o governo quer prorrogar a desvinculação das receitas da União até 2032.
04:13Ou seja, liberação de gasto do governo federal.
04:16Ou seja, tira de um lado e coloca de outro.
04:19O governo também anunciou um imposto para super ricos, que é estabelecimento de uma alíquota específica para quem ganha acima de 50 mil reais ao mês.
04:27E aí, o governo também vai endurecer as regras do BPC, que são novas medidas de aperto do benefício de prestação continuada,
04:36concedidos a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos para aquelas de baixa renda.
04:41Pode trazer para cá?
04:43Porque o que ocorre especificamente sobre essas medidas e do BPC, o governo federal vai apertar.
04:49Diz que tem muita fraude.
04:50Olha, tem muita fraude.
04:52É um benefício que ele ajuda, mas ao mesmo tempo ele tem sido utilizado indevidamente por pessoas que não precisam do BPC.
04:59Mas para esclarecer um pouquinho mais sobre essas medidas, vamos ouvir vários trechos da coletiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
05:06Vamos primeiro falar sobre o VT Haddad nº 1, quando ele fala sobre imposto de renda.
05:14A reforma tributária, tanto do consumo, que está em fase final de tramitação no Senado Federal, quanto da renda,
05:24ela tem o pressuposto da neutralidade fiscal.
05:28O que significa isso?
05:32A reforma tributária não visa nem aumentar nem diminuir a arrecadação.
05:38O objetivo da reforma tributária é buscar eficiência e justiça tributária.
05:44Essa é a finalidade.
05:46Esse princípio foi respeitado pelo Congresso Nacional em relação ao consumo.
05:51E nós, ontem em reunião, deixamos claro que este princípio deverá ser respeitado também em relação à renda.
06:02O que significa isso?
06:04Que qualquer aumento da faixa de isenção do imposto de renda, como já foi feito por este governo duas vezes,
06:12tem que vir acompanhado de uma compensação.
06:14Ou seja, o projeto de lei que vai ser encaminhado pelo Executivo da reforma da renda,
06:24pressupõe neutralidade tributária e o compromisso dos líderes de votarem um projeto que este princípio esteja respeitado.
06:36Ou seja, não se trata de mexer com o nível da arrecadação de impostos.
06:43Trata-se de buscar justiça tributária.
06:46Por que é importante dizer isso?
06:48Porque o Congresso vai ter o seu tempo, agora, sobretudo a partir do semestre que vem,
06:54vai ter o seu tempo de analisar a proposta do Executivo
06:58para que tanto o imposto do consumo quanto o da renda entrem em vigor 1º de janeiro de 2025.
07:04Então, e o Fernando Haddad também falou nessa coletiva sobre o salário mínimo.
07:12Vamos ouvi-lo, por gentileza.
07:15Reforçar que o salário mínimo continuará tendo ganho real.
07:20Ele continua tendo um ganho acima da inflação.
07:23Mas esse ganho vai estar condicionado àquele espaço do arcabouço fiscal entre 0,6% e 2,5%.
07:35Isso significa que o salário mínimo pode, inclusive, subir numa recessão, por exemplo.
07:42Se amanhã, daqui 5, 10 anos, você tem um ano em que o produto cai,
07:46você vai ter uma trava de que ele vai subir 0,6%,
07:50mas, ao mesmo tempo, também pensando na anticiclicidade do arcabouço fiscal,
07:58se você tiver um aumento do PIB muito grande em um ano,
08:02você vai limitar o crescimento do salário mínimo.
08:06Então, você vai colocar entre o 0,6% e o 2,5% o crescimento do salário mínimo ano por ano,
08:13com isso, dando conforto para o planejamento,
08:17elaborar a peça orçamentária com mais previsibilidade
08:21e com a possibilidade de manter as despesas discricionárias,
08:27no mínimo, num patamar atual,
08:29ou com boa gestão, ampliando a capacidade discricionária do Estado.
08:39E o Haddad também falou sobre as novas regras do BPC.
08:47Ou seja, nós estamos adequando o BPC,
08:50nós herdamos alguns problemas que são de conhecimento público,
08:55benefícios sendo concedidos sem clareza,
08:58da deficiência atestada,
09:02um atestado sem perícia, por exemplo,
09:07sem laudo pericial,
09:09uma série de problemas vem acontecendo,
09:12razão pela qual o BPC
09:14extrapolou o orçamento este ano
09:18em praticamente 7 bilhões de reais,
09:21e nós vamos conformar o programa ao texto constitucional.
09:24Não há mudança de conceito,
09:27há apenas uma clareza
09:30daquilo que nós precisamos fazer
09:32para que o programa tenha o seu andamento
09:35sob condições de previsibilidade
09:39e de atenção
09:41àqueles que são protegidos pelo texto constitucional.
09:44O fato é que sobrou até para os parlamentares,
09:49porque nesse pacote também ficou estabelecido
09:51que as emendas parlamentares serão reajustadas
09:54só de acordo com o arcabouço fiscal.
09:57Haddad fala mais uma vez.
09:58Nós acabamos de sancionar,
10:01o presidente Lula acabou de sancionar
10:03o acordo que foi feito
10:05sob os auspícios do judiciário
10:07com o legislativo
10:08em relação às emendas parlamentares.
10:12Isso limita o aumento
10:15das emendas parlamentares no tempo,
10:17então tem um ganho expressivo
10:19em relação à dinâmica
10:21do aumento das emendas parlamentares
10:23e tem uma facilitação
10:26no cumprimento do piso constitucional da saúde,
10:29uma vez que compromete o parlamento
10:31com mais verbas para a saúde
10:33a partir do ano que vem,
10:35para além daquilo que já estava previsto
10:38pela emenda constitucional.
10:40Então nós vamos ter um ganho
10:41de aporte de recursos para a saúde.
10:44E como consequência,
10:46o dólar disparou
10:47e pela primeira vez
10:48chegou ao patamar de R$ 6,00
10:51no início de dezembro.
10:52O presidente Lula,
10:54mesmo com a disparada do dólar,
10:56defendeu o pacotão de Haddad.
10:58Vamos lembrar disso.
10:59Nós estamos num processo político
11:01de fazer uma certa contenção de despesas
11:05para a gente poder cuidar do orçamento.
11:07Se não chega no fim do ano,
11:09o orçamento não cabe
11:10às despesas que nós fizemos
11:12e aí a gente é obrigado
11:13a comunicar às ministras
11:15olha, não tem dinheiro,
11:16a comunicar ao ministro não tem dinheiro.
11:18Aí é uma guerra silenciosa
11:21contra o presidente.
11:22libera dinheiro, libera dinheiro e não tem.
11:25E a gente não pode gastar
11:27mais do que a gente tem no orçamento
11:29porque nós aprovamos
11:30um arcaboto fiscal.
11:33E nós estamos aprovando
11:34uma série de medidas de contenção,
11:35de moralização.
11:36em todas as áreas.
11:39Ninguém tem o direito
11:41de receber direito
11:42que não tem direito.
11:45Ninguém.
11:46Ou seja, ninguém pode ser
11:47malandro a ponto de receber
11:50um benefício que não tem direito.
11:52Então, nós estamos tentando
11:53fazer um processo de investigação
11:55quem é que está recebendo corretamente,
11:57quem é que não está recebendo corretamente,
11:59para a gente poder moralizar o país
12:01e o dinheiro dá
12:02para a gente cuidar
12:03de todas as pessoas.
12:05E, ao mesmo tempo,
12:08a gente está fazendo,
12:09junto com essa política de contenção,
12:12uma política de renda
12:13para tentar dar uma ajeitada
12:15na casa.
12:16E nós estamos inventando
12:18as pessoas que ganham
12:19até 5 mil reais por mês
12:21de pagar imposto de renda,
12:23que é mais de 70 milhões de pessoas.
12:28E nós...
12:30Nós estamos fazendo
12:33uma coisa muito correta,
12:35uma coisa muito justa.
12:37Não estamos tentando
12:38criar uma coisa complicada.
12:40Estamos fazendo uma reforma
12:42sem neutralidade.
12:44As coisas ficarem muito,
12:46muito, muito bem feitas.
12:47E, obviamente,
12:48que a gente vai ter que cobrar
12:50um pouco mais de imposto
12:51das pessoas mais ricas.
12:53O que é normal.
12:55Não tem...
12:56Não tem nenhum problema.
13:00Isso...
13:01Isso vai para o Senado,
13:03isso vai para a Câmara.
13:04Nós vamos trabalhar
13:04para tentar ver
13:05se a gente consegue tornar
13:07esse país um pouco mais justo.
13:11Esse país um pouco mais humano.
13:14Esse país um pouco mais fraterno.
13:17Wilson,
13:18parece que tirando aquele grupo
13:20que aplaudiu ali ao vivo,
13:23essas palavras não convenceram
13:24muita gente, né?
13:26Não, não convenceram
13:27absolutamente ninguém, não é, Inácio?
13:28Porque imagina a situação.
13:30De ontem para hoje,
13:31eu li várias análises
13:32e teve uma que me chamou
13:34muita atenção.
13:34Eu confesso que eu não vou
13:35lembrar agora a pessoa,
13:36mas ela fez uma...
13:37É um economista.
13:39Ele fez uma comparação
13:41que eu achei muito,
13:42muito interessante.
13:44Inácio,
13:44você acreditaria...
13:45Imagina a seguinte situação.
13:48Você está 15 quilos
13:50acima do teu peso.
13:51Aí você vai lá,
13:52consulta um nutricionista.
13:54O cara te passa uma dieta.
13:57Aí depois que ele te passa a dieta,
13:58ele fala assim,
13:59então, Inácio, olha só.
14:00Durante a dieta,
14:01tem um restaurante
14:02bem aqui de comida aquilo,
14:04que vende picanha,
14:06bolo e tudo que engorda.
14:07Vai lá, dá uma passadinha.
14:09Você acreditaria
14:09nesse nutricionista?
14:10Eu acredito que ele
14:13acha que eu acredito,
14:15mas eu nunca mais
14:16votaria nesse nutricionista.
14:19Então, é mais ou menos isso
14:20que fez o Fernando Haddad ontem.
14:23Ele apresentou um corte de despesas,
14:24mas ao mesmo tempo
14:25apresentou do outro lado
14:26uma fatia de bolo
14:27para a pessoa que tem
14:29obesidade comer.
14:29Foi isso que foi feito.
14:31E, gente,
14:32é disso que se fala.
14:33O mercado não acredita
14:35em uma falsa promessa.
14:37Ele acredita em uma questão
14:37tangível, palpável,
14:39e é isso que tem incomodado
14:40muito,
14:42tanto integrantes do mercado
14:43quanto alguns deputados
14:45e senadores.
14:46A expectativa é que
14:47esse projeto de lei,
14:49na verdade,
14:49esse pacote de medidas,
14:50que tem projeto de lei,
14:51tem PEC,
14:52enfim, tem várias medidas,
14:53ele de fato passe pela Câmara
14:55e pelo Senado
14:56no final do ano.
14:57Só que a oposição,
14:59ela promete ser muito dura
15:01na discussão desse pacote.
15:03Por quê?
15:03Porque ele pegou muito mal.
15:05O governo Lula,
15:06ele tentou cortar
15:07algumas questões
15:08muito pontuais.
15:09que tem um efeito
15:10muito mais simbólico
15:10do que prático.
15:12E quando você anuncia
15:13no mesmo pacote
15:14a isenção
15:15de imposto de renda,
15:17você dá essa sinalização
15:18para o mercado.
15:19Caramba,
15:19eu vou cortar de um lado,
15:20mas vou compensar de outro?
15:21Não faz muito sentido.
15:22Ou seja,
15:23o Lula,
15:25com esse anúncio,
15:26e é bom lembrar,
15:27e é bom deixar isso
15:27muito claro,
15:28eu apurei isso ontem,
15:30foi o próprio Lula
15:32que deixou claro,
15:33foi o próprio Lula
15:34que determinou
15:34que houvesse
15:35esse pacotão.
15:36que o pacote
15:38de corte,
15:39que esse benefício
15:39do imposto de renda
15:40fosse anunciado
15:40junto com o corte
15:41de gastos.
15:42Então assim,
15:43isso mostra
15:44que o presidente
15:44da República
15:45está mais de olho
15:46em 2026
15:47do que em 2025.
15:49Só que tem um problema,
15:50e aí eu levanto a bola
15:52para São Paulo.
15:53Com essa visão,
15:54sem uma visão
15:55de austeridade fiscal,
15:57quem vai ser
15:58o maior sacrificado
15:59vai ser o próprio
16:00governo federal,
16:01porque no final das contas,
16:01vai ter dinheiro
16:03nem para pagar o básico,
16:04nem para fazer investimento.
16:05E sem investimento
16:06não tem obra,
16:07se não tem obra,
16:07não tem cacifo político
16:08para 2026.
16:09Pois é.
16:10E eu já trago aqui
16:12o nosso Rodolfo Borges
16:13para falar sobre isso,
16:15inclusive num dia
16:15que o dólar
16:16superou 6,10.
16:18Ontem todo mundo
16:19ficou maluco
16:20quando encostou nos 6,
16:22hoje chegou a 6,11.
16:24Rodolfo?
16:25Boa tarde, Nárcio,
16:26boa tarde, Wilson,
16:27boa tarde para quem
16:28não precisa gastar em dólar.
16:29E o nosso analista
16:31Vandique Silveira
16:32comentou dessa maneira
16:34a reação do mercado financeiro
16:36ao pacotão do Haddad.
16:38O Brasil tem aquela máxima,
16:40nada é tão ruim
16:41que não pode piorar.
16:42A gente entra
16:43com a expectativa
16:44mais de um mês
16:46esperando por Gade chegar,
16:48Gado,
16:49e o Gado não chegou,
16:51e quando a gente descobriu
16:53quem vinha para a festa,
16:55ao invés de ter corte de gasto,
16:57que eu nunca acreditei,
16:58mas existia uma perspectiva
17:00que seria produzido,
17:02nós temos um aumento
17:04expressivo no gasto
17:05com a isenção
17:06de quem ganha
17:07até R$ 5 mil de renda,
17:10sem uma contrapartida
17:12óbvia e certa
17:13para bancar essa conta.
17:16Então,
17:16tudo que não podia acontecer
17:18foi feito.
17:19Um amadorismo,
17:21uma falta de compreensão,
17:22sensibilidade gigante,
17:24e o mercado está reagindo,
17:25não tem outra maneira.
17:26O que fica claro
17:27é o seguinte,
17:28que a dívida,
17:30a relação dívida-PIB,
17:32ela entra numa fase agora,
17:34até o UBS hoje falou,
17:36que é insustentável.
17:39A gente não tem
17:40uma previsão
17:41de uma dívida
17:42que não chegue
17:44a mais de 90%
17:45do PIB
17:46nos próximos
17:47três, quatro anos.
17:49Quer dizer,
17:49é uma situação
17:50muito complicada
17:51para um país
17:52de renda média
17:53e que não tem
17:54condição de investir.
17:55Outro ponto
17:56que a gente
17:57não falou muito,
17:59mas que para mim
17:59é uma grande preocupação
18:01e está embutido
18:02na Selic
18:02podendo chegar
18:03a 15%,
18:04eu vou além disso,
18:06eu estou junto
18:07com o Bradesco
18:08e outros analistas
18:09que eu acho
18:10que pode chegar
18:11a 15%,
18:12sim,
18:13é a questão
18:14inflacionária.
18:15Se você tem
18:16um corte de impostos
18:18para uma fatia
18:20substancial
18:20da população,
18:22isso é uma transferência
18:23de renda,
18:24é uma Bolsa Família
18:25disfarçada
18:26e esse pessoal
18:27vai fazer o quê?
18:28Existe uma demanda
18:30retardada,
18:31que a gente chama
18:31uma pent-up demand,
18:33essas pessoas gostariam
18:34muito de ir às compras
18:35e não iam antes
18:36porque tinham
18:37uma renda disponível
18:39menor.
18:40Esse pessoal
18:40vai às compras
18:41do mesmo jeito
18:42que as pessoas
18:43que recebem
18:43Bolsa Família
18:44vão às compras
18:44através das transferências
18:46de renda.
18:47Isso vai pressionar
18:48ainda mais
18:48o lado da demanda.
18:50E a gente tem
18:50uma situação crítica
18:51que porque temos
18:53uma taxa
18:54Selic
18:55muito elevada
18:56que faz
18:57o custo de capital
18:58mais elevado ainda
19:00e um governo obeso,
19:01gastador,
19:02glutão,
19:03o que acontece?
19:04Não existe investimento
19:06privado
19:06nem público
19:07no Brasil.
19:08O governo
19:08investe menos
19:092% do PIB
19:10e a gente
19:11tem uma taxa
19:12de investimento
19:13muito inferior
19:14aos 20,
19:1525%
19:15que a gente
19:16deveria ter
19:16como um país
19:17emergente.
19:18Nós temos
19:19uma taxa
19:19de investimento
19:2016% do PIB,
19:21quer dizer,
19:21ela não é suficiente
19:22para repor
19:23todo o parque
19:24industrial,
19:25maquinário,
19:26etc.
19:26Se a gente
19:27tem uma demanda
19:28subindo
19:28e uma estrutura
19:30de oferta
19:31que é lá
19:31meio estagnada,
19:33o que acontece
19:34é um equilíbrio
19:35que gera inflação.
19:37O teto
19:37do hiato
19:38do produto
19:39já está
19:39muito baixo
19:40fazendo esse hiato
19:41positivo.
19:43Então,
19:43nós vamos ter
19:43tudo que a gente
19:44não precisava ter,
19:45que é a gente
19:46vai ter mais pressão
19:47inflacionária,
19:48mais pressão
19:48nos juros,
19:50maior depreciação
19:51do real
19:51e um aumento
19:52bastante pronunciado
19:54da dívida pública,
19:55porque a rolagem
19:56vai ficar cada vez
19:57mais cara
19:58e a gente
19:58vai ter uma montanha,
19:59uma parede
20:01de dívida
20:02que a gente
20:02vai ter que rolar
20:03no curtíssimo prazo
20:04e o que acontece?
20:06Para rolar
20:07essa dívida
20:07vai precisar
20:08pagar mais juros.
20:10Então,
20:10o governo
20:11tira,
20:12dá de um lado,
20:13tira do outro
20:14e a gente
20:16continua patinando
20:17e perdeu
20:18uma grande
20:18oportunidade
20:19de criar
20:21uma estrutura
20:22sustentável
20:23da dívida
20:23pública.
20:26Me corrija uma coisa.
20:27Diga, diga.
20:28Faça primeiro isso,
20:29depois eu faço.
20:29Uma pergunta muito rápida,
20:30vou indicar.
20:31Me parece que
20:32o grande problema
20:33desse caso
20:33foi a expectativa
20:34frustrada do mercado,
20:36porque você falou
20:36bem no início,
20:37olha, o mercado
20:37esperava corte,
20:38só que o que veio
20:39foi corte
20:40com aumento de despesa.
20:41é isso aí.
20:46Esse é o...
20:47Pode falar,
20:48desculpa.
20:48Não, não,
20:48era isso,
20:49depois que você complementar
20:50isso eu faço uma pergunta,
20:51mas talvez fique
20:52para o próximo bloco,
20:53porque é um assunto
20:54que dá pano para a manga.
20:56Foi uma frustração
20:57gigantesca, né?
20:59Agora,
20:59o mercado se frustra
21:01porque gosta
21:02de se auto-enganar
21:03e eu não me frustrei.
21:04Ontem mesmo,
21:05no meu LinkedIn,
21:07eu falei,
21:08antes de sair,
21:08eu falei,
21:09vai vir aumento
21:10de imposto
21:11nessa brincadeira.
21:12A única maneira
21:12de resolver
21:13a situação fiscal
21:14do Brasil,
21:15se a gente abriu mão
21:16e eu tenho certeza
21:17que a gente abriu mão,
21:18agora a gente jogou mesmo,
21:19tirou as luvas,
21:22não vai ter corte de gasto,
21:24não é parte do métier,
21:25então a gente vai ter
21:26mais inflação
21:27e mais imposto.
21:28É aí.
21:29E esse imposto
21:29não vai ser suficiente,
21:30porque o imposto
21:31em cima de quem ganha
21:32mais de 50 mil reais,
21:34uma fortuna,
21:35os super ricos,
21:36são 100 mil e 800 dólares
21:38por ano,
21:39nenhum lugar no mundo.
21:40É abaixo da renda média
21:42do americano,
21:43quer dizer,
21:44é tudo errado
21:45e a gente vai descobrir
21:46onde estão essas pessoas,
21:48porque essas pessoas
21:48não ganham na CLT.
21:50Existem veículos
21:51que fazem essas pessoas
21:53terem renda,
21:54mas que essa renda
21:55não aparenta,
21:56ela não aparece.
21:58E é aí que está
21:59o grande problema.
22:00Eu nunca descartei
22:01que nesse governo
22:02a gente ainda vai ver
22:03a volta da CPMF,
22:05porque aí não tem jeito
22:05de correr.
22:06E assim termina
22:07o primeiro bloco
22:08da retrospectiva
22:09sobre a economia
22:10aqui no canal BMC.
22:12Nesse segundo bloco
22:13do especial
22:13sobre a economia brasileira,
22:15vamos falar sobre taxa
22:16de juros
22:17e as últimas disputas
22:18entre o PT
22:18e o presidente
22:19e demissionário
22:20do Banco Central,
22:21Roberto Campos Neto.
22:23O mandato
22:24de Roberto Campos Neto
22:25terminou em 31 de dezembro,
22:28mas o PT tentou
22:29ao máximo
22:30baixar os juros
22:31na marra
22:32e não conseguiu.
22:33O próximo presidente
22:35do Banco Central
22:35e atual diretor
22:37de política monetária
22:38do Banco Central,
22:39Gabriel Galípolo,
22:40disse na sabatina
22:41do Senado,
22:42em que o seu nome
22:43foi aprovado,
22:44que a relação entre ele
22:45e Roberto Campos Neto
22:46é a melhor possível.
22:48Veja.
22:48Quanto à questão
22:49das críticas ao Roberto
22:52ou de alguma questão
22:53com o próprio presidente Lula,
22:55eu sei que eu gerei
22:56uma grande,
22:56eu sinto que eu gerei
22:58uma grande frustração,
22:59talvez,
22:59na expectativa
23:00que existia
23:01de que ao entrar
23:01no Banco Central
23:02fosse começar
23:03um grande reality show
23:04com grandes disputas
23:05e brigas ali dentro.
23:07E isso,
23:07infelizmente,
23:07eu tenho uma informação
23:08chata para dar para todos.
23:10A minha relação
23:10com o presidente
23:11é a melhor possível,
23:13com o presidente Lula
23:14e com o presidente Roberto,
23:16é a melhor possível.
23:17Eu sempre fui muito
23:17bem tratado pelos dois,
23:18eu não consigo fazer
23:19qualquer queixa
23:20a nenhum deles.
23:22Então,
23:22eu sinto
23:24não poder corroborar
23:26com uma ideia eventual
23:27de que poderia existir
23:28algum tipo de polarização
23:29ali da minha parte,
23:31da minha parte sem...
23:32E até me ressinto aqui
23:33e faço uma meia-culpa,
23:35gostaria de,
23:36dentro das minhas funções,
23:37ter colaborado
23:38para que essa relação
23:39entre o Banco Central
23:40e o próprio governo executivo
23:41fosse melhor ainda
23:43do que ela tem sido
23:44do ponto de vista institucional.
23:46Ela tem sido perfeita,
23:47acho que não tem tido nada
23:48de nenhum tipo de influência,
23:49mas eu me ressinto disso.
23:53Está certo.
23:54Está aí.
23:55O Gabriel Galípolo,
23:56presidente do Banco Central.
23:58Mesmo com Galípolo
23:59como presidente virtual
24:01do Banco Central,
24:02o PT manteve os ataques
24:03à atual direção do BC.
24:05Um exemplo ocorreu
24:06durante a alta do dólar
24:08quando o presidente do PT,
24:09a presidente do PT,
24:11perdão,
24:11Glaze Hoffman,
24:12responsabilizou o Campos Neto
24:14ao invés de apontar o dedo
24:15para o presidente Lula.
24:17O nosso analista de economia,
24:18Vandique Silveira,
24:20falou sobre esse plano
24:21fracassado do PT
24:22de tentar responsabilizar
24:24Campos Neto
24:25pela alta nas taxas de juros.
24:27Vamos lembrar.
24:28Porque a gente precisa
24:29enaltecer o trabalho fenomenal
24:31que o Roberto Campos Neto fez.
24:33Ele foi praticamente
24:35o escudeiro da luta
24:37contra a inflação,
24:38quem conseguiu segurar isso
24:40praticamente sozinho,
24:42inclusive até ele convencer
24:44os outros membros,
24:45inclusive Galípolo, etc.,
24:47que foram colocados
24:48no Banco Central
24:49pelo governo atual.
24:51A gente lembra que em julho
24:51a gente teve aquela rusga
24:53quando precisou aumentar
24:54e teve aquela confusão
24:57de quanto aumentaria
24:58a taxa de juros
25:00e não foi unânime.
25:01Pois é.
25:02E ele foi muito habilidoso
25:05não só em não entrar
25:07em brigas corporais
25:10com a Glaze e companhia,
25:11não responder, etc.
25:13Ele foi muito elegante,
25:15escutou as críticas
25:17e fez o que o Banqueiro Central
25:18tem que fazer,
25:19mas ele também fez
25:21uma espécie de estágio
25:25para o Galípolo
25:27aprender a conduzir
25:29política monetária
25:30entendendo de política econômica
25:33não heterodoxa.
25:35Então ele fez um curso rápido
25:37para o Galípolo compreender
25:38e deixar aquelas ideias
25:41mais heterodoxas,
25:42mais estranhas que ele tinha
25:44antes de assumir a posição
25:45de diretor de política monetária.
25:48de lado e entender
25:50um pouco mais
25:51de economia neoclássica,
25:52ortodoxia econômica
25:53e entender que existem
25:55problemas muito sérios
25:56e estruturais no Brasil
25:57que fazem com que a inflação
25:59ela sempre esteja olhando,
26:02espreitando
26:02e pode voltar a qualquer momento,
26:04uma vez que a economia
26:05é toda indexada.
26:07Então, Roberto Campos Neto
26:08tem um grande mérito
26:09e inclusive errou,
26:11a meu ver,
26:12errou em trazer
26:14a taxa de juros
26:15para 2%,
26:16mas depois ele entendeu
26:18que o problema era grande,
26:19subiu,
26:20acho que ele telegrafou demais,
26:22fez em doses homeopáticas,
26:24a conta gota,
26:25a volta do juro
26:26até chegar nos 13%.
26:28Ele errou de novo
26:31em baixar
26:31quando a gente sentiu
26:32que o IPCA,
26:34mas a beleza
26:35de lidar com uma pessoa
26:36tão inteligente
26:37e competente
26:37é que ninguém sabe
26:39o futuro.
26:39E ele,
26:40por ter tomado decisões
26:41que muitas vezes
26:42podiam ser equivocadas,
26:44ele aprendeu rapidamente
26:44do erro
26:45e começou a se movimentar.
26:47E ao se movimentar,
26:48ele trouxe o resto
26:49do Copom
26:50junto com ele.
26:51Ele teve a capacidade
26:52de argumentar,
26:53apresentar os pontos,
26:55contrapor
26:56as divergências
26:57que haviam
26:57contra os pontos dele
26:58e ele conseguiu
26:59trazer o Copom
27:00na linha
27:01do que é a seriedade
27:02com a busca
27:03da meta fiscal.
27:05A meta fiscal não,
27:06a meta da inflação,
27:07desculpem.
27:09Agora,
27:10o Van Dicke,
27:10eu queria apontar
27:11outra questão contigo
27:12porque,
27:13desculpa,
27:13Zé Inácio,
27:14te atropelado,
27:15querido,
27:16porque me parece
27:18que o ano
27:18de 2024,
27:21nós chegamos aqui
27:22a dezembro,
27:23e me parece
27:23que o ano
27:24de 2024,
27:25ele foi o grande teste
27:26para o projeto,
27:28para aquela lei
27:28que determinou
27:29a autonomia
27:29do Banco Central.
27:31Ao longo do ano,
27:32várias vezes,
27:33o PT trabalhou
27:35para derrubar
27:35ou para mudar
27:37a atual regra
27:38que foi aprovada
27:38durante o governo
27:39de Jair Bolsonaro.
27:40Senadores seguraram,
27:42principalmente o
27:43Vanderlei Cardoso
27:44da Comissão
27:45de Assuntos Econômicos
27:46do Senado,
27:47e em várias conversas
27:48que eu tive com senadores,
27:49eles me falavam o seguinte,
27:50Wilson,
27:51é justamente esse projeto
27:53que pode garantir
27:54ao país
27:54uma estabilidade econômica
27:56no futuro,
27:56por quê?
27:57Porque o compromisso
27:59do integrante,
28:00do presidente
28:00do Banco Central,
28:01vai ser com a economia,
28:03não vai ser com
28:04o governo de plantão,
28:05não vai ser com
28:06A ou B.
28:07Você também
28:08chega a essa conclusão,
28:09Van Dicke,
28:10que de fato
28:10essa lei
28:11possibilitou,
28:12ela teve esse grande teste
28:13em 2024
28:14e possibilitou
28:15que de fato
28:15o Banco Central
28:16tivesse uma função,
28:19tivesse autonomia
28:22de fato
28:22e de direito
28:23para conter
28:24esse tipo de abuso,
28:25por exemplo,
28:25do PT em 2024?
28:26Sem dúvida alguma,
28:29se na ausência
28:30de uma independência
28:31total do Banco Central,
28:33nós teríamos
28:34um problema muito sério,
28:35não só de desancoragem
28:37da inflação,
28:37mas com a inflação
28:38realizada.
28:40E eu acho que hoje
28:40a gente deveria estar
28:41muito mais em linha
28:42com o projeto Dilma,
28:44que levou a inflação
28:45a 11%,
28:46do que o que a gente
28:48tem vivido,
28:48ainda que a gente vá
28:50chegar aos 5%
28:51esse ano,
28:52que é muito acima
28:53da meta.
28:53No entanto,
28:55na ausência
28:56dessa independência,
28:57a força política,
28:58a possibilidade
28:59de substituir
28:59o Banqueiro Central
29:01de turno,
29:02seria quase certo
29:04e a gente teria
29:05um problema
29:06não só de desancoragem
29:07de expectativas,
29:08mas como a realização.
29:09Isso faria com que
29:10a desancoragem
29:11de expectativas
29:11estivessem ainda
29:12muito mais acirradas
29:14e isso acaba
29:15criando uma profecia
29:16autorrealizável
29:17e a inflação
29:18crescendo de maneira
29:19inercial,
29:19que é o grande perigo
29:21da economia brasileira,
29:22uma vez que a nossa economia
29:23é toda indexada.
29:25Muito bem.
29:26Só uma última
29:27perguntinha rápida,
29:28porque a gente tem
29:29um minutinho para o intervalo.
29:30Você acha que o Galípolo,
29:32pelo que o entende,
29:32realmente aprendeu
29:33com esse cursinho rápido
29:35do Roberto Campos Neto
29:36ou em abril ele começa,
29:38em abril não,
29:39em janeiro ele começa
29:39a mudar de ideia?
29:4130 segundinhos rapidamente,
29:42lembrando que você volta
29:43depois do intervalo.
29:44Ele ganhou um colete
29:46à prova de bala
29:46até março,
29:47que já estão contratadas
29:48duas,
29:50dois aumentos
29:51de um por cento.
29:52Até lá,
29:53ainda é culpa
29:54do Campos Neto.
29:55Depois disso,
29:56é culpa dele.
29:57Espero que ele tenha aprendido,
29:58tenha se mostrado
29:59bastante assíduo
30:00na economia
30:01que ele deveria conhecer
30:02e saber.
30:03Nesse terceiro bloco
30:04do especial
30:05sobre economia,
30:06vamos falar sobre
30:07um imposto
30:09que ganhou
30:09a boca do povo.
30:11Estamos falando
30:12da chamada
30:12taxa das blusinhas,
30:14a instituição
30:15de uma taxa
30:16para compras internacionais
30:17de até 50 dólares.
30:19A medida foi aprovada
30:21pelo Congresso
30:21em junho,
30:22mas em meio
30:23a muita polêmica.
30:24A discussão
30:25sobre a retomada
30:26do imposto
30:26de importação
30:27para compras internacionais
30:29até 50 dólares
30:30ganhou fôlego
30:32a partir de maio.
30:33Esse dispositivo
30:34foi incluído
30:35por meio
30:35de um jabuti
30:36incluído
30:37no projeto de lei
30:37que criava
30:38o MOVER,
30:39Programa para Descarbonização
30:41do Setor Automotivo.
30:43Para quem não sabe,
30:44o jabuti
30:44é um trecho
30:45incluído
30:46em um projeto
30:46de lei
30:47cujo teor
30:48não tem qualquer relação
30:49ou vínculo
30:50com a matéria original.
30:51O governo federal
30:52tentou ao máximo
30:53fugir do desgaste
30:55com a população
30:56e no final das contas
30:57coube ao presidente
30:58da Câmara,
30:59Arthur Lira,
31:00ser o fiador
31:00da medida impopular.
31:03Vamos lembrar
31:03o que é que o presidente
31:04da Câmara
31:05disse sobre o assunto
31:06em maio de 2024.
31:08Não é coerente,
31:10os problemas
31:10são sérios.
31:13Você não pode usar
31:14de razões rasas
31:17para justificar.
31:18Nós tivemos acesso
31:19a uma pesquisa
31:22da FSB
31:22de um instituto
31:23que demonstra
31:24que quase 60%
31:26dos consumidores
31:27dessas empresas
31:29são A e B,
31:30classe A e B.
31:31Então,
31:32essa questão
31:33de dizer
31:33que é o menos favorecido
31:35que vai perder
31:36o poder de compra,
31:38você tem que colocar
31:39um pouco na balança.
31:41Manutenção dos empregos,
31:43a indústria nacional,
31:44a concorrência
31:44para com as empresas
31:46nacionais
31:47que não estão pedindo
31:47isenção,
31:48estão pedindo
31:48pé de igualdade.
31:49Então,
31:50tudo isso os líderes
31:51vão decidir
31:51com o relator
31:52e a informação
31:53que saiu
31:54da reunião de líderes
31:55é que amanhã
31:55estaria na pauta,
31:56no plenário.
31:57Tem que o de streaming
31:58que entrega
31:59bastante resistência?
32:00Ele ainda encontra
32:01resistências,
32:02não mudou nada.
32:03o líder André
32:06na maioria
32:07está tentando
32:08conversar
32:09com as bancadas
32:10e eu estou
32:11desde a semana anterior,
32:12essa semana,
32:14obedecendo
32:14o rito
32:15do colégio de líderes.
32:17Se eles estão
32:18tentando negociar ali
32:19e mais uma vez
32:21nós enfrentamos
32:21dificuldades
32:22de narrativas
32:23que no meu ver
32:24não condizem
32:25com a realidade
32:26do projeto,
32:27mas como no Brasil
32:28as coisas ultimamente
32:29estão assim,
32:29quando você batiza
32:30vira nome,
32:31a dificuldade
32:33não está pequena
32:34de aprovar
32:34essa matéria.
32:35O que eu mover,
32:40ele tem
32:41uma maioria
32:43consolidada
32:44de aprovação,
32:46um texto
32:46ou outro.
32:49Os streamers
32:50eu não tenho
32:51essa certeza
32:52porque ele entra
32:53falta de voto,
32:56confusão,
32:57já está desenhado.
32:58Mas semana que vem
33:01o senhor acha
33:01que pauta?
33:02Pode ser,
33:03ele está na pauta.
33:04Vai depender
33:05do relator,
33:06André.
33:09Mas vocês sabem,
33:10estão acompanhando
33:10isso desde a semana,
33:12tem quantas semanas
33:12que ele está na pauta,
33:13o relator
33:15atendeu diversas
33:16solicitações.
33:19Hoje eu fiz um apelo
33:19tão somente
33:20para que os partidos
33:21que acham
33:21que não concordam
33:22por esse motivo
33:23ou aquele contexto,
33:25não fiquem
33:25desgastando o relator
33:26para que ele negocie
33:27e ao final
33:29votem contra.
33:30Ele vai atendendo
33:31demandas
33:31para ir
33:32diminuindo
33:33ou desidratando
33:36o texto
33:37e depois não
33:37acompanhando
33:38as votações.
33:39Mas bom,
33:40é uma posição
33:40de cada bancada,
33:42de cada parlamentar.
33:44A matéria
33:45está posta
33:46e é somente
33:47necessário
33:48que se reproduzisse
33:49na imprensa
33:50o que na realidade
33:51ela é.
33:52Se ela na realidade
33:53for o que estão
33:54dizendo que é,
33:55ela não terá votos.
33:56Mas o relator
33:57está tentando
33:58e a gente está
33:58dando oportunidade
33:59para isso.
34:00No Senado,
34:01o Jabuti
34:01até foi reteado
34:02do texto
34:03pelo relator
34:04Rodrigo Cunha,
34:05mas o dispositivo
34:06foi reincluído
34:07no material final.
34:09A medida
34:09afetou plataformas
34:11como o Chaim,
34:12Shopping
34:12e AliExpress.
34:15O próprio Lula
34:15em entrevista
34:16à CBN
34:17se colocou
34:17contra a taxação
34:18das blusinhas.
34:20Ele chegou
34:20a vislumbrar
34:21a possibilidade
34:22de barrar o projeto,
34:23mas depois recuou.
34:25Vamos lembrar.
34:25O que eu fico
34:26meio boquiaberto
34:27é o seguinte,
34:28ou seja,
34:29quem é que compra
34:30essas coisas
34:30de 50 dólares?
34:32Eu não sei
34:33se você compra,
34:34Cássio.
34:35A minha mulher compra.
34:37Eu falei
34:37para o Alckmin,
34:38a tua mulher compra.
34:39Eu falei
34:40para o Adada,
34:40a tua filha compra,
34:41a tua mulher compra.
34:42Porque são coisas
34:43que estão aí
34:44baratinhas,
34:45coisas para pintura,
34:46para cabelo,
34:46um monte de coisa.
34:47Sabe,
34:4850 dólares.
34:49Ora,
34:49por que taxar
34:5050 dólares?
34:52Por que taxar
34:53o pobre
34:53e não taxa
34:54o cara que vai
34:54no free shop
34:55e gasta mil dólares?
34:58É apenas
34:58uma questão
34:59de consideração
35:00com o povo
35:01mais humilde
35:01desse país.
35:03As pessoas
35:04gastar 50 dólares
35:05tem que pagar imposto
35:06e o cara
35:07que gasta
35:07dois mil
35:08não paga?
35:09Gasta
35:10mil e quinhentos
35:10não paga?
35:11Gasta mil?
35:11Então,
35:12essa foi a minha divergência.
35:13Por isso que eu vetei.
35:14Eu vetei.
35:15depois houve
35:17uma tentativa
35:18de fazer acordo,
35:19houve um acordo
35:19e eu assumi
35:20o compromisso
35:21com o Haddad
35:22de que eu aceitaria
35:23colocar o PIS
35:24e o COFINS
35:25para a gente cobrar
35:26que dá mais ou menos
35:2720%.
35:27Isso está garantido.
35:29Isso está garantido.
35:30Eu estou fazendo isso
35:31pela unidade
35:33do Congresso
35:35e do governo
35:35e das pessoas
35:37que queriam.
35:38Porque eu,
35:38pessoalmente,
35:39acho equivocado
35:41a gente taxar
35:43as pessoas humildes.
35:44E aqui,
35:44no meio-dia
35:45em Brasília,
35:46nós comentamos
35:46exatamente isso,
35:48que o governo federal
35:49queria a taxa,
35:51mas não queria arcar
35:52com o desgaste
35:53da medida.
35:54Vamos relembrar
35:54na análise
35:55de Rodolfo Borges.
35:56Quando o Lula
35:57deu essa declaração
35:58sobre a possibilidade
36:01de vetar
36:02a queda,
36:03a derrubada
36:04da isenção
36:04para compras
36:05abaixo de 50 dólares
36:07no exterior,
36:09para mim foi uma chave
36:10que virou ali no governo.
36:12Porque esse projeto,
36:14esse plano,
36:14era o plano
36:15do governo,
36:16do governo Lula.
36:17No ano passado,
36:18o Haddad passou
36:19meses
36:20buscando
36:23meios
36:24de conseguir
36:24dinheiro
36:25para o governo,
36:26para um governo
36:27que não tem
36:28nenhuma pretensão
36:29de deixar
36:30de gastar,
36:31de gastar menos.
36:32Então, assim,
36:32para que eles
36:33continuem
36:34podendo gastar
36:35mais como eles gostam,
36:37eles precisam
36:37arrumar dinheiro
36:39de algum lugar
36:39para manter
36:40de alguma forma
36:41a promessa
36:42de responsabilidade
36:43fiscal.
36:44Ninguém mais acredita
36:45em déficit fiscal zero,
36:48isso aí já passou,
36:49está uma discussão
36:49já de quanto é
36:50que vai ser
36:50o déficit
36:52do governo,
36:54mas assim,
36:55até então,
36:56o Lula,
36:57principalmente,
36:57não tinha falado
36:58tão diretamente
36:59sobre isso.
36:59E aí,
37:00quando ele foi questionado,
37:01porque agora,
37:02lembrando,
37:03o governo apresentou
37:04essa proposta
37:06de derrubar
37:07a isenção
37:08de taxação,
37:09aí veio a gritaria,
37:10aí a Janja
37:11apareceu no meio
37:12do caminho
37:13para dizer que
37:13as empresas
37:15que seriam taxadas,
37:16a população não,
37:17e aí confundiu tudo,
37:18porque de qualquer forma,
37:20no final das contas,
37:20quem vai pagar
37:21é quem compra,
37:22de fato,
37:23porque a empresa
37:23repassa
37:24o valor da taxa
37:25para o consumidor.
37:27E aí,
37:28ele é de humanas,
37:29ele é socióloga,
37:30ele é socióloga,
37:31ele é de humanas.
37:33E aí,
37:34assim,
37:34aí ficou aquela confusão,
37:35o governo recuou,
37:37foi para as apostas
37:38esportivas,
37:38até conseguiu avançar lá
37:40e tal,
37:40tem perspectiva
37:41de conseguir algum dinheiro
37:41dali,
37:42e aí isso aí
37:43ficou parado,
37:44mas assim,
37:45ficou parado,
37:45mas na expectativa
37:46de que um dia
37:46isso poderia voltar.
37:48E aí voltou,
37:49e aí,
37:49ironicamente,
37:49voltou pela mão
37:50de uma outra pessoa,
37:52voltou pelo presidente
37:53da Câmara,
37:54fazendo um discurso
37:55de defesa,
37:56até uma defesa
37:58enfática
37:58da medida,
38:00só que aí
38:01vem o Lula
38:02e fala,
38:03não,
38:03mas aí a minha mulher
38:04compra,
38:04a mulher do Alckmin
38:05compra,
38:05a filha do Arthur Lira
38:06compra,
38:07o Fujim Ganga,
38:08os mais,
38:08então assim,
38:09a questão é,
38:10você tinha dito assim,
38:11ah,
38:12o Lula não quer perder
38:12popularidade,
38:13a questão é,
38:13o Lula não pode
38:14mais perder popularidade,
38:15essa é a questão,
38:16ele não tem...
38:16É verdade,
38:17concordo,
38:18ele não tem...
38:20E aí,
38:20esse é um sinal,
38:21para mim,
38:22um marco para esse governo,
38:24eles estão agora,
38:25ele está completamente
38:26na defensiva,
38:28e aí,
38:29assim,
38:29é óbvio que é difícil
38:30para qualquer governo
38:32aumentar imposto,
38:34no caso,
38:34nem é um aumento
38:35de imposto desse,
38:35seria a recomposição
38:37de um imposto,
38:38é uma isenção,
38:39nenhum,
38:40já é difícil
38:40para qualquer governo,
38:42é mais difícil
38:42para um governo
38:43como o do Lula,
38:45que não tem pretensão
38:47de parar de gastar,
38:48e fala em gastar
38:49toda hora.
38:50O fato é que,
38:51com a taxa das blusinhas
38:52e a instituição
38:53de outros impostos,
38:55Haddad acabou levando
38:56a fama de taxade,
38:58um meme que ficou popular
38:59no ano de 2024
39:01e que irritou
39:02de forma muito séria
39:03o ministro da Fazenda.
39:05Vamos relembrar
39:06esse momento cômico
39:07da política econômica brasileira.
39:13Onde está a política econômica
39:18e que não tem
39:19a política econômica brasileira.
39:21Onde está a política econômica
39:21e que não tem
39:22a política econômica brasileira.
39:23Onde está a política econômica
39:24e que não tem
39:26a política econômica brasileira.
39:27Onde está a política econômica
39:27e que não tem
39:28a política econômica brasileira.
39:29É que não tem
39:31a política econômica brasileira.
39:32E que não tem
39:33a política econômica brasileira.
39:34E que não tem
39:35a política econômica brasileira.
39:35É que não tem
39:36a política econômica brasileira.
39:37A CIDADE NO BRASIL
40:07A CIDADE NO BRASIL
40:37A CIDADE NO BRASIL
41:07A CIDADE NO BRASIL
41:37A CIDADE NO BRASIL
41:39A CIDADE NO BRASIL
41:41A CIDADE NO BRASIL
41:43A CIDADE NO BRASIL
41:47A CIDADE NO BRASIL
41:49A CIDADE NO BRASIL
41:51A CIDADE NO BRASIL
41:53A CIDADE NO BRASIL
41:55O que o governo fez foi passar a bola dos cortes para o Congresso Nacional
42:03e quem vai fazer a maldade, o pacote de maldade seria em termos os nossos legisladores.
42:11O governo ficou para si, trouxe para si a possibilidade, que não depende do Congresso, que me assusta muito,
42:20de tomar a decisão bilateral de ajustar a tabela do imposto de renda, isentando as rendas até R$ 5 mil.
42:26E isso cria um grande problema, um grande impasse para a economia brasileira, porque lança entre R$ 50 e R$ 70 bilhões de um custo que não tem contrapartida.
42:36Ah, o governo está querendo buscar o arcabouço fiscal.
42:40O arcabouço fiscal é uma mordida banguela, liniente, que deixa os gastos crescerem até 2,5% por gastos reais.
42:50Nós estamos falando de inflação mais o gasto, o que é muito quando o país precisa ter redução de gasto.
42:56Não é que é diminuir a taxa de crescimento do gasto, é realmente ter um exemplo da Argentina
43:03e trazer os gastos do ano que vem para números inferiores aos encorridos esse ano.
43:09O Brasil gasta demais e não cabe mais dentro do seu bolso.
43:13Isso precisa ser resolvido, porque isso é uma questão institucional e estrutural para que o país possa crescer de maneira sustentável.
43:24Mais uma pergunta.
43:26O Fernando Haddad, a sensação que a gente tem, que muitos agentes econômicos, economistas também têm,
43:31é que o Fernando Haddad tenta fazer a lição de casa, tenta fazer o que é, entre aspas, correto,
43:36segundo o entendimento do mercado, mas o PT não colabora.
43:40O governo e o PT não colaboram.
43:43Como é que você faz o balanço de 2024 do ministro Fernando Haddad?
43:48Fernando Haddad é o melhor que existe dentro do PT e aquilo de mais competente que o PT pode dar para a gente.
43:57E não é grande coisa, essa que é a verdade.
43:59O Fernando Haddad gostaria de não ter que fazer ajuste fiscal, mas ele entende a realidade imposta pelo mercado,
44:07que isso é necessário para que o país possa continuar crescendo de maneira sustentável e não caia numa estagflação,
44:13que é o grande risco que a gente vive hoje, que é uma reciclagem, uma requintagem,
44:19é a marmita requintada da Dilma.
44:23E é esse o caminho que a gente vai seguindo nesse momento.
44:26Então, o Fernando Haddad, eu nunca tive nenhum apreço por ele, eu sempre achei que ele era um ideólogo do PT,
44:36mas eu desenvolvi até uma empatia profunda com ele, porque ele é a única voz sana dentro de um partido que não tem um segundo truque.
44:45Ele é que nem aquele cavalo manco do circo que consegue só fazer um truque, ele levanta a patinha quando ele passa na frente do picadeiro.
44:52É a mesma ladainha de sempre e a gente tem a nova matriz econômica vestida de outra coisa nesse momento.
45:02O Lula falando de fome, aquelas coisas de sempre.
45:04Só que o Fernando Haddad, ele compreende que isso é um problema e traz isso para si.
45:10Só que a ala política não deixa que o equilíbrio fiscal seja parte da pauta principal.
45:17A ideia da ala política é se manter eleito.
45:20Se manter eleito, tem transferência de renda, seja lá para quem for e ao custo que for,
45:26isso mantém o PT eleito, é isso que eles vão fazer.
45:28Muito bem.
45:30Eu queria até chamar aqui o nosso Wilson Lima para participar, porque ele tem uma informação de bastidores aqui
45:36que ele quer dividir conosco sobre o ministro Haddad.
45:40Então, meu caro Vandir, que tem uma...
45:42Eu conversando com alguns parlamentares essa semana e a gente falava basicamente sobre o ajuste fiscal
45:47e eles me confessavam o seguinte.
45:49Wilson, no início do governo Lula, as conversas que nós tínhamos com o Haddad eram conversas mais leves,
45:55ele ainda estava lá mais bem disposto, feliz, saltitante.
45:59O tempo foi passando e cada vez mais o Fernando Haddad recebe ali com um certo...
46:05Com um cabelo branco, com um peso no olhar, de uma forma...
46:12As conversas são menos...
46:13Ele tem que estar cada vez menos paciente em conversar com as pessoas.
46:17A gente inclusive viu isso na entrevista coletiva que nós exibimos há pouco.
46:20Então, assim, me parece que o Haddad, esse personagem que de tanto lutar contra o próprio governo,
46:30de tanto levar canelada, ele já está cansando, ele está cansado.
46:34E o mais curioso é que o mercado enxerga o Haddad ainda como essa ilha de parcimônia dentro de um governo de aloprados.
46:43Me parece que é mais ou menos essa a visão do Haddad, porque ele tenta.
46:47É bom lembrar, né, Vandir, que durante o ano de 2024, o Fernando Haddad, ele foi voto vencido na questão dos juros e do ajuste fiscal,
46:57mas durante todo o governo ele tem sido voto vencido em várias outras medidas de ajuste fiscal.
47:02Ele propõe, mas aí vem a aloprada comandada por Glaze Hoffman e etc.,
47:07e basicamente passa a perna no Fernando Haddad.
47:10A pergunta que a gente às vezes se faz, não é, Vandir, que é até quando que o Haddad vai conseguir suportar essa situação, não é?
47:17Porque não é uma... a vida do Haddad definitivamente não é fácil.
47:22Não tenho nenhuma inveja do ministro.
47:25Eu vejo o ministro como aquele menino daquela fábula holandesa, né,
47:29que os diques de Amsterdã estão prontos a ruir,
47:33e ele foi lá ajudar, botou o dedinho em uma das fraturas daquele dique que tem volume gigantesco de água
47:40e tá o menino lá segurando, botando o dedinho, fazendo a sua parte pra ajudar a cidade, né?
47:47Infelizmente, essa é a realidade.
47:49Como você mesmo disse, o governo de Alopratos,
47:51a gente tem um grupo de pessoas que tem os ouvidos do Lula,
47:55e o Lula gosta desse tipo de conversa hiperbólica, né?
48:01Tudo isso que é o maior do mundo, nunca na história, nunca jamais,
48:05essa história realmente o Lula adora.
48:08Isso deve fazer parte de uma patologia que o presidente tem,
48:11e essa patologia normalmente são associadas com ideias faraônicas, etc.
48:16Isso existe inclusive nos livros que falam de patologias de personalidade.
48:22Então essa é uma característica típica do Lula.
48:25E os governistas da ala política, eles têm esse tipo de discurso
48:33que realmente faz com que o Lula defenestre o Haddad na maioria das suas propostas
48:41e acabam sendo desidratadas e faz um pouquinho pra manter o mínimo necessário
48:45pro Haddad não pegar o seu boné e ir embora.
48:50Agora, Vandique, só pra fechar, porque ainda falando sobre esse personagem,
48:54ao longo de 24, o Haddad também foi um grande articulador político.
48:58Em vários momentos, ele colocou ali projetos de lei que eram sensíveis.
49:02O próprio ajuste fiscal ele colocou debaixo do braço,
49:05foi pra Câmara fazer articulação na Câmara e no Senado,
49:08adotando uma atribuição que, em tese, seria do Alexandre Padilha.
49:13Só que o Alexandre Padilha não fala com o Arthur Lira.
49:16Então, no final das contas, o Haddad acabou sendo esse personagem.
49:19Quer dizer, ele atua tanto na economia quanto na política.
49:22Então, é por isso que o Haddad acaba ganhando uma certa...
49:26Uma força do governo Lula ao longo de 24, não?
49:30Não, certamente.
49:31A capacidade de articulação política, como eu disse,
49:34Haddad é o melhor PSDBista que o PT já produziu.
49:40Ele tem capacidade de articular muito parecido com as alas mais da esquerda do PSDB.
49:46Como o PSDB morreu, essa ala do PT...
49:49Aliás, o PT, a gente tem que entender que o PT é como hinduísmo.
49:53Deve ter umas 120 mil facções lá dentro e muitas delas odeiam a outra.
49:58O PT tem os seus próprios partidos políticos lá dentro.
50:01E o Haddad, dentro de todas essas facções, ele faz parte da facção mais razoável,
50:07mais pé no chão, que consegue dialogar com os políticos e, ao mesmo tempo, com o mercado.
50:12Ele tem sido o fiel da balança, ele tem sido o fiador do governo Lula.
50:18Um dos grandes riscos que a gente tem, eu já disse,
50:21a gente tem o risco de querer mexer na meta fiscal, de querer mexer na meta de inflação,
50:27mas, antes disso, o grande risco é perder o Haddad.
50:30Não existe ninguém palatável para o mercado e para o país que não seja ele.
50:36A alternativa de falar de guido mântega no mundo pós-lava-jato e pós-petrolão é impensável.
50:44É verdade.
50:45E assim termina mais uma edição da retrospectiva do Meio Dia em Brasília.
50:49Tenham todos uma ótima tarde e até a próxima edição.
50:53Transcrição e Legendas por Quintena Coelho
51:04Legendas por Quintena Coelho

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