- anteontem
O ex-presidente americano Donald Trump chamou de “muito burra”, “estúpida” e “falcão de guerra radical” a ex-deputada Liz Cheney, também do Partido Republicano, durante conversa com o ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, em evento de campanha em Glendale, no Arizona, na quinta-feira, 31 de outubro.
Contra a volta de Trump ao poder, a ex-deputada apoia a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata, na eleição presidencial da próxima terça, 5 de novembro, que definirá a sucessão de Joe Biden.
A vice-presidente Kamala Harris, em sua tentativa de cortejar eleitores independentes e republicanos moderados, vem explorando a retórica agressiva de Trump contra desafetos e rivais.
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Contra a volta de Trump ao poder, a ex-deputada apoia a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata, na eleição presidencial da próxima terça, 5 de novembro, que definirá a sucessão de Joe Biden.
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NotíciasTranscrição
00:00E vamos falar da eleição americana que está chegando aí na terça-feira que vem, 5 de novembro, com cobertura especial de um antagonista.
00:07O ex-presidente americano Donald Trump chamou de muito burra, estúpida e falcão de guerra radical a ex-deputada Liz Cheney, também do Partido Republicano,
00:16durante conversa com o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson, em evento de campanha em Glendale, no Arizona, na quinta-feira, 31 de outubro.
00:23Trump também falou em colocá-la, ele falou em, aspas, colocá-la com um rifle ali em pé, com nove canos atirando nela, fecho aspas.
00:33Isso ao criticar a postura de falcões que, de um prédio chique em Washington, querem enviar milhares de tropas para a boca do inimigo.
00:41Filha de Dick Cheney, que foi vice-presidente dos Estados Unidos de 2001 a 2009 no governo de George W. Bush,
00:48Liz se tornou a voz republicana mais crítica do papel de Trump na mobilização contra o resultado da eleição de 2020,
00:55que resultou na invasão do Capitólio, sede do Congresso, em 6 de janeiro de 2021.
01:01Aliás, escrevia a respeito disso, naquela época, dessa posição, naquela época ali, firme e corajosa da Liz Cheney,
01:09de criticar os excessos de Donald Trump, para dizer o mínimo.
01:13Aqui, tem muita gente dessa direita mais radicalizada brasileira, que acha que Trump e Bolsonaro não podem ser criticados
01:24por aquilo que resultou no 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, no 8 de janeiro de 2023 no Brasil.
01:30No entanto, devem ser criticados, deviam, devem e deverão ser criticados.
01:37Eles eram a liderança desses campos, eram apoiadores deles que estavam envolvidos nesses atos
01:43e eles tiveram inúmeras oportunidades de falar contra esse tipo de atitude, de desmobilizar.
01:51Se você realmente faz isso de uma maneira incisiva, diversas vezes, repetidamente, como a liderança.
01:57E, eventualmente, as pessoas fazem algo contrário àquilo, tudo que você pregava, que você não estimulava, etc.
02:05É uma coisa.
02:06Agora, quando você deixa correr, quando você, no máximo, fala alguma coisinha ali,
02:11quando você é provocado, mas muito branda, e nos bastidores você está estimulando,
02:20é claro que você tem, no mínimo, uma responsabilidade moral e política.
02:23A questão criminal é uma outra, aí depende da investigação, de elementos, de prova, etc.
02:29Mas, ela, como uma deputada republicana, na ocasião, uma ex-deputada agora,
02:36ela ergueu a voz, e é muito raro isso, e eu apontei, porque aqui no Brasil,
02:42quem está no entorno do Bolsonaro nunca quer criticar ele,
02:45quem está no entorno do Lula nunca quer criticar ele.
02:47E, lá, apareceu uma vozinha ou outra, dentro do mesmo campo, para criticar.
02:54E, contra a volta do Trump ao poder, a ex-deputada agora apoia a atual vice-presidente Kamala Harris,
03:00do Partido Democrata, na eleição presidencial da próxima terça, 5 de novembro,
03:04que definirá a sucessão de Joe Biden.
03:07Me lembro até o caso do João Amoedo.
03:08Criticava o Lula, aí veio o Bolsonaro, criticou o Bolsonaro,
03:13e aí teve hostilidade dele no próprio Partido Novo, etc.
03:18Na hora da eleição, resolveu votar no Lula.
03:21Aí, essa é uma outra questão.
03:23A Liz Cheney, agora, resolve votar na Kamala Harris.
03:25Kamala Harris é a candidata perfeita?
03:28Não é.
03:28Tem um monte de críticas aqui que a gente também faz à Kamala Harris,
03:32assim como faz ao Partido Democrata.
03:34Então, cada um, evidentemente, faz o seu juízo sobre as circunstâncias.
03:36Agora, são políticos, e políticos acabam escolhendo um lado na hora da eleição.
03:42E aí, eles sofrem também as consequências.
03:44A Liz Cheney não conseguiu ser reeleita, como vários outros aqui no Brasil.
03:49Vamos assistir a declaração do Trump, que eu legendei em português.
03:52Pode soltar.
04:06E aí, vamos ver como ela se sente sobre isso.
04:11Você sabe, quando as armas são treinadas na sua face.
04:14Você sabe, eles são todos os homens, quando estão sentindo em Washington,
04:17em um bom bairro, dizendo,
04:18Oh, meu Deus, vamos enviar 10,000 troops right into a boca do inimigo.
04:25Mas ela é uma pessoa estúpida.
04:25Duda, a gente tem pouco tempo até o intervalo,
04:38mas ele fala ali, vamos colocá-la com rifle, com canos apontados para ela, etc.
04:44E, obviamente, o Partido Democrata pegou essa declaração
04:46e apontou a retórica agressiva, apontou ali o Trump convocando
04:52para atirarem na Liz Cheney, que isso é um perigo,
04:56que tem malucos à solta aí, como atentados anteriores já mostraram, etc.
05:01Estava, sim, num contexto de crítica à posição de políticos de Washington,
05:06de mandar militares para guerras no exterior e ficar lá no ar-condicionado do prédio chique.
05:12No entanto, a maneira como ele coloca é uma maneira que exigiria maior cuidado político,
05:20maior responsabilidade que ele não tem.
05:21Mas aí não seria o Donald Trump.
05:23É assim que ele consegue também muitos holofotes.
05:26Então, mostrei o vídeo aí do Donald Trump falando da Liz Cheney,
05:29que ousou criticá-lo e que agora apoia a sua rival, Kamala Harris,
05:34do Partido Democrata, o mesmo partido, claro, do presidente Joe Biden,
05:38do qual ela é vice-presidente.
05:40Duda Teixeira, o que você destaca?
05:41O Trump é um isolacionista.
05:45Várias vezes ele fala que ele precisava tirar os Estados Unidos
05:50de todas as guerras inúteis e desnecessárias.
05:54Isso é uma coisa que até o Joe Biden também fez
05:57quando tira as tropas do Afeganistão.
06:00Mas também era uma postura que o Obama tinha.
06:03Então, desde a guerra do Iraque, com o George W. Bush,
06:09todos os presidentes americanos têm tido essa postura isolacionista.
06:13E dentro do Partido Republicano, a gente tem essa ala,
06:17que são os roxos, que eles chamam ali, a gente traduzir, falcões da guerra.
06:22O pessoal que acha que os Estados Unidos têm mais é que intervir no resto do mundo
06:25e ser a polícia do mundo.
06:27Além da Liz Cheney, tinha o John Bolton também.
06:31E ele fala a mesma coisa que ele fala para ela, ele fala para o John Bolton também.
06:35Ele fala assim, se dependesse desse daí,
06:38que foi assessor especial ali na Casa Branca,
06:41a gente também teria umas 100 guerras.
06:44Eu que não deixava.
06:46O Trump usa esse tipo de coisa o tempo inteiro.
06:49E exagera também.
06:50Exagera.
06:51Mas é uma grande possibilidade.
06:55Ele, se for eleito, ele fala que vai deixar os países da OTAN
07:02meio que se virarem sozinhos numa ameaça do Vladimir Putin da Rússia.
07:09Tipo, a gente vai reduzir o nosso aporte para a OTAN.
07:13E vocês que se viram aí, a Ucrânia, o Zelensky vai estar em maus lençóis se o Trump for eleito.
07:21Certamente a ajuda americana vai diminuir.
07:24O Trump é muito parça ali do Putin.
07:28Israel, eu acho que o apoio continua.
07:30O Trump faz questão, é uma questão também mais institucional de relação entre os Estados.
07:37O Congresso americano apoia Israel e essa parte não corre tanto risco.
07:44Mas o resto, é bem possível que realmente, num possível mandato do Trump,
07:49essa presença americana no exterior acaba diminuindo ainda mais.
07:54É.
07:55Agora, nem sempre as ações são correspondentes ao discurso.
07:58O que aconteceu depois da guerra no Iraque, da reação ao terror no Afeganistão,
08:06é que se tornou um desgaste político defender as intervenções militares dos Estados Unidos
08:13em outros países.
08:14Porque houve um gasto muito grande, se perderam muitas vidas de militares.
08:19Então, houve uma perda desse posicionamento em termos de popularidade na opinião pública americana.
08:29Então, os políticos dos dois lados do espectro passaram a ser mais cautelosos em relação a esse tipo de postura.
08:36Como a Liz Cheney está criticando o Trump, principalmente ali desde os discursos dele,
08:44às vésperas do 6 de janeiro de 2021,
08:49ele aproveita para colocá-la como uma dessas pessoas que são falcões de guerra,
08:55até por ela ser filha do Dick Cheney, que foi vice-presidente durante o governo do W. Bush,
09:00no qual os Estados Unidos estavam metidos em diversas guerras.
09:04Foi durante o governo Bush que houve o ataque do 11 de setembro às Torres Gêmeas,
09:09aí houve a reação militar, depois o Bush se orgulhava e tinha até elogios à parte de defesa de casa.
09:18Eu me lembro até de uma entrevista, o que você mais se orgulha do seu governo?
09:22Protect home, defender a casa, os Estados Unidos.
09:26Então, mesmo assim, apesar de não ter tido um ataque similar ao ataque das Torres Gêmeas,
09:36o desgaste dessa postura mais bélica foi muito grande e o Donald Trump fica com uma retórica isolacionista.
09:42Ao mesmo tempo, não deixa de criticar o Joe Biden pela maneira como retirou as tropas americanas do Afeganistão,
09:48que resultou na tomada do poder do Talibã, novamente, com aquelas imagens que talvez estejam entre as mais marcantes desse século,
09:55que são pessoas penduradas até no avião, querendo fugir do país.
09:58Parecia aqueles filmes apocalípticos, só tem um barco, só tem um avião, todo mundo disputa para entrar, um matando o outro.
10:04Estava gente ali pendurada e caindo do avião,
10:07porque estava querendo fugir do país, ciente de que o grupo terrorista estava voltando a ocupar o poder.
10:14Então, foi uma retirada bastante atabalhoada que resultou em mortes, em uma série de problemas e violência até hoje.
10:22Então, o Trump também tem uma postura de, olha, se entramos numa guerra, aí temos que vencer,
10:28ou ter cuidado na hora de sair.
10:31Então, assim, é um isolacionismo retórico, mas não quer dizer que na prática isso vai acontecer em todas as frentes.
10:37Por exemplo, Israel. Você tem aí sinais de apoio americano que vai se estender, etc.
10:42No entanto, os sinais do Donald Trump em relação à Ucrânia são ruins.
10:47Os sinais, o que vai ser feito na prática, a gente vai ver lá.
10:51Mas os sinais de proximidade com Vladimir Putin, de isolacionismo,
10:57de não ajudar a Ucrânia a repelir as tropas russas que invadiram o país,
11:04é algo dramático, porque a Ucrânia pode acabar.
11:06Ela pode ser conquistada pela Rússia e a Rússia, eventualmente, pode continuar esse processo expansionista,
11:12como fez Hitler lá na Alemanha nazista.
11:15Então, tem uma série de elementos e nuances aí que a gente vai ter que apontar em toda essa cobertura também.
11:19Agora, a Liz Cheney, claro, reagiu à declaração do Donald Trump.
11:24Ela foi lá na rede social X e escreveu o seguinte, abrou aspas,
11:27É assim que os ditadores destroem nações livres.
11:30Eles ameaçam aqueles que falam contra eles com a morte.
11:35Ameaçam com a morte aqueles que falam contra eles.
11:38Não podemos confiar nosso país e nossa liberdade a um homem mesquinho, vingativo, cruel e instável
11:44que quer ser um tirano.
11:46Fecho aspas.
11:47Olha, essa parte sobre ser vingativo, ser mesquinho,
11:55o Trump não tem o menor perdão ali na hora de enfrentar no debate público
12:01aqueles que estavam no seu partido ou que já estiveram ao seu lado e que passaram a criticá-lo.
12:07Tudo para ele é traidor.
12:08É como Lula e Bolsonaro nesse ponto.
12:10Tem que ser 100% alinhado, subserviente, senão vai tomar aí um chumbo retórico, pelo menos.
12:17A vice-presidente Kamala Harris, em sua tentativa de cortejar os eleitores independentes
12:21e os republicanos moderados, como é considerada Liz Cheney,
12:25vem explorando essa retórica agressiva do Trump contra desafetos e rivais.
12:29A candidata do Partido Democrata fez isso na terça-feira 29, por exemplo,
12:33no Ellipse, em Washington, o mesmo local onde o Trump fez o seu discurso de 6 de janeiro de 2021.
12:41Olha só a estratégia política eleitoral.
12:43Abro aspas para Kamala.
12:44Trump pretende usar o exército dos Estados Unidos contra cidadãos americanos
12:48que simplesmente discordam dele.
12:50Pessoas que ele chama de o inimigo interno.
12:53Este não é um candidato à presidência que está pensando em como tornar sua vida melhor.
12:57Este é alguém estável, obcecado por vingança, consumido por queixas
13:01e em busca de poder descontrolado.
13:03Fecho aspas.
13:04Aí com um discurso bem alinhado ao da Liz Cheney.
13:07E em 13 de outubro, a Maria Bartiromo, da Fox News, perguntou ao Trump
13:13sobre a possibilidade de caos no dia da eleição.
13:16E o Trump alertou sobre pessoas muito ruins, lunáticos, radicais de esquerda,
13:21que devem ser tratados, se necessário, pela Guarda Nacional ou pelos militares.
13:25Foi daí que a Kamala tirou esse comentário de que ele quer usar os militares contra quem
13:31pensa diferente, etc.
13:33Quer dizer, tudo isso é para mostrar como o tom está aumentando nas vésperas da eleição
13:38americana, Duda.
13:40Aliás, esse é o tema da reportagem do Alexandre Borges na revista Cruzoé, que saiu hoje de
13:47amanhã.
13:47Bem lembrado.
13:49A Leda também traz outros exemplos, né?
13:52O Trump xingando a Kamala de preguiçosa, de burra.
13:57Ele não tem nenhuma papa na língua, né?
14:00E agora o Partido Democrata faz essa acusação ao Partido Republicano de que, olha, os trumpistas
14:08geralmente veem o mundo nessa perspectiva de nós contra eles, né?
14:13E de que tem ali uns americanos que não são bem americanos, que precisam ser eliminados,
14:19alguma coisa meio fascista.
14:20Tem todo esse discurso, né?
14:22E aí, essa semana o que aconteceu, o Joe Biden, presidente, numa entrevista para uma
14:28ONG que se chama Voto Latino, ele chama os apoiadores do Trump de lixo, né?
14:35Isso é uma resposta, isso vem depois do que um comediante, num evento de campanha do
14:43Trump, diz que Porto Rico seria uma ilha flutuante de lixo no mar.
14:49E aí o Biden fala, o único lixo que eu conheço são os apoiadores dele.
14:53Mas é claramente o que o Biden está dizendo é atacando os eleitores do Trump como se fossem
14:59pessoas para serem descartadas, né?
15:01E isso repete aquilo que a Hillary Clinton fez em 2016, né?
15:07Deplorable.
15:07Que ela chama, olha, metade dos apoiadores do Trump, é um saco de deploráveis.
15:15E isso pegou super mal para Hillary naquela época.
15:19Porque nos Estados Unidos, os políticos democratas realmente têm o apoio das grandes cidades,
15:26São Washington, Nova York, o estado da Califórnia inteiro, que geralmente são as áreas mais
15:32urbanas e que as pessoas têm mais formação universitária.
15:37E aí tem um certo preconceito, uma discriminação com os eleitores do Trump, né?
15:41Que geralmente é gente mais rural, com menos escolaridade.
15:44Então eles ficaram fulos com essas declarações e aumentaram o ânimo para votar no Trump.
15:56Então eles ficaram fulos com essas declarações e aumentaram o ânimo para votar no Trump.
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