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Todas as sondagens contam a mesma história: a vice-presidente democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump estão cabeça a cabeça nos sete estados que determinarão o resultado da eleição, realizada por sufrágio indireto. Poderá ser necessário esperar vários dias depois de 5 de Novembro para que os votos sejam contados e para que se inicie um período de transição potencialmente caótico.
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Transcrição
00:00Na próxima semana temos eleições nos Estados Unidos e o seguinte, se eu tivesse 10 reais para apostar em quem seria o vencedor, eu não apostaria, porque não dá para apostar absolutamente nada. Boa tarde para você, amigo.
00:14Boa tarde, Wilson. Boa tarde a todos. Aposta que não será o Joe Biden, que não será o Tio Paulo. Agora, o que a gente pode dizer é o seguinte, então, no primeiro lugar, é um resultado imprevisível. Eu diria que neste momento há uma leve, levíssima vantagem para o Donald Trump, mas isso não perfaz qualquer tipo de previsão.
00:39A gente está numa eleição apertadíssima e realmente imprevisível. No seguinte sentido, eu já expliquei isso em alguns artigos, em alguns comentários, mas como você tem um cenário de um país onde o voto não é obrigatório e o comparecimento nas urnas dos eleitores em eleições disputadas faz toda a diferença,
01:04porque nos Estados Unidos a gente tem um sistema, fala-se muito do colégio eleitoral, é até um assunto que eu devo abordar essa semana em coluna, explicando como é que funciona o colégio eleitoral,
01:15que é um sistema que eu gosto, diga-se de passagem. Tem muita gente que faz umas críticas completamente idiotas ao sistema. É o sistema inteligente, é o sistema que viabilizou a maior democracia do mundo,
01:26país mais importante, mais livre. Então, assim, vamos com calma também, né? Essa ideia de que é um sistema antigo, antigo também, a língua que a gente está falando aqui tem quase mil anos.
01:40Então, assim, parar um pouco com essas besteiras, né? Mas o sistema do colégio eleitoral, como é que ele funciona, né?
01:49Que faz muita diferença nessas eleições apertadas. Cada estado, né? Dos 50 estados que compõem os Estados Unidos da América, é como se fosse uma eleição inseparada.
02:01Então, vamos dizer, na Flórida, você tem uma quantidade de cadeiras que são ocupadas por delegados desse colégio eleitoral,
02:11mas não é uma proporção direta, em primeiro lugar, como mais ou menos todo mundo sabe,
02:16mas também tem aquela regra do vencedor leva tudo.
02:19The winner takes it all. Até tem música, enfim.
02:22Então, o que quer dizer isso? Quer dizer que mesmo numa eleição apertadíssima,
02:27por exemplo, agora em Fortaleza, Wilson, a gente teve uma eleição para prefeito apertadíssima, né?
02:32A diferença do prefeito de Fortaleza eleito para o bolsonarista, o André Fernandes,
02:39que ficou em segundo colocado, foi uma diferença mínima.
02:42Agora, se fosse uma eleição americana, o Estado do Ceará ia corresponder a um número de cadeiras do colégio eleitoral
02:52e o vencedor, no caso lá do Ceará, de Fortaleza, o petista, ele ia levar o Estado inteiro.
02:58Então, todos os delegados do Ceará seriam representantes da campanha vitoriosa.
03:06Então, esse resultado não seria, o resultado ali quase empatado,
03:13não seria espelhado na representação do Estado no colégio eleitoral.
03:18O colégio eleitoral seria representado por delegados que todos, em unanimidade,
03:24votariam no vencedor, independente da eleição ter sido um 7x1 ou ter sido quase um empate.
03:32Então, isso faz muita diferença, por quê?
03:34Porque, se a gente, eu escrevi até um artigo esses dias explicando isso,
03:38você vai pegar, por exemplo, na eleição do Trump de 2016,
03:42em alguns estados ele ganhou com menos de 1% dos votos.
03:47O Michigan, se não me engano, foi 0,2%.
03:49Então, foi uma diferença muito, muitíssimo apertada,
03:55que no Brasil significaria alguma coisa diferente do que nos Estados Unidos.
03:59nos Estados Unidos, se você ganhar por dois votos, não interessa,
04:04você leva o Estado inteiro, e aquele Estado inteiro representa o vitorioso no colégio eleitoral.
04:12Entendeu?
04:12Então, isso realmente faz muita diferença,
04:15e é isso que faz ser muito difícil prever o resultado de uma eleição disputada,
04:22porque, às vezes, é 10 mil votos para cá ou para lá que decidem o Estado inteiro,
04:27e aquele Estado inteiro pode virar a eleição para um lado ou para o outro.
04:31Não sei se deu para ser didático isso, você me diz aí, mas é um...
04:37Oi?
04:38Não, por favor, Alexandre, prossiga.
04:39Mas é um sistema que, nesse sentido, ele é muito diferente do nosso aqui no Brasil.
04:45Entendeu?
04:46Então, essas coisas têm que ser levadas em conta.
04:50Então, por exemplo, você vai pegar a eleição para presidente aqui no Brasil em 2022,
04:54ah, o Bolsonaro ganhou apertado em São Paulo.
04:58Tudo bem, mas São Paulo, se fosse o sistema americano,
05:02seria o maior, o Estado mais populoso,
05:04o Estado com mais cadeiras no colégio eleitoral.
05:08Então, todas as cadeiras seriam bolsonaristas.
05:10Não teria nenhuma para o Lula que o Bolsonaro teria ganhado o Estado.
05:15Entendeu?
05:16E aí, esses estados muito populosos,
05:20eles, por exemplo, fazem muita diferença por causa disso.
05:22E, normalmente, pró-partido-democrata.
05:24O Partido-democrata tem sido muito bem votado em grandes colégios,
05:29como Nova York, como Califórnia.
05:31O Partido Republicano tem conseguido chegar junto no Texas,
05:36que é o segundo país, o segundo Estado mais populoso.
05:41É um do lado do outro, isso é uma coisa interessante.
05:43Se você somar a Califórnia com o Texas,
05:45são dois estados dos 50, um do lado do outro,
05:48eles são 20% da população dos Estados Unidos inteiros.
05:51E um, o Texas, é um Estado bem republicano,
05:54e a Califórnia é um Estado bem democrata.
05:57Então, ali, quando você olha bem Califórnia e Texas,
06:00você tem um pouco do espelho da divisão do país.
06:03O Texas tem votado consistentemente nos republicanos
06:07e, de uns tempos para cá, a Flórida também.
06:10A Flórida era considerado um Estado pêndulo, um swing state,
06:15mas, atualmente, é considerado um solid red,
06:18um vermelho sólido.
06:20É uma votação sólida no Partido Republicano,
06:24o que tem feito os republicanos um pouco mais competitivos na média.
06:28Então, assim, essa história toda é para dizer
06:30que não dá para fazer previsão ainda.
06:34E eles sabem disso, tanto que tanto o Trump quanto a Kamala
06:37estão fazendo campanha todo dia,
06:41até o último dia eles vão fazer campanha
06:43exatamente nesses Estados pêndulo,
06:46no Michigan, na Pensilvânia, Ohio.
06:49São Estados ali, muitos do chamado Centurão da Ferrugem,
06:53onde são, Minnesota, eles são considerados pêndulos.
06:59Por quê?
07:00Porque, exatamente, eles fazem essa diferença
07:02entre a vitória e a derrota
07:05e não tem uma previsão fácil para se fazer para onde vai.
07:10Esses Estados votaram muito nos democratas
07:13nas últimas eleições,
07:14mas, em 2016, votaram no Trump
07:17e o Trump acabou eleito.
07:18Então, é por isso que tem essa disputa muito acirrada
07:22e, normalmente, quem ganha,
07:26quem leva esses Estados,
07:27leva a presidência,
07:29pelo menos em eleições apertadas como essa.

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