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Lula voltou a defender nesta quinta-feira, 15, a realização de novas eleições na Venezuela. Outra sugestão apresentada pelo petista é a de um "governo de coalizão" no país do ditador Nicolás Maduro.
Ao falar sobre as alternativas, em entrevista á rádio T, Lula cobrou "bom senso" de Maduro.
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NotíciasTranscrição
00:00O Lula voltou a defender nesta quinta-feira a realização de novas eleições na Venezuela.
00:04A iniciativa também é endossada por Celso Amorim, que comanda o Itamaraty paralelo do governo petista.
00:09Outra sugestão apresentada por Lula é a de um governo de coalizão na Venezuela.
00:14Ao falar sobre as alternativas, o Lula cobrou bom senso do ditador Nicolás Maduro.
00:18Mas o Lula tem esse bom senso para cobrar dos outros?
00:21Vamos acompanhar o que o petista disse à Rádio T.
00:24Ontem eu tive uma reunião com o presidente da Colômbia.
00:26Antes de ontem eu tinha tido uma reunião com a Colômbia e com o México.
00:30Para ver se a gente encontra uma saída.
00:33Sabe, é o seguinte, só tem uma coisa, tem que apresentar os dados.
00:36Agora os dados tem que ser apresentados por algo que seja confiável.
00:40O Conselho Nacional Eleitoral, que tem gente da oposição, poderia ser.
00:45Mas ele não mandou para o Conselho, ele mandou para a Justiça.
00:48Para a Suprema Corte dele.
00:49Eu não posso julgar a Suprema Corte de um outro país.
00:53Nem vai dar para o senhor ligar para o Maduro agora.
00:56Não vai dar para ligar.
01:00Nós estamos tratando de trabalhar o Brasil junto com a Colômbia.
01:04Nós estamos tentando trabalhar a possibilidade de ver se encontra uma saída.
01:09Você tem várias saídas.
01:11Ou você fazer um governo de coalizão.
01:15Fazer um governo de coalizão, convoca a oposição.
01:17Ô cara, muita gente que está no meu governo não votou em mim.
01:21E eu trouxe todo mundo para participar do governo.
01:25Agora, deixa eu lhe falar.
01:27O que eu acho que ele tem que fazer, tem essa coisa.
01:30Eu faço um governo de coalizão.
01:31Porque veja, aqueles que querem que a oposição seja vitoriosa,
01:38eu não posso dizer que a oposição foi vitoriosa porque eu não tenho os dados.
01:42E muito menos pode dizer que o Maduro foi vitorioso porque eu não tenho os dados.
01:44Então, eu não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada.
01:51Eu sou favorável ao fulano, eu sou contra.
01:53Não, eu quero o resultado.
01:55Se a gente tiver um resultado e esse resultado for factível,
01:59nós vamos tratar de saber o seguinte.
02:01O Maduro tem seis meses de mandato ainda.
02:04O mandato dele só termina em janeiro do ano que vem.
02:07Então, ele é o presidente da república, independente das eleições.
02:09Então, se ele tiver bom senso, ele poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela.
02:17Quem sabe até convocar uma nova de eleições.
02:20Estabelecer um critério de participação de todos os candidatos.
02:24Criar um comitê eleitoral super partidário que participe todo mundo.
02:28E deixar que ele, sabe, olheiros do mundo inteiro para vir às eleições.
02:33O que eu não posso é ser precipitado e tomar uma decisão.
02:37Da mesma forma que eu quero que respeite o Brasil, eu quero respeitar a soberania dos outros países.
02:45Quer respeitar a soberania do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
02:48É isso que o Lula sempre faz sobre o nome de diplomacia.
02:52É o respeito, não a autodeterminação dos povos, que não tem tido a possibilidade de determinar o seu destino,
02:58mas o respeito à soberania do ditador que fraudou a eleição.
03:01Quando ele fala ali, tem que ter um órgão independente,
03:03o Conselho Nacional Eleitoral poderia ser, tem gente da oposição ao Conselho Nacional Eleitoral,
03:08é presidido pelo Elvis Amoroso, que é um apaniguado do Maduro,
03:11que proclamou a sua vitória sem exibir as atas.
03:14E agora o Lula fica falando aí nessa coisa ensabuada.
03:17É um governo de coalizão, o Celso Amorim falou em fazer um segundo turno,
03:21que na verdade poderia ser uma segunda fraude.
03:23Quer dizer, é a ditadura que comanda tudo isso.
03:26Quem é que imagina o Maduro incorporando ali a Maria Corina Machado e o Edmundo Gonçalves no seu governo,
03:31se ele está lá pedindo para o PGR denunciar essas pessoas?
03:35Então é muito malabarismo, muito contorcionismo.
03:40Duda Teixeira, boa noite.
03:41Boa noite, Felipe.
03:42Bom, você vê que o Lula e o Celso Amorim tiraram duas ideias da cartola nos últimos dias.
03:48Um é fazer essa nova eleição e o outro é fazer agora uma coalizão.
03:54Essa ideia é a mais recente.
03:56Mas as duas ideias das nossas lideranças, as duas têm o mesmo efeito,
04:03que é manter o Maduro no poder.
04:06Então esse é o objetivo do Celso Amorim e do Lula.
04:10Porque se tiver uma outra eleição, com certeza vai ser roubada ainda mais vergonhosamente.
04:17A repressão na Venezuela só aumentou desde então.
04:21Então o Maduro vai fazer a coisa mais bem feita para impedir transtornos no futuro.
04:26E uma coalizão, obviamente, quem a gente sabe que vai ter nessa coalizão é o Maduro.
04:31A oposição provavelmente não, porque sabe que isso é uma roubada.
04:37Então é isso.
04:37Na verdade o que os dois estão fazendo é procurar outras ideias com o objetivo de manter o Maduro no poder.
04:42Afinal, a relação com a Venezuela sempre foi fonte de grandes negócios intermediados ou envolvendo o governo Lula.
04:51E nesse momento tem os negócios dos irmãos Batista, que já estão próximos do governo Lula, em relação à energia da Venezuela.
04:57E sempre teve envolvimento das empreiteiras do Petrolão, como Odebrecht, Andrade Gutiérrez,
05:01como nós mostramos aqui outro dia, até com os depoimentos da Mônica Moura, esposa do ex-marqueteiro do PT, João Santana,
05:08que também foi marqueteiro das campanhas chavistas.
05:10Então tem interesse ali de todos os empresários em torno do Lula.
05:14E Odebrecht e Andrade Gutiérrez já voltaram aí à proximidade com o governo,
05:17levando ali as obras da refinaria Abreu e Lima, que foi um dos piores negócios aí do capitalismo moderno.
05:24Em outro momento, o Lula disse que Maduro deve explicações ao mundo e que ainda não reconheceu a alegada vitória do ditador venezuelano.
05:32Vamos assistir.
05:33Eu conversei pessoalmente com o Maduro durante as eleições.
05:36Agora, depois desse caso, não conversou com o Maduro.
05:38Não conversei. Dizendo para o Maduro que a transparência, a transparência do processo eleitoral dele
05:46e a legitimidade do resultado era o que iria permitir a gente continuar brigando
05:52para que fosse suspenso as sanções contra a Venezuela.
05:57Bom, houve um processo eleitoral.
05:59Eu tinha duas pessoas minhas lá, o ex-ministro Celso Amorim estava lá,
06:05e mais o embaixador Aldo, acompanhando.
06:07Durante o dia, no processo eleitoral, não houve transtorno,
06:10não houve nada que você pudesse levantar qualquer suspeita.
06:14Agora, na hora que começa a divulgar os dados, é que começa a confusão.
06:20Sabe, o Maduro anunciou que tinha ganho, a oposição anunciou que tinha ganho.
06:24O que é que eu, que quero que as pessoas respeitem o que acontece aqui nesse país, fiz?
06:30Eu liso o seguinte, é importante que a gente tenha alguém para analisar o quê?
06:35As atas das eleições.
06:38Sabe, a Azul na Venezuela, só para você ter ideia,
06:40Só para você ter ideia, a Azul na Venezuela,
06:44quando você vota em uma máquina eletrônica como aqui, tem um ticket.
06:49Aquele ticket é colocado em uma urna.
06:51Então você tem, o voto eletrônico e você tem a urna.
06:54O que é que nós queremos?
06:56É que o Conselho Nacional, que cuidou das eleições,
07:00sabe, diga publicamente quem é que ganhou as eleições,
07:02porque até agora ninguém disse quem ganhou.
07:05Quem não gosta do Maduro, diz.
07:06Então o senhor não reconhece que o Maduro seja o presidente eleito do...
07:10Ainda não, ainda não.
07:12Ele sabe que ele está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo.
07:16Ele sabe disso, ele sabe disso.
07:19Bom, teve que ser apertado aí para dizer que não reconhece,
07:23mas no fundo só está cobrando a exibição das atas e fazendo uma grande ladainha,
07:27porque todos os institutos, os organismos que foram analisar as atas divulgadas pela oposição,
07:32declararam a vitória para o Edmundo Gonçalves. Duda.
07:34Felipe, e o Lula se colocou numa sinuca de bico nessa história toda, né?
07:39Porque daqui a seis meses assume o próximo presidente da Venezuela,
07:43o Brasil então não está reconhecendo o resultado, mas e aí?
07:47A hora que o Maduro tomar a posse do terceiro mandato,
07:50o Brasil vai continuar não reconhecendo?
07:52Aí significa cortar relações, né?
07:54Então vai ter outros problemas aí para o Lula e o Celso Amorim no futuro.
07:58Exatamente. Estão tentando dar um jeito de o Maduro continuar no poder sem ter o desgaste
08:03que seria avalizar 100% essa fraude eleitoral.
08:07Então vão ganhando tempo, vão ganhando fôlego para o ditador amigo.
08:10O Celso Amorim, chanceler paralelo do Lula, também falou nesta quinta-feira sobre a situação
08:13da Venezuela durante a audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
08:18Ele afirmou que o Brasil não fez uma proposta para a realização de novas eleições no país vizinho.
08:22O tema seria discutido durante reunião ministerial do governo Lula, na semana passada teria sido discutido.
08:29O Amorim afirmou que um novo turno na Venezuela é uma ideia.
08:32Ele tinha confirmado para o jornal Valor Econômico que tinha essa ideia na mesa.
08:36E segundo o Amorim, o curioso de novas eleições é que tanto um quanto o outro poderiam aceitar facilmente.
08:42Acrescentou que se todos dizem que ganharam, ganhariam de novo.
08:46Ele mandou essa mais uma vez. Vamos soltar o vídeo aí muito generosamente, rápido.
08:49Em um desses muitos contatos internacionais, como é que vamos resolver?
08:53Só se fizer novas eleições.
08:55E eu acho que, digamos, o que é curioso de novas eleições é que tanto um quanto o outro
09:00poderiam aceitar facilmente, né?
09:02Se eles ganharam, se eles dizem que ganharam, ganhariam de novo.
09:06Bom, mas enfim, e com uma supervisão, não porque a senhora mencionou um ponto importante,
09:12com a excelência mencionou um ponto importante que eu quero abordar.
09:15É, porque às vezes a gente passa para o coloquial sem querer, que é o importante que eu queria abordar.
09:22Nós achávamos muito importante, isso fazia parte, inclusive, do Acordo de Barbados,
09:27uma supervisão internacional forte.
09:30E a principal, tem duas entidades que eu saiba que têm capacidade de fazer isso.
09:37Eu já participei de algumas vezes, acompanhei no Brasil, acompanhei em outros lugares,
09:43que são a OEA e a União Europeia.
09:46A OEA é impossível.
09:48A OEA, depois do que aconteceu na Bolívia, eu não vou entrar aqui no mérito,
09:51porque senão a gente ia para um outro campo.
09:52A OEA não tem credibilidade junto aos regimes progressistas na América Latina.
09:57Então, a União Europeia seria natural.
10:00Eu acho que a União Europeia cometeu um grande erro, porque ela foi convidada,
10:05mas ela manteve as sanções sobre algumas pessoas fundamentais,
10:14a vice-presidenta, o presidente do partido.
10:16Aí o governo, se foi pretexto ou motivo, eu não tenho como dizer,
10:21mas foi oferecido um pretexto, de certa maneira, para ela ser desconvidada.
10:24Ele legitima todas as formas de autoritarismo da ditadura
10:29e trata a possibilidade de uma nova eleição como se fosse de igual para igual
10:33e não a ditadura no controle dessa eleição, que já fraudou da última vez, Duda.
10:38O Amorim esqueceu de nomear a ONU e o Centro Cártir,
10:43que estavam lá observando as eleições.
10:44E tanto a ONU quanto o Centro Cártir viram que as atas divulgadas pela oposição
10:50eram autênticas, tinham características de segurança e questionaram os resultados oficiais.
10:55Pois é, é um espetáculo de cinismo que a gente está vendo,
10:59porque é uma ditadura que frauda a eleição,
11:00que não deixa o povo determinar o destino do país
11:03e que ainda reprime o povo, que aponta a verdade sobre o que o ditador está fazendo.
11:06E com relatos de 17 mortes nessa repressão.
11:09E ele está brincando com todo esse sabão.
11:11E aí
11:22E aí
11:23E aí
11:27E aí
11:32E aí
11:32E aí
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