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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fratricida” caso não vença a “eleição” de seu país. Maduro deu a declaração durante ato de campanha em Caracas na quarta-feira, 17.

Celso Amorim, que assessora Lula em assuntos internacionais na Presidência da República, disse à GloboNews não acreditar em banho de sangue na Venezuela. 

"Não é desejável esse tipo de declaração, mas eu não acredito que ela se materialize. E também, ele não colocou como um banho de sangue imediato.

Não vou justificar, não, que eu acho que realmente é errado. Não se fala em sangue na época da eleição. Na eleição, você fala em voto, e não fala em sangue.

Mas eu tenho a impressão, sendo, digamos, talvez um pouco compreensivo, que ele estava se referindo a longo prazo, luta de classes, coisas desse tipo, coisa que, de qualquer maneira, não deveria falar."

Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:

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Transcrição
00:00Muito bem, vamos passar aqui para a Venezuela.
00:03Ontem, inclusive, a gente pretendia falar desse assunto, mas acabou deixando para reunir tudo hoje.
00:07O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que haverá um banho de sangue e uma guerra civil fratricida
00:13caso não vença a eleição de seu país.
00:16Maduro deu a declaração durante um ato de campanha em Caracas na quarta-feira 17. Vamos acompanhar.
00:21O 28 de julho, se não querem que a Venezuela caiga em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida
00:34produto dos fascistas, garantecemos o mais grande éxito, a mais grande vitória da história
00:46eleitoral de nosso povo.
00:48E o Celso Amorim, que é assessora Lula em assuntos internacionais na presidência da
00:54República, disse a Globo News que não acredita em banho de sangue na Venezuela.
00:59Abro aspas para ele.
01:00Não é desejável esse tipo de declaração, mas eu não acredito que ela se materialize.
01:05E também ele não colocou como um banho de sangue imediato.
01:09Não vou justificar, não, que eu acho que realmente é errado.
01:12Não se fala em sangue na época da eleição.
01:16Na eleição você fala em voto e não fala em sangue.
01:19Mas, eu tenho a impressão, sendo, digamos, talvez um pouco compreensivo, que ele estava
01:26se referindo a longo prazo.
01:28Luta de classes.
01:29Coisas desse tipo.
01:31Coisa que de qualquer maneira não deveria falar.
01:35Fecho aspas.
01:36Olha, se isso é um repúdio.
01:39É um repúdio que vem com muito pano do Duda Teixeira.
01:43O Celso Samorini tem muita dificuldade em criticar um colega antigo do campo ideológico
01:50e das relações internacionais do PT.
01:52Pois é, né?
01:53Ele faz ali uma reinterpretação de texto que não tem nada a ver, né?
01:57Porque o que o Maduro falou é, se vocês não votarem em mim, vai ter violência, vai
02:04ter banho de sangue, vai ter guerra civil.
02:06Então, essa é a mensagem que o Maduro está passando para os venezuelanos, né?
02:10Sem até a class-up do PT, do Celso Samorini.
02:14Exato.
02:15Quer dizer, traduz ali daquela maneira cheia de eufemismos.
02:19Então, o cara fala banho de sangue, o ditador da Venezuela, ele vai lá e dá aquela ensaboada.
02:25É, e tem um conceito aí que o Maduro usa, que é interessante, que ele fala da guerra
02:29civil, né?
02:31Mas, um pouquinho de teoria aqui, a guerra civil, para existir, você precisa ter dois
02:36grupos armados lutando pelo poder.
02:40E isso a gente não tem na Venezuela, né?
02:42Na Venezuela, quem tem as armas, quem tem o monopólio da violência é a ditadura do
02:49Nicolás Maduro.
02:50A oposição não tem como fazer frente a isso, a gente vê isso hoje na campanha do
02:56Edmundo Gonzalez Urutia.
02:58O que tem na Venezuela, na verdade, é um massacre da oposição, em que não tem guerra
03:04civil nenhuma.
03:06Eu tenho que pegar aqui, frase a frase, do Celso Amorim.
03:10Vamos pegar ali já do meio, estou voltando aqui no meu monitor, para ver o que ele disse
03:16exatamente.
03:16E também, ele não colocou como um banho de sangue imediato.
03:22O Duda Teixeira, se o banho de sangue ele vai ser um pouquinho depois, então parece
03:26que não é tão ruim assim.
03:30Quer dizer, olha, a tentativa do Celso Amorim de traduzir o Maduro realmente é um esforço
03:36de limpeza que remete àqueles memes.
03:38Sabe aquele do pica-pau, varrendo o chão, enxaguando ali, passando a vassoura?
03:45Pois é, aí ele fala, não vou justificar não, porque aí ele sente que ele falou alguma
03:49coisa que já vai parecer que ele justificou, porque ele de fato estava quase que justificando.
03:56E aí ele sente que pode ser criticado por isso.
03:58E aí ele nega, não vou justificar não, que eu acho que realmente é errado.
04:03Não se fala em sangue na época da eleição.
04:05E aí lá na frente, vamos passar de novo produção, ele volta e fala, mas, quer dizer, não vou
04:12justificar não, mas pronto, aí começa a justificar.
04:16Eu tenho a impressão sendo, digamos, talvez um pouco compreensivo, talvez, talvez ele esteja
04:22sendo um pouco compreensivo com o ditador amigo, né?
04:25Que ele estava se referindo a longo prazo, luta de classes, coisas desse tipo.
04:32Aí parece, ó, a longo prazo, parece assim, que se o banho de sangue não for imediato,
04:35for a longo prazo, parece que está tudo bem?
04:37Não.
04:38Aí ele coloca uma luta de classes para tentar relativizar o banho de sangue, amenizar o uso
04:44dessa expressão.
04:45Não é o banho de sangue, na verdade é a luta de classes.
04:49Quer dizer, como assim a luta de classes pode ser um sinônimo ou uma expressão próxima
04:56de banho de sangue?
04:57Quando os petistas tentam jogar os pobres contra os ricos no Brasil, dividindo a sociedade
05:03com esse nós contra eles que é característico do populismo, é um banho de sangue que pode
05:11chegar a qualquer momento?
05:14Quer dizer, não faz o menor sentido, é pano.
05:16Ele tenta dizer que não, mas ele não consegue simplesmente falar, olha, ele pregou a violência,
05:23é uma figura autoritária, é um absurdo que um ditador fale a respeito disso, é óbvio
05:28que ele não vai chegar a esse cúmulo, mas o mínimo era repudiar a declaração, porque
05:33isso pode gerar violência na sociedade, etc.
05:36E quem está com poder, ameaçar aquelas pessoas que não têm poder é ainda mais grave.
05:42Então fica aqui o nosso repúdio, sem qualquer tipo de relativização, sobre a declaração
05:48do Celso Amorim, que é complementado.
05:50É impressionante como o Celso Amorim, desde o começo desse governo, se prontificou a ir
05:56lá e passar pano para o Maduro.
05:58Ele viaja para a Venezuela, ele que é um turista das ditaduras do mundo, um dos primeiros lugares
06:03que ele vai, é para Caracas, o Brasil depois aceita o Maduro, retoma relações diplomáticas
06:11com a Venezuela.
06:12Quando tem ali uma negociação com a oposição na ilha de Barbados, o Celso Amorim também
06:18vai para Barbados, ele assina, ou ele é uma testemunha, um observador desse acordo, que
06:23o Maduro não faz nenhuma questão de cumprir.
06:26Então o Celso Amorim é um dos grandes instrumentos do governo Lula para ir lá e legitimar a ditadura
06:34do Maduro.
06:35E vem do Celso Amorim essa narrativa da multipolaridade.
06:41Quer dizer, em nome dessa defesa de que haja vários polos no mundo e não um imperialismo
06:47específico, eles passam a legitimar as ditaduras, eles passam a se aliar com ditadores, porque
06:54na verdade existe na raiz do petismo esse anti-americanismo juvenil que é mantido pelo Celso Amorim,
07:03que serve evidentemente para encobrir também outros interesses nessas alianças, como ajuda
07:08recíproca para permanência e eventual perpetuação no poder entre esses aliados antigos, como Lula,
07:15Nicolás Maduro, antes dele Hugo Chávez, na Nicarágua Daniel Ortega, em Cuba Miguel Dias
07:20Canel, que sucedeu os irmãos Castro, que já eram aliados do PT, apesar de todas as barbaridades
07:26cometidas nos 50 anos de ditadura.
07:29Então você tem essa questão que faz com que eles legitimem até o governo Putin, porque
07:38é alguém que tem uma postura anti-americana.
07:41Se é anti-americano, está tudo bem.
07:43Aliás, outro dia, um conhecido carregador de malas do José Dirceu fez uma postagem na
07:48rede social falando precisamente, olha só, do anti-americano, ele na verdade na prática
07:55explicando o que ele fez, ele colocou o anti-americanismo acima da questão ideológica.
07:59Então ele estava dizendo que regimes conservadores, etc., se estiverem voltados contra os Estados
08:06Unidos, então podem ser parceiros.
08:09Essa é a posição dessa velha guarda do petismo.
08:14E o Lula disse não ter razões para brigar com a Venezuela, com a Nicarágua e com a Argentina.
08:20Vamos acompanhar agora o Lulinha, Paz e Amor.
08:22O cidadão que estava aqui era assim, ninguém queria recebê-lo.
08:27Ninguém queria recebê-lo.
08:29Então nós assumimos o compromisso de recuperar uma coisa que o Brasil tem e que ninguém tem.
08:35Não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém como o Brasil.
08:42Não existe.
08:44Todo mundo gosta do Brasil e o Brasil tem que gostar de todo mundo.
08:48Por que eu vou querer brigar com a Venezuela?
08:51Por que eu vou querer brigar com a Nicarágua?
08:53Por que eu vou querer brigar com a Argentina?
08:56Eles que elejam os presidentes que eles quiserem.
08:59O que me interessa é a relação de Estado para Estado.
09:02O que o Brasil ganha e o que o Brasil perde nessa relação.
09:09É por isso, meus amigos e amigas, que eu já visitei este ano,
09:16já tive mais encontro com o presidente do que todos os presidentes da República que passaram pelo Brasil.
09:26Está aí o presidente que dia sim, dia também, briga com o Israel o tempo todo.
09:30Quer dizer, se o governo não é aliado dele, ele briga.
09:33Se o governo é aliado, ele não briga.
09:36Evidentemente existe agora todo o interesse também da relação Brasil-Argentina,
09:41porque o Javier Milley não é exatamente um aliado do Lula.
09:44E a qualquer momento sai faísca aí nessa relação, apesar do Lula dizer isso,
09:48que não briga com a Argentina também.
09:50Quer comentar rapidamente, Duda?
09:51Claro, é interessante o Lula se vangloriano de viajar mais do que todos os outros presidentes.
09:57E ele fala assim, que os outros elejam quem eles quiserem.
10:01Mas não tem chance, é muito difícil que os venezolanos possam eleger quem eles quiserem.
10:06Os nicaragüenses não têm nenhuma chance de fazer isso.
10:09E o Lula, toda vez que alguém vai lá e pressiona o Lula,
10:12poxa Lula, você não vai fazer nada, olha essa ditadura que está fazendo,
10:16ele vai lá e usa aquela história da autodeterminação dos povos.
10:20Do tipo, olha, autodeterminação dos povos, ninguém mexe com os nicaragüenses.
10:25Deixa que eles escolham o que eles quiserem.
10:27Mas é óbvio que não tem eleição limpa.
10:29Eles não estão escolhendo.
10:30Eles não estão escolhendo.
10:31E o Lula já fez isso com a China, já fez isso com a Venezuela, fez agora, fez isso.
10:38Enfim, é o modo desoperante dele.
10:41Lá o ditador aliado do Lula, o Daniel Ortega,
10:45chegou a prender sete opositores nos meses anteriores à eleição,
10:49fecha canal, fecha igreja,
10:51todas essas notícias que têm chegado na imprensa brasileira.
10:55E a ONG venezuelana Acesso à Justiça divulgou nessa sexta
10:58os números mais atualizados da repressão política na ditadura Maduro
11:01há dez dias dessa farsa eleitoral, marcada para 28 de julho.
11:06Segundo o balanço, foram registradas 125 detenções arbitrárias por razões políticas,
11:11sendo 102 de pessoas ligadas, de alguma forma,
11:13à líder da oposição, Maria Corina Machado.
11:16Duda, mais detalhes?
11:18Bom, a gente que, barqueiro, que levou a Maria Corina de lanche de um lugar para o outro,
11:24teve que responder às forças de segurança depois.
11:28O cara teve que fugir da Venezuela.
11:31O que aconteceu?
11:32Tem muito bloqueio de estrada que impede ela de chegar nos eventos de campanha.
11:36Quando isso acontece, ela tem que pedir ajuda para alguém para chegar nos lugares.
11:41Impedem ela de abastecer o carro no posto de gasolina.
11:45Invadiram uma casa onde ela estava hospedada.
11:49Enfim, tem uma série de ataques a ela aí nesse processo todo.
11:54Legenda Adriana Zanotto

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