- 29/06/2025
Definir os fatos que nos cercam da maneira mais precisa possível é indispensável para entender o mundo e interferir sobre ele. Esse processo nunca esteve isento de vieses políticos, ideológicos e de posição social.
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NotíciasTranscrição
00:00Meu amigo, olha, deixa eu fazer um trocadilho com a capa da cruz do Épico,
00:06acho que é um trocadilho infame, mas necessário.
00:10Um homem que não comete extremo engano algum
00:14é aquele que escreveu essa matéria chamada Extremo Engano,
00:19que faz justamente uma alusão a termos um tanto quanto equivocados
00:23que têm sido utilizados pelos colegas
00:27para poder definir algumas correntes políticas que cresceram na Europa
00:34nesse ano de 2024.
00:38Meu cara Duda Teixeira, eu li hoje a tua matéria pela manhã cedo
00:43enquanto eu estava ali fazendo os meus exercícios matinais
00:45e achei interessante que a tua abordagem parte justamente desse ponto.
00:51Criou-se um vício de dizer que extremo é qualquer coisa,
00:54qualquer coisa que difere daquilo que você pensa é algo extremo.
00:57O que você conta para a gente que não é bem assim, não é, Duda?
01:02Exato, eu só trago o que define tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda.
01:08Já existe uma literatura científica sobre isso.
01:14Um dos principais caras que se debruçou sobre essa história é o Kasmud,
01:20que é um cientista político holandês, dá aula na Universidade da Georgia
01:25e ele traça ali uma distinção entre o que é o partido radical
01:30e o que é o partido extremista.
01:34Os dois vão ter essa retórica de nós contra eles,
01:39que a gente vê aqui também no Brasil, tanto com o Bolsonaro quanto com o Lula,
01:42mas o extremista é aquele que realmente vai contra as instituições.
01:49Então, tem um plano e um objetivo que é de sepultar a democracia.
01:58Uma outra característica que também a gente discute na matéria
02:01é que uma vez que eles têm essa compreensão do mundo,
02:06os partidos extremistas também recusam fazer alianças.
02:11Então, também é uma outra característica que ajuda a gente a definir
02:18o que é o partido extremista, que é um passo além do partido radical, simplesmente.
02:25E a gente está trazendo essa capa porque esses dias todos
02:30teve muita gente, principalmente ali falando da eleição na França,
02:35eleição legislativa em dois turnos.
02:37No primeiro, o Partido Reagrupamento Nacional da Marine Le Pen saiu muito bem
02:44e aí teve o alarmismo todo, falando, olha só,
02:49o partido da Marine Le Pen é um partido antissemita por causa do pai dela,
02:56eles são contra a democracia, eles são contra os imigrantes,
03:00mas é um partido que já tem depurado há bastante tempo.
03:06Até a gente tem uma matéria do Alexandre Borges comentando
03:11esse refinamento que teve, ou moderação,
03:17tanto no Reagrupamento Nacional da Marine Le Pen na França,
03:20quanto no Irmãos da Itália, da Giorgia Meloni, lá em Roma.
03:27Enfim, mas a questão toda aí, que eu acho que é onde a gente mais pega,
03:32o Wilson, é que esse alarmismo foi só para um lado, foi só para a direita.
03:37E não se vê, o alarme não se suou quando apareceram as ameaças da extrema esquerda.
03:46O Jean-Luc Mélenchon, que teve o partido dele, o França Submissa,
03:49muito bem votado nessas eleições,
03:52ninguém falou da ameaça que esse sujeito representa.
03:57Ele, que, aliás, é um admirador do Maduro,
04:01defendeu o Hamas, o ataque do Hamas a Israel.
04:07E estou falando aqui do Maduro e do Hamas,
04:09porque também são grupos, ou um ditador,
04:12que também desprezam totalmente a democracia.
04:17É claro que apoiar o Maduro, apoiar o Hamas,
04:19não é por si só uma característica que já permite a gente dizer
04:25que o sujeito é extremista.
04:27Mas o Mélenchon tem um plano ali, né?
04:29Ele tinha um projeto de fazer uma constituinte na França,
04:32que é uma coisa assustadora.
04:35Então, enfim, a grande questão aí da matéria é
04:38está certo a gente acionar o alarme
04:40quando vem a ameaça da direita, da extrema direita,
04:44mas a gente também tem que acionar o alarme
04:46quando a ameaça vem da extrema esquerda.
04:48É, depois a gente vai tocar um pouco mais nesse assunto,
04:52porque eu quero depois a participação do nosso grande Alexandre Bosch
04:55para a gente poder tocar um pouco mais nesse sentido.
04:59Duda, temos uma reportagem do Guimendes
05:00chamada a ENB-PAR.
05:04Existe uma estatal dos encostados, é isso, rapaz?
05:07É, a ENB-PAR foi criada para gerenciar
05:10diferenciar tanto o Itaipu binacional quanto a IND, né?
05:17São as usinas nucleares brasileiras, né?
05:19Angra 1, 2 e 3.
05:21Por que foi formado?
05:23Porque a Itaipu, por ser binacional,
05:26e as usinas de Angra, por serem energia nuclear,
05:29você não consegue privatizar essas unidades.
05:33E aí criou-se uma holding,
05:35onde você consegue diluir as ações do Estado.
05:40E foi uma questão ali meio que quase protocolar
05:43essa criação da ENB-PAR.
05:45Mas a ENB-PAR tem 139 funcionários,
05:50e o Guimendes fez ali uma boa investigação
05:54trazendo um monte de casos de nepotismo, né?
05:58De indicação, de senador, de ex-prefeito.
06:05Então, acabou...
06:06Era uma estatal que não tinha muito...
06:08Tinha uma razão bem ali estreita, né?
06:13Para existir, não tinha muita função,
06:17mas uma vez que foi criada,
06:18acabou virando esse super cabide de emprego.
06:22E aí tem boas histórias que o Guimendes
06:24trouxe para a gente aí.
06:26Agora, ainda na edição dessa semana,
06:29meu caro Dudo, temos aqui uma entrevista...
06:32Deixa eu...
06:33Volta para cá, Wilson.
06:34Volta para cá.
06:35Isso, meu garoto.
06:35Está pensando o quê?
06:37Fazer duas coisas ao mesmo tempo não é fácil, né?
06:39Cérebro, às vezes, dá um tilt.
06:45Temos aqui uma matéria do Caio Matos
06:49falando sobre o Hezbollah.
06:50Precisamos falar sobre o Hezbollah?
06:53É, a gente tem falado muito do Hamas,
06:55obviamente, porque está tendo uma guerra aberta,
06:59declarada na faixa de Gaza,
07:01mas o ponto aí é a gente abrir o olho para o Hezbollah.
07:05O Hezbollah é aquele grupo terrorista,
07:08libanês, xiita,
07:11financiado, treinado pelo Irã.
07:15E o Hezbollah tem um arsenal muito maior
07:20do que o Hamas tinha no começo da guerra, em outubro.
07:29E o Hezbollah está disparando um monte de míssil contra Israel.
07:34Até a gente teve um casal que estava dentro do carro na terça-feira
07:38e os dois morreram quando cai um foguete em cima do carro deles.
07:44Então, ali é uma matéria para a gente mostrar que o Hezbollah,
07:48ainda que não seja uma guerra declarada,
07:51é uma questão, é um conflito super importante.
07:56Tem muitos analistas israelenses que falam
07:59que em algum momento essa guerra vai virar mesmo,
08:02vai ser uma guerra aberta.
08:04A questão só é quando vai acontecer, não é ainda.
08:07Agora, é impressionante esse potencial que o Hezbollah tem
08:14e que está colocando em ação.
08:19E como tem pouca gente falando sobre isso,
08:22a gente achou que era bom a gente mostrar essa questão.
08:25Outra questão que a gente mostra nessa edição
08:28é que existe uma Faria Lima carioca?
08:31Não existe, mas é um projeto do Eduardo Paes,
08:38prefeito do Rio de Janeiro.
08:40Ele fez um videozinho engraçadinho na semana passada.
08:45Ele que apareceu ali com um coletezinho,
08:48falando ali, meio que fazendo uma brincadeira
08:52com o pessoal aqui da Faria Lima em São Paulo.
08:55Mas, resumindo a história, é que tem uma possibilidade
09:00realmente de voltar a ter uma Bolsa de Valores no Rio de Janeiro.
09:05O Rodrigo Oliveira, que estava com a gente agora ali,
09:07considera que isso é uma coisa boa,
09:11que tem ali...
09:14A gente já teve uma Bolsa de Valores no Rio,
09:16não deu muito certo.
09:17Ele explica também por que isso aconteceu.
09:20teve todo o caso do Najinarras.
09:23A gente...
09:24O cara apareceu lá vendendo e comprando as ações.
09:28Então, isso acabou atrapalhando muito a credibilidade da Bolsa.
09:33Mas, ele vê que, de repente, ter um renascimento aí
09:37pode ser um bom empurrão aí para o nosso sistema financeiro brasileiro.
09:43E, Dudo, uma pergunta que eu te faço,
09:46que, inclusive, você responde na entrevista da semana,
09:49ou, pelo menos, tenta respondê-la.
09:51Por que, diabos, a democracia brasileira não morreu?
09:57Tá.
09:58Bom, primeiro, por causa da gente aqui.
10:00A gente tem uma sociedade civil
10:02que é super forte.
10:04É, forte, né?
10:06Isso foi a capa da cruzada da semana passada.
10:09Mas a questão é a seguinte.
10:10O Carlos Pereira,
10:11que é um professor da Fundação Getúlio Vargas,
10:13ele escreveu um livro com esse título,
10:16Por que a Democracia Brasileira Não Morreu?
10:19Fez isso com o Marcos André Mello,
10:21que é outro professor de Pernambuco.
10:25E é uma resposta àquele livro
10:27do Como as Democracias Morrem, né?
10:30Do Steven Levitsky e do Daniel Ziblatt,
10:33que virou um best-seller mundial.
10:35Aquela historinha que todo mundo conhece.
10:37Ah, o Bolsonaro, o Vitor Orbán.
10:39Eles são aqueles caras que destroem a democracia por dentro,
10:42porque eles são eleitos.
10:43E aí, a extrema-direita...
10:45Aquela mesma conversa, né?
10:48Aquela mesma papo.
10:49O que o Carlos e o Marcos fizeram,
10:51eles pegaram ali a literatura científica mesmo,
10:54e aí eles falam,
10:54olha, a democracia é mais resistente do que a gente imagina.
10:59E para você realmente conseguir
11:02destruir uma democracia,
11:05você precisa...
11:09Ele diz ali o que a democracia,
11:11quando ela é de um país rico, né?
11:13Você tem várias elites
11:14que influenciam o poder.
11:18Ou então, quando...
11:22Eram dois preditores de democracia.
11:26Deixa eu lembrar.
11:26País rico e...
11:29Mais um.
11:31Esqueci.
11:33Calma, calma, Duda.
11:35Calma, calma.
11:36Calma, vamos...
11:37Não criemos cânico,
11:38como diria aquele personagem.
11:40Calma.
11:40Bom, o segundo vocês vão ler na entrevista, né?
11:42Mas ele fala
11:43que é muito difícil de acontecer.
11:46Quando o Steven Levitsky e o Daniel Ziblatt,
11:49eles fazem esse livro,
11:51eles fazem até um ranking dos populistas do mundo,
11:53e o Jair Bolsonaro, por exemplo,
11:55vai super alto lá nesse ranking
12:00como uma grande ameaça à democracia.
12:02Mas você vê,
12:02a democracia brasileira resistiu
12:04e é o ponto que eles trazem aí.
12:07Não só a brasileira,
12:08mas outras tantas, né?
12:09É muito difícil
12:10um populista
12:11conseguir destruir a democracia
12:14e a democracia brasileira
12:17está viva aí por causa disso.
12:19É, porque...
12:19Inclusive, eu fiz esse sinal aqui, gente,
12:21só porque normalmente quando você tem a tela,
12:24né, o full screen
12:25com o outro entrevistado,
12:26é o sinal que eu dou para o Mateuzinho
12:27para poder voltar para a tela.
12:29Mas o que o Duda falava,
12:30eu vou pegar um trechinho aqui da entrevista,
12:33é que há um casamento muito estável
12:35entre capitalismo e democracia.
12:37Então, assim,
12:37nos países mais pobres,
12:39você...
12:40Há uma tendência, né,
12:42a que as elites predatórias
12:45se perpetuem no poder
12:46sem integrar a grande massa da população.
12:48Mas o Brasil está acima desse patamar, né?
12:51Então, porque também tem essa questão,
12:52não é, Duda?
12:52Quer dizer,
12:53democracia também vale dinheiro.
12:55Então, assim,
12:55o capitalista,
12:56ele não quer perder dinheiro.
12:58Então, não faz sentido
12:59você também endossar,
13:00por exemplo,
13:00o golpe de Estado
13:01ou governos extremamente populistas,
13:03né,
13:03se você tem esse risco
13:05de perder dinheiro,
13:06não é, Duda?
13:06É, se você...
13:07É um país mais pobre,
13:08geralmente você só tem uma elite,
13:10você só tem um produto.
13:11E aí, de repente,
13:12é mais fácil você ter um cara,
13:13um populista ligado a essa elite
13:15e domina o país inteiro, né?
13:16No Brasil não tem a chance
13:18disso acontecer.
13:19Mas eu lembrei
13:20qual que era o outro preditor, tá?
13:21Que é quando você tem
13:22mais de três eleições
13:24seguidas,
13:26muito disputadas,
13:28em que você não consegue
13:29prever o resultado final.
13:31Então, o Brasil
13:32já tem eleição,
13:34não sei a conta,
13:36mas desde 1980 e tantos, né?
13:39Então, assim,
13:40é uma eleição depois da outra,
13:41então fica aí mais difícil
13:43a democracia ceder
13:45quando já tem essa experiência, né?
13:48Imagina a democracia americana,
13:49então, né,
13:50que já tem...
13:51A gente está no 46º presidente
13:54eleito democraticamente, né,
13:55direitinho,
13:56a cada quatro anos, né,
13:57que você tem eleição.
13:58Então, é mais difícil...
14:00Bom, ele também acha
14:01que a democracia americana
14:02não tem nenhuma chance
14:04de ser derrubada,
14:07porque não só os Estados Unidos
14:09é um país super rico
14:10como tem essa tradição de eleição.
14:12É, inclusive a Nara Machado
14:14até brinca aqui no chat, né,
14:16até faz essa consideração no chat,
14:17não sei se é então de brincadeira
14:18ou se ela pergunta de forma séria.
14:20Vivemos numa democracia?
14:22Nara, essa é uma grande pergunta.
14:24Temos excessos, abusos,
14:25mas eu acho que ainda vivemos
14:27em uma democracia.
14:29Deixa eu chamar...
14:30Como esse programa,
14:31ele é democrático?
14:32Deixa eu ver se eu consigo já chamar
14:33o nosso grande Alexandre Borges,
14:35porque eu queria que ele comentasse
14:37a matéria dele também,
14:38da Cruzada essa semana.
14:39Nosso grande Alexandre,
14:40seja bem-vindo.
14:42Wilson, Duda, a todos.
14:44E vamos comemorar...
14:46Vamos começar comemorando
14:47que a gente vive, sim,
14:48numa democracia, obviamente.
14:50Então, pelo amor de Deus.
14:52Entendeu?
14:52É.
14:53Não, eu queria...
14:54É aquela galera que diz assim, né?
14:58Meu Deus, não se pode mais
15:00tentar dar golpe de Estado
15:01que vocês já reclamam.
15:03Não se pode mais usar a...
15:05Não se pode mais usar a BIM
15:07para espionar adversário político
15:10que vocês reclamam.
15:11Não se pode mais matar
15:13700 mil brasileiros
15:14dando vermífugo
15:16que vocês já reclamam e tal.
15:18Enfim, mas vamos lá.
15:20Não, mas então...
15:21Normalmente, esse bloco da Cruz,
15:23eu fecho muito com o Duda,
15:24mas já queria trazer logo o Alexandre
15:26para a gente depois emendar
15:27falando sobre as eleições
15:28lá nos Estados Unidos.
15:30O Alexandre, ele escreveu
15:31uma matéria chamada
15:32Radicalmente Moderadas
15:34falando justamente sobre
15:36sobre a política italiana
15:38e sobre esse...
15:40Complementando a capa da Cruz Ué, né?
15:41Justamente fazendo essa referência.
15:43Aí, francesa.
15:45Fazendo justamente essa referência.
15:46Eu até, inclusive,
15:47hoje pela manhã
15:47elogiei o Alexandre pela matéria
15:49porque traz essa reflexão, né?
15:52Olha, quer dizer,
15:53complementando aquilo
15:54que o Duda já falava sobre a capa.
15:57Para tudo virou a extrema esquerda.
15:58E, por exemplo,
15:59lá na França,
16:01a Jean-Marie Le Pen
16:02já fez vários movimentos
16:04de falar, olha,
16:04peraí, eu não sou tão extremista assim.
16:06Meu pai apoiava nazismo
16:07e eu estou fora desse angu.
16:09É um pouco por aí, né, Alain?
16:11É isso.
16:12Então, o que o texto tenta trazer
16:16é mais fatos e menos gritaria.
16:19É muito da função da gente,
16:22da Cruz Ué,
16:22do antagonista no debate público.
16:24A gente tenta sair do barulho,
16:27sair da gritaria
16:28e tentar mostrar com fatos
16:30o que realmente as coisas estão acontecendo,
16:32até para o nosso leitor
16:33tirar a conclusão que quiser.
16:35Então, essa matéria,
16:36ela foca nessas duas figuras,
16:39na Marine Le Pen
16:39e na Georgia Meloni.
16:41A Georgia Meloni
16:42é a primeira ministra da Itália.
16:44e a Marine Le Pen
16:46ela foi bem votada,
16:50chegou ao segundo turno
16:51da última eleição
16:52para presidente da França em 2017
16:54e ela é candidatíssima
16:56a presidente da França
16:57na próxima eleição em 2027.
17:00Ah, em 22 também.
17:01Então, assim,
17:02você tem uma mania
17:08de muita gente ficar
17:09extrema-direita, extrema-direita,
17:12quando, na verdade,
17:14é muita gente que quer
17:16tirar do debate público
17:18todo mundo que não é de esquerda.
17:20Quer dizer, você quer,
17:22dentro dessa visão liberal progressista,
17:25liberal no sentido americano,
17:26não no sentido brasileiro,
17:27enfim, você tem muita gente
17:29que, inclusive, desenvolve teses
17:32que eu acho
17:33particularmente abjetas
17:35de dizer que
17:37até a centro-direita
17:39não devia ser aceita,
17:41porque a centro-direita
17:42é como se fosse
17:43uma droga de entrada
17:44para drogas mais pesadas
17:46que é a extrema-direita.
17:49Isso é uma grande bobagem,
17:51em primeiro lugar.
17:52E depois,
17:53eu trago a trajetória,
17:54as declarações
17:55e tudo
17:56que Georgia Meloni,
17:57que está no poder
17:58e pode ser avaliada,
18:00e Marine Le Pen,
18:01elas trazem
18:02para a política.
18:03E se ela...
18:04Você pode não gostar delas,
18:05não tem problema nenhum,
18:06isso é uma democracia.
18:07Lá também, aqui e na França
18:09e na Itália.
18:11Mas isso não significa
18:12que você precise entrar
18:14nessa conversa fiada
18:16de que elas são extremistas,
18:17porque elas não são.
18:19E aí o que acontece?
18:20Da onde vem essa história?
18:22Vem de uma maneira,
18:24na minha visão canalha,
18:25de fazer a análise política
18:27quando se pega, por exemplo,
18:29a história da Marine Le Pen
18:31e cola na história do pai dela,
18:32como se ela fosse responsável
18:34pelas posições do pai dela,
18:36de 20, 30, 40 anos atrás.
18:39Quando ela comprou
18:40uma briga com o pai,
18:42ela expulsou o pai do partido,
18:44ela mudou o partido de nome,
18:46ela fez um expurgo
18:47de todos os velhos malucos
18:49antissemitas
18:50no tempo do pai dela,
18:52e ela dá declaração
18:53atrás de declaração,
18:55mostrando que ela
18:56se diferencia,
18:57ela faz questão
18:58de muito claramente
18:59se diferenciar do pai dela.
19:01que era, sim,
19:03o pai dela,
19:03um cara extremista,
19:05racista,
19:06antissemita,
19:07enfim,
19:07o pai dela era tudo isso, sim,
19:09mas ela não é.
19:11E no caso
19:11da Georgia Meloni também.
19:13O partido dela,
19:14os irmãos da Itália,
19:16é um partido
19:17que recebeu
19:19do MSI
19:25algumas pessoas
19:26que a imprensa
19:27fica tentando colar fascismo.
19:29O que aconteceu?
19:30Esse partido do MSI
19:31foi fundado em 1946,
19:33quando a guerra acabou,
19:35quando o seu Mussolini
19:36já tinha sido pendurado
19:38de cabeça para baixo.
19:40E essas pessoas
19:42que eram da direita italiana,
19:44elas foram buscar abrigo
19:45num partido democrático.
19:47Então, assim,
19:48você tinha lá em 1946,
19:50nós estamos falando
19:51de 80 anos atrás,
19:52algumas pessoas
19:53que vinham
19:53do fascismo italiano,
19:55sim,
19:56o fascismo acabou,
19:57o Mussolini morreu,
19:58e algumas dessas pessoas
20:00resolveram fazer
20:01uma transição
20:02e foram para a democracia.
20:04Se passou,
20:05foram 80 anos isso,
20:08a Georgia Meloni,
20:10por ela ser de direita,
20:12e é óbvio
20:13que,
20:14assim como a direita
20:15da Alemanha
20:16paga um preço
20:17até hoje
20:18pelo nazismo,
20:19a direita italiana
20:20até hoje
20:21paga um preço
20:21pelo fascismo.
20:23Mas isso não quer dizer
20:24que a Georgia Meloni
20:24seja fascista,
20:26que o partido dela
20:27seja fascista,
20:28e não são.
20:29Então, também,
20:30a matéria,
20:31só para terminar,
20:32a matéria traz,
20:33então,
20:33um resumo
20:35da maneira como
20:36a imprensa tratou
20:37as duas,
20:38mas também quais são
20:38as posições,
20:39as políticas
20:40e as ideias
20:41das duas
20:41para,
20:42de certa forma,
20:43trazer fatos
20:45para contrapor
20:46narrativas.
20:47É,
20:48como a gente sempre fala,
20:50como diria aquele
20:51grande filósofo,
20:52uma coisa é uma coisa,
20:53outra coisa é outra coisa.
20:55A edição dessa semana
20:57tem também textos
20:58do Leonardo Barreto,
21:00Ivan Santana,
21:01Rodolfo Borges,
21:02Josias Teófilo,
21:03Orlando Torceto Júnior,
21:05Jerônimo Teixeira,
21:06essa edição de Cruzo,
21:09a edição número 323
21:11da revista Cruzoé.
21:25Estão Gonçoo,
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