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Transcrição
00:00Vamos falar sobre uma pauta mais internacional e, no caso, os sentimentos dos eleitores norte-americanos.
00:09Estamos, como vocês sabem, nos aproximando das eleições dos Estados Unidos,
00:13as primárias já estão chegando ao fim, se já não chegaram, na prática já se sabe quem será,
00:19será Biden versus Trump, a não ser que algo muito fora da caixa ocorra.
00:25E o fato é que essa polarização entre os dois está levando a população americana a ter sentimentos, às vezes, desagradáveis.
00:36Seja para quem sente, seja para quem é afetado pelas pessoas com esses sentimentos ao redor.
00:42E vamos falar sobre isso e, depois, também sobre cultura e entretenimento com o Alexandre Borges, que já está na linha.
00:49Tudo bom com você, Alexandre?
00:50E aí, tudo bem? Está me ouvindo bem?
00:53Ouço, alto e claro, tudo bem.
00:57Como é que estão as coisas aí no Rio de Janeiro?
01:00Está uma sexta-feira muito agradável, não é 13, é 12, então estamos com muitas esperanças de um bom final de semana por aqui.
01:08Então, vamos lá, que sextou.
01:10Vamos lá. Então, vamos falar sobre essa questão do Donald Trump e do Joe Biden,
01:16os veteranos candidatos à presidência, ambos na faixa dos 70 e muitos, 80 e poucos.
01:23Como é que você vê, essa matéria que você publicou no Antagonista,
01:28como é que você vê esse sentimento da população americana, dos eleitores americanos,
01:34em relação aos seus candidatos e os oponentes, né?
01:37Que às vezes o sentimento não é só em relação ao seu, em relação ao outro.
01:41Contam para a gente.
01:43Vamos lá. Me perdoem a minha interrupção.
01:46Mas é o seguinte, essa é uma eleição e a gente vê isso em toda essa trajetória das redes sociais,
01:55tomando força e entrando na política, como elas foram mudando a lógica da política e do debate
02:03e da maneira como os eleitores se sentem.
02:06Então, essa pesquisa que foi publicada hoje do The New York Times é uma pesquisa muito interessante,
02:11onde eles entrevistaram centenas de pessoas e depois fizeram uma medição de sentimento
02:19de como as pessoas se colocavam em relação a essa eleição.
02:23É uma eleição importantíssima, a eleição presidencial desse ano.
02:28Apenas, e esse é um ponto importante, apenas 15% dos eleitores associam emoções positivas à eleição,
02:38algo como esperança, estão animadas, estão energizadas, estão achando que estão caminhando para um país melhor.
02:46Só 15%.
02:47E você tem um número tão grande quanto 30% de pessoas que usam termos muito desesperados,
02:55de medo, de pânico, de raiva.
02:59Então, eu acho que isso é um ponto importante para a gente entender
03:01em que momento nós estamos vivendo do mundo
03:04e que como as próprias estratégias de narrativa política estão impactando.
03:11Então, quando você vê, e aí a gente está tendo aí uma semana de debate sobre liberdade de expressão,
03:18como se fosse uma coisa abstrata,
03:21a gente tem que entender como é que o sensacionalismo, a gritaria nas redes sociais
03:26está impactando nas pessoas e na própria capacidade delas de decidir.
03:31Quer dizer, a gente sabe que as pessoas que decidem baseadas em emoções negativas,
03:38de raiva, de pânico, de medo,
03:40essas pessoas podem não tomar as melhores decisões, inclusive, para si.
03:44Então, a gente tem que chamar os adultos da sala,
03:49a gente tem que olhar com calma esse momento que o mundo está vivendo.
03:52A gente não deve usar a ferramental do século XIX para entender 2024
03:57e a gente deve entender que tem muita coisa complexa acontecendo
04:01e essa pesquisa publicada pelo New York Times hoje
04:05é uma prova científica, é uma prova confiável
04:09de que nós estamos vivendo tempos excepcionais,
04:13onde as pessoas estão associando emoções muito negativas à política
04:18e isso pode ter consequências muito desastrosas.
04:22De fato, essa polarização que só tem a beneficiar, em tese, os dois,
04:29não direto ou indireto, na verdade, diretamente,
04:32porque enquanto fica aquele debate só um contra só o outro,
04:37qualquer outra opção deixa de existir.
04:39Isso nos Estados Unidos é até mais tradicional,
04:41sempre há um democrata contra um republicano.
04:44Os independentes quase não aparecem,
04:46o último que teve um pouco mais de reverberação,
04:49acho que foi em 92, que era o Ross Perot,
04:51que era contra o Lincoln.
04:53Ross Perot elegeu o Clinton, nós podemos dizer isso com muita...
04:57Ele rachou a base republicana, o presidente era o George Bush pai,
05:02ele tentava reeleição e ele perdeu para um obscuro governador do Arkansas,
05:09mas que se beneficiou da candidatura desse bilionário pirado.
05:15Imagina, bilionário pirado, né?
05:17A gente nem ouve falar disso.
05:18Ainda bem que isso é coisa do passado,
05:22ainda bem que não tem mais bilionário pirado, né?
05:24Mas o Ross Perot, um bilionário pirado,
05:28ele rachou a base do Partido Republicano,
05:31ele teve 20 milhões de votos,
05:33e 20 milhões de votos hoje é muita coisa,
05:37imagina em 92.
05:38E aí o resultado foi a eleição desse sujeito,
05:44do Bill Clinton,
05:44que era um sujeito realmente muito pouco conhecido,
05:46ele era alguém, um governador de um Estado
05:50que não é o Estado onde os holofotes da nação
05:53estão normalmente voltados, né?
05:55O Arkansas, o Arkansas, enfim.
05:57Mas ele...
05:58E aí, claro, ele com todo o seu carisma,
06:01com o seu talento político,
06:02aí ele virou uma figura nacional mais importante,
06:06e aí foi reeleito depois, em 96,
06:09enfim, toda a trajetória que as pessoas conhecem.
06:13Exatamente.
06:14E aqui no Brasil, infelizmente,
06:16ou felizmente para os envolvidos,
06:18também temos essa polarização entre Lula e Bolsonaro,
06:21entre esses dois nomes,
06:23a famosa terceira via não existe,
06:24pelo menos atualmente,
06:26nem na última eleição,
06:27nem na eleição anterior,
06:28se a gente for pensar,
06:29quando era o Haddad contra o Bolsonaro,
06:32e depois foi Lula, Bolsonaro,
06:33e na próxima deve ser Lula contra o nomeado do Bolsonaro,
06:37então é uma situação que é muito...
06:39Ou nomeada, ou nomeada, né?
06:41É, pode ser a Michele, né?
06:44Por exemplo, né?
06:46Pode ser a Michele Bolsonaro.
06:47Aliás, a Michele Obama lá disse que não queria sair para candidata a nada.
06:52Aqui a Michele Bolsonaro...
06:53O nome da Michele está no ar
06:55desde que o marido completou o seu último mandato,
07:01em 2016,
07:03que ele entregou o poder para o Donald Trump,
07:06ele foi eleito e reeleito,
07:07ficou oito anos no poder,
07:09e foi substituído em 2016 pelo Donald Trump.
07:11A Michele, ela é,
07:14na falta de um termo melhor,
07:17ventilada,
07:18desde essa época,
07:20como uma substituta do marido,
07:23até porque já se dizia,
07:24naquela época,
07:26que a Hillary,
07:26ela era muito impopular,
07:29ela teria dificuldades para vencer a eleição,
07:31mas a Hillary,
07:33com a força que ela tem no establishment do partido,
07:35ela conseguiu manter a sua candidatura,
07:37inclusive escanteando o Bernie Sanders,
07:40que era o que energizava a juventude na época e tal,
07:44e acabou perdendo para o Trump.

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