- hoje
Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:
https://bit.ly/planosdeassinatura
Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.
https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...
Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.
Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
https://bit.ly/planosdeassinatura
Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp.
Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.
https://whatsapp.com/channel/0029Va2S...
Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast.
Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00:00Aqui é Felipe Moura do Brasil, lá no fundo é a faixa de Gaza.
00:00:057h da manhã, ela me acorda, foi o dia da corda, começou a guerra.
00:00:09Go, go, go!
00:00:16Me sacaram de casa por as pernas, arrastrando-me por toda a minha casa.
00:00:23This is my uncle Michel. Michel born in Niterói, Brasil.
00:00:30They're not like animals, they're worse.
00:00:43O trauma de Israel.
00:00:48Este documentário de Felipe Moura Brasil, diretor de jornalismo do portal O Antagonista e da revista Cruzoé,
00:00:55reúne os vídeos gravados por ele para as redes sociais,
00:00:58com o celular na vertical, durante visita, em maio de 2024,
00:01:03ao país atacado por terroristas do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
00:01:08Olá, meu nome é Oded, 45 anos, eu morei no Brasil dos 5 aos 20 anos,
00:01:26estou aqui já 25 anos, eu sou, podia manter muitos anos, tenho restaurantes hoje, sou ativo, faço várias coisas,
00:01:37e entre outros eu sou socorrista, voluntário, já faz alguns anos,
00:01:44e no dia 7 de outubro, dentro desse quadro, mais ou menos 11 horas da manhã eu já estava lá no sul com o objetivo de ajudar a socorrer, salvar vidas e fazer o que a gente pode.
00:01:58Na sexta-feira, eu não tive jantar de família, minha mãe falou, vou fazer um peixe,
00:02:03vocês podem ver, foi a última foto que eu postei antes do dia 7 de outubro,
00:02:07fui comendo a minha mãe, ela ficou triste e falou, escuta, vende para casa,
00:02:12deita aqui, acabei colchendo no sofá, estava vendo um filme,
00:02:167 da manhã ela me acorda, falou, desde acorda, começou a guerra.
00:02:18Era a festa, não tinha nenhuma, quer dizer, ninguém podia cogitar,
00:02:26não tinha um preparo, não tinha uma ameaça, não tinha nada,
00:02:29hoje tem mais ameaças do que tinha naquele dia.
00:02:31Acorda, começou a guerra, quando começou a guerra, acordei, liguei a televisão, como todo mundo,
00:02:35começou a chegar essas imagens, que todo mundo começou a receber nesse dia,
00:02:42depois a gente vai falar mais sobre essa imagem, começaram a chegar os filmes,
00:02:46que todo mundo conhece, mais ou menos 8 horas, 9 horas da manhã,
00:02:51chegou o primeiro telefone do meu diretor, e...
00:02:55Odeiro, a gente vai, a gente vai, a gente vai, a gente está mandando tropas,
00:03:01não tropas, a gente está mandando equipes para o sul, se você quer descer.
00:03:05Eu falei, é óbvio, estou descendo e falei, espera, eu vou recapitular minha pergunta,
00:03:10o evento está em andamento, a gente está mandando o pessoal, você pensa bem antes de responder.
00:03:16Obviamente, eu não pensei duas vezes, ele falou, ok, sobe no carro da minha mãe,
00:03:20sobe no carro, vai para Hanana, que é uma cidade perto de Arcelia,
00:03:24onde a gente tem nossa central, vai para lá, que a gente está se regrupando lá, tá?
00:03:29Chegamos lá, pegamos, começamos a carregar tudo que tinha de equipamento,
00:03:35no depósito, oxigênio, luva e tudo, subimos nos carros,
00:03:39nessa altura do campeonato, a gente ainda não entende o que está acontecendo,
00:03:43recebemos ordens de sair de Tel Aviv já com proteção, coletes, etc.,
00:03:48e dirigir, a gente estava com os carros, vocês estão vendo carros,
00:03:53são viaturas da nossa organização, recebemos ordens de viajar em percurso de emergência,
00:03:59aqueles sirenes sem limite de velocidade, farol vermelho,
00:04:03ponto de encontro, onde nós estamos agora, ok?
00:04:07Esse é o ponto mais norte, que o civis, mais sul, quer dizer que o civis,
00:04:14era o norte da zona de guerra, o ponto mais sul que os civis podiam entrar, tá?
00:04:22Aqui a gente está no percurso, aqui, vocês estão vendo essas câmeras dos jornalistas,
00:04:33é nessa esquina aqui atrás de vocês, a partir de aqui, nem jornalista tinha acesso, tá?
00:04:38A gente estava parado aqui, tá? Aqui sou eu, quando eu cheguei aqui,
00:04:44eu não sabia o que ia acontecer, eu não sabia se eu ia sair daqui, eu não sabia...
00:04:48Minha primeira ideia foi, eu falei, vamos fazer um diário do que está acontecendo,
00:04:51do que a gente está vivendo a história, a gente entendeu que era um evento,
00:04:55obviamente, meia hora depois, quando eu comecei a trabalhar,
00:04:59toda essa questão do diário, eu fui lembrar só três dias depois,
00:05:04então essa foi minha primeira e última gravação do dia mesmo.
00:05:07Ok, então vamos lá,
00:05:37E aí, nós estamos no soudest position,
00:05:39nós podemos acertar,
00:05:40o área está fechada,
00:05:41não tem acesso para os civis,
00:05:42mesmo a pressa,
00:05:44eles estão obliquedos de sair daqui,
00:05:46aqui está a nossa concentração,
00:05:49nós estamos esperando,
00:05:52para...
00:05:52nós estamos esperando,
00:05:55para os civis,
00:05:57para evacuar,
00:05:59e,
00:06:00todo o tempo,
00:06:01há ambulâncias,
00:06:01com os inimigos,
00:06:03e nós não podemos parar.
00:06:05Então, eu cheguei aqui,
00:06:11eram mais ou menos 11 horas da manhã,
00:06:13todos os carros estavam aqui,
00:06:14as ambulâncias,
00:06:14e aqui já,
00:06:16desde de manhã,
00:06:16estavam vindo ambulâncias,
00:06:18com feridos.
00:06:20Nesse campo aqui,
00:06:21as ambulâncias,
00:06:22os helicópteros do exército,
00:06:24os civis,
00:06:25aterrissavam,
00:06:26pegavam os feridos,
00:06:26e levavam para os hospitais,
00:06:28espalhados pelo país.
00:06:31Isso daqui,
00:06:33é o caminhão,
00:06:34mais ou menos,
00:06:35há 3 horas da tarde,
00:06:36passou um carro do Zaca,
00:06:38que é o Instituto Médico Legal,
00:06:40e jogou para a gente,
00:06:41um pacote de sacos,
00:06:43a gente teve que tirar todos os corpos,
00:06:45colocar dentro dos sacos,
00:06:46e colocar dentro do caminhão de novo.
00:06:50O país inteiro,
00:06:52acordou às 7 da manhã,
00:06:53com sirenes.
00:06:55Sirenes que não eram esperadas,
00:06:56porque às vezes elas são esperadas,
00:06:58às vezes a gente sabe
00:06:59que Israel vai entrar em conflito.
00:07:01Então, de repente,
00:07:027 da manhã,
00:07:03um horário que não é comum,
00:07:05todo mundo pulou da cama,
00:07:07a gente vai para a área segura,
00:07:09os vizinhos começaram a se olhar,
00:07:11o que aconteceu?
00:07:12O telefone começa a tocar,
00:07:13todas as pessoas conhecidas
00:07:14começam a...
00:07:16O que está acontecendo?
00:07:17Liga a TV, liga a TV.
00:07:19No que a gente ligou a TV,
00:07:21nem a imprensa sabia
00:07:22o que estava acontecendo,
00:07:24eles estavam começando a receber
00:07:25justamente esses vídeos.
00:07:28E a gente se falava,
00:07:29a gente falava,
00:07:30mas cadê o exército?
00:07:31Como assim?
00:07:33E horas vendo a televisão,
00:07:35e horas vendo eles entrando,
00:07:38e as pessoas dentro dos bunkers
00:07:40ligavam para a televisão ao vivo
00:07:42e falavam,
00:07:43a gente está aqui,
00:07:44a gente está escutando o árabe,
00:07:45a gente está escutando o terrorista.
00:07:47e ninguém sabia a proporção daquilo,
00:07:51nem a imprensa,
00:07:52ninguém.
00:07:54Então,
00:07:54foram horas e horas,
00:07:56assim,
00:07:57tensas.
00:07:59A única coisa que a gente sabia
00:08:00que não era para sair de casa,
00:08:01porque a gente não sabia
00:08:02até onde eles tinham ido.
00:08:04Como a gente foi surpreendido,
00:08:06os tanques andaram nas estradas.
00:08:10Quando o tanque anda na estrada,
00:08:13ele destrói a estrada.
00:08:15Desde Yom Kippur,
00:08:16nunca blindados andaram
00:08:17nas estradas de Israel.
00:08:19No dia 8 de outubro,
00:08:20o exército começou a se movimentar.
00:08:23Vocês vão ver as estradas,
00:08:25o estado das estradas aqui no sul,
00:08:27estão destruídas
00:08:28por causa das correntes dos blindados.
00:08:31O blindado desses são 60,
00:08:3270 toneladas
00:08:33com correntes de ferro,
00:08:35de aço.
00:08:37Isso no dia 7 de outubro.
00:08:41Essas imagens a gente não viu em Israel
00:08:43desde a guerra de Kippur.
00:08:44Meio corpo para fora,
00:08:46você tem uma visão de 360 graus
00:08:47e permite uma superioridade
00:08:49no campo de batalha.
00:08:50Na guerra de Kippur,
00:08:53os outros exércitos,
00:08:54Síria, Egito,
00:08:56que andavam com a escotilha fechada,
00:08:58às vezes tinha um tanque inimigo
00:08:59a dois metros
00:09:01e eles não viam você.
00:09:02Eles ficavam com aquela limitação
00:09:03da escotilha.
00:09:05Então, o fato de
00:09:05os comandantes de Israel
00:09:07sempre estarem com o corpo para fora
00:09:08traz uma superioridade
00:09:11na doutrina de combate.
00:09:15Mas, dentro da faixa de Gaza,
00:09:18obviamente,
00:09:18ninguém vai ficar com a cabeça de fora.
00:09:20Com atiradores de elite e tudo.
00:09:22E o combate dentro de Gaza
00:09:23não é tanque contra tanque.
00:09:25Então,
00:09:26a capacidade de pegar
00:09:27uma máquina de guerra dessa
00:09:29e adaptar as necessidades,
00:09:32porque um tanque foi feito
00:09:33para lutar contra tanque,
00:09:34foi feito para avançar,
00:09:35não foi feito para entrar
00:09:36entre as casas
00:09:37e derrubar um andar,
00:09:39uma janela,
00:09:39onde tem um atirador de elite
00:09:40com um RPG.
00:09:41Então,
00:09:42esses tanques hoje
00:09:43estão fazendo uma função
00:09:44completamente diferente
00:09:47do que os tanques fazem
00:09:48normalmente na guerra.
00:09:50Outra coisa interessante
00:09:51é que nessa guerra,
00:09:52no dia 7 de outubro,
00:09:53eles destruíram o tanque
00:09:54com um drone.
00:09:55O que Israel fez?
00:09:56Entendeu o perigo
00:09:57e fizeram tetos.
00:10:00Vocês vão ver muitos tanques
00:10:01nas fotos com teto,
00:10:03que é para proteger justamente
00:10:05a parte de cima do tanque
00:10:06que não é blindada.
00:10:07A parte de baixo do tanque
00:10:08não é blindada.
00:10:09Aqui,
00:10:11vocês estão vendo isso aqui?
00:10:14Isso aqui é um acrescento
00:10:15que eles colocam
00:10:16quando eles entram
00:10:17no território perigoso,
00:10:18eles falam com um acrescento
00:10:19que fortalece.
00:10:20Se o tanque fosse totalmente blindado
00:10:21por cima ou por baixo,
00:10:22ele não andava.
00:10:22Já pesa 60 toneladas assim.
00:10:24Então,
00:10:24se eles entram num negócio
00:10:25que tem perigo
00:10:26de dinamite por baixo,
00:10:28eles colocam esse acrescento aqui
00:10:29que aumenta mais uma camada
00:10:31de proteção
00:10:32na parte de baixo do tanque.
00:10:33Esses são helicópteros
00:10:35do exército
00:10:35que vinham aqui.
00:10:37Está vendo?
00:10:37São tropas de resgate
00:10:38do exército
00:10:40que desciam aqui
00:10:41e pegavam os feridos
00:10:43que a gente trazia de dentro.
00:10:45Esse terrorista
00:10:45é aqui na frente,
00:10:48no meio da estrada.
00:10:50Isso aqui
00:10:51era um campo de batalha.
00:10:55Lembrando que
00:10:56são fotos que eu tirei.
00:10:58Aqui é a entrada da cidade,
00:11:00a gente vai entrar aqui.
00:11:01Entrando na cidade,
00:11:03tinham quatro soldados mortos.
00:11:05A gente ligou
00:11:05para o exército
00:11:06e o que foi dito,
00:11:11recolham as armas,
00:11:12deem para a polícia,
00:11:13cubram eles
00:11:14e a gente vai chegar
00:11:14quando a gente chegar.
00:11:17Isso é um tipo de...
00:11:19Isso é uma picape do Hamas
00:11:20queimada
00:11:21na entrada
00:11:22da cidade,
00:11:24tá,
00:11:24de terroristas.
00:11:29Uma das picapes
00:11:30que eles...
00:11:31Estão vendo
00:11:32que ela está
00:11:33buracos de tiro,
00:11:35né?
00:11:35Ela foi...
00:11:39Olha os brancos de tiro
00:11:40no campo.
00:11:40Essas são as primeiras imagens.
00:11:43A estrada...
00:11:44Eu não tirei
00:11:44muita foto,
00:11:45vocês precisam entender
00:11:46que nessa situação
00:11:48eu estou com a arma na mão,
00:11:50ouvindo tiro
00:11:51ao redor de mim,
00:11:52entrando cada vez
00:11:53os tiros mais de perto.
00:11:55A última coisa
00:11:55que você pensa
00:11:56é tirar foto,
00:11:57tá?
00:11:57Então eu tive
00:11:58eu tive uma ali,
00:12:00mas na minha cabeça
00:12:01toda vez que eu estava
00:12:01ocupado com o telefone
00:12:02eu estava correndo
00:12:03risco de vida.
00:12:04Alguém conhece
00:12:05essa foto?
00:12:08Vocês conhecem
00:12:09essa foto?
00:12:12Ok.
00:12:13Essa foto,
00:12:15às sete da manhã,
00:12:16às seis da manhã
00:12:17nesse dia,
00:12:18um grupo de oito
00:12:19aposentados,
00:12:20russos,
00:12:21senhoras e senhoras,
00:12:23resolveram ir
00:12:24para o mar morto.
00:12:24Você sabe,
00:12:25o mar morto tem qualidades
00:12:26para a pele,
00:12:27para a viagem.
00:12:30Furou o pneu
00:12:31do ônibus,
00:12:31um ônibus igual a esse.
00:12:32Furou o pneu.
00:12:34Motorista árabe também.
00:12:35Motorista árabe,
00:12:36ele tinha que colocar
00:12:37o carro no macaco,
00:12:38pediu para todo mundo
00:12:39descer do carro.
00:12:41Quis destino,
00:12:43os terroristas,
00:12:44para eles,
00:12:45foi um banquete.
00:12:46Vocês estão vendo
00:12:47essa caixa de concreto?
00:12:49Isso são os abrigos,
00:12:50porque aqui tem
00:12:51muitos tiros de mísseis,
00:12:52tá?
00:12:55Aqui tem muitas caixas
00:12:56de mísseis
00:12:57e quem está esperando
00:12:57no ponto de ônibus
00:12:58e de repente tem alarme,
00:13:00ele tem que entrar
00:13:01dentro desse abrigo
00:13:02para se proteger
00:13:03dos mísseis.
00:13:04Mas quando vocês
00:13:04podem ver,
00:13:05esse abrigo,
00:13:06não tem...
00:13:06não tem porta,
00:13:14porque não é feito
00:13:14para terroristas
00:13:15e não tem outra saída.
00:13:16Então quem se escondeu
00:13:17lá dentro,
00:13:18aquilo ali passou a ser
00:13:19caixão de muita gente,
00:13:21tá?
00:13:21Passou a ser uma armadilha
00:13:22de morte,
00:13:23porque os terroristas
00:13:23chegaram granada
00:13:24para dentro,
00:13:25atiraram...
00:13:25A gente vai chegar
00:13:26na cidade de Sderot.
00:13:29Sderot é uma cidade,
00:13:30a gente vai entrar
00:13:32e muita coisa,
00:13:35muita coisa aconteceu
00:13:35nessa cidade.
00:13:37Ela está a 4km de casa.
00:13:40Aliás,
00:13:40a derrota ainda
00:13:41está sendo bombardeada.
00:13:43Está caindo mísseis aqui,
00:13:44está tendo...
00:13:45Pessoal,
00:13:48se tiver...
00:13:50Esse é o momento
00:13:51de explicar para vocês,
00:13:52tá?
00:13:53Tem...
00:13:54Tem muito alerta,
00:13:57tá?
00:13:58Tem muita...
00:13:59Se tocar o alarme,
00:14:03a gente...
00:14:03Se a gente estiver
00:14:04fora do carro,
00:14:04a gente vai entrar
00:14:05num abrigo,
00:14:06tá?
00:14:06Porque a gente vai parar
00:14:07só onde tem abrigo,
00:14:08e se não,
00:14:08a gente tem que parar
00:14:10o carro e
00:14:11deitar no chão.
00:14:12Coloca a mão
00:14:12em cima da cabeça,
00:14:13tá?
00:14:13Mas aqui não tem
00:14:14um minuto e meio,
00:14:14aqui tem 15 segundos.
00:14:17Uma bomba,
00:14:18quando ela explode,
00:14:19ela explode para cima.
00:14:20Se você deita no chão,
00:14:22é o lugar onde você
00:14:22tem menos risco
00:14:23de se ferir.
00:14:25Porque a bomba,
00:14:26granada,
00:14:26por que quando tem granada,
00:14:27todo mundo...
00:14:27Não, não, não,
00:14:29vai me curir, Tassou.
00:14:31Por que quando tem granada,
00:14:33todo mundo se joga no chão?
00:14:35Porque a granada,
00:14:35ela explode assim.
00:14:38Então, se você está
00:14:38deitado do lado da granada,
00:14:40o risco de você
00:14:40se ferir é mínimo.
00:14:42Se você estiver de pé,
00:14:43você vai dançar.
00:14:43mesma coisa o míssil.
00:14:45O míssil,
00:14:45ele cai,
00:14:47a energia da explosão
00:14:50vai ser para cima.
00:14:52Então, se você estiver
00:14:53deitado no chão,
00:14:54o risco de você
00:14:55se ferir é muito menor
00:14:56do que se estiver
00:14:56de pé.
00:14:57E dentro do carro,
00:14:57está alto.
00:14:58Além do que,
00:14:59o carro tem vidro,
00:15:00tem gasolina,
00:15:01tem muita coisa
00:15:02que pode te...
00:15:03então, é toda uma questão
00:15:04de estatística.
00:15:10Estatisticamente,
00:15:11você está mais seguro
00:15:12deitado no chão
00:15:12com a mão na cabeça.
00:15:13Agora, bom,
00:15:13se o míssil cair em cima
00:15:14de você,
00:15:16um, significa que você tem
00:15:16muito azar,
00:15:17dois...
00:15:19A entrada da cidade,
00:15:23olha o check post
00:15:24do exército.
00:15:26Lembrando que era
00:15:27seis da manhã,
00:15:27as pessoas da cidade
00:15:28estavam dormindo,
00:15:29mas quem saiu de casa
00:15:29morreu.
00:15:30Vocês viram a foto
00:15:31das senhoras no chão?
00:15:35Quando elas viram os tiros,
00:15:37elas tentaram se esconder
00:15:38aqui.
00:15:41Vocês estão vendo
00:15:41os buracos das balas?
00:15:45Eu falei para vocês
00:15:46da intensidade.
00:15:47Eles vieram aqui
00:15:48e metralharam.
00:15:50Elas não tiveram
00:15:51nenhuma chance.
00:15:52Vocês podem ver
00:15:52que ela...
00:15:53Quem me perguntou
00:15:55de tiro automático?
00:15:56Tiro automático é isso.
00:15:57Um aqui, um aqui,
00:15:58um ali, um aqui,
00:15:58e esse tiro automático.
00:16:00Metralharam.
00:16:01As imagens eram difíceis, tá?
00:16:03Os corpos estavam
00:16:03mutilados.
00:16:04O 762 é uma bala
00:16:06que faz um estrago.
00:16:09Quem, por exemplo,
00:16:10tomou tiro na cabeça,
00:16:12você vê um buraco
00:16:12de entrada,
00:16:13você vê um buraco
00:16:13de saída desse tamanho
00:16:14e a cabeça oca.
00:16:17Ela...
00:16:18Ela...
00:16:19Ela é tão potente
00:16:20essa bala
00:16:21que ela tira com ela
00:16:22tudo que...
00:16:23E as pessoas tomaram
00:16:24aqui muitos tiros.
00:16:28Então, a gente veio,
00:16:31recolheu esses corpos
00:16:32dentro do caminhão.
00:16:35A gente ouvia tiros,
00:16:37tá?
00:16:37Continuou ouvindo tiros,
00:16:38lembrando que a gente
00:16:39está numa zona de guerra,
00:16:40policiais ao redor,
00:16:43e o tempo todo
00:16:44a gente via
00:16:44tropas especiais
00:16:45do exército
00:16:46passando
00:16:46em carros civis.
00:16:49Eles simplesmente
00:16:50pegaram o carro
00:16:51de moradores da cidade
00:16:52e começaram
00:16:53a se movimentar
00:16:54atrás de...
00:16:55De células
00:16:56de terroristas
00:16:57dentro da cidade.
00:16:58Aqui nessa árvore...
00:17:00Aqui nessa árvore
00:17:04tinha um carro
00:17:06Maquia Picanto.
00:17:08Tá?
00:17:09Dentro da Maquia Picanto
00:17:10tinha um pai
00:17:12e duas crianças mortas.
00:17:15Atrás do pai
00:17:15uma criança
00:17:16de talvez 3 anos.
00:17:17Do outro lado
00:17:18uma criança
00:17:18de 6, 7 anos.
00:17:20E quando a gente
00:17:21terminou com isso aqui,
00:17:22a gente passou
00:17:22para aquele carro.
00:17:27Alguns dos meus colegas
00:17:28tiraram o pai,
00:17:29outros tiraram a criança
00:17:30e pediram para mim
00:17:31buscar a criança
00:17:32que estava
00:17:33sentada do outro lado.
00:17:35Ela estava
00:17:35com cinto de segurança
00:17:36e um assento de plástico
00:17:38de combustão.
00:17:40Eu tirei o cinto,
00:17:42levantei a criança
00:17:43e ela estava sentada assim.
00:17:45Quando eu levantei ela,
00:17:48eu percebi que ela
00:17:48tinha tomado um tiro
00:17:49por trás na cabeça
00:17:51e esse buraco de saída
00:17:52estava na frente.
00:17:55Vocês sabem que a cabeça
00:17:56é a parte mais pesada
00:17:57do corpo.
00:17:59E eu carreguei
00:18:00essa criança
00:18:00e essa parte
00:18:02estava leve,
00:18:03não tinha peso.
00:18:04e eu andei com ela
00:18:07de lá
00:18:08até o caminhão
00:18:10que estava aqui.
00:18:10São 10 passos.
00:18:13Eu tinha duas opções,
00:18:14largar
00:18:15ou terminar
00:18:16o que eu tinha
00:18:17que fazer.
00:18:18São 10 passos
00:18:19de lá para cá,
00:18:21olhando
00:18:21porque eu estava
00:18:21olhando
00:18:22e é uma frase
00:18:24que eu repito
00:18:24e vou repetir
00:18:25a minha vida inteira.
00:18:27O que entra
00:18:27dentro da sua alma
00:18:29através dos olhos
00:18:30nunca mais sai.
00:18:32Eu sou socorrista, né?
00:18:34Quando a gente chegou,
00:18:35pediram para a gente
00:18:37entrar
00:18:37e remover os corpos
00:18:38porque tinham corpos
00:18:39e o excesso
00:18:40tinha que começar
00:18:41a se mover,
00:18:41tinha que ir com tropas.
00:18:43Aí pediram
00:18:44para a gente
00:18:44remover os corpos.
00:18:45A gente falou,
00:18:45escuta,
00:18:45a gente é assistência médica,
00:18:48a gente não é
00:18:48instituto legal.
00:18:49Eu falei,
00:18:49escuta,
00:18:51eu sei,
00:18:52por enquanto
00:18:53eu não tenho
00:18:53quem faça isso.
00:18:54Vocês têm ambulância,
00:18:55vocês têm mãos,
00:18:56eu preciso de mãos
00:18:57para recolher os corpos.
00:18:58Depois na ambulância,
00:18:59depois se viram,
00:18:59a gente viu o que faz.
00:19:00A gente pegou um caminhão,
00:19:02porque a gente tinha
00:19:02um caminhão
00:19:03com aquele elevador
00:19:05atrás,
00:19:06sem resírio de geração
00:19:08ou algo,
00:19:09a gente não tinha
00:19:10nem sacos
00:19:10para colocar os corpos
00:19:11no começo.
00:19:12Começamos a carregar
00:19:14os corpos
00:19:14dentro do caminhão.
00:19:18Todos aqueles corpos
00:19:18carregam.
00:19:19Depois que a gente
00:19:20carregou o caminhão,
00:19:21umas três horas da tarde,
00:19:22chegou um veículo
00:19:24do instituto médico
00:19:25e deu para a gente
00:19:25uma moada de sacos.
00:19:27Teve que tirar todos os corpos,
00:19:28colocar dentro dos sacos
00:19:28e colocar dentro do caminhão.
00:19:31E a gente foi
00:19:31ouvindo tiro
00:19:33o tempo todo.
00:19:34Tinham terroristas
00:19:35nas casas.
00:19:36Três dos policiais
00:19:37que estavam comigo
00:19:38naquele dia
00:19:38morreram de noite.
00:19:39e eu naquela
00:19:42rua ali
00:19:43tinha carregado
00:19:44em três ou quatro horas
00:19:45tinha carregado
00:19:46uns 30, 40 corpos.
00:19:48Foi o primeiro dia.
00:19:49Foi ali que eu entendi
00:19:50que não eram
00:19:51200 mortos.
00:19:52Lembrando que tem
00:19:53a história
00:19:53do carro das meninas
00:19:54que vieram para cá.
00:19:55O cara que trouxe
00:19:56as meninas
00:19:56para as meninas
00:19:58que sobreviveram
00:19:59que a gente botou
00:20:00lá para frente
00:20:00trouxe elas para cá.
00:20:01Ele não sabia
00:20:02que tinha terroristas
00:20:03dentro da estação
00:20:03da polícia.
00:20:04Ele trouxe o carro,
00:20:05estacionou,
00:20:05saiu do carro
00:20:06e tomou tiro e morreu.
00:20:07As meninas ficaram no carro.
00:20:08os terroristas atiraram no carro
00:20:09e mataram a mãe.
00:20:11O pai saiu correndo
00:20:12e foi executado
00:20:13na calçada
00:20:14aqui.
00:20:14Dentro do carro
00:20:17tinham duas crianças
00:20:18que ficaram vivas
00:20:20e um carro
00:20:25com um beduíno
00:20:28com um árabe
00:20:28viu o carro
00:20:31com as crianças
00:20:31viu que o pai
00:20:32estava morto
00:20:32a mãe estava morta
00:20:33entrou no carro
00:20:34e a menina
00:20:36falou para ele
00:20:36meu pai está morto
00:20:37minha mãe está morta.
00:20:38Ele entrou no carro
00:20:39dirigiu o carro
00:20:40foi até a estação
00:20:41de polícia
00:20:42sem saber
00:20:43que a estação
00:20:43de polícia
00:20:43tinha sido
00:20:44dominada por terroristas
00:20:45chegou lá
00:20:47saiu do carro
00:20:47tomou tiro e morreu
00:20:48ele tentou salvar
00:20:50a vida
00:20:50das crianças
00:20:50e morreu
00:20:51um beduíno
00:20:51e as crianças
00:20:53permaneceram no carro
00:20:54sob tiroteio
00:20:55mais tarde
00:20:56quando o policial
00:20:58chegou no carro
00:20:59tem um vídeo famoso
00:21:00que ela pergunta
00:21:00para ele
00:21:00você é do bem
00:21:01ou você é do mal?
00:21:02Vocês são de Israel?
00:21:03Vocês são de Israel?
00:21:04Uma menina pequena
00:21:04eu tenho aqui
00:21:05um irmão menor
00:21:06meus pais estão mortos
00:21:07você veio salvar a gente
00:21:08ou você veio matar a gente?
00:21:10uma criança pequena
00:21:11então essa é uma imagem
00:21:12muito famosa
00:21:13não sei se vocês viram
00:21:15do carro parado aqui
00:21:17o pai correndo
00:21:18sendo morto ali
00:21:19as crianças
00:21:19esse é um ponto
00:21:21muito conhecido
00:21:22começou uma guerra
00:21:23uma batalha
00:21:23poucos policiais
00:21:24que estavam dentro da estação
00:21:25conseguiram subir
00:21:27para o teto
00:21:28e o que acontece
00:21:30é que dos 10 policiais
00:21:32que estavam dentro da estação
00:21:33apenas dois sobreviveram
00:21:35um deles
00:21:37recebeu uma granada
00:21:39que não explodiu
00:21:40tomou um tiro
00:21:43do atirador de elite
00:21:45na cabeça
00:21:45a bala passou raspando
00:21:48quebrou o crânio dele
00:21:48e não matou
00:21:49e uma vez no chão
00:21:49ele tomou mais 3 tiros
00:21:51e ele conseguiu ser resgatado
00:21:53através do caminhão do bombeiro
00:21:55os soldados de uma unidade de elite
00:21:58subiram com aquela escada
00:22:01do caminhão de bombeiro
00:22:02e resgataram ele
00:22:04do teto do prédio
00:22:05ao certo ponto
00:22:07durante a madrugada
00:22:08o comandante da força
00:22:10resolveu que
00:22:11não valeria a pena
00:22:13entrar com unidades
00:22:14dentro da estação de polícia
00:22:15e desmoronar
00:22:16demontar a polícia
00:22:17o início
00:22:19da destrução
00:22:20a ideia era
00:22:22desmoronar
00:22:22a estação inteira
00:22:25com os terroristas dentro
00:22:26tinham 20 terroristas dentro
00:22:27quem começou
00:22:28esse trabalho
00:22:30foram tanques
00:22:30aqui
00:22:31no meio da cidade
00:22:32na rua
00:22:33vocês vão ver marcas
00:22:33depois no asfalto
00:22:35tinham tanques de guerra
00:22:36um dos nossos voluntários
00:22:39às 7 horas da manhã
00:22:40quando ouviu o tiroteio
00:22:41saiu
00:22:42e foi salvar a vida
00:22:43de alguém que tinha tomado tiro
00:22:44vocês podem ver
00:22:45ali tem uma lata
00:22:46ali tem uma lata de lixo
00:22:49azul
00:22:51ele se escondeu
00:22:53atrás daquela lata azul
00:22:55que ela também tem
00:22:56buracos de tiro
00:22:57e só mais ou menos
00:22:58na hora do almoço
00:22:59quando chegou o tanque
00:23:00conseguiu cobrir
00:23:01porque estavam atirando daqui
00:23:03se ele saísse
00:23:04ele morria
00:23:04conseguiram evacuar ele
00:23:07e levar ele para o hospital
00:23:08vocês podem ver aqui no muro
00:23:09na parte de cima
00:23:12buracos de tiro
00:23:12vocês podem ver
00:23:14buracos de tiro
00:23:16todo lugar onde eventualmente
00:23:18as tropas
00:23:19usavam como
00:23:21como defesa
00:23:22como barreira
00:23:23foram tiros
00:23:26nessa parede agora também
00:23:27tem uma pintura
00:23:28mas ali também tem
00:23:29buracos de tiro
00:23:29enfim
00:23:30aqui vocês podem ver
00:23:33as imagens e a história
00:23:34da estação
00:23:35que era
00:23:36e obviamente
00:23:37em memória
00:23:38de todos os policiais
00:23:39que morreram aqui dentro
00:23:40e quando os próprios policiais
00:23:42falam da decisão
00:23:43de tirar a polícia
00:23:45imagina para alguém
00:23:47tirar a polícia
00:23:47que é o símbolo
00:23:48é o símbolo
00:23:50é o símbolo
00:23:50da soberania
00:23:52é o símbolo
00:23:53da força
00:23:55que eles têm
00:23:55e eles entendem
00:23:57que tem que eliminar
00:23:58e só para vocês
00:23:59ter uma ideia
00:23:59tudo isso agora
00:24:00que começa a ter
00:24:01aqueles desenhos
00:24:02etc
00:24:02é novo
00:24:03no começo
00:24:04isso estava aqui
00:24:05deserto
00:24:06era uma imagem
00:24:07muito muito forte
00:24:08esterót
00:24:09sem a polícia dela
00:24:11a gente vai passar
00:24:12dos 4 quilômetros
00:24:13agora
00:24:14autorizados pelo
00:24:15exército
00:24:16a gente vai passar
00:24:17agora para
00:24:17a jurisdição
00:24:19do
00:24:19exército
00:24:21a partir de agora
00:24:22o exército
00:24:23a gente vai parar
00:24:24vão distribuir
00:24:27coletes
00:24:29e o que precisa
00:24:30de segurança
00:24:31aqui é Felipe Moura Brasil
00:24:32lá no fundo
00:24:33é a faixa de Gaza
00:24:35a gente chegou aqui
00:24:36bem pertinho
00:24:37para ver
00:24:37o kibbutz
00:24:38que foi aterrorizado
00:24:40pelo grupo terrorista
00:24:42Hamas
00:24:42a gente está entrando
00:24:43em casa em casa
00:24:44para ver exatamente
00:24:44o que aconteceu
00:24:45com a explosão de granadas
00:24:46e os tiros
00:24:47tudo parou aqui
00:25:00olha os tiros
00:25:01a mãe transformou
00:25:17isso daqui
00:25:18no memorial
00:25:19ok
00:25:21aqui no local
00:25:27onde ocorreu a rave
00:25:28o festival de música eletrônica
00:25:29invadido pelos terroristas
00:25:30do Hamas
00:25:30foi feito um quadro
00:25:32com as imagens
00:25:33de todas as pessoas
00:25:33que morreram
00:25:35centenas de jovens
00:25:35que simplesmente
00:25:36estavam se divertindo
00:25:37num sábado de sol
00:25:38dançando com seus amigos
00:25:39com seus namorados
00:25:40eles não tinham muito
00:25:42para onde fugir
00:25:42que é uma área
00:25:43imensa
00:25:44e aberta
00:25:45não tinham muito
00:25:46atrás do que se esconder
00:25:48e os terroristas
00:25:49brincaram
00:25:50literalmente
00:25:50de tiro ao alvo
00:25:52alguns até gritavam
00:25:53para os outros
00:25:54que economizassem munição
00:25:56para poder descarregar
00:25:57nos militares israelenses
00:25:59mas
00:26:00muitos atiraram
00:26:02e mataram
00:26:03jovens
00:26:04civis
00:26:05inocentes
00:26:05que tentaram se esconder
00:26:06atrás dos carros
00:26:08um bunker
00:26:09acabou invadido
00:26:11pelos terroristas
00:26:12que assassinaram
00:26:13as pessoas
00:26:13que se escondiam ali
00:26:14e aquelas que fugiram
00:26:16por meio desse espaço
00:26:18aberto
00:26:18muitas delas
00:26:20foram alvejadas
00:26:21também
00:26:21aqui virou um memorial
00:26:23com as imagens
00:26:24dos rostos
00:26:25dessas pessoas
00:26:26e evidentemente
00:26:27todas as orações
00:26:29são feitas
00:26:30com todos os símbolos
00:26:33aqui
00:26:33desse grande cemitério
00:26:35que se tornou
00:26:36essa área
00:26:37antes do auch
00:26:44é
00:26:46O
00:26:47é
00:26:48E
00:26:51é
00:26:52é
00:26:58é
00:26:59é
00:26:59é
00:26:59é
00:27:00é
00:27:00é
00:27:00é
00:27:00é
00:27:01Os poucos policiais que tinham aqui, as equipes,
00:27:29correram para a estrada para o que estava acontecendo.
00:27:33Eles estavam atirando na estrada.
00:27:35Nesse meio tempo, chegaram terroristas aqui no site da Ribeira.
00:27:38O site da Ribeira estava lotado.
00:27:41E o que vocês podem ver é que as pessoas correram para todos os campos.
00:27:47Todo lugar que tem uma bandeira é alguém que...
00:27:51As pessoas correram, terreno aberto, e dezenas de terroristas armados atirando.
00:27:56Onde você vai se esconder?
00:27:59E as pessoas corriam, e corriam, e corriam, e eram batidas.
00:28:01Os terroristas andavam e matavam, e atiravam.
00:28:03Tem um vídeo famoso de alguém que...
00:28:05Ele falou, bom, eu não vou conseguir fugir, vou me fingir de morto.
00:28:08O terrorista viu, foi andando, chegou lá, pum, continuou andando.
00:28:13Teve os banheiros químicos, que as pessoas se esconderam dentro dos banheiros.
00:28:17Eles passaram atirando nos banheiros.
00:28:19Outros saíram na estrada e entraram dentro dos abrigos.
00:28:24Muitos jovens se esconderam durante horas e horas e horas nos arbustos.
00:28:46Eles entraram, mataram, acharam, tinham corpos aqui.
00:28:51Toda essa região, até pouco tempo atrás, há um mês atrás, acharam um corpo.
00:28:55Um agricultor...
00:28:56O agricultor achou um corpo dentro do terreno.
00:29:01Os jovens correram...
00:29:03A imagem dos jovens correndo no campo é isso aqui.
00:29:06Pra lá.
00:29:07Eles fugiram, largaram os carros e correram a pé pra lá.
00:29:10Tá?
00:29:11Então quem fugiu pra lá, e nessas árvores todas...
00:29:14Dezenas e dezenas de jovens passaram...
00:29:17Só de noite vieram socorrer eles.
00:29:19E os terroristas entraram, foram atrás, tentaram procurar, tentaram achar...
00:29:24Foram caçando no mato.
00:29:25Estão vendo o campo?
00:29:26Esse campo, não sei se vocês reconhecem, mas...
00:29:28Tudo isso daqui...
00:29:29Estavam milhares de jovens tentando sobreviver.
00:29:32Contra o impossível.
00:29:34Aqui é um depósito onde foram colocados os carros.
00:29:38Que foram alvejados nessas duas áreas.
00:29:41Seja nas estradas, seja na festa rave.
00:29:45E os carros têm as marcas de balas.
00:29:48Tem um selo também do Instituto Médico.
00:29:51Todos os corpos foram retirados.
00:29:53Todos os pedaços humanos.
00:29:55E alguns, por exemplo esse, tem uma série de marcas de balas...
00:30:00Na altura ali do tanque do combustível.
00:30:02Mostrando como os terroristas tentavam explodir os carros.
00:30:05Nesse caso aqui as pessoas morreram pelos estilhaços mesmo.
00:30:08Eles acabaram não conseguindo explodir.
00:30:11Em vários outros, como vocês podem ver aqui no fundo das imagens.
00:30:15O que aconteceu é que as pessoas que tinham sido feridas...
00:30:19de uma forma natural, qual é o primeiro lugar que você vai?
00:30:21Uma ambulância.
00:30:22Uma ambulância.
00:30:23Uma ambulância também passou a ser uma maneira de morte.
00:30:26As pessoas foram mortas.
00:30:28Uma 1.
00:30:30Uma lutas por um dia Pedro스트.
00:30:32Essa ambulância que vocês estão veem aqui,
00:30:34ela estava fazendo a segurança no festival.
00:30:38No festival.
00:30:40O que aconteceu é que as pessoas que tinham sido feridas de uma forma natural, qual é o primeiro lugar que você vai?
00:30:47Na ambulância.
00:30:49A ambulância também passou a ser uma maneira de morte.
00:30:52As pessoas foram mortas dentro da ambulância e a ambulância foi queimada.
00:30:56No sábado à noite, depois de horas que eu estou aqui, eu recebo essa foto.
00:31:01Minha irmã em Tel Aviv, com os quatro filhos no abrigo, com bombas caindo em Tel Aviv.
00:31:08Isso já é no domingo de manhã.
00:31:15Mesmo local.
00:31:17Fui para casa, dormi uma hora, voltei.
00:31:20Esse é o nosso helicóptero.
00:31:26E a gente já agora, com ambulâncias, indo buscar feridos.
00:31:32A Elal, vocês estão vendo? A Elal mandou sanduíches.
00:31:36Para os soldados que estavam combatendo.
00:31:41A Elala, a companhia aérea, mandou da cozinha da Elala e começou a distribuir sanduíches aqui para todo mundo que estava operando.
00:31:48Essa era onde a gente parou.
00:31:51Olhem já como no domingo de manhã, como já estava tudo aquilo ali.
00:31:55Já virou um campo operacional.
00:31:57O país inteiro virou um campo operacional.
00:32:00Todo mundo entrou na cozinha.
00:32:03Todo mundo começou a cozinhar.
00:32:05Isso começou a chegar, e chegar, e chegar, e chegar.
00:32:09E não parava de chegar.
00:32:10Isso aqui é domingo de manhã.
00:32:13Olhem isso.
00:32:14Todo mundo mandou o que podia.
00:32:18Porque o país, de fato, estava muito dividido politicamente até então.
00:32:24E foi como uma mágica, assim, que todo mundo se juntou pelo país.
00:32:32E isso fortaleceu muito o país, todo mundo.
00:32:35Tanto que é o slogan da guerra, né?
00:32:37Juntos a gente vamos vencer.
00:32:40E sem dúvidas juntos, esse povo unido é invencível.
00:32:47Depois de...
00:32:48A gente montou uma base operacional, tá?
00:32:50Dessa organização médica nossa, pra gente poder dar auxílio.
00:32:53Muitos paramédicos, muitos médicos foram executados pra guerra.
00:32:56Então não tinha muita ambulância em toda essa região do sul.
00:32:59Então o que a nossa organização fez?
00:33:01Decidiu montar uma operação de fronte, de terreno, tá?
00:33:04Vocês estão vendo aqui.
00:33:06E daqui a gente deu auxílio médico pra toda a região.
00:33:10A minha função foi segurança.
00:33:14Eu passei aqui durante dois meses...
00:33:16Aqui de novo eu tô no chão.
00:33:17Durante dois meses eu passei fazendo a segurança desse compound.
00:33:24À noite das oito às oito da manhã, durante dois meses eu passei aqui a guerra fazendo...
00:33:31Esse que era o meu trabalho.
00:33:34Nos jantares de sexta-feira.
00:33:36E assim foi indo, e assim a gente viveu a guerra.
00:33:40Quando a gente falou ontem sobre dormir, assim eu dormi durante dois meses.
00:33:46Todo lugar que podia dormir, eu dormia.
00:33:48Onde tinha a oportunidade de dormir, dentro de ambulância, no chão.
00:33:53Tá?
00:33:54Isso foi mais ou menos o que eu vivi durante os dois primeiros meses da guerra.
00:33:58Então, nós estamos entre 500 e 800 metros de Gaza.
00:34:04Você pode ver que essa é a rua que separa entre a base e a Gaza.
00:34:10Todo esse área foi full de...
00:34:12Um...
00:34:13Um...
00:34:14Um...
00:34:15Um...
00:34:16Um...
00:34:17Um...
00:34:18Um...
00:34:19Um...
00:34:20Um...
00:34:21Um...
00:34:22Um...
00:34:23Um...
00:34:24Um...
00:34:25Um...
00:34:26Um...
00:34:27Um...
00:34:28Um...
00:34:29Um...
00:34:30Um...
00:34:31Um...
00:34:32Um...
00:34:33Um...
00:34:34Um...
00:34:35Um...
00:34:36Um...
00:34:37Um...
00:34:38Um...
00:34:39Um...
00:34:40Um...
00:34:41Um...
00:34:42Um...
00:34:43Um...
00:34:44Um...
00:34:45Um...
00:34:46Um...
00:34:47Um...
00:34:48Um...
00:34:49Um...
00:34:50Um...
00:34:51Um...
00:34:52Um...
00:34:53Um...
00:34:54Um...
00:34:55para ver que ninguém está chegando à borda.
00:34:57O que ela vê, ela passa também para os soldados que estão na borda
00:35:03e também para as garotas que se sentem na sala do outro lado.
00:35:06E é como o todo o círculo...
00:35:08Na verdade, eles são os olhos do país.
00:35:10Sim.
00:35:11Os olhos do lado.
00:35:12Os olhos do lado.
00:35:13Eles veem o que está acontecendo, eles passam isso para as garotas que se sentem aqui
00:35:17e eles passam isso para todos os governos altos.
00:35:21E é como fazemos as decisões de quem deve ir onde,
00:35:24onde deve ir onde, onde deve ir onde.
00:35:26Em este chamal, eu tenho dois dos dos meus soldados.
00:35:28Osher Barzilai e Shirel Chaimpoor.
00:35:31E em este quarto, eles foram tetsbitaniot que foram mortos.
00:35:36Então, 629, um grande ataque de missão.
00:35:40Todos vão para as garotas que vão para as garotas.
00:35:43Isso é onde algumas pessoas foram mortos e também foram mortos.
00:35:47E também foram mortos.
00:35:48Isso é realmente uma sala de guarda, uma sala de segurança.
00:35:53Então, o que aconteceu foi que todos foram mortos aqui.
00:35:55Todos os policiais de Golani, 13th Brigade,
00:35:58todos os chaialot,
00:36:00vêm aqui.
00:36:01E isso é onde eles começaram a trabalhar durante o dia,
00:36:05com toda a informação.
00:36:07essa pessoa foi morta em Berri.
00:36:09Essa pessoa foi morta em Berri.
00:36:10Essa pessoa foi morta em Kfaraza.
00:36:11Essa é onde eles foram mortos.
00:36:13Mas eles foram mortos no dia.
00:36:15Eles foram mortos em Berri,
00:36:16toda a pessoa foi morta em Berri.
00:36:18E as ativerem na parte,
00:36:19eles foram mortos em Berri.
00:36:20Eles foram mortos em Berri.
00:36:23letting all the soldiers know
00:36:26at some point
00:36:28I don't know exactly the times
00:36:30quite early
00:36:32the terrorists broke into
00:36:33Nachalos, like I told you guys
00:36:35we're about between 500 to 800 meters
00:36:38from the area of Sajaya, Gaza
00:36:40they actually come
00:36:42there's a massive war
00:36:44around the whole base
00:36:45and they understand that this is where
00:36:47all the decisions get made, where all the information
00:36:50comes and they decide to
00:36:51break into this place
00:36:53whether it's to kidnap, kill
00:36:55whatever they can do to make this place
00:36:58stop working
00:36:59so what happens is they try, you can see all the bullets
00:37:01on the door, they try to break
00:37:03through, they don't manage
00:37:05so what they do is they throw bombs
00:37:07on top of the building into the
00:37:09air conditioning
00:37:10areas so it actually
00:37:13burns down
00:37:14burns down this whole area
00:37:17so for about
00:37:19four hours the girls, even though
00:37:21they hear the terrorists outside
00:37:23and there's bombs and
00:37:25although they didn't want to give up on that job
00:37:27not for a second, whether it's my two soldiers
00:37:29who sat in this room
00:37:30or the girls that were watching the cameras
00:37:33they didn't want to stop working
00:37:34but there was nothing they could do
00:37:36so they actually went into the back room
00:37:38because they felt that that was the safest
00:37:40because the terrorists were actually in the front
00:37:42so if you go
00:37:44into the other room, we'll go afterwards
00:37:46and that's where we'll actually light the candles
00:37:48for the girls
00:37:4824 people are hiding in one room
00:37:51tiny room
00:37:52I think, do you want to go over there?
00:37:5524 people are hiding in this room
00:37:57when there's black fog everywhere
00:37:59they started choking because of the like
00:38:01gas and all the fog and smoke
00:38:04hugging onto each other
00:38:07when we found the bodies
00:38:08some bodies were interwinded
00:38:10into each other
00:38:11because they were hugging each other from fear
00:38:13I know about my two soldiers
00:38:15that I spoke to around 10.30
00:38:18they were very, very nervous
00:38:20they said, we're in the room
00:38:22we're hugging each other
00:38:23we're not letting go of each other
00:38:25against the wall
00:38:27they were hiding here
00:38:28and this is actually where they found their death
00:38:30and actually got burnt
00:38:32we don't know if they were alive or not
00:38:34because we know that they choked
00:38:36at some point
00:38:37when there were 24 people in here
00:38:39a few officers of the 13th Brigade
00:38:42decided
00:38:43we're going to die here
00:38:44if we don't get out of here
00:38:45we're going to burn to death
00:38:47and we have to get out
00:38:48so they started crawling
00:38:50all over on the floor
00:38:52to the little bathroom there
00:38:53they saw a bit of light
00:38:55and then they remembered
00:38:56that there's a small window
00:38:57in a minute you can go and see the window
00:38:59it's the size of this
00:39:01and they actually
00:39:03whoever managed to get up
00:39:04and wasn't fainting at that point
00:39:06they started pushing each other
00:39:08out of the window
00:39:09and then hid for another hour
00:39:11right in the corner here
00:39:13whilst they hid there
00:39:15they were also screaming
00:39:16guys whoever can get up
00:39:17or can come out
00:39:18please come
00:39:19please come
00:39:19unfortunately no one answered
00:39:21at that point
00:39:22some of them had died
00:39:23along the way
00:39:25either by fainting
00:39:26or choking
00:39:27and the rest actually died in here
00:39:3024
00:39:32sem precedentes
00:39:34uma cara de oficina dessa
00:39:39é que as pessoas que cometem tem tanto orgulho do que estão fazendo
00:39:53não tem precedentes não tem precedentes na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na na
00:40:23com as pessoas mais marcantes, é realmente um prazer que eles têm de matar e de...
00:40:29Terrible, terrible.
00:40:32Fui direitamente ao refugio, me cerrei, minha esposa estava fazendo reabilitação
00:40:40porque se havia caído e reabilitação de uma perna, e nisso escuto que rompen
00:40:48os vidrios de meu salão e disse que estão aqui. Eu não sabia.
00:40:56Entraram sete. Eu estava na cama sentada, sem pijama, sem vestida, porque não sabia se tinha que sair ou não.
00:41:08E não podiam abrir. E eu tomei a manija da porta e fiz assim,
00:41:18como para que não entre. Tiraram 8 tiros à porta e me puse de costado.
00:41:26E entrou o primeiro que pude entrar e me pegou um tiro.
00:41:33Tenho quatro operações feitas.
00:41:38A primeira operação foi em Gaza.
00:41:44Me sacaram de casa por as pernas, arrastrándome por toda a minha casa.
00:41:52Quando saí, me tiraram a um tractor que estava esperando nos.
00:42:00Viajé com sete de eles, com muito medo.
00:42:05Me dieron um pouco de água para tomar e o resto me tiraram na cabeça para que me deixasse vir.
00:42:12Chegou lá.
00:42:13Chegou lá.
00:42:14Chegou lá.
00:42:15Me esperava uma silla de ruedas.
00:42:17Me sentaram e me levaram a um dos túneles que têm eles.
00:42:25E apenas pensei, vou ao túnel, que são terríveis os túneles.
00:42:31Chegou lá.
00:42:32Chegou lá.
00:42:33Chegou lá.
00:42:34Chegou lá.
00:42:35Chegou lá.
00:42:36Chegou lá.
00:42:37Chegou lá.
00:42:38Chegou lá.
00:42:39Chegou lá.
00:42:40Chegou lá.
00:42:41Chegou lá.
00:42:42Chegou lá.
00:42:43Chegou lá.
00:42:44Chegou lá.
00:42:45Chegou lá.
00:42:46Chegou lá.
00:42:47Chegou lá.
00:42:48Chegou lá.
00:42:49Chegou lá.
00:42:50Chegou lá.
00:42:51Chegou lá.
00:42:52Chegou lá.
00:42:53Chegou lá.
00:42:54Chegou lá.
00:42:55Chegou lá.
00:42:56Chegou lá.
00:42:57Chegou lá.
00:42:58Chegou lá.
00:42:59Chegou lá.
00:43:00que tinha um quarto chico, sem ventanas e em frente meu havia um banho, que o único lugar
00:43:11que eu podia ir era o banho, não o resto da casa, que era uma casa pequena. Me encerraram,
00:43:22muito pouco água, sem luz, sem saber se era de dia ou de noite, passei 53 dias.
00:43:33A das duas semanas que estive aí, me agarrou uma desesperação, eu pensava que me ia voltar
00:43:43lá dentro, pensando na família, pensando nos amigos, em tudo, mas o tempo não corria.
00:43:52Então, um dia me disse, das duas semanas, me disse, Ofelia, tem que fazer algo, porque senão
00:44:01não vai poder sair daqui algum dia. Então, eu pedi à senhora que venia
00:44:09de novo, se tinha algo para escrever. E escrevi 53 hojas em castelhano de tudo o que
00:44:22me passava por dia. Depois me disseram que não havia comida, me dava todas as manhãs um pedaço
00:44:33de pão e como orégano. Se chama sataraca, mas é como orégano seco, que não podia passar
00:44:43por minha garganta. Então, eu tomava um vaso com água, mojava e comia porque era o único
00:44:50que tinha para comer. Depois disso, um dia, me encontrei na cozinha, quando passei por
00:45:00o banho, encontrei um plato cheio de tomates. E disse, Ofelia, nunca roubaste, mas esta
00:45:10vez o tem que fazer porque estás muerta de hambre. Então, agarré três tomates, dois
00:45:17os guardei na mesa ao lado da cama e um, havia um cuchinho, o piquei e quando me trajeron
00:45:27a noite, uma das noites que me traía, arroz muito seco, o puse dentro para poder comer.
00:45:37Quando chegou o dia 47, que eu estava lá, me disseram que me tinha que vestir, que ia
00:45:50a outro lado. E eu pensei que ia ir a um túnel, onde estavam levando a gente. Les conto que
00:45:59é um lugar terrible. Uma situação que realmente ninguém pode viver. Porque, aparte do trato,
00:46:13é todo o ambiente que há lá. Por isso, estamos pedindo e pido que salgan todos os companheiros
00:46:23de lá, porque já são muitos dias e não sei se estão vivos. O último que les conto é que,
00:46:36eu saí vestida que me levavam a um lado, eu não sabia que ia voltar a Israel. Puse debaixo
00:46:43do vestido, puse o que havia escrito, que estava em um quaderninho assim, chiquito. O senhor
00:46:51que me levava me levantou a mão, se caiu e trajo fósforos e o que não. Era um diário para
00:47:01ler meus filhos, o dia que eu pudesse ler. Bom, de aí nos levavam...
00:47:06Mãe? Mãe? Mãe?
00:47:08Você ia terminar?
00:47:09Mãe? Sim. Nos levavam e chegamos ao hospital para atendermi e abri a porta e estava toda
00:47:21minha família esperando-me. Aí termina a coisa. Mãe, todos te esperamos.
00:47:29Obrigado.
00:47:30Obrigado.
00:47:31Vocês são todos.
00:47:32Obrigado.
00:47:33Obrigado.
00:47:34Obrigado.
00:47:35Obrigado, gente.
00:47:36Meu pai, Michel. Michel, nasceu em Niterói, Brasileiro. Ele veio para Israel quando
00:47:48ele era 13 anos, depois minha mãe estava aqui. Ela decidiu que ela acha que é melhor de
00:47:55para ele vir aqui, e ele veio aqui.
00:47:59Nós nos acordamos, eu e meu irmão,
00:48:03e nós percebemos, ok, algo grande aconteceu.
00:48:07Nós começamos a ouvir a missão,
00:48:11nós voltamos para os filhos,
00:48:13e, antes do alarme,
00:48:17nós levamos eles de casa e
00:48:19nós voltamos para a sala de casa,
00:48:23com os filhos e os filhos.
00:48:31Eu estou aqui porque eu estou feliz de estar aqui,
00:48:35porque os terroristas não puderam entrar
00:48:39na minha comunidade,
00:48:43porque nós temos
00:48:47muitos bravos homens,
00:48:49que saíram no mesmo dia.
00:48:51Também meu irmão,
00:48:53que está trazendo uma arma pessoal.
00:48:55Eles saíram para proteger
00:48:59a comunidade.
00:49:03Os terroristas
00:49:08perceberam que muitos homens
00:49:11são armados dentro
00:49:13e eles não podem entrar,
00:49:15eles não podem entrar,
00:49:17eles não podem entrar,
00:49:19eles foram tentando entrar,
00:49:21eles foram fechando,
00:49:23eles foram fechando,
00:49:25e eles foram fechando,
00:49:27eles foram fechando,
00:49:29eles foram fechando um outro.
00:49:31Um, meu irmão,
00:49:33um vídeo,
00:49:35Hamas publicou um vídeo
00:49:37muito early em dia,
00:49:39um,
00:49:41dizendo que
00:49:43esse homem,
00:49:45esse soldado
00:49:47é ajudado
00:49:49por eles.
00:49:51Eles chamam todos os homens
00:49:53soldados.
00:49:55Todos os homens,
00:49:57todos os homens,
00:49:59são definidos por Hamas
00:50:01dos soldados.
00:50:05Eles publicam um vídeo
00:50:07com um certificado,
00:50:09com um licença de driving
00:50:11e ele está
00:50:13volunteering
00:50:15como um
00:50:17ambulância.
00:50:19Então, eles publicam um vídeo
00:50:21e eles disseram
00:50:23que esse soldado
00:50:25é aqui, em Gaza.
00:50:27no dia 7 de outubro,
00:50:29sua jovem filha
00:50:31chamou para ele
00:50:33para perguntar
00:50:34se ele pudesse
00:50:35sair de sua casa
00:50:37em Sderot,
00:50:38para ir para a base
00:50:40em Reim,
00:50:41para tentar
00:50:43encontrar
00:50:44sua criança.
00:50:46Ela era 4 anos,
00:50:48ela estava
00:50:49com o pai,
00:50:52ele era um
00:50:53oficial do
00:50:54da army.
00:50:55ele ficava lá
00:50:57com ela
00:50:59com ela.
00:51:00Porque era
00:51:01a férias,
00:51:02era Shabbat
00:51:03em Simchat Orã.
00:51:05Ele ficava lá
00:51:07durante a noite
00:51:08e ele disse,
00:51:09claro,
00:51:10não se preocupa
00:51:11da missão,
00:51:12eu vou sair.
00:51:13Ele só foi
00:51:14para tomar um salão
00:51:15e ele saiu.
00:51:16Um minuto
00:51:18depois,
00:51:19sua filha
00:51:20viu
00:51:21um vídeo
00:51:22dos terroristas
00:51:23em Sderot.
00:51:24então
00:51:26ela estava tentando
00:51:27chamar ele
00:51:28mais e mais
00:51:29mais
00:51:30e mais
00:51:31ele não responde
00:51:32o telefone.
00:51:33Então
00:51:34sua filha
00:51:35estava tentando
00:51:36chamar ele
00:51:377h23,
00:51:38Hamas
00:51:39responde
00:51:40o telefone,
00:51:41o telefone.
00:51:42chamar
00:51:44Hamas
00:51:45Hamas
00:51:46Hamas
00:51:47Vistamos
00:51:48da Gaza
00:51:50E eleeon
00:51:51cheio
00:51:52o telefone
00:51:53Hamas
00:51:55chamou
00:51:56isto
00:51:57o telefone
00:51:58E eles perguntaram, é isso seu pai? É isso seu pai? Nós levamos ele.
00:52:04Nós viemos de Gaza. E é isso.
00:52:09Nós não ouvimos nada.
00:52:12Desde 7h23 da manhã, no 7 de outubro.
00:52:19Nós sabemos que eles levam o carro da rua.
00:52:29Ele nunca chegou na base.
00:52:31Ele foi, tipo, 3 ou 4 minutos depois ele deixou sua casa.
00:52:38O carro foi encontrado.
00:52:45Mas apenas depois de 2 ou 3 horas.
00:52:50Depois eles levam ele.
00:52:53Há não tiros no carro.
00:52:56Não DNA.
00:52:58Ninguém.
00:53:03E nós não conhecemos nada sobre ele.
00:53:10Desde então.
00:53:11Os homens que os homens não viram?
00:53:13Ninguém viu ele.
00:53:17Ele é o único filho da minha mãe.
00:53:20Ele é o meu único filho.
00:53:22Minha mãe e minha filha foram para o Brasil.
00:53:26Em dezembro.
00:53:28Eles foram para ver Lula.
00:53:30E ele promete eles.
00:53:33Ele vai fazer tudo para trazer ele de volta.
00:53:36Todos os homens.
00:53:38E, obviamente, eles não estão aqui.
00:53:42E nós não sabemos nada sobre ele.
00:53:46Eu tenho certeza que nós temos essa conexão.
00:53:52Só para saber algo.
00:53:56É tão difícil.
00:54:03Eu não vejo isso.
00:54:05Não tem uma reação, obviamente.
00:54:08Desde dezembro, nós não ouvimos nada.
00:54:11Nada de Lula.
00:54:13Ou do governo.
00:54:14Nada.
00:54:15Ele promete algo.
00:54:17Ele é brasileiro.
00:54:19Ele é brasileiro.
00:54:20Ele é brasileiro.
00:54:21Ele é brasileiro.
00:54:22Ele é brasileiro.
00:54:24Ele foi a grande esperança.
00:54:26Quando minha mãe foi lá em dezembro.
00:54:29Ele disse que ele foi para ele.
00:54:32Ele disse que ele está esperando para o Michel.
00:54:36Ele vai fazer tudo para que ele seja para ele.
00:54:38Nós estamos em maio agora, há mais de quatro meses desde que minha mãe estava lá, nós não ouvimos nada de ele, nada de Lula, não conhecemos nada de Michel, não conhecemos se ele está vivo ou não, nada.
00:54:59Como eu descrevo eles? É pior do que o diabo, é pior. Eles não importam sobre as pessoas, sobre suas famílias, sobre seus filhos, eles não importam.
00:55:23Olha o que eles estão fazendo agora, eles não, eu queria dizer, eles não me importam, desculpe, desculpe, isso é como eu me sinto.
00:55:32Eles não importam sobre os seus filhos, eles não são como animais, eles são o pior.
00:55:41Eles não importam sobre as pessoas, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, desculpe, burning, beheading, e mais,
00:56:03Eu já estou em Israel 19 anos, no exército 15 anos, eu nunca fui porta-voz, eu sou advogado do exército, eu atuei como promotor militar, como advogado da marinha,
00:56:28Eu ainda sou advogado do comando central de Israel, e nesse momento eu faço duas funções, eu sou também advogado do comando central, e também porta-voz.
00:56:39Inclusive, eu esqueci de trocar meu símbolo do exército, tem o símbolo da promotor militar, que é de manhã, e quando eu estou na parte da tarde,
00:56:50que eu falo com o Brasil como porta-voz, eu troco meu símbolo, que é o símbolo de porta-voz.
00:56:53100 mil ligações. Tentem imaginar, tentem imaginar quantas pessoas precisam para fazer 100 mil ligações.
00:57:01Não são milhões de mensagens de vozes, mandados por uma fase de gás, isso para poder evacuar os civis das zonas de combate.
00:57:12Tentem imaginar quantas pessoas precisam para fazer 100 mil ligações.
00:57:16Hoje em dia nós já temos mais dezenas de milhares de ligações no último mês, que não estão nesses dados.
00:57:24Tudo isso para evacuar a população civil das zonas de combate.
00:57:28Foram mais de 9 milhões de panfletos que foram lançados na faixa de Gaza, com mapas explicando para onde os civis têm que evacuar.
00:57:37A faixa de Gaza é o coração terrorista do mundo. Nós vemos na faixa de Gaza um prédio sendo destruído.
00:57:44Me perguntaram isso uma vez em Portugal. Mas vocês estão atacando um prédio.
00:57:47Não é um prédio. É um prédio que é também um centro de comando.
00:57:51É uma mesquita que é também um centro de armazenamento de arma.
00:57:54É um hospital.
00:57:56Então, quer dizer, os terroristas do Hamas utilizam todas as instituições civis como fontes terroristas na faixa de Gaza.
00:58:09Todos os terroristas têm um plano de exterminar Israel. Todos.
00:58:13A Jada Islâmica, o Zul do Irã, logicamente, têm um plano.
00:58:18A pergunta é quando eles vão concretizar, se vão tentar concretizar esse plano.
00:58:21Quando nós falamos dos precedentes da guerra, esse é o precedente de Israel, tentando fazer a paz.
00:58:29Tentando fazer a paz aqui. Olha aqui os países, tudo que vocês veem aqui em marrom,
00:58:36são os países que estavam ou que têm paz ou que estavam em processo de paz com Israel.
00:58:43Esse é um dos membros do gabinete do Hamas.
00:58:46Esse é o objetivo deles.
00:58:49Por que colocar isso aqui?
00:58:51O que o Chet de BT escreve e o que o próprio Hamas diz.
00:58:58Quer dizer, o objetivo não é criar um Estado palestino, o objetivo não é tirar a ocupação.
00:59:03Esse é o objetivo do Hamas.
00:59:04E aqui é o Hamas junto com o Irã.
00:59:23Agora, o Hamas é sunita.
00:59:26O Irã é xiita.
00:59:29Eles têm um acabar com o outro.
00:59:31Só que o que une eles é o ódio a Israel.
00:59:34O Hamas tomou o poder da faixa de Gaza e começou suas atividades terroristas.
00:59:42Desde 2005, eles já lançavam mais de 28 mil foguetes em direção a Israel.
00:59:48Porque no 7 de outubro, as fotos que apareciam na mídia eram essas, sobre o massacre que foi feito nas comunidades no sul de Israel.
00:59:59E hoje em dia, as fotos que aparecem, as fotos que aparecem são essas.
01:00:04Então, o nosso maior desafio é poder explicar para a mídia o que realmente é o que nós vemos nessas fotos em comparação com as fotos do 7 de outubro.
01:00:16A gente vê isso como um desastre, os civis pagando por isso dessa guerra.
01:00:25E o Hamas vê isso como uma estratégia.
01:00:28Eles não são nossos alvos.
01:00:30Os civis não são nossos alvos.
01:00:33Uma pessoa que vê isso acha que nós estamos atacando civis.
01:00:36Não.
01:00:37Nós estamos atacando alvos militares.
01:00:40Infelizmente, os civis, eles são, o que se chama no direito internacional, de dano colateral dessa guerra.
01:00:48Então, o nosso maior objetivo é poder mostrar que o grande responsável por essas fotos é o Hamas.
01:00:58Que se esconde atrás deles.
01:01:00Que utiliza esses civis como escudos humanos.
01:01:03E que vê esse sofrimento como uma estratégia.
01:01:07Achando que quanto mais civis sofrerem na faixa de Gaza, terá uma pressão internacional contra Israel para poder acabar essa guerra.
01:01:15Israel atua de acordo com as normas internacionais e ataca somente alvos militares.
01:01:22Ou seja, terroristas, locais utilizados por terroristas para cometer seus ataques ou armamentos do Hamas.
01:01:30E os civis que pagam por isso, essa guerra não são os alvos, são danos colaterais dessa guerra, de acordo com o direito internacional.
01:01:39Não pode ser exageradamente maior do que a vantagem militar do ataque.
01:01:45Ou seja, um comandante militar, quando ele planeja uma operação, ele tem que pegar uma balança.
01:01:53E uma balança imaginária.
01:02:00De um lado da balança, ele coloca a vantagem militar, que será fruto da operação militar.
01:02:08Do outro lado da balança, ele coloca os danos a civis, que serão consequência desse ataque.
01:02:17Se o dano a civis for exageradamente maior do que a vantagem militar, esse ataque será desproporcional de acordo com o direito internacional.
01:02:28Mas se o dano a civis, se a vantagem militar, ela for maior, ou se o dano a civis não for exageradamente maior do que a vantagem militar,
01:02:39o ataque é proporcional de acordo com o direito internacional.
01:02:41Eu vou dar um exemplo.
01:02:44Se a vantagem militar do exército for o cozinheiro do Hamas,
01:02:49e ele faz, ele cozinha numa creche na faixa de Gaza,
01:03:00e nessa creche tem 50 crianças.
01:03:03Então a vantagem militar é um membro do Hamas, um cozinheiro do Hamas.
01:03:07E o dano a colateral são 50 crianças civis.
01:03:13Então eu acho que não tem nenhuma pessoa sensata do mundo que diria que o dano a civis não seria exageradamente maior do que uma vantagem militar mínima
01:03:22de eliminar o cozinheiro do Hamas.
01:03:26Mas vamos supor que a vantagem militar agora é eliminar e reassinuar o líder do Hamas.
01:03:34E ele está escondido junto com 15 pessoas da sua família, ou 15 civis.
01:03:43Então de um lado tem o grande líder do Hamas, que planejou o 7 de outubro.
01:03:49E do outro lado temos 15 civis.
01:03:51O dano a civis não é exageradamente maior do que a vantagem militar tão grande de matar o irresinuado.
01:03:57E o grande equívoco é que as pessoas falam da proporcionalidade pensando somente de um lado.
01:04:05Somente o dano a civis.
01:04:07E não lembram que tem também o outro lado da moeda, que é a vantagem militar do ataque.
01:04:12Esse é o grande equívoco.
01:04:14Que um ataque pode ser legítimo e não ser legal, e pode ser legal e não ser legítimo.
01:04:18O caso do irresinuado...
01:04:20O exemplo que eu dei sobre o irresinuado seria um ataque legal, mas pode ser que não seja legítimo.
01:04:29Pode ser que uma pessoa fale, não, 15 pessoas morrerem e não têm legitimidade.
01:04:34Mas ele é legal, porque ele tem...
01:04:38O irresinuado é um alvo militar, logicamente, e o ataque seria proporcional.
01:04:44Aqui atrás você vê Kikar de Zengof.
01:04:58A Praça da Fonte, na rua de Zengof, em Tel Aviv.
01:05:02Muitas homenagens ali em torno da fonte para as vítimas do massacre cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
01:05:08Muitas dessas vítimas ainda são mantidas em cativeiro pelos terroristas lá na faixa de Gaza.
01:05:13Essa é uma praça em que os israelenses trazem os seus bebês, os seus cachorros, sentam para ler, para almoçar nos restaurantes em torno.
01:05:23E a gente vê aqui esse contraste entre uma sociedade que está tentando recuperar a vida normal, mas ainda com um trauma muito presente.
01:05:43Muitas homenagens ali em torno da fonte para a vida normal, mas ainda com um trauma muito forte.
01:05:53Muitas homenagens ali em torno da fonte para a vida normal, mas ainda com um trauma muito forte.
01:05:57Muitas homenagens ali em torno da fonte para a vida normal, mas ainda com um trauma muito forte.
01:06:09Muitas homenagens ali em torno da fonte para a vida normal, mas ainda com um trauma muito forte.
01:06:15Legenda por Sônia Ruberti
Recomendado
2:35
|
A Seguir