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Transcrição
00:00O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divergiu no sábado da presidente nacional do PT, Iglesias Hoffmann,
00:06sobre a condução da política para as contas públicas.
00:10Os dois participaram aqui em Brasília da conferência eleitoral do PT, justamente com foco nas eleições de 2024.
00:17No sábado, ele e Haddad avaliou que um déficit nas contas públicas com maior volume de gastos
00:23não indica necessariamente que a economia irá crescer.
00:26Já Iglesias Hoffmann disse que é necessária uma presença maior para as ações do Estado brasileiro
00:35para levantar nenhum cenário de queda de investimento privado e de juros básicos da economia ainda elevados.
00:44O líder do governo da Câmara, o deputado José Guimarães, também defendeu publicamente um déficit de até 12%
00:50nas contas públicas em 2024.
00:52Segundo Guimarães, abre aspas, se não tiver esse déficit, nós não vamos vencer as eleições de 2024.
01:01Fecha aspas.
01:02É bom lembrar, gente, que o PT trabalha para tentar aumentar o número de prefeituras em 2020, esse ano.
01:12Por quê?
01:12Porque o partido precisa ter uma capilaridade eleitoral maior.
01:15O partido que vem minguando nessa representação de prefeitos nos últimos anos em decorrência da Operação Lava Jato.
01:23Rodrigo Oliveira, traz para cá, porque tudo é política, tudo é economia, as duas coisas estão ligadas e interligadas, juntinhas, misturadas.
01:29E por isso que a gente faz aqui esse bloco, esse bate-bola, jogo rápido, economia e política.
01:33Rodrigo, a gente conversava hoje pela manhã na nossa micro reunião de pauta.
01:39O PT já deu aí uma sinalização clara de que, se for necessário, vai gastar o que precisar, vai fazer o diabo, como já aconteceu em anos anteriores, para tentar aumentar o número de prefeitos.
01:52Como é que o mercado vê essa possibilidade? Já está precificado? Ainda não? Ainda há uma sensação de que o Haddad pode reverter isso?
02:03Qual é hoje a visão do mercado sobre esse indicativo? Foi um indicativo que eu achei bem ruim ao longo do final de semana.
02:10São duas partes, essa história. E uma é aquilo, a gente até comentou isso um pouco mais cedo, não aqui, em off, mas o PT, se as pessoas vão lembrar,
02:25o PT tem umas discussões bastante acaloradas internamente. E isso é muito comum, é histórico, o PT incentiva esse tipo de coisa.
02:36Então, é natural que a Blaise Hoffman fale um negócio, o Haddad fale outro, já que são posições divergentes, e tem espaço ali para divergir,
02:46até que o partido, então, celebre ali uma ideia. Quando eles se fecham na ideia, aí sim, eles só falam uma língua dali para fora.
02:55Como a gente estava um tempo afastado dessas discussões, ainda causa um pouco de estranheza quando a gente vê pela primeira vez, de novo,
03:03quando a gente revê pela primeira vez, como reencontra. Mas o fato é que, sim, tem duas alas que já estavam mais ou menos claras no governo.
03:12Uma é essa ala mais tradicional, petista, que acredita que é aquela ala da Dilma, que gasto é vida.
03:21É assim que o Brasil vai crescer, com o governo gastando tudo que puder.
03:25A ala, que não gosta disso, que está um pouco mais alinhada ali ao Haddad, à equipe econômica,
03:34acha que esse tipo de coisa cria ineficiências na economia e, no longo prazo, isso vai ser prejudicial.
03:40Fato é que, no fim de semana, a Blaise deixou claro o seguinte.
03:46De novo, gente, essa conversa sobre o BF, isso tudo é importante, o pessoal se importa, mas é muito pouquinho.
03:55Qual é a intenção do partido? A intenção do partido é crescer nos municípios, isto é, eleger o maior número de prefeitos possível.
04:09Hoje está aí por volta de 250 prefeitos e é praticamente dobrar isso, essa é a ideia que o PT tem.
04:15E a Blaise já colocou no colo do Haddad a culpa da eleição se der errada.
04:22Ah, é porque você não quer liberar dinheiro para o governo distribuir benesses por aí.
04:28O PT tem isso desde a época da eleição com o Bolsonaro, inclusive internamente no PT.
04:34a avaliação à época era de que o Bolsonaro não ganhou justamente porque ficou nessa coisa meio fiscalista do Paulo Guedes.
04:45Por quê? Porque a população em si não entende essa dor primária para um benefício lá na frente.
04:52É como eu costumo brincar que o longo prazo no Brasil é seis meses.
04:58Se você, não, estou fazendo um negócio para longo prazo, é quando? Em junho do ano que vem.
05:03Não, isso não é longo prazo, isso é curtíssimo prazo.
05:06Mas a gente não consegue pensar nas coisas daqui a dois, três, quatro anos.
05:10E déficit fiscal é uma coisa que vai crescendo e só daqui a três, quatro anos é que ela vai aparecer de verdade na conta dos brasileiros.
05:18O PT entende que, assim como foi com a Dilma, você consegue se reeleger.
05:22Depois é outro problema, porque você vai ter que lidar com algumas contas a pagar.
05:28Então, mas o importante nessa discussão toda, nessa ficção, nesse ruído aí entre Gleisi Hoffmann e Haddad,
05:38lembrando, ambos pré-candidatos à presidência da República pelo PT,
05:43o Haddad com o apoio, pelo menos por enquanto, do presidente Lula e a Gleisi ainda é uma pessoa muito querida,
05:56pode ganhar espaço ainda se migrar para o governo depois, no final de 2024,
06:03que é quando o governo imagina que ela possa assumir uma cadeira lá.
06:07Por enquanto, a ideia é que ela fique no partido.
06:10Então, são dois candidatos a presidente do PT depois que o Lula sumir,
06:16porque enquanto o Lula estiver vivo, ele vai ser candidato sempre.
06:20Mas, imaginando que o Lula vence a próxima eleição, a terceira eleição poderia ser, então,
06:26de Haddad ou de Dilma, não, de Gleisi Hoffmann.
06:32E esse recado ficou bem dado nessa discussão interna do PT,
06:37que acabou que todo mundo acompanhou, que é, olha, se der errado, a gente já tem um culpado.
06:42A culpa é do Fernando Haddad.
06:46O fato é que o Fernando Haddad realmente tem encontrado dificuldade e ele mandou, retrucou,
06:51mandou um recado para a Gleisi também na fala dele, dizendo, olha,
06:56a gente não tem uma bancada progressista ativa no Congresso Nacional,
07:01como quem diz assim, olha só, vocês não estão também me ajudando,
07:04ninguém está me ajudando, e é verdade, ele tem que sempre buscar ali o centrão,
07:10porque o próprio PT não está coeso com o Fernando Haddad.
07:14Então, a vida do Fernando Haddad, que já é naturalmente difícil,
07:19por ser ministro da Fazenda, fica ainda mais complicada, porque o PT não o apoia.
07:26Agora, no mercado, o mercado ainda tem essa ilusão de que,
07:30em função até dos últimos embates que houve,
07:34que o Haddad ainda é uma espécie de defensor da economia,
07:40defensor do equilíbrio fiscal.
07:43O que eu vou confessar para vocês aqui, só entre a gente aqui, em off,
07:49é difícil acreditar no Haddad como defensor do equilíbrio fiscal, viu?
07:55Prestem atenção.
08:00Legenda Adriana Zanotto
08:02Legenda Adriana Zanotto

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