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Enredo
A trama passa na pequena cidade de Ribeirão do Tempo. A novela aborda e gira em torno do grande resort que a empresária Arminda (Bianca Rinaldi) pretende construir na cidade, que não é bem aceita pela população do local, sendo assim todos irão contra ela, menos Joca (Caio Junqueira), que é um detetive particular que quer ter prestígio desvendando assassinatos e casos misteriosos que se apaixonará por ela e ela por ele. Filomena é uma moça humilde de Ribeirão, é querida por todos da cidade, filha de Querêncio. É apaixonada por Tito, um rapaz que é apaixonado por esportes radicais e que é dono de uma pousada. Tito namora Karina, uma "patricinha" rica e mimada dona de uma boutique na cidade. É filha de Célia e Bruno. Numa noite chuvosa em Ribeirão Tito acaba se embriagando no bar "Agito Colonial", dá uma carona à Filomena e os dois acabam fazendo amor dentro do carro, alimentando alguma esperança à Filomena de que Tito a ama. Após perceber o que aconteceu entre ele e Filomena, Tito esclarece o mal-entendido entre ele e Filomena, quebrando as esperanças da moça. Após descobrir Karina passa a odiar Filomena.
Transcrição

Categoria

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TV
Transcrição
00:00Guarde o seu sorriso só pra mim
00:23Eu te dou o universo em meu olhar
00:30Se sentir na pele um arrepio
00:36São meus dedos te tocando pra te contar
00:44Sou fã do seu jeito, sou fã da sua roupa
00:53Sou fã desse sorriso estampado em sua boca
00:59Sou fã dos seus olhos, sou fã sem medida
01:06Sou fã número um e com você sou fã da vida
01:23O que é isso?
01:24Foi só um acidente, a senhora não precisa se assustar
01:28Mas como é que a senhora?
01:34Calma, calma, olha
01:35Eu não vou lhe fazer mal, pode ficar tranquila
01:39Eu explico tudo
01:40Olha só, a senhora se acalmar
01:42Me dá um segundo e pelo amor de Deus
01:44Pelo amor de Deus, não grite
01:46Me apareceu estrondo alguma coisa quebrando
01:54Uma porta batendo, talvez
01:55Não me pareceu ser uma porta
01:58A senhora quer que eu dê uma olhada?
02:00Mas é claro, você é o homem da casa
02:02Pode ter entrado alguém aqui
02:03Vai lá, vai lá
02:05Depois nós terminamos isso aí
02:07Olha, eu não sou bandido
02:11O meu único defeito é ser curioso demais
02:14Ele de repente me deu uma vontade de maluco
02:15Ele subiu no telhado e viu o que tinha lá em cima
02:17Mas a minha intenção nunca foi machucar a senhora
02:19Nem ninguém
02:20Deus me livre disso
02:21Sai daqui, sai daqui, por favor
02:23Eu vou sair, eu vou sair
02:24Olha, por aqui
02:26Por aqui, mas que eu consigo
02:28Chegar lá no telhado de novo
02:29E dali eu...
02:31Ai meu Deus do céu
02:31Foi um prejuízo pra senhora, eu sei
02:33Mas é que é clara boia
02:35Devia estar mal a maracuzada
02:36Senão eu não tinha quebrado
02:37Sai, sai daqui
02:39Eu que tava, eu não devia
02:41De qualquer forma eu sou o culpado
02:43Eu vou pagar pelo que eu quebrei
02:44Sai daqui, sai daqui
02:46Aminda, nós ouvimos um barulho, foi aí?
02:50Foi!
02:54Foi um acidente
02:55Eu acho que a clara boia despencou
02:59Você se machucou?
03:02Não
03:02Não, não, tá tudo bem
03:04Depois a gente manda consertar
03:07Eu vou terminar de me vestir
03:09Está bem
03:10Se precisar, me chame
03:11Obrigada
03:12Muito obrigado
03:14Eu nunca vou esquecer disso
03:18Agora sai
03:19Sai daqui, agora
03:20Eu consigo, a senhora não precisa ficar nervosa
03:23Por favor, por favor
03:25Não chame a polícia
03:26Sai daqui, pelo amor de Deus
03:28Isso nunca mais vai acontecer
03:29Eu juro, eu juro
03:31Não deixo aqui, Score
03:48O que é isso?
04:18Meu estado é de suspensão.
04:23Eu vivo numa irrealidade.
04:26Entre um mundo que existe e outro que eu não conheço.
04:31Eu sei.
04:32Mas eu acho que você só vai se ver livre dessa sensação, professor.
04:36De quando o assassino for descoberto.
04:38Isso vai depender da sagacidade de um homem chamado Ajuricaba.
04:44Não acredito que isso vai acontecer nunca.
04:46Ei, pelo amor de Deus, não fala uma coisa dessas.
04:51Como é que você acha que a gente vai continuar vivendo com esse mistério aqui na cabeça?
04:55Daí a minha irrealidade.
04:58O mundo rachou diante de mim, eu não sei mais nada.
05:01Eu não sei o que fazer.
05:02Pois então, talvez seja melhor você sair daqui.
05:08Sabe?
05:09Ir pra um lugar longe, esparecer.
05:11Ah, não adiantaria nada, Erin.
05:15Mas não se aflinja tanto.
05:17Na hora certa eu saberei como fazer.
05:20Pode mudar de assunto.
05:22Desculpa.
05:32Eu acho que eu não tive muito tato.
05:36Como é que vai o resort?
05:38A obra segue a todo vapor.
05:40Nossa última esperança é a ação que você impetrou contra eles.
05:43Você tem alguma notícia?
05:45Está nas mãos do juiz, segundo advogado.
05:48O que não quer dizer muita coisa.
05:49pode estar na mesa dele, na sala dele.
05:52Não dá pra ter previsão de tempo na justiça brasileira.
05:55Ela pode tardar, professor.
05:57Mas não vai falhar.
05:59Será mesmo?
06:01Mesmo que eu ganhe, eles entram com recurso na segunda instância.
06:04Isso vai ser uma luta infindável, Erin.
06:13Já ia me esquecendo.
06:15Madame do Réu vai oferecer uma recepção pra sociedade de Ribeirão.
06:19Sábado.
06:20Pra quê?
06:20Pra fazer média com o pessoal da terra, né?
06:24Precisa ver o assanhamento do prefeito.
06:26Se essa mulher não for detida, ela vai ganhar a cidade inteira.
06:31É muito fácil enganar o povo, Ellen.
06:34Não pra sempre, professor.
06:36Não pra sempre.
06:39E o que significa pra sempre?
06:42Nós já não temos mais tempo, Ellen.
06:44Não por sempre.
07:02Não poichas.
07:03Amiga, o que foi que despeicou aqui dentro?
07:17O Walter me deixou preocupada
07:19Foi a Clara Boia, madame, dê uma olhada
07:21Mas como foi que aconteceu isso?
07:25Eu estava no chuveiro e quando de repente eu ouvi um barulhão
07:29Eu olhei pra cima
07:31Mas será que não tinha uma pessoa no telhado?
07:33Não vi ninguém, madame
07:38Bom, pelo sim, pelo não, mandei o Walter chamar o segurança
07:41Cautela e caldo de galinha
07:44Não tem um ditado assim, não?
07:48Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém
07:51É esse o ditado
07:53Você está pálida, amenda, o susto foi tão grande assim
07:56Podemos chamar um médico se quiser
07:58Não, não precisa, madame, eu estou ótima
08:00Eu só achei que a Clara Boia fosse cair na minha cabeça
08:03Deve ter sido mal construída
08:05É, esta observação não recomenda nada ao nosso engenheiro
08:10Doutor Bruno
08:11Ele não tem culpa
08:12Deve ter sido algo operário, lambão
08:15O traficante então desceu o morro todinho com a cabeça do rival numa bandeja
08:25Mostrando pra todo mundo aqui, ó
08:27O que acontece com quem quer ferrar comigo
08:29Ele dizia, cheio de marra
08:31Nossa, que coisa horrível
08:33Segurança
08:34A senhora me dá licença
08:37Quando quiser bater um papo é só me procurar
08:39Tá bom, obrigada, boa noite
08:41O senhor por acaso viu algum movimento estranho aqui fora?
08:47Não, por quê?
08:51Me acompanhe, por favor
08:52Sim, senhor
08:53Sim, senhor
09:23Mãe, mãe
09:30Meu filho, o que aconteceu?
09:32Ai, vambora, mãe
09:32Vambora de pé
09:33Sabe que alguém vem atrás da gente
09:34Vambora, deu rolo
09:35Deu rolo?
09:36Ai, eu sabia
09:37Maldita hora que eu fui atrás da sua conversa
09:39Eles te viram?
09:40Mãe, vambora
09:41Cala a boca
09:42Na em casa de conto
09:43Ai, que azar
09:44Foi a tua língua, sabia?
09:46Ah, é
09:46Agora com o Beminha
09:47Quer dizer que a doce Filomena
09:52Partiu pra cima de ti
09:53Com uma faca
09:54Meu irmão, se eu não correr
09:55Se ela tinha me capado
09:56Tá?
09:58Não, eu vou chamar ela
09:59Pra dar uma zoada
10:00Tá maluco, rapaz
10:01Essa mulher é doida, rapaz
10:02Vai que ela resolve
10:03Partir pra cima de mim de novo
10:04Deixa quieto lá, vai
10:05O que é isso?
10:06Ela tá com medo de mulher, não é assim?
10:09Já despejei ela e o pai
10:10Agora tá de bom tamanho
10:12Agora quando ela menos esperar
10:15Eu pego de jeito essa gata
10:17Pode escrever
10:18A coisa tá ficando esquisita
10:22Pra gente como nós aqui em Ribeirão
10:23Você correndo de mulher, né?
10:25Meu pai querendo a minha renúncia no Senado
10:28Esqueci de te contar um negócio
10:30O velho Flores me chamou
10:31Pra ter uma conversa com ele
10:33Lá na casa dele
10:34O Flores, né?
10:38O que ele quer contigo, rapaz?
10:39Também tô querendo descobrir, né?
10:41Toma cuidado, hein, Nicolau
10:43Flores agora tá sem mulher
10:45Vai que tu despertou os instintos do coroa, hein?
10:50Ah, tu não perdoa nem o velho?
10:52Irmão, bota a mão no fogo por ninguém
10:54Aquele cara é muito doido, viu?
10:56Agora que picotaram a mulher dele
10:57Deve tá pior ainda
10:58Com você consolando ele vai melhorar, hein?
11:04Tá palhaço mesmo
11:05Ah, vai zoar com o Sereno
11:08Vai, tá chegando aí
11:09Ô, Sereno
11:11Chega aí, ô
11:12Bilhote de urubu com carne seca
11:14Porra, eu não quero papo com você, não
11:19Azinho
11:19Escuta aqui
11:22Cadê o meu dinheiro?
11:24Que dinheiro, rapaz?
11:26O dinheiro
11:27Aquele da aposta lá
11:28Do seu querer
11:29Se aquele dia no Rio tá esquecido, é?
11:30Você perdeu, desgraçado
11:32Eu perdi?
11:33É
11:34Não, eu ganhei
11:35Eu ganhei, eu quero meu dinheiro
11:37Vai reclamar lá com o Ajuricaba
11:39Ele não é teu pai?
11:42Eu não tenho pai
11:43Ah, mas tem sim
11:44É o Ajuricaba
11:46Ah, mas tem sim
12:05
12:06Ai!
12:37Ai, o que que você quer, Serena?
12:39Cadê o delegado?
12:40O delegado foi num juizado, você pode falar comigo.
12:42Sabe o que o Nazinho inventou?
12:44Que o delegado é meu pai.
12:46Ele gritou isso lá do bar.
12:49Olha, realmente o seu Nazinho não vale mesmo o prato que come.
12:53Bota ali em cana, pra me devendo 50 paus.
12:56E você acha que eu não tenho mais nada o que fazer, não é?
12:59Vamos fazer o seguinte, Serena, vai pra casa, vai descansar, porque você tá muito nervoso.
13:02Eu quero falar com o delegado, ele me chamou.
13:05Pro depoimento, só que não é hoje.
13:07Mas eu quero falar com ele hoje.
13:09Ai, tá bom, tá bom. Senta ali e espera.
13:12Não me enche de paciência, vai.
13:14Vem.
13:15Senta.
13:23Quanto mais eu rezo...
13:32Eu acho que tinha uma graça.
13:35E aí, como é que tá?
13:40Lincoln e André, finalmente vocês chegaram, né?
13:44E aí, como é que foi lá?
13:46Fui condenado.
13:48Ah, tá, não brinca.
13:49É verdade, Lincoln?
13:50É, dessa vez o meu garoto se estrepou, porque o juiz foi duríssimo.
13:53Ah, não me diga uma coisa dessa, gente.
13:55Qual foi a pena?
13:56Não se chama pena.
13:58O nome é medida socioeducativa.
14:01Tá, seja o que for.
14:01Você vai ser preso?
14:02Serena, pelo amor de Deus, quer parar com essa batucada ensandecida?
14:26Graças a Deus, o senhor chegou.
14:48Olha, eu tava a ponto de explodir.
14:49O que tá acontecendo aqui?
14:52A figura aí quer falar com o senhor.
14:55O senhor não disse pra eu vir aqui?
14:58Eu vim.
14:59Não era hoje.
15:00Pode ir embora.
15:01É, ele tem uma denúncia a fazer.
15:05Vai, Sereno.
15:06Conta pro delegado.
15:07O Nazinho disse que o senhor não é meu pai.
15:14Que?
15:15Que besteirada é essa, rapaz?
15:17Sei lá, eu não tenho pai, mas ele disse.
15:20Realmente, hoje não é o meu dia.
15:23Depois de aguentar aquela audiência lá, ainda vou ter que encarar isso aí.
15:29E como é que foi lá?
15:31Você quer saber qual foi a sentença que o juiz deu lá pro Meliante, filho daquele marginal empedernido?
15:39Quer?
15:40Conta pra ela, pai.
15:41O André vai ter que prestar serviço aqui perto, na Granja dos Marrecos.
15:44Durante quatro fins de semana, vai ter que ajudar os funcionários a limpar os galinheiros.
15:50Como é que é?
15:50Depois vai encher os sacos com titica de galinha, levar no asilo dos velhinhos, que é pra eles adubarem as hortas.
15:57Vocês estão curtindo com a minha cara.
15:58É isso mesmo.
16:00Justiça ribeirense.
16:01Quem com o ovo suja, com titica será castigado.
16:06Bom, pelo menos é melhor do que você ter.
16:08É, podia ter sido pior.
16:10Poderia ter protestado, alegar humilhação, mas é melhor deixar assim, né?
16:14Podia ter sido pior, né, bagual?
16:16Agora, quem quase foi em cana foi o velho aí, né?
16:21É mesmo, Limpo?
16:22Ele e a juricaba quase se pegaram.
16:24Se o promotor não tivesse apartado, o pau tinha comido, né, velho?
16:27Delegado, filho de uma égua.
16:29Escapou de uma boa, aquele meganha nojento.
16:32Os dois foram advertidos pelo juiz.
16:33Ele me provocou o tempo todo.
16:36Queria briga, mas eu juro pra vocês que eu não queria.
16:39É, né?
16:40Quem aqui não sabe que você detesta uma briga, né?
16:42Bom, não se pode dizer que o juiz não tenha criatividade, né?
16:48É, só que ele é pago para cumprir a lei, não pra inventar gracinhas, viu?
16:56E você não tem nada que ficar rindo, não, viu?
16:58Você cala essa boca.
17:00Mas é engraçado carregar titica de galinha ainda.
17:02Ah, tá bom.
17:04Já que você está aqui mesmo, eu vou tomar o seu depoimento.
17:07Prepara aí, dona Marta.
17:11Eu vou ouvir o sereno no inquérito da morte da dona Dice.
17:14É, ô, doutor, já tá na minha hora.
17:17Dá tempo.
17:18Por favor.
17:19Por favor, sereno.
17:21Dá pra dançar.
17:21Carina tava tão apavorada, meu, que eu achei que o paraquedas ia fechar.
17:33De tanto que ela tremia.
17:34Ah, pronto.
17:35Ele agora vai encarnar em mim pelo resto da vida.
17:38Não foi nada disso, Helen.
17:39Eu até que me comportei com a maior dignidade.
17:42Dada das circunstâncias, claro, né, gente?
17:44Foi a primeira vez.
17:45Ai, Carina, pra mim você foi extremamente corajosa.
17:48Liga, não.
17:48Esses dois aí se acham o máximo porque praticam o esporte radical.
17:51O máximo eu não digo.
17:54Agora, quem sai de um avião em pleno voo é um pouquinho melhor que o resto da humanidade.
17:57Isso sente a tese, viu, Tito?
17:58Outros ainda acrescentam que um pouquinho melhores que os paraquedistas são os pilotos, claro.
18:06Mas vocês estão esquecendo também que vocês têm um parafuso a menos do que todo o resto da humanidade.
18:11Essa tese também é válida.
18:12Você tem vontade de saltar, Helen?
18:14Não.
18:15De jeito nenhum.
18:15Tá doida.
18:16Já dou os meus pulinhos aqui embaixo, tá de bom trabalho.
18:20Nas alturas já basta o maridão, né?
18:22Essa aqui, essa aqui, pra entrar no avião já tem que ser no laço.
18:26Sair dele no ar então, somente eu não tapo a pé no traseiro, né?
18:29Ai, exagerado.
18:31O depoente declarou que depois da morte da sua mãe, ele ficou doente e foi recolhido pelo doutor Flores e pela dona Dirce da sua casa.
18:43Até se curar.
18:45E você continuou morando lá?
18:50É, por umas duas semanas, mais ou menos.
18:54Sei lá.
18:55Depois voltou pra tua casa?
18:56Depois voltei pra minha casa.
18:59Dona Dirce, minha madrinha, de vez em quando mandava alguém limpar.
19:03Porque depois que minha mãe tinha morrido, ficava tudo sujo.
19:07Por que você mesmo não limpava?
19:09Bom, mas você continuou frequentando a casa do professor.
19:18Eu vou lá todo dia.
19:19Ele é meu padrinho.
19:20Padrinho do quê?
19:22Padrinho do quê?
19:22Sei lá, padrinho do quê.
19:24Igual a dona Dirce, ela é minha madrinha.
19:28Coitada da dona Dirce.
19:29Sereno, me diz uma coisa.
19:36Onde é que você estava no dia em que a dona Dirce, a sua madrinha, foi assassinada?
19:44Nos lugares de sempre.
19:47E quais são os lugares de sempre?
19:48E eu tinha ido ver o padrinho receber o prêmio.
19:54Mas não teve prêmio nenhum, rapaz.
19:56Aquilo lá era uma homenagem.
19:59Teve até discurso.
20:01O Arijo Mento falou.
20:03E, senhor?
20:04O senhor não falou?
20:06Por quê?
20:07Porque eu não sou político.
20:09Eu vou lá pra falar o...
20:10Espera aí.
20:12Você não tem que ficar fazendo pergunta nenhuma, não.
20:16Quem pergunta aqui sou eu.
20:18Entendeu?
20:19E depois você foi pra onde?
20:21Eu fiquei sentado na praça.
20:24Eu achei engraçado pra caramba quando você tomou aquele ovo no focinho.
20:29Agora que eu vou te dar um aviso.
20:32Maluco ou não, eu te coloco atrás das grades.
20:36Você me respeite.
20:37Ah, tá zegado por quê?
20:38Todo mundo viu.
20:40Você cala essa boca.
20:42Cala essa boca.
20:44Se você tocar mais uma vez nesse assunto, você vai dormir no chilindró.
20:47Entendeu?
20:54Não, não.
20:54Dona Marta, isso aí não precisa anotar.
20:57E a que horas o senhor saiu da praça?
21:04Não sei.
21:04Não olhei no relógio.
21:06Não.
21:07Um cara lá estava dizendo que tinham matado a madrinha.
21:12Então, quando eu cheguei lá pra ver, me deixaram entrar.
21:15Você me diz uma coisa.
21:19Alguma vez você ouviu alguém falar mal da dona Tirse lá na casa do professor?
21:32A Fátima disse que a madrinha era fofoqueira.
21:38E quem é a Fátima?
21:39Trabalha lá.
21:47Aqui, Chopinho.
21:49Opa, eu vou lá ver.
21:51Aqui, Gabi.
21:53É, saúde, saúde.
21:55Saúde.
21:55Como é que tá o seu querencio, Filomena?
21:57É a mesma coisa de sempre, né?
21:58Se não fosse a sorte do Tito ter descido o rio aquele dia, acho que seu pai tinha ido pro Beleléu, hein?
22:04É, pois é.
22:04Não tenho dúvida nenhuma.
22:06Filó, o querencio ainda pinta?
22:08Ah, quando aquela senhora deixa, né?
22:10Ele até vai no ateliê do seu Arthur de vez em quando.
22:12Ai, são tão lindas as pinturas.
22:13Ah, pois é.
22:14Adivinha o que eu fiz hoje, Filomena?
22:17Pela cara, toda a prosa deve ter saudade de paraquedas.
22:22Como é que você não morreu de medo, Karina?
22:23Pelo menos até agora o coração tá batendo.
22:26Isso porque eu tive que fazer uma respiração boca a boca, né?
22:29Quer dizer, eu fui forçado a isso, né?
22:32Você é muito corajosa, Karina.
22:33Nem amarrada eu saltava, Preto.
22:35E o Filomena, ó, quando você tiver um tempinho aí, vago, aparece lá na pousada.
22:38Você vai animar, a gente vai dar um jeito.
22:40Tá, é.
22:41Porque não tem perigo, não, né?
22:42Não, não, não, não, não.
22:43A gente tá com Deus, mano.
22:47Ai, não tem chope na casa ou essa turma drenou tudo?
22:50Ah, tem um pouquinho, hein?
22:51Valeu.
22:52Tem perinho também, por favor.
22:53Vai deixar.
22:55Tito.
22:56A Yara tem boas notícias.
22:57Opa, manda ver, e aí?
22:59Um pessoal que faz 4-way reservou a pousada.
23:02Eles querem dar um salto por aqui pra treinar.
23:05Experimentar!
23:07Não falei que é parado pra você ver?
23:08Agora é brindade, né?
23:10Saúde!
23:11Agora vai!
23:13Peraí, o que é 4-way?
23:15Ô, meu amor, aquele salto de quatro pessoas.
23:17A gente fica fazendo um monte de evoluções de queda livre.
23:20Você já viu na televisão, no cinema?
23:22Ah, acho que eu sei o que é.
23:24Gente, gente, deixa eu trazer o assunto de novo pra terra, só um pouquinho.
23:27É que eu quero fazer um convite pra vocês.
23:29Que tal um jantarzinho daqueles lá em casa, hein?
23:32Opa, do negro.
23:32Por mim já tô lá.
23:34Eu tô bem, hein?
23:35Ótimo.
23:36Quem vai cozinhar?
23:37A própria.
23:38Então pode botar meu lugar na mesa.
23:40Ótimo.
23:41Aproveito e levo o Carlinhos pra fazer companhia pro Guilherme.
23:43Vou tentar, mas quem decide isso é ex-patroa e você sabe.
23:46Lá o jogo é sempre muito difícil.
23:54Não, pra mim não dá, não.
23:56Não, de jeito nenhum.
23:58Ah, vai você e depois você me fala.
24:01Ah, sei.
24:03Ah, legal, mas...
24:05Ah, valeu.
24:05Cuidado, hein.
24:06Com quem você tava falando?
24:15É com um amigo meu ali.
24:17Que amigo?
24:18Por que você pediu pra ele tomar cuidado?
24:20Ai, no tempo, mãe.
24:21É só o Guilherme.
24:21Nada de mais.
24:23Nossa, o que o Guilherme vai fazer?
24:24Que precisa tomar cuidado.
24:25Ai, nada de mais não.
24:27Só uma experiência que o professor ensinou.
24:28Besteira.
24:30Posso mudar de canal?
24:31Hum, deixa eu pensar.
24:33Hum, não.
24:34Vai ver TV com a mamãe, hum.
24:45Qual vai pra você?
24:46Você tem que tentar.
24:48Bem, gente, hum.
24:50Eu vou indo, vou passar na casa da ele, vou ver meu filhote e tentar resolver o negócio de jantar.
24:55Aproveita e manda um beijo meu pra Zuleide.
24:57Beijo eu não garanto, que dependendo do humor da fera, sai de lá com tapa na cara.
25:01Tá entendido, tá entendido.
25:03Bom, pelo menos em tomas de lembranças, assim, de longe.
25:06Pode ser?
25:07Deixa comigo.
25:08Vem cá, quem paga meu chope?
25:10Isso, rapaz, fica tranquilo, quem tá pagando isso aqui tudo hoje é a Karina.
25:13Eu por quê?
25:14Eu não sou a mãe dele.
25:15É tradição, Karina.
25:16Quem dá o primeiro salto, paga a cerveja.
25:19Você não pega a maoro ou o cubaca, não é?
25:21No segundo, vira geleia.
25:23Bom, se é assim, entre morrer no salto e morrer no chope, prefiro o segundo.
25:28Deixa comigo, Newton.
25:29Obrigado, Karina.
25:31Vou nessa, vou nessa.
25:32Valeu, tchau.
25:33Faz uma rodada de chope, então, pra galera aqui.
25:35Por favor.
25:37Amor.
25:37Fala, amor.
25:38Será que dá pra você passar lá na loja amanhã?
25:40Amanhã pra quê?
25:41E eu tenho uma surpresa pra você.
25:44Eu não posso ir até a pousada porque você sabe que eu perdi o dia inteiro de trabalho com esse salto, né?
25:48Vem cá.
25:48Dá pra você adiantar essa surpresa, não, hein?
25:51Adiantar o serviço, me conta agora.
25:53Sabe que eu também tô super ocupado, né?
25:55Depois que eu coloquei a minha vida nas tuas mãos, você tem coragem de recusar um pedido meu?
26:00Tá bom, eu vou até lá.
26:02Posso entrar?
26:11Eu já não te disse pra avisar quando quiser vir aqui?
26:14Não tô à tua disposição, não, Newton.
26:16Tava aqui por perto, resolvi fazer uma visita pro meu filho.
26:18Não vou demorar.
26:19Menos mal.
26:21Entra.
26:23Ah, pai!
26:25Como é que tá, campeão?
26:27E aí?
26:28Tudo bem?
26:28Você ia pedir autorização pra ela?
26:32Que autorização?
26:33Autorização nenhuma.
26:34A Ellen e o Silvio vão oferecer um jantarzinho e pedir pra levar o Carlos.
26:38Nada de mais.
26:39E aí eu falei da autorização pra assaltar pra ela, pai.
26:42Você continua enchendo a cabeça da criança com essa história de paraquedas, não é, Newton?
26:47Fala pra sua mãe.
26:48Eu fico enchendo a sua cabeça pra assaltar?
26:50Não, não.
26:51Sou eu quem enche a tua, mas...
26:53Ah, mãe, por que você sempre tem que cortar a minha?
26:55É só pra sentar meu pai, isso.
26:56Não, a responsável da tua educação sou eu pela ordem do juiz.
27:00E eu não vou permitir que o teu pai te arraste pra maluquices.
27:03E se ele insistir...
27:04É um desejo do menino.
27:05Não sou eu que põe na cabeça dele, ele que pensa por si próprio.
27:08Será que você ainda não conseguiu descobrir?
27:10Ele fica querendo te imitar.
27:12Olha aqui.
27:14O pai dele tem uma profissão.
27:16Ninguém pode impedir uma criança de admirar o que o pai faz.
27:19E quem me escolheu aqui pra casar foi você, e não ele.
27:22Logo, se alguém tem culpa aqui, é você.
27:25Ai, eu não tô nem um pouco afim de aturar as suas gracinhas, não, Newton.
27:28Quando a gente se casou, você era apenas mecânico de avião.
27:31Não praticava esporte de maluco.
27:33Zuleide, eu não vim aqui pra brigar, nem pra remoer nossas mágoas.
27:37Eu vim apenas dar um abraço no meu filho,
27:39e te pedir pra deixar ele ir comigo jantar na casa de uns amigos.
27:42Pode ser?
27:50Vou pensar.
27:50Eu vou falar.
28:20Tchau, tchau.
28:50Tchau, tchau.
29:20Tchau, tchau.
29:50Tchau, tchau.