Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • hoje
Apoie o jornalismo independente. Assine o combo O Antagonista + Crusoé: https://assine.oantagonista.com/

Siga O Antagonista nas redes sociais e cadastre-se para receber nossa newsletter https://bit.ly/newsletter-oa

Leia mais em oantagonista.com.br | crusoe.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Isso aí, o Rogério Otero vai dizer para a gente como cuidar do nosso jardim, quer dizer, o que a gente pode fazer para que esse jardim fique mais bonito no fim de semana, o que a gente pode trazer para fruir, para se divertir, para ficar mais leve diante de tanta sujeira que a gente assista. Boa noite, Rogério.
00:20Boa noite, Felipe, naquele sentido do Volterna, no Cândido, é preciso cuidar do nosso jardim, jardim cultural aqui.
00:27Bom, gente, a minha dica para esse fim de semana é a seguinte, de novo, semelhante ao que eu disse na semana passada, é um documentário musical, mas esse não está no streaming, esse entrou em cartaz nos cinemas do Brasil, das principais capitais brasileiras, ontem, nesta quinta-feira.
00:45E é um documentário sobre Elize Tom, o disco da Elize Regina com Tom Jobim, gravado em 1974, que é o que tem a versão mais conhecida de Águas de Março, né, Felipe, com os dois cantando.
00:57Não sei de cor, até nas brincadeirinhas que eles fazem no final.
01:00Sim, ele tem no final.
01:03Mas aí que está, o surpreendente desse documentário é mostrar, digamos, a relação conflituosa entre a Elize e o Tom, porque os dois não eram fáceis.
01:11A Elize, notoriamente, não era uma pessoa de gênio fácil.
01:14E o Tom tinha muitas resistências ao que a Elize queria fazer com o disco, um disco inteiramente dedicado às músicas dele, Tom Jobim.
01:21Então, conta-se no documentário, o documentário é feito pelo Roberto de Oliveira, que era empresário de Elize na época, produtor, fez um monte de programas de música brasileira na televisão e aproveitou cenas nunca vistas.
01:36As cenas filmaram as sessões do disco, que foram em Los Angeles, em 1974, e o documentário inclui muito material ainda não visto dessas sessões.
01:46E o que aconteceu foi que a Elize levou com ela o time que tocava com ela habitualmente, o César Camargo Mariano, que era o marido dela, pianista e arranjador dos discos dela, o Hélio Delmiro, o grande guitarrista, o Paulo Braga, baterista, etc.
02:00E o Tom não gostou daquilo, porque o César Camargo Mariano tocava piano elétrico também, Rhodes.
02:05Então, conta-se que o Tom tratou mal o César, fazia uns comentários ácidos e tal.
02:10Teve uma hora que a Elize queria desistir da gravação, ligou para o Roberto de Oliveira e disse que estava indo embora, voltando para o Brasil, ele teve que correr lá para Los Angeles com os panos quentes.
02:20E é interessante porque é uma coisa que ouvindo o disco você jamais imagina, porque é um disco plácido, um disco melódico, um disco harmonioso.
02:28O contrário é um denominador comum, né?
02:30Pois é.
02:31E a Elize era mais pop, né? O Tom tem aquela delicadeza sutil, né?
02:36Tem até uma história engraçada que o Tom tocava piano e aí tem esses músicos de jazz que improvisam muito no piano, no teclado.
02:45Eu tenho amigo que toca e faz aqueles improvisos assim de jazz maravilhosamente.
02:51E aí chegaram para o Tom e falaram alguma coisa assim, né?
02:55Tipo, você não toca, você não faz esses solos, você não toca tantas teclas assim como esse pessoal solista.
03:03E ele respondeu assim, eu toco as teclas certas.
03:06É que é uma resposta muito de Tom Jobim.
03:10Então, assim, toda a musicalidade, toda a sonoridade dele é sempre muito delicada, né?
03:15É muito minimalista.
03:18Minimalista, é o estilo dele.
03:19E eu imagino que chegar toda uma banda com uma roupagem...
03:23E a Elize era uma cantora maximalista, ela sabia fazer bossa nova, sabia ser contida também,
03:28mas ela era aquela coisa para fora, né?
03:30Exatamente, com todo um gestual, inclusive, né?
03:32E o Tom todo contido, eu imagino esse embate.
03:35Eu vi o trailer, inclusive, com algumas declarações, me pareceu muito legal essa história.
03:39Muita gente que participou das sessões naquela época está sendo entrevistada agora.
03:43Inclusive o João Marcelo Bosco, filho da Elize, tem uma longa carreira na indústria musical já.
03:49Nelson Mota, obviamente, é entrevistado.
03:50Nelson Mota, está em todo.
03:51Foi produtor da Elize, né?
03:54Foi, logo no começo dos anos 70.
03:56Então, sabia falar muito bem dela e conhecer o Tom.
03:58Então, é isso, essa é a dica, se estiver num cinema...
04:00Onde que está?
04:02Está em algumas salas, eu preciso checar...
04:04É no cinema ainda, não está em streaming.
04:06Não está em streaming ainda, estreou nesta quinta-feira.
04:10Eu sei que em São Paulo aqui está no Belas Artes, por exemplo, em algumas outras salas,
04:13mas está em outras cidades do Brasil.
04:15Se você consultar, você vai encontrar a mais próxima de onde você está para você ver.
04:21E eu recomendo que é um registro de um momento muito relevante, muito bonito da história da música popular brasileira.
04:31É um Brasil que dava certo, né?
04:34É, pelo menos culturalmente.
04:37É, que culturalmente são muito mais elevadas do que a gente vê aí na nossa rotina de trabalho, né?
04:44O Tom com aquela sensibilidade e com todo o conhecimento que ele tem, com o estudo profundo, a assimilação de diversos ritmos.
04:55É, todo aquele gosto pelo jazz americano, música estrangeira também, mas um conhecimento também da música popular brasileira.
05:04E aí ele traz um ingrediente pessoal ali, de Ipanema.
05:08O nome completo dele era Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, né?
05:12Ele sempre dizia que não era brasileiro por acaso.
05:14É, exatamente.
05:15Então, alguém que teve toda uma bagagem, imprimiu a sua marca e tinha um cuidado, um perfeccionismo, uma vontade de criar.
05:25Era o sujeito que proibia televisão na sala, porque tinha um ouvido muito sensível, queria fazer tudo certinho, não gostava de poluição sonora e estudava.
05:37Uma coisa engraçada desse documentário.
05:39Ele tinha uma vida boêmia, claro, toda uma vida que o aproximava da experiência humana cotidiana, né?
05:49E que ele soube reverter em canções bonitas e letras com parcerias, sobre as coisas do amor, as coisas do convívio social, da natureza, né?
06:01Que ele tanto apreciava.
06:03Então, é outro patamar, né?
06:04O que eu ia contar é uma história engraçada do documentário.
06:07Depois que a Elisiton tinha se entendido nas gravações, ele falou pro Hélio Delmiro, que era o guitarrista da sessão,
06:14ah, quando eu soube que tava vindo uma guitarra, eu queria mandar o avião de volta.
06:19É, tem muito músico que...
06:20No fim, deu tudo certo e o resultado foi essa beleza que vocês...
06:24O Elisiton, o disco, tá nos streamings, vocês podem...
06:27Tá no YouTube também, vocês podem ouvir em várias fontes.
06:30E o documentário tá no cinema, chama-se Elisiton Só Tinha de Ser Com Você,
06:34que é uma das músicas do repertório desse disco, que é um clássico da Bossa Nova também.
06:38Sinal que é possível dialogar, é possível se chegar a um consenso, um denominador comum,
06:45e explorar aquilo que cada um tem de melhor a serviço de um produto,
06:50a serviço de uma obra, a serviço de uma construção, né?
06:54Se eles ficassem isolados, talvez a gente nunca tivesse...
06:58A gente nunca teria essas gravações históricas, né?
07:01Se eles ficassem presos aos seus ranços, aos seus preconceitos,
07:04e não pudessem conversar, mas como você prefere aqui?
07:07Como eu prefiro aqui?
07:08Então vamos construir isso junto, né?
07:11Imagina esses embates, esses ruídos iniciais,
07:14a turma dos bombeiros, né?
07:16Mas que bom que magicamente...
07:18E os bombeiros agiram da melhor forma.
07:21É, porque eventualmente você tem essas ruídas iniciais,
07:24as pessoas nunca mais se falam e eventualmente se perde.
07:27É uma parceria possível e tão boa.
07:30Valeu, Rogério Ortega.
07:31Fica essa dica então pra vocês no fim de semana.
07:34Tem muita coisa popular aí no streaming também.
07:37Uma minissérie que eu vi outro dia foi...
07:40Quem é Erin Carter?
07:42Já viu?
07:43Já li sobre, não cheguei a ver.
07:45Eu acho que é americana e espanhola, né?
07:46Porque você passa numa cidade espanhola,
07:50mas tem muito conteúdo em inglês também.
07:52Essa série, ela é uma mistura, assim, pra mim,
07:56da minha série xodó, né?
07:59Que é a Undercover, que é uma série belga-holandesa,
08:01que tem o melhor personagem de todos os tempos,
08:03que é o Ferry.
08:04O Frank Lammers é um ator extraordinário.
08:08Ele merece todos os prêmios do mundo.
08:10Agora vai ter a série Ferry, né?
08:12Porque o personagem dele na série Undercover,
08:13que ganhou o título de Operação Êxtase no Brasil,
08:18foi tão apreciado por todo mundo,
08:20que acabou ganhando, ganhou o spin-off,
08:23e a partir do spin-off vai ter uma série focada só nele.
08:26Mas essa, quem é Karen Carter,
08:28é uma mistura, assim, de Operação Êxtase, né?
08:31Que tem o título em inglês, Undercover,
08:33e o filme Marcas da Violência,
08:34que eu até citei outro dia.
08:36Do Cronenberg, né?
08:37É, do Cronenberg com o...
08:39Diego Mortensen, né?
08:40Que eu tinha esquecido a primeira vez que eu falei no podcast,
08:43eu falei no segundo, tá?
08:44Um vídeo no meu Instagram a respeito desse filme.
08:48Que é o sujeito que reconstrói a vida,
08:49mas ele tem um passado oculto,
08:51que de repente é revelado, né?
08:53E aí você tem uma protagonista mulher nessa série,
08:56que é o Eric Carter,
08:56que tem um passado oculto também,
08:58que a partir de determinado momento é revelado.
09:01Logo no começo.
09:01Então não tem nenhum spoiler.
09:04Quer dizer, é revelado, assim,
09:05você fica sem saber exatamente como é que foi o passado dela,
09:08e depois ele vai aparecendo,
09:09e se juntando com os acontecimentos presentes.
09:12É muito mais simples,
09:14é uma ótima sessão da tarde, assim.
09:16Às vezes eu me pergunto,
09:17e eu fico querendo falar só aquelas séries que...
09:20Ou filmes que são extraordinários e tal,
09:22mas às vezes tem aquela receita simples,
09:24que é um ótimo passatempo, né?
09:27Não é assim,
09:28eu considero Falda,
09:29eu considero Ozark,
09:32séries absolutamente fora da curva, assim.
09:34Que estão entre as melhores de todos os tempos,
09:36Undercover pra mim é muito xodó,
09:38mas tem muitos elementos que transcendem o gênero,
09:40eu acho extraordinário.
09:41Quem é Eric Carter é uma ótima diversão.
09:44E a minissérie,
09:46às vezes a gente tá no controle remoto,
09:49e vê aquelas séries que tem seis temporadas,
09:53aí você fica com preguiça de começar, né?
09:54Você fala,
09:55eu vou começar e isso não vou terminar nunca, né?
09:57Se eu tivesse pego da raiz...
09:58Mas a minissérie é muito mais rapidinho,
10:01então quando ela é dinâmica e envolvente,
10:03vale a pena assistir,
10:05é um bom programa pro fim de semana.
10:07Mas assim,
10:08o produto mais valioso é Tom Yeliz.
10:10Qual é o nome mesmo?
10:11Tom Yeliz,
10:11só tinha de ser com você.
10:13Maravilha.
10:14Rogério Ortega,
10:14senhoras e senhores aqui no Papo Antagonista,
10:16valeu, boa noite.
10:17Valeu, Felipe,
10:18boa noite a vocês,
10:19vamos festar,
10:19comportem-se.
10:20Isso aí.
10:21Música
10:22Música
10:23Música
10:25Música
10:26Música
10:28Música
10:29Música

Recomendado