Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
O desgaste de imagem das Forças Armadas nos últimos anos tem um único responsável, na avaliação do general Carlos Alberto Santos Cruz: Jair Messias Bolsonaro. Em entrevista exibida pelo Papo Antagonista neste 7 de Setembro, o ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro disse que o ex-presidente cometeu "o maior crime já feito contra o Exército" brasileiro.

Segundo Santos Cruz, Bolsonaro passou todo o governo "tentando arrastar as Forças Armadas, o tempo todo, para o contexto político", para "depois culpá-las para não tomar a decisão política que ele teria de tomar". "Falando em 'meu Exército', 'sou o comandante em chefe', coisas infantis e irresponsáveis”, criticou o general, explicando que isso criou uma expectativa em parte da população a que os militares não podiam fazer frente.

Para o ex-ministro, os militares também não têm responsabilidade pelos acampamentos montados na frente de quartéis após o segundo turno da eleição do ano passado. Na entrevista, Santos Cruz destacou que as Forças Armadas não cederam às pressões para atuar politicamente e, hoje, pagam o preço entre os apoiadores de Bolsonaro. “No imaginário desse pessoal, [a imagem] não vai se recuperar nunca”, comentou. Os militares foram chamados de traidores nas redes sociais ao longo do dia, cujo destaque político foi o desfile do Dia da Independência.

Santos Cruz também isentou as Forças Armadas das investigações que fustigam militares que atuaram no governo Bolsonaro, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que se entendeu com a Polícia Federal para fechar um acordo de delação premiada. "Não foi a instituição que pediu para vender o relógio lá em Miami, são coisas de responsabilização individual", argumentou.

Questionado sobre a mensagem que passa neste 7 de Setembro, ele disse que a população pode confiar no Exercito e nas Forças Armadas. "Há necessidade de despolitizar determinados aspectos da vida nacional. Não pode politizar a segurança publica, a educação, a saúde publica, o patriotismo", comentou.

Apoie o jornalismo independente. Assine o combo O Antagonista + Crusoé: https://assine.oantagonista.com/

Siga O Antagonista nas redes sociais e cadastre-se para receber nossa newsletter https://bit.ly/newsletter-oa

Leia mais em oantagonista.uol.com.br | crusoe.uol.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Olá, tudo bem? Muito boa noite.
00:02Estamos aqui hoje com uma entrevista especial para falar sobre o 7 de setembro que aconteceu hoje aqui em Brasília.
00:10E para falar um pouco sobre isso, sobre essa relação do governo Lula com os militares,
00:16sobre essa nova fase das Forças Armadas, estamos com ele, o general Santos Cruz,
00:21que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-governo Jair Bolsonaro.
00:28General Santos Cruz, obrigado pela participação.
00:31E quem também participa dessa conversa é a nossa repórter Vanessa Lipelti.
00:34Vanessa também está com a gente, não é, Vanessa? Boa noite para você.
00:37Boa noite, boa noite, general. Boa noite, Wilson.
00:42Boa noite a todos.
00:44General, eu quero começar essa conversa com uma pergunta muito simples.
00:49Com essa mudança de gestão, você conseguiu,
00:54o senhor acredita que o governo Lula já conseguiu pelo menos extensionar as relações
00:59entre política e as Forças Armadas?
01:03Ou ainda é muito cedo para falar sobre isso?
01:07Eu acho que sim.
01:09Eu acho que não existe tensão entre o governo e as Forças Armadas.
01:19Isso não existe.
01:20Agora, inclusive porque o atual presidente já teve dois mandatos
01:27com um relacionamento absolutamente normal com as Forças Armadas.
01:31Então ele tem experiência.
01:32Não é um governante de primeiro mandato, está no terceiro mandato.
01:36Nos outros dois teve um ótimo relacionamento,
01:39conheceu muita gente no meio militar
01:40e sabe com o que ele pode contar.
01:43Claro que nós tivemos um período tumultuado,
01:45tivemos aí esses últimos quatro anos
01:48e esses últimos acontecimentos esse ano,
01:51em janeiro principalmente,
01:53e que trouxeram vários pontos de desgaste.
02:01Mas eu acredito que isso aí não tenha produzido tensão nenhuma.
02:05Agora, na questão do desgaste,
02:12eu gostaria de perguntar para os senhores
02:13se tem como mensurar o desgaste
02:17que Jair Bolsonaro provocou
02:19sobre a imagem das Forças Armadas
02:21durante esses quatro anos de governo dele,
02:24principalmente por conta do ano de janeiro.
02:27Tem como a gente mensurar o prejuízo para a imagem
02:29para as Forças Armadas?
02:31Sem dúvida nenhuma.
02:32Seria muita inocência e ingenuidade
02:38achar que não houve desgaste.
02:41Esse desgaste começou lá no início do governo anterior,
02:47principalmente pelo comportamento do ex-presidente.
02:52Problema comportamental pessoal,
02:56tentando arrastar o tempo todo
02:58as Forças Armadas para o contexto político,
03:01para depois culpá-las de não terem tomado a decisão política
03:07que ele teria que tomar, se ele fizesse.
03:14Então, isso aí começa lá atrás.
03:16Eu lembro do meu primeiro artigo,
03:18eu escrevi para o Jornal Estado de São Paulo,
03:20acho que foi em 2020,
03:22falando exatamente sobre isso.
03:24que eu estava tentando arrastar o ex-presidente,
03:28estava tentando arrastar o exército
03:31para o ambiente político, de qualquer forma,
03:33e sempre com discursos políticos
03:35no interior de quartéis e da academia militar,
03:39discurso em uma caçamba na frente do QG do exército,
03:42que nem é admissível como presidente da República,
03:45o tempo todo falando no meu exército,
03:49que eu sou comandante em chefe,
03:51coisas infantis e irresponsáveis.
03:53Mas tudo isso daí no imaginário da população
03:56vai puxando até o cúmulo
04:01de depois do segundo turno
04:03estimular aqueles acampamentos aí
04:06na frente dos quartéis,
04:08em especial aqui no Brasil,
04:10e dizer que era o exército,
04:13transmitir uma ideia para aquelas pessoas
04:15de que o exército tinha que tomar uma decisão política
04:18de interromper um processo de substituição de governo.
04:24Isso é um absurdo.
04:25Então foi a maior canalícia,
04:26o maior crime que já foi feito pelo exército
04:28foi exatamente.
04:30Foi contra o exército,
04:31foi exatamente no ano passado.
04:35Isso foi uma coisa absurda,
04:38jamais vista na história do Brasil.
04:43Mas o senhor concorda que, por exemplo,
04:46a postura do exército de não ter se posicionado
04:49contra os acampamentos,
04:51como teve aqui em Brasília,
04:53quando o governo local tentou a desmobilização
04:56do acampamento em frente ao QG,
04:59e o exército então disse que não,
05:01que eles fariam isso,
05:02e não foi feito,
05:03e aquilo continuou fermentando.
05:05O senhor acha que essa falta de posicionamento do exército
05:09não corroborou na percepção das pessoas
05:13de que o exército estaria apoiando, então,
05:17o ex-presidente Jair Bolsonaro
05:18nessa tentativa antidemocrática
05:21de contestar o resultado das eleições de 2022?
05:25Não, o exército não estava apoiando
05:28essa contestação ao resultado das eleições.
05:30Tanto que o exército, institucionalmente,
05:37ele não cedeu àquela pressão.
05:42A pressão foi grande,
05:43eu digo, aquelas pessoas ali acampadas
05:45ali na frente o tempo todo,
05:49algumas autoridades apoiando ali,
05:53redes sociais, etc.
05:55E o exército não cedeu,
05:57então ele nunca apoiou essa contestação
05:59ao resultado eleitoral.
06:01Agora, quem tinha que ter se manifestado
06:04naquilo ali,
06:04porque aquilo não era um problema
06:05de segurança para os quartéis,
06:07tem gente que fala
06:07ah, era um problema de segurança,
06:08não era um problema de segurança.
06:10No Brasil inteiro não houve nenhum incidente
06:12que se possa classificar
06:14como um problema de segurança
06:15aos quartéis.
06:16Ali era uma questão política,
06:18foram estimulados ali politicamente,
06:20estavam ali politicamente.
06:22Quem tinha que se manifestar politicamente
06:24era o presidente da república
06:25que se omitiu vergonhosamente,
06:28uma omissão inaceitável,
06:34porque o presidente tem obrigação
06:37de se manifestar sobre os eventos nacionais,
06:40os principais problemas nacionais,
06:41ficou quieto, pagando para ver,
06:43para ver o que ia acontecer,
06:45para ver se dava para se beneficiar
06:46de alguma coisa,
06:47sem ter responsabilidade.
06:51O Ministério da Defesa,
06:52que poderia ter falado para aquelas pessoas,
06:55olha, volte-me para casa
06:56que não é a exército
06:57que toma decisão política,
06:58volte-me para casa.
06:59O presidente tinha que ter falado isso,
07:01o Ministro da Defesa,
07:03o presidente quando fugiu para Miami
07:05para passear lá em Miami,
07:06não fugiu porque não tinha do que fugir,
07:09só se era no imaginário dele,
07:11você não tinha nenhuma razão
07:12para o presidente fugir do país.
07:14Foi passear em Miami.
07:16Devia ter dito,
07:17olha, estou indo passear em Miami,
07:19vocês voltem para as suas casas,
07:21pois a Armada não vai tomar decisão política.
07:23Nada disso aconteceu.
07:26Então, o exército,
07:27como é uma entidade operacional,
07:29se fizesse esse pronunciamento,
07:31ele passaria por cima do Ministro da Defesa
07:33e do Presidente da República.
07:35Então, pode até criticar o exército
07:37por não ter feito isso.
07:38Agora, a responsabilidade era política
07:41e as autoridades eram
07:43o Presidente da República
07:45e o Ministro da Defesa.
07:47General, ainda falando sobre crise de imagem,
07:50o senhor foi comandante das tropas da ONU,
07:52no Haiti,
07:53no tempo em que o exército tinha,
07:55zelava ali,
07:56de um amplo apoio popular.
07:58A pergunta que ele me faz é a seguinte,
08:01depois dessa crise de imagem
08:02provocada pelos últimos anos,
08:05quanto tempo o senhor acredita
08:06que o exército vai demorar
08:07ainda para conseguir
08:09recuperar essa credibilidade,
08:11recuperar esse respeito
08:13junto à população,
08:13respeito que o senhor gozou,
08:16respeito que o senhor
08:17fazia parte desse exército
08:19nessa época, por exemplo,
08:20do Haiti numa época
08:21em que cada cidadão brasileiro
08:23acreditava de forma fia,
08:25de forma cega
08:26nas Forças Armadas?
08:28Bom, em primeiro lugar,
08:29eu vejo que,
08:33apesar de ter um desgaste,
08:35isso daí não é
08:35no contexto
08:38de toda a população.
08:41Isso aí é principalmente
08:43na parcela
08:44frustrada
08:47que queria que o exército
08:50tomasse uma decisão política
08:51para se responsabilizar
08:52pelas aventuras
08:54de outros, né?
08:56Agora,
08:58então,
08:58no imaginário desse pessoal
09:00não vai se recuperar nunca,
09:03porque,
09:03inclusive,
09:04a campanha
09:04nas redes sociais,
09:06ela continua.
09:08Conta o 7 de setembro amanhã,
09:11para não ir,
09:11para não sei o quê, né?
09:12Então,
09:14esse pessoal não adianta,
09:15os extremistas aí,
09:17os 10,
09:1815% dos extremistas,
09:20eles daí vão morrer extremistas,
09:21não adianta
09:22você querer achar
09:24que vai mudar
09:24o imaginário.
09:25Eles acreditam
09:26que a eleição foi roubada,
09:28eles acreditam
09:28que o exército tinha que,
09:30eles acreditam
09:31que nós vamos
09:32virar comunismo,
09:33eles acreditam.
09:34Uma coisa é você
09:35ser contra medidas de governo,
09:36você ser contra o governo
09:37são direitos
09:38que todo mundo tem,
09:39você ter o seu candidato,
09:40o seu partido,
09:41a sua ideia,
09:42agora,
09:44esse pessoal tem crenças
09:45e essas crenças
09:46você não vai,
09:47não vai mexer,
09:48a mesma coisa
09:48é querer que um flamenguista,
09:50quando que ele vai
09:50se tornar feminista,
09:51ele não vai se tornar
09:52feminista.
09:53Bom,
09:54então,
09:55nessa parcela
09:57não tem o que fazer.
09:59Na população em geral,
10:00a população em geral,
10:01o pessoal que levanta aí,
10:02pega dois ônibus,
10:03que trabalha no shopping
10:04até 10 horas da noite,
10:05chega em casa
10:06meia-noite,
10:07esse pessoal
10:08não está interessado nisso,
10:09o pessoal continua
10:09confiando no exército,
10:10eu não tenho dúvida nenhuma.
10:12E amanhã nós vamos ver isso,
10:14vamos ver isso daí,
10:16nas avaliações aí do desfile,
10:20de 7 de setembro,
10:22claro,
10:23você tem gente
10:24que até por personalidade
10:26é contra,
10:27outros por ideologia,
10:28outros por essa deformação
10:30de fanatismo
10:30que nós tivemos
10:31nos últimos anos,
10:32mas isso aí não é,
10:34não é popular.
10:38A grande população
10:39não sabe que tem um exército
10:40que ela pode confiar,
10:41que em horas de crise
10:42está lá,
10:43que lá no Rio Grande do Sul,
10:44agora na enchente,
10:45deve estar participando,
10:46nem sei se está,
10:47mas provavelmente
10:48está junto com polícia,
10:49junto com bombeiros,
10:50junto com polícia federal,
10:52etc.,
10:52sobre polícia
10:53arroba viária.
10:54Então,
10:55é o exército
10:56que faz
10:57o que é possível fazer.
10:58e os problemas individuais
11:03não podem ser confundidos
11:04com problemas institucionais.
11:07Se alguém errou
11:08em algum momento,
11:09em algum assunto,
11:10a responsabilidade individual
11:12sempre foi assim.
11:13Não se pune em instituição.
11:16Instituição,
11:17a gente aperfeiçoa.
11:18Se tem alguma coisa errada,
11:19aperfeiçoa qualquer instituição.
11:22Pessoas, não.
11:23Pessoas sofrem
11:25as consequências da lei.
11:28General,
11:29as Forças Armadas,
11:31então,
11:31enquanto instituição,
11:32gostaria de saber,
11:33assim,
11:33do senhor,
11:34como é que deve ser
11:35o posicionamento,
11:36então,
11:36do exército,
11:37no caso.
11:37Nós temos aí nove militares
11:39envolvidos,
11:41no caso,
11:42das vendas
11:42das joias sauditas
11:44recebidas pelo
11:45ex-presidente Jair Bolsonaro.
11:47Nós temos o tenente
11:48Coronel Mauro Cid,
11:49o pai dele,
11:50General Lorena Cid,
11:52nós temos o Crivellati,
11:53Marcelo Câmara
11:54e outros.
11:56Como é que o senhor
11:56vê a participação
11:57desses militares
11:58nessa venda ilegal
12:00desses presentes
12:02que não são
12:02personalíssimos?
12:04Bom,
12:04isso aí é um assunto
12:05que hoje está sendo
12:07controle da justiça,
12:09está sendo avaliado,
12:10tem inquérito aberto,
12:11tem investigação,
12:13e eu espero
12:14que tudo seja feito
12:16de maneira justa
12:17dentro da lei,
12:19de maneira justa,
12:20e que a responsabilização
12:22seja também
12:24dentro do limite,
12:26dos limites
12:27da aplicação
12:28da justiça.
12:30Agora,
12:30sem nenhuma ideia
12:32de politização,
12:34da avaliação,
12:36nem das decisões.
12:38Agora,
12:39são questões individuais,
12:42não foi
12:43a instituição
12:45que pediu
12:45para,
12:45quem pediu
12:47para,
12:48bom,
12:48isso aí,
12:49o assunto é de baixíssimo nível,
12:50estamos falando
12:51de venda de relógio,
12:52de joias de relógio,
12:54isso é um negócio
12:55impressionante,
12:56mas a gente tem
12:56que falar nisso.
13:00Não foi a instituição
13:01que pediu
13:02para vender
13:03o relógio
13:03lá em Miami,
13:04nem que pediu
13:05para o outro
13:05ir lá
13:05recomprar o relógio,
13:08isso aí
13:08são coisas
13:11de responsabilização
13:13individual.
13:15Então,
13:15a justiça...
13:16Do ponto de vista
13:16da justiça militar,
13:18como é que
13:18a instituição
13:19deveria agir?
13:20Não,
13:21a justiça militar
13:22não tem nada a ver
13:23com isso,
13:23não é crime militar.
13:26Você tem
13:27a justiça militar
13:28e ela só
13:29trata
13:30dos crimes
13:31militares,
13:33e os crimes
13:33militares,
13:34eles são previstos
13:35em lei.
13:36Então,
13:36está sendo feito...
13:38Vou reformular
13:38minha pergunta,
13:39de que forma,
13:40então,
13:40as Forças Armadas
13:41devem
13:42reagir
13:43ao envolvimento,
13:44então,
13:45desses nove militares,
13:47nesse caso,
13:48envolvendo o ex-presidente
13:49Jair Bolsonaro.
13:49se eu não me engano,
13:52o comandante do exército
13:53já falou
13:54que são questões
13:56individuais
13:56e não são questões
13:58institucionais.
14:01Claro que você
14:01acaba tendo
14:02no público,
14:04principalmente
14:05o público
14:06em geral,
14:08pelos títulos
14:08que a gente usa,
14:10você me convidou,
14:11a general
14:12Santos Cruz,
14:12então,
14:13o título
14:13que a gente usa,
14:14ele sempre tem
14:14uma ligação
14:15muito forte
14:16institucional,
14:17mas a questão
14:19é puramente
14:20individual
14:21e eu acho
14:22que o posicionamento
14:22já foi colocado.
14:27Deixa eu lhe perguntar
14:29sobre um assunto
14:29que,
14:31enfim,
14:31vai permear o noticiário
14:33nos próximos dias,
14:34afinal de contas,
14:35depois do desfile
14:35que aconteceu hoje,
14:37então,
14:37há um sentimento,
14:38pelo menos o governo federal
14:40tentou estabelecer
14:41esse vínculo
14:42de forças armadas
14:43com preservação
14:44da democracia,
14:45e essa foi a mensagem
14:46no geral
14:47do desfile de hoje
14:48e eu queria lhe perguntar
14:50o seguinte,
14:50o que o senhor acha
14:52dessa proposta
14:53que o governo federal
14:55apresentou
14:56para banir
14:57de uma vez por todas
14:58os militares
14:59da política,
15:00você tem um projeto
15:01de lei,
15:01quer dizer,
15:02primeiro seria uma PEC,
15:03agora já se fala
15:04que seria um projeto
15:04de lei
15:05para você proibir
15:06uma candidatura
15:07de militar nativa,
15:08se ele se candidatasse
15:09no ato do registro
15:10da candidatura,
15:12esse militar já iria
15:13automaticamente
15:14para a reserva.
15:15Qual é a sua opinião?
15:16Você acha que de fato
15:17essa medida
15:18pode ser válida?
15:19Ela vai ajudar
15:20a afastar de uma vez
15:21por todas,
15:22a separar literalmente
15:24igreja e Estado
15:25militares de políticos?
15:28Não.
15:30Eu sou a favor,
15:32mas a medida como está
15:34ela é incompleta
15:35e totalmente discriminatória.
15:37completamente falha
15:45na sua totalidade.
15:48Você tem um militar
15:49que vai se candidatar.
15:54Você tem uma lei
15:55no serviço público,
15:56a lei da estabilidade,
15:5710 anos.
15:58Se ele tiver menos
15:58de 10 anos,
15:59tem que sair.
16:01Estou a favor.
16:02se ele tiver mais
16:04de 10 anos,
16:04ele é aposentado
16:06proporcionalmente.
16:09Também sou a favor.
16:11Só que eu sou a favor
16:13que isso aí aconteça
16:14para todas as carreiras
16:16de Estado.
16:18E em todos os níveis.
16:20Isso aí tem que acontecer
16:21no nível da União Federal,
16:25no nível estadual
16:27e no nível municipal.
16:29Você está na ativa
16:31do Exército
16:32ou da Polícia
16:33ou do Bombeiro.
16:35Você quer ser
16:36secretário
16:37de Governo Estadual,
16:38também a mesma regra.
16:40Menos de 10 anos,
16:42pede demissão.
16:43Mais que 10 anos,
16:44aposentadoria proporcional
16:45e não retorna.
16:47É isso que está na lei.
16:48Eu só acho que ela é incompleta
16:49porque tem que ser
16:50para todo mundo.
16:50Tem que ser
16:51para a Polícia Federal,
16:53tem que ser
16:54para os juízes,
16:56para os procurados,
16:56para o Ministério Público,
16:58pessoal da Receita Federal,
17:02polícias militares,
17:03bombeiros, etc.
17:04Então,
17:05para todas as carreiras
17:06de Estado.
17:07Se você quer despolitizar
17:08o Estado,
17:10você não pode fazer
17:11uma legislação
17:12só para os militares.
17:15É a mesma regra
17:15para todos,
17:16só isso.
17:17Que faça a mesma regra,
17:18mas seja para todos.
17:23Vanessa.
17:26Vou passar um minuto.
17:30É que a gente esquece,
17:32né,
17:32que tem que abrir o microfone aqui.
17:34General,
17:34eu vou fazer uma última perguntinha,
17:36então,
17:36para o senhor,
17:37que eu gostaria de
17:38perguntar para o senhor.
17:42Eu fiz uma entrevista,
17:43recentemente,
17:43com a senadora
17:44Elisiane Gama,
17:45que é a relatora da CPMI,
17:47dos atos antidemocráticos,
17:48e ela expressou,
17:50então,
17:51a vontade da CPMI
17:52de trazer
17:53para dentro
17:54das investigações
17:55os generais
17:56do Exército,
17:57das Forças Armadas,
17:59que são investigados
18:01por envolvimento,
18:02então,
18:02nos atos
18:03do 8 de janeiro.
18:04Eu gostaria de saber
18:05a opinião do senhor
18:06se o Exército
18:07tem que fazer
18:08uma meia-culpa.
18:11Não,
18:11em primeiro lugar,
18:12eu acho que o Exército
18:12não tem que fazer
18:13meia-culpa nenhuma.
18:14Eu acho que cada um
18:15tem que se responsabilizar
18:17por aquilo que fez
18:18ou deixou de fazer.
18:22Essa aí sempre foi,
18:24desde que eu passei
18:2547 anos no Exército,
18:27e sempre foi
18:28a tônica.
18:29A pessoa é responsável
18:31pelo que ela faz
18:31ou pelo que ela deixa
18:33de fazer.
18:35Então,
18:36eu não vejo
18:36que o Exército
18:37tem que fazer
18:37meia-culpa nenhuma.
18:39Tem que cada um
18:41responder
18:41por aquilo que fez
18:42ou deixou de fazer.
18:44Agora,
18:45outra coisa,
18:46o problema não é
18:47eu acho que,
18:49eu não sei como
18:50que ela colocou isso,
18:51mas de trazer
18:52os generais.
18:53Não tem,
18:53não é problema
18:54de ser general.
18:57Não é problema
18:58de ser general
18:58ou de outro grau
19:00hierárquico qualquer
19:00ou ser civil.
19:03É questão
19:04de responsabilização.
19:05Então,
19:05se você é responsável
19:07por uma comissão
19:08parada de inquérito,
19:08parada de inquérito,
19:10e você acha
19:11que uma determinada
19:13pessoa não interessa
19:14o grau hierárquico dela,
19:16não interessa
19:17o título.
19:19Você precisa trazer
19:21para esclarecer
19:23os fatos
19:23para fazer justiça,
19:25é você,
19:25é uma obrigação
19:26sua trazer.
19:27Pode ser um desejo,
19:29não é uma obrigação.
19:30O que ela tem
19:31não é vontade,
19:31o que ela tem
19:32é obrigação
19:33na posição
19:34que ela está.
19:34mas o senhor
19:36não acha que tem
19:37um peso,
19:38por exemplo,
19:38maior,
19:39um general
19:39que tenha
19:41supostamente
19:41incentivado
19:42os atos?
19:44Como a gente via
19:44alguns militares
19:45dizendo,
19:46a gente tinha aí
19:47o general Braga Neto
19:48pedindo mais 72 horas,
19:50não,
19:51aguardem que vai ter,
19:52vai acontecer alguma coisa.
19:53O senhor não acha
19:54que tem um peso maior
19:55quando se fala
19:55patente,
19:57então,
19:57e que mostrando
19:58que sim,
19:59que é das Forças Armadas,
20:01dando à internet
20:02que alguma coisa
20:03aconteceria,
20:04incentivando
20:04aquilo que levou
20:07as pessoas,
20:08então,
20:08a invadirem
20:09a sede dos três poderes.
20:10O senhor acha
20:11que a patente
20:11não tem um peso maior
20:13na hora de influenciar
20:15essas pessoas?
20:17Normalmente,
20:18o peso funcional
20:19de você ser general,
20:20de você ser recurso superior,
20:22de você ser engenheiro,
20:23doutor, jornalista,
20:24deputado, senador,
20:26normalmente,
20:26todos esses títulos aí
20:27são agravantes,
20:29porque realmente
20:31tem peso.
20:32Então,
20:34eu não vejo
20:37o título
20:39de qualquer pessoa,
20:40seja ela civil
20:41ou militar,
20:42eu não vejo
20:43como justificativo,
20:45pelo contrário,
20:46eu vejo como
20:47um fator complicador.
20:50Quanto mais
20:51autoridade você tem,
20:53quanto mais
20:54a sua posição
20:58é elevada
20:59dentro da organização,
21:00de qualquer organização,
21:01seja ela civil
21:02ou militar,
21:02maior é a sua
21:03responsabilidade.
21:07Não interessa
21:08o tipo de organização,
21:09isso aí é
21:10civil ou militar,
21:11se você é diretor
21:12de uma empresa,
21:13você pode ver
21:14nos escândalos aí
21:15que nós tivemos
21:16com grandes empresas,
21:17os diretores
21:18é que têm que responder.
21:19o grau hierárquico,
21:22então, o grau hierárquico,
21:24ele é um fator
21:26de responsabilização.
21:27O senhor concorda,
21:30então,
21:31que tem sim
21:31que participar,
21:32que tem que ser chamado
21:33para depor
21:34dentro da CEDEM?
21:35Qualquer um,
21:36independente do seu grau,
21:40qualquer um,
21:41civil ou militar,
21:43senão você começa
21:44a quebrar galho,
21:45meu,
21:47começa a quebrar galho
21:48do deputado,
21:49do doutor,
21:51do doutor.
21:52Não dá,
21:52não é assim.
21:55Se você chegar
21:56na verdade
21:57e fazer justiça,
21:58você tem que ouvir
21:58todo mundo.
22:01Que você acha,
22:02agora,
22:02você não pode também
22:03tomar uma postura política
22:04e querer faturar
22:07publicitariamente
22:09em cima de determinadas pessoas,
22:11sejam elas civis
22:11ou humanitárias.
22:13Aí não.
22:14É uma questão de,
22:15o problema é que
22:16a CPMI,
22:17às vezes,
22:17elas se tornam
22:17tão teatrais
22:18ali no comportamento
22:19que perdem
22:20a credibilidade.
22:22Então,
22:22a primeira coisa
22:23das comissões
22:24de inquérito,
22:25tudo,
22:26é seriedade,
22:27isenção,
22:28transmitir a sensação
22:29de justiça
22:30que está fazendo justiça
22:31e aí eles podem
22:32ter o alcance
22:33que eles quiserem
22:34que vai ser bem interpretado
22:36pela sociedade.
22:39Ô, general,
22:40ainda sobre essa questão aí
22:41de...
22:42Não,
22:43sem problemas, Vanessa.
22:44Só para a gente
22:44seguir para a reata final.
22:46Eu estava aqui pensando,
22:48às vezes,
22:49será que às vezes
22:50as forças armadas,
22:52aí eu não estou falando
22:53só especificamente
22:54do exército,
22:54eu estou falando
22:55de exército,
22:55marinha e aeronáutica,
22:58mas será que às vezes
22:59as forças armadas
23:00não são muito lenientes
23:01com os seus comandados
23:03quando você tem
23:04um episódio
23:05como, por exemplo,
23:06esse que envolve
23:06o Mauro Cid,
23:09enfim,
23:09ou outros integrantes,
23:10como, por exemplo,
23:11aconteceu também
23:11com o Pazuello
23:12no passado,
23:13de deixar ali
23:17que surjam muitas notícias,
23:20muitas informações
23:21desencontradas
23:22até antes de abrir
23:24um procedimento administrativo,
23:26antes de você, de fato,
23:27investigar e dar o exemplo
23:28na força,
23:29quer dizer,
23:30não dá um sentimento,
23:31não passa uma sensação
23:32de impunidade
23:33para o integrante da força
23:34quando a administração pública
23:37demora muito
23:38para tomar uma providência
23:39em caráter administrativo,
23:40ou, general?
23:42Não, não, não é.
23:43Isso aí pode até acontecer
23:46na cabeça das pessoas
23:47que, por desconhecimento
23:50da legislação,
23:51quando você tem
23:53um fato qualquer,
23:56a medida administrativa
23:58que pode ser tomada
24:00pela própria organização,
24:02a sindicância,
24:04ela pode abrir inquérito também,
24:06mas aí já não é mais
24:07a medida administrativa,
24:08ela vai abrir
24:08um inquérito interno
24:10e depois remeter
24:11à justiça,
24:13e quando,
24:15e se você fizer
24:15uma sindicância
24:16e chegar à conclusão
24:17de que é violação
24:18de regulamento disciplinar,
24:23e não criminal,
24:24disciplinar,
24:25então você toma
24:26medidas administrativas.
24:28Quando você tem
24:30alguma suspeição
24:31de que tem crime,
24:32você abre inquérito.
24:34O inquérito já,
24:35você não pode tomar
24:36medida nenhuma,
24:37além da abertura do inquérito,
24:38até a conclusão do inquérito,
24:40que o inquérito
24:41pode concluir
24:42que tem gente inocente,
24:43que tem gente culpada,
24:44qual é o grau da culpa,
24:45etc, etc.
24:47E quando você tem
24:48a abertura de inquérito,
24:50fica vedado
24:51qualquer medida administrativa,
24:53você não pode
24:53tomar medida administrativa.
24:55Então,
24:56você pega
24:56nesses casos aí,
24:57no caso do
24:58Tênis Coronel,
24:59por exemplo,
25:00é um inquérito
25:01que está sendo
25:03conduzido
25:04pelo STF,
25:08então você tem
25:11esse inquérito aberto,
25:12você não pode
25:14tomar medida administrativa,
25:15é proibido você
25:16tomar medida administrativa,
25:18porque se você
25:19tomar alguma medida
25:20administrativa,
25:21por exemplo,
25:21de punir,
25:22e a pessoa depois
25:23é absolvida no inquérito,
25:25ou então,
25:26você pune agora
25:28e a pessoa depois
25:29é culpada
25:31no inquérito,
25:31ela não pode
25:32ser punida duas vezes,
25:35pelo mesmo fato.
25:36Então,
25:36são coisas de legislação,
25:38isso é legislação pura,
25:40isso aí não é
25:41fruto de vontade
25:44nem de intenção.
25:45Quando você abre
25:46inquérito,
25:47você fica,
25:49você paralisa
25:49todas as medidas
25:50administrativas
25:51até a conclusão
25:52do inquérito,
25:52é por causa disso.
25:54No caso do
25:55atual deputado
25:56federal Pazuello,
25:57quando ele subiu
25:58no palanque
25:59lá com o Bolsonaro,
26:00aquilo foi uma,
26:02uma,
26:04aquilo foi uma
26:05transgressão disciplinar.
26:07Ali foi da área
26:08administrativa,
26:09puramente administrativa,
26:10não foi coisa penal,
26:11não foi coisa
26:12da área criminal,
26:13foi puramente
26:14administrativa.
26:18Então,
26:19cabia
26:19medidas
26:21disciplinares
26:22e a autoridade
26:23para isso
26:24era o comandante
26:25do exército
26:25na época,
26:26que tinha
26:28atribuição
26:29de punir
26:29ou não.
26:30Ele resolveu
26:31não punir.
26:34Era uma atribuição
26:35que ele tinha
26:35e ele resolveu
26:37utilizar dessa forma.
26:39Então,
26:40naquele caso ali,
26:43na época,
26:45eu me manifestei
26:46até,
26:47eu achei que aquilo ali
26:48foi uma coisa
26:49que
26:49poderia
26:51trazer
26:54assim,
26:54um mau exemplo
26:55para os militares.
26:59Mas o comandante
27:00decidiu
27:01não punir
27:01um direito dele,
27:03uma atribuição
27:03que ele tinha.
27:05General,
27:06eu queria que o senhor,
27:08então,
27:08para a gente encerrar
27:09aqui a minha última
27:10pergunta para o senhor.
27:11O senhor disse
27:12que Bolsonaro
27:13cometeu crimes
27:14contra o país
27:16e eu gostaria
27:17que o senhor
27:17comentasse sobre isso
27:19para a gente
27:19encerrar aqui
27:20o nosso bate-papo.
27:21não,
27:23eu não falei
27:24de crime
27:24na parte formal,
27:25não é?
27:26Não,
27:27na parte formal
27:27de crime.
27:28Mas tem crime
27:28na parte informal,
27:30general?
27:31Não,
27:31quando você diz
27:32isso é um crime
27:33que a pessoa fez
27:34contra o exército,
27:35de colocar,
27:36expor o exército
27:37dessa forma,
27:38não é?
27:39Então,
27:40a maneira de dizer
27:42não é o crime
27:43na parte formal,
27:44você tem que qualificar
27:45dentro da lei
27:46o artigo,
27:47o item,
27:47etc,
27:48etc.
27:49Mas eu achei
27:49um absurdo,
27:51um absurdo,
27:52uma coisa
27:52vergonhosa,
27:55uma coisa,
27:56uma canalice
27:57imensa
27:58a forma
28:00como
28:00o exército
28:01foi arrastado
28:03e exposto
28:04da maneira
28:05como fez
28:05o governo anterior.
28:06então,
28:08achei que
28:09isso daí
28:11foi uma coisa
28:11descabida.
28:15Para a gente
28:16encerrar
28:16nossa conversa,
28:18eu não posso
28:19terminar esse papo
28:20sem
28:21fazer
28:23o seguinte
28:23questionamento.
28:26O senhor
28:26como militar,
28:28hoje é 7 de setembro,
28:31qual é a mensagem
28:32que o senhor
28:32como militar
28:33passa
28:34para a população
28:35brasileira
28:36neste 7 de setembro,
28:39depois de anos
28:40tão intensos,
28:42depois dessa fase
28:44que a gente passou
28:44nos últimos quatro anos
28:46e depois dessa
28:47reviravolta
28:48que nós estamos
28:49acompanhando
28:50nos últimos
28:50nove meses?
28:53Bom,
28:53em primeiro lugar,
28:55que a população
28:56pode confiar
28:57nas forças armadas,
28:58pode confiar
28:58no exército,
28:59sem dúvida
29:00sem dúvida
29:01nenhuma.
29:03Aqueles que são
29:04extremistas
29:05ou que pensam
29:05de outra forma,
29:07também não adianta
29:07querer
29:08ter qualquer
29:10estratégia
29:11ou método
29:12para mudar
29:13o modo de pensar.
29:16A população
29:16em geral
29:17pode ter
29:19absoluta
29:20confiança
29:20no exército
29:21e nas forças armadas.
29:22Segundo,
29:24é que
29:24há necessidade
29:26de despolitizar
29:28determinados
29:30aspectos
29:32da vida nacional.
29:337 de setembro
29:36a tentativa
29:37de politização
29:38dos extremistas
29:40foi muito grande.
29:42Você não pode
29:43politizar,
29:44por exemplo,
29:45a segurança pública,
29:47você não pode
29:47politizar
29:48a educação,
29:50você não pode
29:50politizar
29:51a saúde
29:53pública.
29:56Eu não posso
29:57considerar
29:59um tratamento
30:00de saúde
30:01qualidade
30:01de serviço
30:02público
30:03de saúde
30:03condicionada
30:05à sua
30:07condição
30:08política.
30:10Então,
30:10tem muita
30:10coisa que não
30:11pode ser
30:12politizada.
30:14O patriotismo
30:15é uma delas.
30:17Você pode
30:17ter opinião
30:18diferente,
30:18você pode
30:19ser a favor
30:19do governo,
30:20você pode
30:20gostar
30:20do Bolsonaro,
30:21não gostar,
30:21gostar do Lula,
30:22não gostar.
30:24Isso aí é um direito
30:25que a pessoa tem,
30:26mas ela não pode
30:26pegar e fazer
30:27essa politização
30:28e levar
30:28para todos
30:29os campos
30:29da vida.
30:32Então,
30:32é isso aí
30:34que eu vejo,
30:34o Brasil tem
30:35que despolitizar
30:37muita coisa
30:38para que a sociedade
30:39possa voltar
30:40em paz,
30:42voltar a ter
30:44paz social.
30:45E fica qual
30:46a lição
30:46para as Forças
30:47Armadas,
30:47general,
30:48depois de tudo
30:48que aconteceu
30:49depois dos quatro
30:50anos do governo
30:51Jair Bolsonaro?
30:51que as Forças
30:54Armadas,
30:55elas estão
30:57no caminho
30:58certo,
30:59estavam
31:00no caminho
31:00certo,
31:01continuam
31:01no caminho
31:01certo,
31:03quando se
31:05negaram
31:05a participar
31:06de um processo
31:07político
31:07da maneira
31:09como estava
31:10sendo
31:10pressionada.
31:13Elas atuaram
31:14de maneira
31:14correta.
31:15Esse é o
31:16grande
31:17ensinamento.
31:20Elas não
31:20cederam.
31:22Se tivesse
31:23cedido
31:23aquele tipo
31:24de pressão,
31:25a situação
31:25teria sido
31:25completamente
31:26diferente.
31:27E elas não
31:28cederam.
31:28Estão pagando
31:29um preço
31:29por causa
31:29disso,
31:31particularmente
31:31na mão
31:33dos extremistas
31:34frustrados
31:35e que continuam
31:38fazendo
31:39a sua
31:39indústria
31:41de assassinatos
31:43de reputações
31:44e de instituições.
31:47Tá certo.
31:49General Santos Cruz,
31:50muito obrigado
31:51pela entrevista.
31:52Vanessa,
31:52obrigado pela
31:52companhia.
31:54E, General,
31:54espero que a gente
31:55possa conversar
31:56outras vezes
31:56em outras oportunidades,
31:57General.
31:58Tá bom,
31:59muito obrigado.
31:59Muito obrigada,
32:00General,
32:01muito obrigada.
32:01Até mais.
32:02Até mais.

Recomendado