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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mandou um recado duro ao presidente Lula. A autoridade monetária projeta inflação de “longo prazo” a um nível elevado.

Segundo Campos Neto, o cenário é fruto do debate desencadeado por Lula para elevar a meta de inflação de 2024, atualmente em 3%.

“Houve um grande ruído sobre qual deveria ser a meta de inflação e muita gente entendeu que o governo ia aumentar a meta de inflação, as expectativas em parte se deslocaram”, destacou.

A declaração foi dada por Campos Neto ao receber o prêmio Inovação para o Desenvolvimento Econômico do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

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Transcrição
00:00Deixa eu falar aqui, ontem o nosso querido Roberto Campos Neto,
00:03de novo, de novo, isso é importante a gente notar.
00:06Rapaz, perdi aqui a minha... Calma aí, Joelto, que eu estou meio perdido aqui.
00:10Que eu tive que reiniciar tudo, fiquei sem a minha pauta aqui
00:16para poder acompanhar aquilo que combinamos, né?
00:19Senão você sabe como é que é. Combinado, eu já estou...
00:25Ginkgo Biloba, Daniel, pô...
00:29Eu já não cumpro muito.
00:34Vamos lá, mas a ideia do Campos Neto aqui, em poucas...
00:39Vamos ler aqui o que ele falou.
00:43Vai, sobe aí, Joelto, pode subir.
00:48Está aqui, ó.
00:49Houve um grande ruído sobre qual deveria ser a meta de inflação
00:53e muita gente entendeu que o governo ia aumentar a meta de inflação.
00:56As expectativas, em parte, se deslocaram.
00:59Então, é o seguinte.
01:00O que ele está falando, né?
01:02Ele falou que, olha, a inflação está desancorada lá no longo prazo.
01:07Por quê?
01:08Por quê, Lula?
01:10Você se comunica mal.
01:13A gente falou isso lá atrás.
01:15Para de falar besteira.
01:16Você é o presidente do país.
01:17Pelo amor de Deus.
01:20Para com esse negócio.
01:23Passou.
01:24Passou.
01:25Vamos tocar o barco.
01:29A gente precisa de um presidente.
01:31Mesmo que seja você.
01:36O que aconteceu?
01:37Eu falei para vocês, com todos os economistas que eu falava de banco
01:39e de gestoras, todos têm no modelo deles uma inflação com a meta aumentada.
01:47Então, a inflação que eles olham lá para frente vai ser maior, óbvio.
01:50Porque se a meta é maior, por que vai ser menor a inflação?
01:52Então, esse mês agora que começa amanhã, em junho, tem a reunião do CNM,
02:03do Conselho Monetário Nacional, que define a meta de inflação para 2026.
02:10E é isso que se espera.
02:12Que ele define, defina a meta para 2026, que fica em 3%.
02:17E só.
02:21Tem uma historinha de mudar para a meta contínua, que vai dar uma chacoalhadinha.
02:27Agora, se mantiver a meta em 3% para 2026, não mudar a meta de 2024, 2025,
02:35quase que automaticamente o juro vai descer.
02:38Porque lá no próximo Focus e nas próximas pesquisas com a gente de mercado,
02:43a inflação lá na frente vai ser menor.
02:46Esperada.
02:46E aí você tem a tal da reancoragem.
02:49Beleza?
02:50Então, vamos raciocinar, gente.
02:52Vamos raciocinar.
02:54Talvez não seja a hora de mudar a meta de inflação.
02:58Por quê?
02:58Porque parece casuístico.
03:00Parece feito porque eu não vou conseguir.
03:04Ah, não.
03:04Eu quero correr uma maratona, mas maratona de 42 quilômetros é muito longa.
03:08Então, vamos fazer uma maratona de 30.
03:09Não dá, né?
03:13Agora, você está bem preparado.
03:15Corre 40, 50, 60 quilômetros e fala, cara, se quiser colocar 30, aí põe 30.
03:19Por que não?
03:20Mas nesse ambiente que nós estamos, fica parecendo que é casuísmo, né?
03:26Que é um negócio que é, ah, eu quero porque eu quero, enfim.
03:28E isso acaba segurando o juro em patamar mais elevado.
03:36Embora a taxa para os juros futuros, a curva de juros futuros tenha todo dia recidido, né?
03:43Tem recidido, não.
03:44Tem regredido.
03:46Ela tem cedido.
03:48As taxas estão cada vez mais baixas.
03:51A curva de juros cada vez se assentando um pouco mais.
03:54Certa expectativa do mercado é de 50 e pouquinhos por cento de chance, 60 por cento de chance de um corte já em agosto.
04:04Mas o grosso mesmo do mercado acredita que os cortes na Selic serão a partir de setembro.
04:11É claro que a gente já precisa, a gente precisa ter as coisas andando para o lado correto.
04:20A inflação parece que está desacelerando mesmo, parece que vai vir cada vez mais desacelerada.
04:26A economia já dá sinais de que está engasgando.
04:31E isso tudo deve provocar aí uma rediscussão sobre que horas a gente solta esse freio de mão
04:39ou começa a soltar esse freio de mão, que é o juro alto.
04:42E o juro alto já é o maior que as famílias têm pago aí.
04:46Os juros já são os maiores em cinco anos, né?
04:49Então, você começa a sufocar a economia.
04:52E é aquilo, ninguém quer juro alto.
04:56Pesteira a gente ficar com essa discussão poeril, superficial, idiota,
05:04de que alguém quer juro alto para prejudicar alguém.
05:07Esse é o tipo de discussão que não leva ninguém a lugar nenhum
05:09e também faz com que a gente não chegue a consenso sobre absolutamente nada.
05:14A taxa média de juros ainda para as famílias atingiu o patamar de 59,7% em abril,
05:20que é um aumento de 1,1 ponto percentual no mês.
05:23O maior nível desde 2017, quando chegou a 62,31.
05:29Claro que aí entra cartão de crédito, o cheque especial,
05:33cheque especial não porque está limitado a 8, né?
05:36Mas cartão de crédito e outras linhas de crédito que têm juros muito altos, né?
05:41Óbvio que você não empresta a Selic, né?
05:45A 13,75.
05:4613,75 é a taxa básica.
05:49Todo mundo, que é o que o governo paga para você pegar e emprestar o seu dinheiro.
05:54E o governo é o menor risco possível, né?
05:59Então, todo mundo que pega dinheiro a partir,
06:02a taxa vai ser sempre a partir dessa taxa,
06:05que é a taxa básica de juros, que é a Selic.
06:07Beleza?
06:07Então, 13,75 é o que você vai ser remunerado
06:10se colocar o seu dinheiro lá no Tesouro Direto.
06:24Então, o que você vai ser remunerado?

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