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“Os bolsonaristas não tiveram nenhuma escola de política”, diz Augusto de Franco
O Antagonista
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O escritor especialista em democracia analisa o bolsonarismo a partir da invasão das sedes dos Três Poderes, no último domingo.
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00:00
Sempre a reação às tentativas de questionamento do poder
00:10
são exageradas e entram na lógica da guerra.
00:19
O Josias estava falando de 2013, teve até um pedaço do filme.
00:24
Em 2013, eu acompanhei bem de perto,
00:27
publiquei até um livrinho sobre o que foram os swarmings,
00:32
os enxamehamentos de 2013.
00:35
A vibe em 2013, sobretudo nos dias 17, 18, 19, 20,
00:40
o início daquele movimento, não era de guerra,
00:45
era de congraçamento.
00:47
Quer dizer, a violência só acontecia no final das manifestações,
00:52
não sei se vocês lembram disso.
00:53
Os black blocs entravam no final das manifestações,
00:57
eles não tinham espaço nem ambiente para entrar no início,
01:02
porque eles seriam coagidos pela própria população,
01:08
que estava ali se manifestando.
01:11
E não foi uma manifestação de direita nem de esquerda,
01:14
na verdade, em 2013 não foi nem ante Dilma,
01:17
ainda que teve efeito ante Dilma muito forte,
01:20
mas não foi.
01:21
Foi uma reação emergente contra o sistema.
01:29
Depois, as manifestações de 2015 e 2016,
01:34
aquelas pelo impeachment da Dilma,
01:36
também não tinham uma vibe da guerra
01:39
e não tinham violência.
01:42
vocês podem notar que foi 15 de março,
01:47
se não me engano, 12 de abril, 16 de agosto
01:50
e 13 de março do ano seguinte, 2016.
01:53
Elas foram decisivas realmente para o impeachment,
01:56
mas elas eram manifestações em que as pessoas
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iam, levavam seus filhos,
02:01
iam idosos, iam crianças.
02:04
Ninguém tinha essa preocupação.
02:05
E ali nem pontificaram Black Bloc, nem nada,
02:09
essas coisas todas.
02:11
E aí vem essas manifestações bolsonaristas,
02:17
que também, desde o início, não eram violentas.
02:21
Não é?
02:22
Eram manifestações dominicais,
02:25
eram manifestações meio assim no espírito patrioteiro,
02:30
todo mundo com a camisa da seleção,
02:34
com a bandeira do Brasil,
02:35
era uma nova população politicamente ativa
02:40
que não tinha nenhum aprendizado do fazer político.
02:43
Isso é importante notar.
02:46
Foi um contingente,
02:49
uma nova população politicamente ativa
02:51
que não existia como tal,
02:54
que começou a surgir concomitantemente
02:58
com o fenômeno do bolsonarismo.
03:00
Então, esse pessoal,
03:03
na verdade, eles não tiveram nenhuma escola
03:05
entre aspas de política, entendeu?
03:08
Quer dizer, porque qual era as escolas de política?
03:10
Você começava a participar no Grêmio Estudantil,
03:14
no Centro Acadêmico,
03:16
ou às vezes na Organização da Sociedade Civil,
03:20
e aí começava a discutir,
03:22
depois você entrava,
03:23
era a juventude de um partido,
03:25
aí entrava na universidade,
03:27
aí ia para o Diretório Acadêmico,
03:29
em suma.
03:30
Os quadros políticos saíam de um processo
03:33
de entendimento do que é a política.
03:37
Essa nova população politicamente ativa
03:40
que surgiu com o bolsonarismo,
03:45
ela não tem a menor noção do que são essas coisas,
03:48
ela toma a política como uma espécie de religião,
03:51
entendeu?
03:51
Então, é sempre tudo ou nada,
03:56
é sempre agora nós vamos mudar tudo,
03:59
e o nosso líder é o melhor do mundo,
04:01
e ele vai fazer a maior...
04:02
Quer dizer, aí fica muito difícil
04:04
você tratar com esse pessoal.
04:08
Aquilo que você falou, Cláudio,
04:09
é desconhecimento da história,
04:11
é desconhecimento da história e da política.
04:13
Esse é um certo...
04:17
Além do analfabetismo democrático,
04:20
há um analfabetismo político geral, profundo.
04:24
Eles não sabem do que é a política.
04:25
Para eles, eles estão, sei lá,
04:27
parecem muito com uma torcida organizada de clube.
04:32
A vibe é mais ou menos assim, quer dizer,
04:34
você não é, você é nosso inimigo.
04:37
Eu já assisti em Porto Alegre
04:39
torcedores do Grêmio sendo perseguidos
04:42
no meio da rua por torcedores do Internacional
04:45
para apanhar, eles iam bater mesmo.
04:48
Quer dizer, é aquela polarização de torcida
04:51
levada às últimas consequências.
04:55
Então, é um problema como é que você enfrenta isso,
04:59
como é que a democracia vai metabolizar isso.
05:02
Quando esses setores, eles são até 15%,
05:06
10, 15% da população,
05:08
a democracia metaboliza isso
05:10
no seu próprio funcionamento.
05:13
Quando eles crescem
05:15
e ultrapassam esses limites,
05:19
que são importantes do ponto de vista da teoria das redes,
05:23
aí a coisa fica mais difícil.
05:25
Como é que você...
05:26
Como é que a democracia vai lidar
05:29
com uma massa imensa de pessoas
05:32
que opinam politicamente,
05:34
têm opinião política,
05:35
não sabem fazer política,
05:38
acham que o negócio é uma religião,
05:39
uma torcida de clube,
05:41
e estão dispostas a virar a mesa.
05:44
Porque, na manifestação de ontem,
05:47
com consciência ou sem consciência,
05:48
os manifestantes golpistas,
05:53
eles claramente tinham a intenção de virar a mesa,
05:57
entrar nas sedes dos prédios públicos,
06:01
quebrar tudo, depredar.
06:03
Eles estavam dizendo,
06:04
nós não queremos nada disso que vocês são,
06:07
nós não queremos esses poderes
06:08
do jeito que eles estão organizados,
06:10
nós não queremos esse presidente que foi eleito,
06:13
que foi eleito por fraude, segundo eles,
06:15
nós não queremos um judiciário independente,
06:20
autônomo,
06:21
então não queremos nada disso.
06:23
Então, é um contingente,
06:25
não sei se estou conseguindo me explicar,
06:28
que não é metabolizável pela democracia,
06:31
pelos seus próprios mecanismos endógenos.
06:34
Deixa eu ilustrar esse teu comentário
06:37
com o vídeo.
06:40
Nós temos aqui alguns vídeos separados,
06:42
e eu gostaria de a gente chamar,
06:43
primeiro o vídeo,
06:45
que acabou de chegar aqui às nossas mãos,
06:48
foram presos, hoje, mais de 1.200 pessoas.
06:52
Você falou em metabolizar, né?
06:54
A gente, tanto do ponto de vista político,
06:57
como sociedade,
06:59
mas isso também é um desafio
07:01
para as forças de segurança.
07:03
Você prende 1.200 pessoas,
07:05
você enfia essas pessoas aonde?
07:07
Você processa essas pessoas como?
07:09
Eu estava conversando aqui com a Soraya Tronic,
07:11
essa imagem que vocês estão vendo
07:13
é da Academia Nacional de Polícia,
07:14
eles estão no ginásio da academia
07:16
e foram levados para lá.
07:19
Foram trancados lá
07:20
e foram levados para lá.
07:22
e eu fico me perguntando aqui,
07:26
e eu já questionei as autoridades,
07:29
como é que elas vão manter essas pessoas aí,
07:31
como vão alimentar essas pessoas,
07:33
como é que essas pessoas vão cuidar,
07:34
vão ter higiene.
07:35
é uma loucura o que a gente está vivendo.
07:39
E as próprias instituições,
07:42
as autoridades de plantão,
07:43
não caiu a ficha.
07:46
vamos bater, vamos bater, vamos prender.
07:50
E agora, como é que você processa,
07:54
administrativamente e judicialmente,
07:57
esse contingente de pessoas?
08:01
O Ministério Público soltou uma nota
08:03
dizendo aqui que vai pedir reforço
08:05
para poder ouvir essas pessoas,
08:08
porque para processá-las,
08:09
precisa individualizar as condutas.
08:11
você precisa ter o depoimento de cada uma.
08:16
Nem em casamento coletivo é assim.
08:21
Como é que agora a gente vai prender a batelada?
08:25
Augusto, Josias?
08:28
O risco aí,
08:31
Cláudio e Josias,
08:33
o risco é você tentar,
08:37
diante dessa dificuldade operacional,
08:39
é você tentar adotar procedimentos de exceção.
08:45
Procedimentos judiciais de exceção.
08:47
Esse é o maior risco que nós corremos hoje.
08:50
Então, essa é a tentação
08:51
que os poderes não podem cair.
08:57
Não é?
08:57
Porque, ah, não tem tempo,
08:59
não tem um número suficiente de juiz,
09:00
não tem promotor suficiente,
09:02
não tem, quer dizer,
09:03
não tem nem lugar na papuda para esse pessoal.
09:06
Tem lugar? Não tem, né?
09:07
Não tem lugar.
09:11
E se decretar prisão preventiva
09:14
ou prisão provisória desse pessoal,
09:17
vai ser muito complicado.
09:21
O Josias, quer comentar?
09:24
Ah, quero.
09:25
Olha, a grande questão da história moderna,
09:29
desde a Revolução Francesa,
09:31
é o controle das massas.
09:32
Então, isso que a gente está vendo
09:35
é um grande problema
09:37
que perpassa aí a história.
09:40
E isso tem que ser levado em conta também
09:42
que as massas hoje são digitais, não é?
09:45
Então, as massas atuam digitalmente
09:48
e são influenciados,
09:50
e as massas físicas
09:51
são influenciadas pela mobilização digital.
09:54
Então, entra aí também a questão
09:58
do que o Augusto está falando
09:59
sobre o perigo da exceção, não é?
10:02
Porque, de fato,
10:03
tinha gente querendo estimular um estádio,
10:06
uma ruptura institucional,
10:09
só que não se pode instaurar a censura
10:12
dentro da internet,
10:14
simplesmente limitar o pensamento divergente, não é?
10:18
Então, não se pode fazer um estádio de exceção.
10:22
Esse é o grande problema,
10:23
inclusive na internet,
10:24
porque é através da internet
10:26
que as pessoas se mobilizam agora.
10:28
E aí
10:32
E aí
10:32
E aí
10:34
E aí
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