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O Ministério da Fazenda projeta que R$ 50 bilhões em dívidas serão renegociados na primeira etapa do Desenrola Brasil, programa do governo federal para quitação de dívidas.

O projeto começa nesta segunda-feira (17). Logo no início do programa, quando dívidas de até R$ 100 serão perdoadas, 1,5 milhão de pessoas ficarão com nome limpo.

A renegociação de dívidas bancárias começará por pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil. Essa etapa pode beneficiar mais de 30 milhões de pessoas.

Os mais pobres ficaram para a terceira etapa, que ocorrerá em setembro. Nesse momento serão contemplados devedores com renda de até dois salários mínimos ou que estejam inscritos no CadÚnico e com dívidas financeiras e não financeiras de até R$ 5 mil.
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Transcrição
00:00A gente sabe que o Congresso está em recesso, só que tem uma outra pauta que não para e segue muito quente, que é a pauta econômica.
00:10Hoje, por exemplo, começou o Desenrola Brasil, que é o programa de renegociação de dívidas proposto pelo governo federal,
00:17com a estimativa de que 70 milhões de pessoas endividadas sejam beneficiadas.
00:22Serão três etapas esse projeto.
00:26E, se o assunto é economia, a gente fala com o Otávio Augusto, que ele é repórter aqui de economia.
00:32Ele é o, como é que a gente pode dizer, quase que o carrapato de Haddad aqui em Brasília, está lá sempre grudado no ministro.
00:40E, Otávio, eu queria conversar, começar conversando contigo, para a gente entender.
00:45Esse é um programa que promete limpar nomes de pessoas.
00:51A gente teve até na campanha, o Ciro falou que ia levar isso como uma proposta de governo.
00:58Aí, depois, veio o PT e puxou o programa.
01:01Explica para a gente o que é esse programa.
01:04E eu também quero te pedir para dimensionar isso em termos políticos.
01:09O que é que isso significa? O que é que o governo quer com esse programa?
01:13Vamos lá. Boa tarde, Júlia. Boa tarde para você que nos acompanha.
01:16Boa semana a todos.
01:17O desenrola é uma tentativa do governo de aquecer a economia, Júlia.
01:21O que é que o governo pensa?
01:22Tem muita gente endividada, as pessoas não têm poder de compra, então tem que estimular, tem que aquecer.
01:28Limpando o nome das pessoas, renegociando as dívidas, o governo acredita que as pessoas vão ter uma gordura maior para queimar,
01:37para comprar móveis, roupas, fazer o uso do dinheiro para aquecer a economia.
01:44Para você ter ideia, hoje, automaticamente, no início do programa, assim que a plataforma entrou no ar,
01:52um milhão e meio de pessoas já ficaram automaticamente com o nome limpo.
01:56Por quê?
01:56As dívidas de R$ 100,00, de até R$ 100,00, elas foram perdoadas, elas foram retiradas do sistema de crédito,
02:05que notifica ali a restrição.
02:07Isso foi um acordo do governo com os bancos e as financeiras que aderiram ao programa.
02:13Essa primeira etapa, as pessoas que têm renda até R$ 20 mil, elas vão poder renegociar as suas dívidas.
02:21O governo dividiu em três etapas, como você disse, e os mais pobres ficaram lá para setembro.
02:27Isso gerou um pouco de crítica, deveria-se, na avaliação de algumas pessoas com quem eu conversei,
02:34deveria ter sido iniciado o programa já, com os mais pobres, com as pessoas que têm menor renda,
02:39mas não, ficou para setembro.
02:40O programa todo deve abranger de R$ 70 milhões de pessoas,
02:44mas essa primeira fase, essa fase inicial, deve envolver R$ 30 milhões de pessoas
02:50e o governo projeta que até R$ 50 bilhões de reais em dívidas serão renegociados.
02:57Agora me diz uma coisa, Otávio, existe dinheiro em caixa para isso?
03:00Olha, Júlio, o governo negociou dali, negociou daqui e o que o governo fez?
03:05Negociou com os bancos, com as financeiras, um conceito de incentivo.
03:13O governo oferece incentivos aos bancos, às empresas e eles internamente renegociam essas dívidas.
03:21É como se fosse um leilão de dívidas.
03:23Quem dá menos, quem cobra menos, é um leilão às avessas,
03:27para o governo não ter que dar aporte financeiro mesmo.
03:29Então fica mais na renegociação entre o endividado e a empresa.
03:36Dentro do programa, Júlio, as pessoas podem dividir as suas dívidas em até 60 vezes,
03:40o pagamento pode ser por boleto e PIX e a Caixa Econômica Federal,
03:45que é um banco estatal, já anunciou que vai dar desconto de até 90%,
03:49olha só, 90% para quem renegociar a dívida e efetuar o pagamento à vista.
03:56Maravilha.
03:56Agora eu queria te perguntar, a saída desenrola e entrar num outro assunto que está bem enrolado,
04:03que é a reforma tributária.
04:05O ministro Haddad hoje falou que a gente tem que ter cuidado com as exceções,
04:10reforma só situando, reforma saiu da Câmara, foi aprovada na Câmara, chegou no Senado,
04:16promessa de muita mexida no Senado.
04:19Qual é o cenário hoje dessa reforma?
04:22E explica para a gente o que que Haddad quis dizer na prática quando ele falou,
04:27a gente tem que ter cuidado com as exceções, estão querendo tirar tudo do escopo da reforma, é isso?
04:31Olha, Júlia, segunda-feira começou agitada quando o assunto é a reforma tributária, viu?
04:38O que aconteceu?
04:39O IPEA, que é o Instituto do Governo, divulgou um estudo que disse que o IVA,
04:43que é um imposto, um novo imposto que será criado para a reforma tributária,
04:47pode chegar à alíquota de 28%, 28% é muito alto, gente.
04:51O ministro Haddad reagiu, disse que para essa alíquota não ser tão alta tem que reduzir as exceções.
04:58As exceções são incentivos, são descontos, são estímulos que o governo dá para determinados setores,
05:05cobrando imposto ou zerando impostos e com isso o governo deixa de arrecadar.
05:10E no governo não tem outro jeito, gente, descobriu de um lado, tem que cobrir do outro
05:15e o dinheiro tem que sair de algum lugar para fechar a conta, para fechar o orçamento.
05:19O Haddad, que é ministro da Fazenda, a ministra Simone Tebet,
05:24o ministro do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, Haddad é da Fazenda,
05:28eles têm dito que essa alíquota deve ficar entre 24%, 25% até 26%.
05:34A cada 1%, gente, são contas bilionárias, então por isso que a gente tem que ter muito cuidado
05:39ao lidar com esses números.
05:41E o IPEA dizer que vai chegar a 28% assustou, causou um pânico no governo.
05:46O Haddad logo tratou de contestar ao chegar no Ministério da Fazenda aqui em Brasília hoje de manhã,
05:52já falou que não, que não pode ter muitas exceções.
05:55E politicamente, Júlio, o que o governo quer?
05:57Ele quer ajustar esse texto no Senado, eles acreditam que é a casa mais madura,
06:01é uma casa que tem ex-governadores, que estão os senadores que estão lá há muito tempo,
06:08que tem ex-deputados e que lá esse debate pode ser mais refinado.
06:11Addad quer afinar esse texto para diminuir exceções, para deixar as contas todas mais certinhas,
06:18porque o governo, o Haddad, sobretudo, ele já quer zerar o déficit no orçamento já no ano que vem.
06:24A reforma tem um período de transição, mas para o governo botar essa máquina toda
06:29para funcionar da forma que eles querem, precisa de uma reforma bem apurada,
06:33bem azeitada, para nada sair do controle.
06:36Ok. Antes de terminar o assunto, economia, a gente hoje está com uma pauta bem frenética,
06:43muitas coisas, mas antes de terminar, é o seguinte, está repercutindo muito no Twitter
06:50um vídeo de um bolsonarista, ou talvez ex-bolsonarista, não sei como é que a gente pode chamar,
06:56criticando Paulo Guedes no supermercado. Bora ouvir esse vídeo?
07:00Pessoal, dá só uma olhada aqui. Isso aqui, ó. Isso aqui chegou a quase 15 pau.
07:10Hoje está a 5 reais. Viu, Paulo Guedes? Filantra.
07:15Para virar a Argentina, seis meses. Para virar a Venezuela, um ano e meio.
07:19Porque no teu governo você não conseguia baixar essa porra.
07:23Eu, miserável. Calma aí. Calma aí que eu vou te mostrar o contra-filé aqui.
07:29Esse Paulo Guedes, cara, ele tinha que ser preso. Esse cara tinha que pagar pelo que ele fez com o país.
07:38Ele ferrou o país, bicho. Aí você tem que ver o Bolsonaro.
07:43É, cada vez mais a carne está virando um produto de luxo, né?
07:48É no mundo inteiro.
07:50Vai plantar bife, presidente?
07:52Então a carne cada vez mais se transforma num produto de luxo para o mundo todo.
07:55É uma realidade.
07:56Um país como esse, cheio de boi, uma plantação dessa, e o cara tem que falar que a carne está virando produto de luxo.
08:07É incrível, assim que a gente vê, primeiro, o linguajar dele um pouco assustador.
08:16Eu confesso que eu não paro de me sentir um pouco assustada com pessoas falando assim publicamente.
08:24Mas também uma outra coisa que eu acho que merece a gente ter atenção.
08:29Nesse vídeo, quem está aparecendo é o Jackson Vilar.
08:33Ele é pastor, não sabia que, acho que não, pastores não costumam falar assim palavrões, não é?
08:39Mas o que que acontece?
08:41O Jackson, ele organizava as motocicletas de Bolsonaro em São Paulo.
08:46Então, vale a pena a gente prestar atenção nessa mudança de discurso.
08:53E, novamente, a gente colocou esse vídeo porque é um vídeo que está repercutindo bastante.
08:57Ele tem sido bastante criticado porque é uma pessoa que organizava a movimentação
09:03pró-Bolsonaro, defendia Paulo Guedes e hoje está nessa postura.
09:09Mas é isso, vamos sair um pouco dessa pauta econômica e voltamos daqui a pouco com política internacional.
09:17Otávio, obrigada pela tua participação.
09:20Você é sempre bem-vindo aqui.
09:21Boa semana, bom jornal, Júlia.
09:23Até a próxima, gente.
09:33Tchau, tchau.

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