Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 22/06/2025
Mesmo após os bombardeios americanos às principais instalações nucleares, o Irã continua com seu estoque de urânio enriquecido preservado, segundo afirmou um conselheiro do líder supremo Ali Khamenei neste domingo (22). Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Antonio Henrique Lucena Silva, professor de ciências políticas.
Reportagem: Luca Bassani

Assista ao Fast News completo: https://youtube.com/live/LspdC5omQ2E

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#FastNews

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E em relação também às repercussões, o Luca Bassani está acompanhando aqui com a gente nessa cobertura
00:05envolvendo também os Estados Unidos que agora entraram no circuito, realmente promovendo esses ataques.
00:13Urânio enriquecido do Irã se mantém intacto apesar dos ataques do poder americano, segundo o conselheiro do líder supremo.
00:21E vamos então acionar o Luca Bassani para falar justamente sobre essa questão.
00:26Luca, muito boa tarde a você.
00:27Boa tarde a você, David, a todos que nos acompanham aqui no Fast News.
00:33Nós vemos que há uma fala importante vinda do Irã desde o ataque no qual um dos conselheiros do líder supremo,
00:41Ayatollah Ali Hamney, disse que o jogo não terminou e que por enquanto eles conseguem concluir que o urânio
00:47que foi enriquecido dentro do país se mantém intacto.
00:51Vale a gente dizer que muitos desses ataques, tanto de Israel quanto dos Estados Unidos,
00:55se focaram em três localidades principais.
00:58As três instalações nucleares mais capazes dentro do Irã de enriquecer urânio a um alto grau de pureza.
01:07Estamos falando de Isfahan, Natanz e a localidade secreta de Fordo,
01:11que fica em alta profundidade, cerca de mais ou menos 90 metros abaixo do solo.
01:17Vemos que os israelenses conseguiram durante os primeiros dias danificar bastante tanto Isfahan quanto Natanz,
01:24mas não tinham poder de fogo para penetrar na instalação em Fordo,
01:29algo que os americanos disseram ter conseguido fazer durante as últimas horas com os seus famosos GBU-57.
01:36Esses armamentos, essas bombas de alta penetração que conseguem ultrapassar dezenas de metros no solo
01:44e apenas ter a explosão ativada através de identificação de um vácuo.
01:53Portanto, segundo os norte-americanos, em uma coletiva concedida hoje pelo Pentágono,
01:58foi uma operação extremamente bem sucedida.
02:0014 GBU-57 foram utilizados, uma bomba extremamente pesada de quase 14 toneladas
02:07e levadas apenas por um bombardeiro norte-americano que tem essa capacidade.
02:12O B-2, este que é muito sofisticado, que voou diretamente do estado do Missouri,
02:17nos Estados Unidos até o Oriente Médio e que, segundo os americanos, foi bem sucedido.
02:22Agora nós vemos que a versão iraniana é que, apesar dos ataques terem destruído algumas instalações,
02:27o urânio, que já havia sido enriquecido anteriormente, se mantém intacto.
02:31Portanto, eles estariam prontos para recomeçar do ponto que gostariam,
02:38uma vez que essa guerra seja terminada.
02:41Vale também a gente trazer como detalhe para a nossa audiência que o urânio é encontrado na natureza
02:47através do seu isótopo 238 e a parte radioativa, que pode ser utilizada como material físio,
02:53seja para usinas nucleares, seja para armas nucleares, é o urânio 235,
02:59que na natureza está encontrado em menos de 1%.
03:03Portanto, o processo de enriquecimento de urânio faz com que esse grau de pureza cresça.
03:08Para fins civis, entre 3% e 5% é mais do que suficiente para usinas nucleares,
03:13para obtenção de energia e para armas nucleares é necessário um grau de pureza de 90%.
03:18O Irã já estava na faixa dos 60%, ele que diz que não tem fins bélicos ou militares no seu programa nuclear,
03:26mas a grande pergunta que a comunidade internacional faz, inclusive os próprios Estados Unidos e Israel,
03:31é qual a necessidade de enriquecer urânio 10, 15 vezes a mais do necessário para uma usina nuclear
03:37se você não tem fins militares.
03:39Exatamente por isso que o presidente Donald Trump disse que acredita ter tomado a decisão certa
03:44e agora os irandianos prometem uma retaliação veemente durante as próximas horas.
03:49Não se sabe como isso poderia acontecer, seja o fechamento do Estreito de Hormuz,
03:53que acredito que falaremos mais adiante nesta edição,
03:57seja através de ataques às bases americanas do Oriente Médio.
04:01Também a gente ressalta que ao longo dessa edição traremos ao vivo
04:05a conferência que acontece do Conselho de Segurança,
04:08o encontro do Conselho de Segurança de maneira emergencial nas Nações Unidas,
04:12algo que estava marcado para amanhã, mas mediante o que aconteceu,
04:17os acontecimentos mais recentes, eles decidiram antecipar em 24 horas
04:22por conta da urgência deste assunto.
04:24Mais para frente nesta edição do Fast News também traremos detalhes
04:27daquilo que foi discutido, aquilo que apresenta o Irã,
04:30os israelenses, os norte-americanos e como que Rússia e China se envolverão,
04:35seja protegendo o Irã, seja pedindo por passos importantes
04:39para a gente poder concluir o que acontecerá durante os próximos dias.
04:43Pois é, Luca Bassani, essa questão então, o Irã confirmando que as estruturas
04:48não foram afetadas, apesar dos Estados Unidos mais cedo terem dito que sim,
04:53que foi um grande sucesso essa operação por meio dessa ofensiva contra
04:58esse enriquecimento de urânio que está sendo feito no Irã,
05:02justamente destacando até mesmo o Donald Trump como um grande, vamos dizer assim,
05:09um grande gestor em relação ao êxito nessa ação, mas o Irã então dizendo
05:14que as estruturas não foram abaladas e de fato as comprovações dessa coletiva
05:20de imprensa envolvendo os Estados Unidos realmente não foram tão eficazes assim,
05:25foram muito evasivos nas perguntas também quando questionados pelos jornalistas
05:29e a gente vai seguir acompanhando todos os desdobramentos envolvendo isso.
05:34Luca, você permanece aqui com a gente, apurando todas as informações,
05:37as atualizações, daqui a pouquinho então volta aqui no Fast News
05:40e a gente segue nessa edição falando que os manifestantes ocupam as ruas de Teherã,
05:46justamente a capital iraniana, em protesto contra os ataques dos Estados Unidos e Israel.
05:53O presidente do Irã, o Massoud Pezenkin, ele que também se juntou a centenas de pessoas
05:59que tomam as ruas, por isso nós vamos conversar com o professor de ciência política,
06:04o Antônio Henrique Lucena Silva, que explica para a gente os impactos desse conflito
06:08que vem tomando grandes proporções.
06:10Bom, muito boa tarde, professor.
06:12De que forma então que você analisa esses últimos movimentos e agora essas manifestações
06:17com milhares de pessoas tomando as ruas da capital iraniana?
06:24Boa tarde a todos, uma satisfação estar aqui com vocês da Jovem Pan.
06:29O que essas manifestações mostram é que o regime ainda tem algum tipo de apoio popular.
06:37Claro que você tem uma boa parte da população iraniana que de fato não gosta do regime,
06:44mas ao mesmo tempo essa população ela não suporta Estados Unidos e Israel
06:50e vê com bastante irritação todos esses movimentos que estão acontecendo.
06:57Basicamente, a gente pode também identificar um padrão histórico,
07:01se a gente também pode fazer algum tipo de prospecção com relação à queda do regime.
07:07Vejam bem, historicamente nós temos um padrão que é o seguinte,
07:11apenas por meio de interdição aérea fica muito difícil você, digamos, destronar um regime.
07:20Isso já aconteceu uma vez, foi durante a Segunda Guerra Mundial,
07:24que não houve invasão terrestre do Japão,
07:27mas houve uma campanha de bombardeios extremamente pesada
07:30e também o lançamento de bombas atômicas por parte dos Estados Unidos.
07:34Nos outros casos você teve o caso tanto de bombardeios aéreos
07:39como também com relação a ações terrestres de alguma forma,
07:45seja por invasão, como foi o caso do Iraque contra Saddam Hussein no início dos anos 2000,
07:52ou então o apoio a uma população rebelde interna, como aconteceu com o caso da Líbia.
07:58No caso do Irã, a gente também tem que destacar que desde 1979
08:05teve a instauração da Revolução Islâmica
08:08e os iranianos eles construíram um Estado praticamente ao lado do outro Estado,
08:15que é justamente o corpo da guarda revolucionária,
08:18que a sua principal missão era justamente garantir, digamos,
08:21a pureza do regime, a manutenção das suas características,
08:25evitar a oposição interna, e nesse último caso, evitar a oposição interna,
08:31eles foram extremamente eficientes, tanto internamente como externamente.
08:37Então, o que a gente ainda observa é que o regime iraniano,
08:43apesar de todos os revés que tem sofrido, de todos os problemas,
08:47ele ainda conta com um apoio pequeno da população,
08:51mas fica muito difícil antever se toda essa campanha aérea
08:57que está sendo destravada contra Teherã vai resultar numa queda de regime.
09:04Bom, é claro que as informações vão chegando,
09:07inclusive a nossa produção está apurando todos os detalhes envolvendo esse conflito,
09:11esse ataque agora dos Estados Unidos,
09:14que classificou que não foi um ataque ao Irã,
09:16mas sim um ataque a essas estruturas de enriquecimento de urânio,
09:22que segundo seria para a fabricação de bomba.
09:25E essa manifestação também pelas ruas da capital iraniana,
09:29com milhares de pessoas, então, tomando as ruas,
09:32já que muitos deles dizem que realmente o Estado de Israel deveria ser destruído
09:38e também eles são contra os Estados Unidos.
09:41Então, há esse conceito, há essa cultura entre eles, né, professor?
09:46Exatamente, né, desde 1979 o Irã, ele tem, digamos assim,
09:56instruído boa parte da sua população e outros contra a ameaça de um inimigo externo.
10:01Agora, é bem verdade que o seguinte,
10:03Israel e Irã tiveram boas relações, né,
10:07principalmente durante o período da monarquia, né,
10:10antes de 1979.
10:12Israel, inclusive, comprava petróleo do Irã.
10:15Mas a partir de 1979,
10:18com a diretiva, né, que Comeine, ele basicamente colocou,
10:24ele classificou tanto os Estados Unidos como o grande Satã
10:27e Israel como o pequeno Satã.
10:30Então, também é uma estratégia, né, das ditaduras
10:33de criar inimigos externos, né,
10:36e fomentar esses inimigos externos,
10:39de uma forma também a manter um certo grau de coesão social interna.
10:42Então, lembrando que o regime iraniano, ele tem muitos problemas, né,
10:49ele não é bem avaliado por vários países árabes,
10:52é tanto que o Irã, assim como a Arábia Saudita, né,
10:57e outros países do Oriente Médio,
11:00terminam travando guerras indiretas, né,
11:03como aconteceu recentemente agora no caso do Iêmen, né,
11:06a Arábia Saudita bombardeando aquele país
11:09e os Houthis sendo financiados pelo Irã.
11:12Então, historicamente, a gente consegue perceber, né,
11:15lembrando que a relação entre Israel e Irã
11:18era extremamente complexa,
11:20mas ela piorou muito
11:22depois de 2011, né,
11:25que eu classificaria como o desmantelamento
11:28da ordem regional que nós tínhamos até então.
11:31que a partir de 2011 nós temos os efeitos
11:35da chamada Primavera Árabe,
11:37o início da Guerra Civil Síria,
11:40o apoio que o Irã passa a dar
11:42e intensificar aos seus proxys, né,
11:45tanto ao Hezbollah no sul do Líbano,
11:47como também ao Hamas na faixa de Gaza,
11:51aos Houthis no Iêmen.
11:53E aí essa situação,
11:55ela foi se degradando ao longo do tempo, né,
11:58até a gente atingir justamente
12:00o 7 de outubro de 2023, né,
12:04aquele atentado terrorista
12:05perpetrado pelo Hamas,
12:06que é um prox do Irã, né,
12:08e aí, obviamente,
12:09você teve uma mudança radical,
12:11principalmente de Israel,
12:13no entendimento da geopolítica
12:15do Oriente Médio.
12:16E aí tudo isso levou a atua
12:19ao estado de coisas que estamos vivenciando.

Recomendado