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  • 22/06/2025
Abbas Araghchi, chefe da diplomacia do Irã, afirmou que os recentes bombardeios dos EUA e de Israel tornaram inviável o retorno ao diálogo. A declaração foi uma resposta direta aos apelos da União Europeia e do Reino Unido para que Teerã retomasse as negociações. Lier Ferreira analisou.
Apresentador: Evandro Cini
Entrevistado: Lier Ferreira

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Transcrição
00:00Olha, já o ministro das Relações Exteriores do Irã afirmou que a escalada do conflito é responsabilidade dos Estados Unidos e disse ainda que o Irã usará o seu poder de defesa para contra-atacar. Vamos acompanhar.
00:12A administração não pacífica e sem lei de Washington é a única e totalmente responsável pelas consequências perigosas e complicações de longo alcance de seu ato de agressão.
00:31É claro que a porta para a diplomacia deve estar sempre aberta, mas este não é o caso agora.
00:37Meu país tem sido atacado, agredido e temos que responder com base em nosso legítimo impulso de autodefesa.
00:46E faremos isso enquanto for necessário.
00:49Era irrelevante pedir ao Irã que retornasse à diplomacia porque estávamos no meio da diplomacia.
00:55Estávamos no meio de conversa com os Estados Unidos quando os israelis se explodiram tudo.
01:00E de novo, estávamos no meio de conversas e negociações com europeus.
01:06Aconteceu há apenas dois dias em Genebra, quando dessa vez os americanos decidiram explodir tudo.
01:13Bem, vou à Moscou esta tarde e tenho uma reunião com o presidente Putin.
01:18A Rússia é amiga do Irã e desfrutamos de uma parceria estratégica e sempre nos consultamos e coordenamos nossas posições.
01:26Professor Lier Ferreira, o Irã tem condições de manter um contra-ataque?
01:32Olha, nesse momento, pelo que parece, não.
01:38A capacidade militar iraniana já foi bastante comprometida nos confrontos prévios com Israel.
01:47A própria Karen Rosenthal colocou uma questão muito interessante,
01:51de que os ataques de mísseis e drones iranianos ao território de Israel
01:56começaram na escala de centenas de mísseis e drones por ataque
02:02e hoje estão situados na escala de poucas dezenas.
02:06É evidente também que nós percebemos que o Irã começou a utilizar, de um modo mais sistemático,
02:11um tipo de míssel dito hipersônico, que é o Fata-1,
02:15que é um tipo de míssel mais dificilmente detectável pelo sistema de proteção de Israel,
02:23que nós conhecemos pelo nome de domo de ferro,
02:25mas que, na verdade, é a articulação de cinco diferentes sistemas de defesa
02:30que protegem o território de Israel contra agressões missilísticas e de drones que vêm do Irã
02:38ou que, eventualmente, venham de outros países.
02:40A gente já viu, por exemplo, o Hezbollah atacando do Líbano e Israel várias vezes
02:45com mísseis de forma ostensiva.
02:48Então, assim, eu acredito que a capacidade militar do Irã
02:53esteja bastante comprometida nesse momento.
02:56Eu não acredito que o Irã seja capaz de dar uma resposta efetiva
03:00do ponto de vista bélico-militar, seja através de forças terrestres,
03:04seja através da sua marinha,
03:06a capacidade aérea do Irã foi praticamente eliminada
03:12pelos ataques israelenses.
03:14O capitão falou muito bem aí.
03:17O controle do espaço aéreo iraniano hoje é completo por parte de Israel.
03:23Agora, do ponto de vista da possibilidade de fechar o estreito,
03:27ainda que parcialmente, o estreito de Omuz,
03:30é um estreito que, no seu ponto mais limitado,
03:34tem menos de 40 quilômetros de extensão.
03:36Ou seja, é, de fato, uma formação bastante comprimida ali,
03:41permitindo um ataque, se não por parte de navios iranianos,
03:48mas espalhando minas, grupos extremistas do Oman, do Iêmen,
03:54que também atuam muito fortemente na região.
03:57Isso poderá acontecer.
03:59Agora, a capacidade de mísseis iranianos foi absolutamente comprometida?
04:05Qual é a sobrevivência desse programa de mísseis?
04:10Qual é a sobrevivência do programa de drones?
04:13O quanto o Irã ainda tem desses equipamentos?
04:17E o quanto ele pode recebê-los por parte de outros países,
04:21como, por exemplo, a Coreia do Norte?
04:23Essas são interrogações que nós ainda não temos.
04:26Por isso eu dizia, na minha intervenção anterior,
04:29que eu não acredito no sucesso nas reuniões de paz na próxima segunda-feira,
04:34a partir de amanhã.
04:35Por quê?
04:36Porque o quadro ainda não está suficientemente claro
04:39para que nós saibamos quais são os recursos
04:42que cada uma das partes dessa mesa de negociação tem
04:46para colocar ali, de fato.
04:48Quais são as cartas que, no final das contas,
04:50serão colocadas sobre as mesas?
04:52Agora, professor, é interessante porque há uma manifestação também
04:55do presidente iraniano dizendo que os americanos
04:58devem receber uma resposta à sua agressão.
05:01O quanto os ataques ficarão somente em ameaças?
05:06Ou o quanto essas ameaças são, digamos, necessárias
05:10para conduzir ambas as partes a um diálogo?
05:14É a partir dessas ameaças, de prazos que são dados,
05:18como aqueles dados também pelo presidente americano Donald Trump,
05:21que podem fazer essas autoridades sentarem à mesa e debaterem,
05:28digamos, cessar fogo?
05:29Evandro, essas falas, todos esses mecanismos retóricos
05:35que são produzidos pelos diferentes atores do conflito,
05:38não é diferente pelas autoridades iranianas,
05:41elas são falas para fora e são falas também para dentro,
05:46para o público interno.
05:47Então, por exemplo, quando nós já debatemos isso aqui ao longo do dia de hoje,
05:52quando os Estados Unidos, através do seu presidente,
05:54através de secretários de Estado e outras autoridades,
05:57dizem que eles não estabeleceram um conflito bélico com o Irã.
06:03Na verdade, eles produziram ali um ataque cirúrgico às instalações nucleares.
06:10Eles estão também falando para o seu público interno,
06:13ou seja, eles também estão dizendo o seguinte,
06:14olha, nós não desrespeitamos as leis de guerra norte-americana,
06:20nós não passamos por cima da autoridade do Congresso Nacional,
06:25nós não desrespeitamos as instituições estadunidenses,
06:30o que nós fizemos foi um apoio tópico, particular e específico,
06:34a um parceiro estratégico, uma região em conflito,
06:37e que precisava desse apoio e impactamos ali o programa nuclear iraniano,
06:44que seria um programa que ameaçaria a paz como um todo.
06:47Esse é um discurso retórico, que fala para fora e fala para dentro também.
06:52As mesmas bravatas, também agora colocadas pelas autoridades iranianas,
06:56são da mesma forma.
06:58Elas, de algum modo, anunciam a possibilidade
07:02de que o Irã ainda mantém recursos de poder suficientemente consistentes
07:07para perseguir, para prosseguir no conflito contra o Israel.
07:12Elas falam também para o público de outros países no Oriente Médio,
07:18principalmente grupos xiítas que estão presentes em outros países
07:22e que possam vir a se mobilizar para atacar alvos americanos e israelenses na região.
07:30E ela fala também para o público interno, ou seja,
07:35dizendo que o regime está forte, está consolidado,
07:38que tem condições de reagir e que, portanto,
07:41uma eventual oposição que, insuflada por israelenses,
07:47norte-americanos e outros parceiros ocidentais,
07:50desejasse, de alguma forma, ameaçar a continuidade do regime isatolás,
07:55também seria vencida pelas forças internas.
07:58Então, assim, esses discursos são discursos que falam para dentro e para fora,
08:02com significados bastante diferenciados,
08:05mas do ponto de vista estritamente bélico-militar,
08:08eu não acredito que, nesse momento,
08:10o Irã seja capaz de uma retaliação de larga escala,
08:14quer contra Israel, quer contra alvos americanos no Oriente Médio.
08:19Obrigado.
08:20Obrigado.
08:21Obrigado.

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