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  • 19/06/2025
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Notícias
Transcrição
00:00Então, nesse processo, ação penal 304-65-1294, continuidade de depoimento do Sr. José Aldeo
00:08Mário Pinheiro Filho. Foi mostrado, então, esse contrato, como foi mencionado, o contrato
00:13de armazenagem para a Graneira. Pergunta, então, do Pai Celino.
00:16Pois é, Sr. Aldeo Pinheiro, esse contrato, ele consta como objeto a armazenagem de materiais
00:22de escritório imobiliário corporativo da Construtora OS. Foi, de fato, armazenado algum material
00:28de escritório ou imobiliário corporativo da OS?
00:32Não. A OS tinha outros contratos com a Graneira, mas esse é específico disso, a armazenagem
00:39dos bens que o Paulo Camoto tinha me pedido.
00:43O senhor saberia dizer o porquê que constou esse objeto? Foi o que não refletia a realidade?
00:51Não foi uma orientação minha, mas acredito que a Graneira tenha solicitado que fosse
00:57feito dessa forma. O senhor não sabia de informar?
01:00Não sei informar.
01:05Algum momento durante a execução desse contrato, ele é um contrato que se estende por alguns
01:10anos, houve a procura por parte do próprio Instituto Lula, representado por Paulo Camoto,
01:19ou por outro representante da OS, para que os pagamentos deixassem de ser feitos pela
01:25Construtora OS?
01:26Que eu tenha conhecimento? Através de mim, não. Nunca houve.
01:34O contrato foi rescindido no início do ano de 2015. Essa iniciativa de rescisão do contrato,
01:42o senhor saberia dizer se partiu da OS ou do Instituto?
01:46Não saberia responder, porque eu estava nesse momento, eu estava preso.
02:00Constam aqui, na denúncia, algumas ligações que foram efetuadas do seu terminal telefônico
02:10para o terminal telefônico do senhor Valmir Moraes. O senhor conhece essa pessoa?
02:18Foi identificado como um segurança institucional do ex-presidente Luiz Inácio.
02:24Eu acredito que sejam ligações, por exemplo, quando eu fui me encontrar, para saber se o
02:33presidente estava chegando ou não, nessas visitas que foram feitas. Acho que, ou uma
02:38ligação minha para ele, para falar com o presidente também.
02:41Um dos documentos que foram juntados agora no evento 724, consta algumas dessas ligações,
02:55realizadas em fevereiro de 2014, há três ligações, uma no dia 9, outras duas no dia 21,
03:02realizadas do seu terminal telefônico para o terminal do senhor Valmir de Moraes.
03:09Seria possível mostrar ele?
03:13Então, consta aqui, numa tabela, está no canto 9, do evento 724.
03:21724, uma relação aqui de ligações entre o senhor Valmir e o senhor Léo Pinheiro,
03:29pelo menos segunda afirmação do ministério.
03:32É difícil para mim precisar, exatamente, pela data fevereiro de 2013, pode ter...
03:40Acho que não é 14?
03:48Deixa eu...
03:49Dá, data está aqui, desculpa.
03:522014.
03:57Pode, eu, na necessidade de eu falar com o presidente,
04:02eu tinha uma orientação que se ligava para ele, que ele me dava uma orientação que se
04:06eu ligava para o instituto, ou para marcar alguma coisa.
04:10Então, esse era o telefone...
04:11Especificamente, não era costume meu fazer isso, não.
04:16Acho que pode ter sido...
04:18Acho que eu estava me lembrando, se estava no percurso,
04:21para dizer que eu tinha chegado.
04:23Perfeito.
04:34No fluxo de mensagens que lhe foi mostrada pelo excelentíssimo juízo,
04:41o senhor reconheceu algumas mensagens aqui de fevereiro de 2014.
04:47Vou citar a mensagem.
04:52Do terminal identificado como de Paulo Gordilho, para o terminal identificado como de sua titularidade.
04:58O senhor falou, o projeto da cozinha do chefe está pronto,
05:02se marcar com o madame, pode ser a hora que quiser.
05:04O senhor mencionou que seria do sítio.
05:05A pergunta que eu gostaria de fazer, o senhor falou logo em seguida,
05:11o Guarujás também está pronto, em princípio amanhã às 19 horas.
05:14Aí o senhor mencionou um encontro.
05:16Houve um encontro para aprovação desse projeto?
05:20Houve, sim.
05:21Na verdade, o presidente e a dona Marisa estiveram no triplex em fevereiro de 2014.
05:31Pouco tempo depois, eu fui ao sítio.
05:38Me encontrei com ele, ele já estava no sítio.
05:43A aprovação deve ser posterior.
05:47Então, teve sim e me parece que foi no apartamento do presidente em São Bernardo do Campo.
05:55Então, essa reunião para aprovação foi um encontro no apartamento em São Bernardo?
05:59Acredito que sim.
06:00Essa aprovação que o senhor se refere, é a aprovação do projeto das cozinhas do sítio e do triplex?
06:06Exatamente.
06:07Por isso que eu pergunto aí na mensagem se o do Guarujás estaria pronto também.
06:15O senhor foi nessa reunião de aprovação?
06:18No apartamento em São Bernardo fui, estava presente.
06:21Eu e o Paulo Gordilho.
06:24E quem, além dos senhores, estava presente?
06:26O presidente e a ex-primeira-dama.
06:31Perfeito.
06:32Com relação aos demais projetos, consta na denúncia uma lista detalhada de algumas modificações que foram feitas.
06:38Folha 115 e 116, modificações que foram feitas pela empresa Talento.
07:01Na cozinha, sala de estar, sauna, terraço, piscina, sala íntima, elevador.
07:10Alguma dessas modificações foi solicitada por ex-presidente Lula ou por Marisa Letícia?
07:18Todas essas modificações ocorreram com a solicitação no dia da visita que eu fui com o presidente e a ex-primeira-dama no triplex.
07:30Isso foi fruto da nossa visita.
07:33Foi determinado para que fossem feitas essas modificações.
07:37E nós depois passamos isso para um projeto para ter um, se era aquilo mesmo e tal.
07:45Então, a única coisa que eu, teve uma modificação depois, parece que a sauna, que a dona Marisa pediu para, em vez da sauna, fazer um lugar, um depósito.
07:55Se não me falha a memória, acho que é isso.
07:56Então, o projeto que foi realizado aqui e executado pela Talento foi um projeto sob medida a partir dos pedidos de Lula e Marisa Letícia?
08:08Exatamente.
08:09Aí, a Talento, a parte de cozinha que foi feita à parte, por isso que teve uma aprovação.
08:15Perfeito.
08:20Excelência, seriam essas as questões do Ministério Público?
08:22O assente de acusação tem perguntas?
08:23Os defensores, menos o do próprio acusado, deixou para o final, doutor, que isso esclarece.
08:30Os demais têm perguntas?
08:34Bem, podem seguir a ordem da mesa, hein?
08:39Só peço que definirem o nome do representado.
08:45Cristiano, representando o ex-presidente Lula.
08:48O senhor disse, nas suas declarações, que está preso, ou que foi preso desde 2014.
08:58É correto isso?
08:59Não.
09:00Eu fui preso no dia 14 de novembro de 2014.
09:05Saí da prisão, tive um período em prisão em torno de lei eletrônica.
09:12Voltei a ser preso no dia 5 de setembro de 2015.
09:15O senhor foi preso por decisão deste juízo?
09:19Desculpe, 2016.
09:22Por decisão deste juízo?
09:24Por decisão do juízo, Sérgio Márcio.
09:25Certo.
09:26E o senhor já está condenado a alguma pena?
09:29Já.
09:30O senhor pode dizer qual é essa pena?
09:34Dessas obras da Petrobras.
09:36O senhor sabe dizer o volume de pena que já foi aplicada ao senhor?
09:40Sei, mas ainda está em fase de recurso na segunda instância, né?
09:50Mas até o momento?
09:51Até o momento, a pena tinha sido 16 anos e foi aumentada para 23 anos, não falo a memória.
09:58Perfeito.
09:59O senhor começou a negociar um acordo de delação premiada com o Ministério Público em 2016?
10:11Silêncio, pela ordem.
10:12Pode alcançar o microfone para a gente...
10:14Pode pegar do seu...
10:16Silêncio, pela ordem.
10:18A indagação feita pelo eminente advogado não tem qualquer objeto com a denúncia.
10:24Eu não consigo entender a pertinência dessa indagação.
10:27Se o meu cliente já foi dito textualmente que nós estamos em conversa com o Ministério Público,
10:33essas conversas não são objeto de uma denúncia,
10:35eu consigo entender a relação dessa indagação com os fatos apurados pelo juízo.
10:39Talvez, doutor, eu posso explicar.
10:40Eu respeito a colocação do eminente advogado,
10:43mas, como eu disse no início desta audiência,
10:47nós entendemos sobre a maneira relevante entender esse processo de delação premiada
10:52que o interrogando afirma e diz estar em negociação,
10:58porque isso afeta a paridade de arma.
11:01Nós temos que escrutinar aqui os atos que estão sendo realizados durante esse processo de delação.
11:06Até porque, se envolve o objeto desta ação,
11:10é relevante, sim, para a defesa conhecer o que está acontecendo fora da luz do sol,
11:15fora dos olhos da defesa.
11:17Tem alguma questão?
11:19Não, acho que é uma questão simples, doutor.
11:21Eu não vou entrar nessa...
11:24Não, acho que não tem necessidade.
11:26O senhor pode só dizer quando, mais ou menos, o senhor começou a negociar
11:30essa questão da cor de colaboração?
11:33Quando o senhor orientou o seu advogado?
11:34Ou o seu advogado lhe sugeriu?
11:38Quando isso, mais ou menos, começou esse procedimento?
11:40Acredito que uns 90 dias atrás.
11:4390 dias atrás.
11:44Mais ou menos.
11:45O senhor nunca, então, negociou, não começou a negociar nenhum acordo em 2016?
11:51Eu, particularmente?
11:52Não, os seus advogados.
11:55Ou algum representante do senhor?
11:57Eu não sei dizer.
11:58A partir desta nova negociação, já foi ofertado para o senhor algum tipo de benefício no tocante à pena?
12:10Não.
12:11O senhor não está...
12:12Não há negociação sobre benefícios?
12:15Nenhuma.
12:16O senhor vai fazer a delação, então, para receber o que em contrapartida?
12:19Não, aí está induzindo a pergunta.
12:21Não existe um benefício específico, é isso que o senhor...
12:23Não existe uma concreção disso.
12:28Não é isso que o senhor quiser?
12:30Desculpe.
12:30Eu disse, inicialmente, a vossa excelência, e a todos os presentes, que o que existe neste momento com o ministro da Câmara,
12:41são conversas preliminares a respeito de eventuais temas que serão colocados no eventual processo de colaboração premiada.
12:51Isso já foi dito no início da colaboração, senhora.
12:53Portanto, não há uma negociação, até este presente momento, de pena, de qualquer benefício que possa ser aplicado ao Léo Pinheiro.
13:00Excelência, a indagação me parece pertinente, na medida em que é necessário saber qual é o benefício que vai ser oferecido em escambo,
13:08em troca da incriminação de uma outra pessoa, para se aferir exatamente, digamos assim, à veracidade do depoimento.
13:16Entendi.
13:16É uma questão fundamental.
13:18Então, se foi dito que não existe a definição, então parece que as perguntas estão praticadas.
13:26Se eu me permite, excelência, minha única sugestão é que deixe o interrogado responder.
13:34Se vossa excelência entender que há, durante o interrogatório, algo a interromper, que o faça, mas...
13:41Não, doutor, ele está respondendo normalmente.
13:44Não sei qual parte que o senhor não entendeu.
13:48Próxima pergunta.
13:54O senhor foi preso em 2014, voltou a ser preso agora em 2016, e hoje nos apresenta uma versão totalmente dissociada de suas declarações anteriores.
14:09Como o senhor justifica essa situação?
14:13Não existe declaração anterior minha nenhuma sobre essas perguntas.
14:17O senhor foi interrogado já, inclusive, por esse juízo.
14:19O senhor foi interrogado.
14:21Fiquei em silêncio.
14:22Não, o senhor tem...
14:22Eu tenho aqui, interrogatório do senhor, por exemplo, o senhor foi interrogado aqui, no dia 27 de nove de 2016, na ação penal 5022.179-68.2016,
14:42e o senhor respondeu aqui as perguntas do juízo.
14:45O senhor não ficou em silêncio.
14:46Mas aí não sobre esse assunto.
14:47Foi sobre o assunto do ex-senador Gini Argeno.
14:50Sim, mas há questões que se imbricam e foram negadas aqui categoricamente pelo...
14:55O senhor não lê o interrogatório, então, dele na sessão penal.
14:58Eu li, estou aqui em mãos, a afirmação de vossa excelência não me parece compatível com, enfim, a educação que deve zelar,
15:08ou que deve ser mantida entre aqueles que estão participando em uma audiência.
15:13Eu li, estou fazendo a pergunta em cima do depoimento.
15:16Então, ele respondeu sobre o triplex nessa entrevista.
15:18Não é isso que eu disse.
15:20Eu disse que há pontos que se comunicam.
15:22Qual é a contradição desse depoimento com o que ele falou agora?
15:25O senhor vai me interrogar agora?
15:27Eu estou fazendo...
15:28Eu estou perguntando, porque o senhor falou que ele fez uma afirmação que não é correta.
15:31Eu estou dizendo...
15:32A minha pergunta...
15:33A afirmação ao acusado que não é correta.
15:35A minha pergunta ao interrogando é,
15:37por que agora ele apresenta uma versão que não foi apresentada anteriormente,
15:43embora ele esteja preso desde 2014?
15:46Não sei se é pela ordem.
15:48O processo que o eminente advogado está mencionando
15:50não tem nenhuma relação com os fatos que são apurados nessa denúncia.
15:54Ele não falou sobre aquele tema porque aquele tema não era objeto da denúncia.
15:57Simplesmente como isso.
15:58E mais, o eminente advogado mencionou em uma intervenção
16:03dizendo que não poderiam ser tratados de outros fatos que não mencionassem a denúncia.
16:08Com devido respeito ao colega, porque tem muito apreço,
16:12me parece que seria uma contradição aqui trazer temas que não são objeto dessa denúncia.
16:16Eu respeito, eu sou advogado, mas é preciso lembrar que a minha colocação,
16:24a minha questão de ordem foi indeferida.
16:26Logo, se nós passamos a tratar de assuntos diversos,
16:30eu tenho o direito de poder também inquirir o interrogando sobre temas que foram tratados por ele.
16:36Esse interrogatório dele foi sobre o caso do Gini Argelo,
16:39inclusive na ocasião ele confessou lá o pagamento de propina.
16:42Então, acho que o doutor está equivocado em relação ao conteúdo desse depoimento,
16:46por isso a sua pergunta não faz muito sentido.
16:49Mas podemos ir para a próxima pergunta.
16:50Talvez a vossa excelência não tenha compreendido.
16:51Vou reformular, além.
16:52A vossa excelência pode não ter compreendido, então eu vou reformular a pergunta.
16:56Reformule, por favor.
16:56Quero saber, o senhor foi preso em 2014, voltou a ser preso em 2016.
17:02O senhor foi indagado em algum momento sobre os fatos, objetos dessa ação,
17:06durante o período que o senhor ficou preso?
17:08Não.
17:09O senhor nunca foi indagado por nenhuma autoridade?
17:11Não.
17:12Nada?
17:12É a primeira vez que o senhor é indagado sobre esse tema?
17:15Triplex.
17:16Talvez em São Paulo, no Ministério Público de São Paulo, que eu fiquei em silêncio.
17:27Só.
17:28Então o senhor já foi indagado sobre esse tema?
17:30Eu não respondi, eu fiquei em silêncio.
17:32O comportamento do senhor, então, está sendo diferente nessa oportunidade?
17:38É uma orientação dos meus advogados, se eu me desculpar, mas...
17:42Com relação aos três contratos que são discutidos nessa ação, o senhor sabe quais são esses três contratos?
17:58Três contratos de...
18:00Firmados entre a OAS e a Petrobras.
18:02Desculpe.
18:03Sim.
18:05O senhor se lembra quais são esses contratos?
18:09O contrato da Repar, da Refinaria de Araucária, e o contrato da Reneste, em Pernambuco.
18:18Certo.
18:18Há um terceiro.
18:20O senhor sabe qual é o terceiro?
18:23Não me recordo agora.
18:26Certo.
18:27O senhor sabe dizer...
18:29O senhor já disse que esses contratos foram firmados por um consórcio, e não especificamente pela OAS, junto à Petrobras.
18:40É correto isso?
18:41A OAS participava, em cada um desses contratos, de um consórcio.
18:48OAS e outras empresas.
18:50Correto.
18:50E nesses três contratos que são discutidos nessa ação, o senhor sabe dizer se a OAS era líder em algum deles?
18:59Se o senhor permitir, se eu estou falando três contratos, eu não estou me lembrando do terceiro.
19:04Se o senhor puder...
19:06São dois contratos na Reneste...
19:07São os dois, na verdade, sendo a mesma obra, que é da Reneste.
19:10É a mesma coisa.
19:15O senhor quer saber sobre...
19:16O senhor sabe informar se a OAS era líder em algum desses contratos?
19:21Em nenhum dos dois.
19:23Em nenhum dos três, então?
19:24Em nenhum dos três.
19:26Certo.
19:28Nessa circunstância, o senhor sabe dizer se esses contratos ficaram dentro da margem estabelecida pela Petrobras?
19:38Esse detalhe, eu realmente não...
19:42Deve ter ficado.
19:43Agora, eu não tenho um...
19:45Está muito longe da minha área de atuação na empresa, mas deve ter ficado.
19:48Senão, eu não seria contratado.
19:50O senhor não fazia esse cálculo para saber se estava dentro da margem, se não estava?
19:54O senhor não participava desse tipo de situação?
19:56Não.
19:57Olha bem.
19:58Eu dirigia duas holdings na empresa com 150 negócios.
20:03Reneste é um dos negócios.
20:05Esse nível de detalhe caberia às pessoas que comandam nossas áreas de atuação.
20:10Esse tipo de detalhe, não sou eu que trato, então...
20:13Quem que sabia desse detalhe e informava o senhor?
20:18Quem sabia do detalhe dos contratos era o diretor-superintendente da área.
20:23Especificamente, o que o senhor está perguntando, eu não posso responder pelos outros.
20:26Qual era o nome dessa pessoa?
20:28O diretor-superintendente da nossa área de petróleo e gás se chamou a Genô Franklin de Magalhães Medeiros.
20:33Certo. E ele informou, o senhor, detalhes dessas três contratações?
20:40Detalhes é muito abrangente.
20:43Se o senhor pudesse ser mais objetivo, ele agradeceria.
20:45Porque o que é detalhe? Não sei.
20:48O senhor, por exemplo, deu uma série de detalhes aqui ao longo da audiência sobre o triplex.
20:53Eu imagino que o senhor deva saber algum detalhe sobre esta contratação.
20:57Por exemplo, quando foi feita a proposta, essa proposta estava dentro da margem da Petrobras?
21:02Se o senhor não soubesse, o senhor não sabe.
21:06O triplex que ele está se referindo, eu tratei.
21:09Eu sei o detalhe.
21:10Dos contratos, eu não sei o detalhe, porque tem uma área específica da empresa para cuidar.
21:16Então, o senhor não sabe de nenhum detalhe desses três contratos?
21:18Detalhe, não.
21:19O senhor sabe dizer se, eu repito a pergunta, se eles ficaram dentro da margem estabelecida pela Petrobras?
21:25Já foi perguntado dez vezes e ele respondeu dez vezes.
21:28Eu não vi a resposta.
21:29Pode objetivamente o interrogando responder?
21:31Não, já foi respondido.
21:34Me parece que é um tema relevante.
21:35Eu gostaria de insistir na pergunta.
21:37Tá, pode para a próxima pergunta, doutor.
21:38Vossa Excelência não pode permitir que o interrogando responda a pergunta?
21:41Já respondeu, doutor.
21:44Próxima pergunta.
21:44Não podemos saber qual é a resposta?
21:47Doutor, próxima pergunta.
21:50O interrogando sabe dizer se houve algum valor indevido proveniente desses três contratos que eu citei há pouco?
22:04Sim, eu já respondi isso.
22:06Tanto ao juiz como ao Ministério Público.
22:09O senhor pode dizer qual foi a quantia, o valor indevido proveniente desses três contratos?
22:15O senhor pode especificar?
22:16O valor indevido que tem sentido, doutor?
22:17Tem que ser mais claro para o acusado.
22:20Nós tratamos até agora de temas que...
22:23O valor indevido da propina, o valor indevido de superfaturamento, o que o senhor se refere?
22:27Não, o contrato tinha um valor, certo?
22:30Eu quero saber se desse valor que foi pago saiu algum valor indevido, alguma propina.
22:39Propina, é isso?
22:39Sim.
22:40É o que o senhor chama de propina, eu chamo de valor indevido.
22:43A terminologia não podemos uniformizar, não sou obrigado a uniformizar a terminologia.
22:48O senhor pode responder, por gentileza?
22:50Eu fui até condenado, então está mais do que óbvio que tinha.
22:53O senhor sabe especificar em cada contrato qual foi a propina relacionada a cada um desses três contratos?
23:04Uma propina do Partido dos Trabalhadores.
23:13E do PP, sim, 1% caso.
23:17O senhor, minha pergunta é diferente.
23:18Quero saber o seguinte, se esses contratos geraram propina, qual é o volume proveniente de cada um desses três contratos?
23:26Aplicar o percentual sobre o valor do contrato e seus aditivos.
23:30Não sei de cabeça agora, é impossível.
23:33Mas é uma regra, é uma matemática.
23:35O senhor conhece o senhor Pedro Barusco?
23:38Não tinha relacionamento com ele, mas sei quem é.
23:42Alguém da sua empresa tinha relacionamento com ele?
23:45Seguramente, sim.
23:46O senhor Pedro Barusco disse na sua colaboração premiada, no termo de colaboração número 4,
23:57que havia particularidades em relação a pagamentos de vantagens indevidas.
24:06E ele apresentou uma planilha em relação a cada contrato firmado entre os consórcios e a Petrobras.
24:15E no contrato de Abreu e Lima, nos dois contratos de Abreu e Lima, aparece em branco o percentual.
24:28O senhor sabe dizer por que isso não foi colocado na planilha do Pedro Barusco?
24:32Não tenho a menor ideia.
24:33O que tinha, tinha.
24:35O que saiu do caixa da empresa, saiu.
24:37Saiu do caixa de qual empresa?
24:39Da UAS.
24:40Pagamento de vantagem devida para a obra da Renest e a obra da Repar.
24:44Não tenho nenhuma dúvida sobre isso.
24:45Então, esses valores que o senhor diz, saiu do caixa da UAS, não da Petrobras?
24:51Não.
24:52Pagamento de propina, quem paga é a empresa, não é o órgão contratante.
24:58E especificamente em relação a esses contratos de Abreu e Lima,
25:02o senhor sabe dizer quanto saiu do caixa da UAS?
25:06Já respondeu, doutor, que não me recordo o valor específico.
25:09Próxima pergunta.
25:10O senhor insiste em refazer perguntas que ele já respondeu?
25:17Não, não estou insistindo nada.
25:18Estou fazendo perguntas que...
25:20Em relação a esses contratos, esses três contratos,
25:29o senhor já disse que não sabe de detalhe,
25:32que o senhor não sabe especificamente os valores
25:34que foram pagos, que saíram do caixa da UAS.
25:39Eu pergunto ao senhor, como funcionava nos casos em que a UAS não era a líder do consórcio?
25:45Todo consórcio, qualquer que seja o consórcio, tem uma escolha de liderança.
25:54E existem normas de convivência entre as empresas,
25:58estabelecendo para cada tipo de negócio,
26:02como é o procedimento da relação do consórcio com o cliente,
26:07do consórcio com as empresas.
26:09Cada consórcio tem uma direção operacional,
26:16cada consórcio tem um conselho que se reporta às empresas que são acionistas de cada...
26:23Então, não sei lhe dizer especificamente do caso das obras da Petrobras
26:30com os termos dessas normas de convivência,
26:33que não podem ser padrões,
26:34porque em cada consórcio você tem um grupo empresarial distinto
26:39que tem sua filosofia, sua regra de conduta.
26:42É feito isso por quê?
26:44Porque as empresas têm filosofias empresariais distintas,
26:47têm modos operandos diferentes,
26:49têm estratégias diferentes.
26:51Quando se forma um consórcio,
26:53é com a finalidade específica de executar algo.
26:56Então, é feito para aquele negócio.
26:59Infelizmente, eu não posso dar um detalhe,
27:01porque eu não conheço.
27:01Agora, aqui tem as normas, tem,
27:03foram apreendidas, já foram fatos de investigação,
27:06tanto do Ministério Público quanto do juiz.
27:08É que nessa ação penal nós tratamos de três contratos,
27:11por isso que eu estou insistindo com o senhor nesses três contratos.
27:13Eu quero saber o que o senhor sabe desses três contratos.
27:16Quer dizer, qual foi,
27:19como foi definido aqui
27:21o pagamento de vantagens indevidas
27:24a servidores públicos?
27:26O senhor tem esse detalhe?
27:27O detalhe não.
27:28Eu tenho o que aconteceu na prática,
27:32que foi uma regra que já existia no mercado.
27:36Isso já está amplamente esclarecido aí
27:39pela própria Operação Lava Jato.
27:41Não, mas eu quero saber do senhor.
27:42Aqui o senhor,
27:43é o momento do senhor responder as perguntas.
27:46Claro que eu sei.
27:47Então, o senhor diga,
27:47qual foi o que foi definido
27:50em relação a cada um desses três contratos
27:52nos consórcios?
27:53Um percentual que era estabelecido pelo mercado
27:56para a diretoria de abastecimento
27:58e a diretoria de serviço.
27:59Exatamente quanto foi,
28:01aí tem que se ver,
28:02na contabilidade da empresa.
28:04Infelizmente, eu não tenho condições
28:05de ter tanto número na cabeça.
28:07Mas que teve, teve.
28:08Certo.
28:09O senhor fez referência aqui no seu depoimento
28:12a uma contabilidade informal da empresa.
28:16Como é que funcionava isso?
28:17Eu me referi a contabilidade informal
28:21no que de respeito
28:22a despesas efetuadas no Triplex
28:27que eram lançadas
28:29no empreendimento Solares
28:31e, na verdade,
28:32essas despesas eram
28:34para o encontro de contas
28:35de pagamento de propina da Petrobras.
28:37Foi isso que eu me referi.
28:38Certo.
28:38Mas o senhor está dizendo aí,
28:39por exemplo,
28:40que a empresa fez pagamentos
28:43a agentes públicos.
28:46Correto?
28:48A empresa, a OAS,
28:49fez pagamentos para agentes públicos?
28:50O senhor acabou de dizer
28:51que o valor indevido
28:52saiu do caixa da OAS.
28:54É isso?
28:55Sim.
28:55Todo dinheiro que você paga
28:56tem que sair do caixa.
28:57Da OAS, não da Petrobras.
28:59Não, da OAS, é claro.
29:00Certo.
29:01Então, como é que o senhor
29:01contabilizava esses valores
29:03que saiam do caixa da OAS?
29:06Cada obra nossa
29:07tem um centro de custo.
29:11E esse centro de custo,
29:13todas as despesas
29:14que ocorrem
29:15são lançadas nesse centro de custo.
29:17Isso é qualquer obra.
29:19Qualquer negócio.
29:20Senão, você não tem como aferir
29:21se aquele negócio
29:22é melhor do que o outro.
29:24Isso você está falando
29:25de que empresa?
29:26Qual empresa
29:26que o senhor está se referindo?
29:29Cada obra nossa
29:30é um CNPJ,
29:31é uma pessoa jurídica.
29:33Ainda mais um consórcio.
29:34Ele é formado
29:35de duas empresas.
29:36Então, é um CNPJ
29:37diferente.
29:38Então, cada negócio
29:40tem sua regra.
29:41Eu vou interromper o áudio
29:43pelo tamanho
29:44ou já retorno?
29:44Então, eu vou interromper o áudio

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