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  • 19/06/2025
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Transcrição
00:00Então nessa ação penal 504301538, desculpe, no instante de falsidade 504301538, depoimento do Sr. Glauco Costa Marques,
00:13o Sr. Roberto Teixeira se encontra lá presente na audiência de conferência, em princípio, o acusado não acompanha o interrogativo de acusado,
00:21mas como ele já foi ouvido, acho que não existe problema em ele participar. Tem alguma objeção?
00:25Não? Perfeito. Sr. Glauco, da Costa Marques, o Sr. já foi interrogado na ação penal, certo?
00:35Foi pedido que o Sr. prestasse um novo depoimento sobre esse recípro, certo?
00:41Então vão ser feitas algumas indagações ao Sr. a esse respeito, certo?
00:44Certo.
00:45Eu vou pedir para o Sr. se aproximar da mesa e puxar o microfone mais próximo.
00:50É, eu tenho que me aproximar que eu também sou meio surto.
00:53Perfeito. Sr. Glauco, mais uma vez, eu vou lembrar o Sr. que o Sr. é acusado no processo penal,
01:00e como acusado o Sr. tem o direito de permanecer em silêncio.
01:03O Sr. não é obrigado a responder nenhuma pergunta que lhe for feita.
01:07Se o Sr. escolher não responder, isso não lhe traz nenhum prejuízo, certo?
01:12No entanto, eu também, essa é a oportunidade que o Sr. tem de falar no processo.
01:17Tudo o que o Sr. falar vai ser considerado para o julgamento, certo?
01:20Não vou reiterar aqui o interrogatório que foi feito ao Sr.
01:25Eu vou começar perguntando, porque é a ordem legal das indagações ao acusado no processo penal.
01:32Eu não vou reiterar aqui as indagações que foram feitas ao Sr. naquela oportunidade.
01:37Essa audiência diz mais respeito à questão dos recibos daquele aluguel do apartamento.
01:42O Sr. declarou no último depoimento que o Sr. não recebia os valores correspondentes ao aluguel
01:49e que o Sr. teria começado a recebê-los somente no final de 2015, por depósito.
01:56É isso mesmo, Sr. Glauco?
01:57É isso, desde fevereiro, o aluguel iniciou, o meu contrato, a partir de 1º de fevereiro de 2011.
02:10Certo.
02:10Até 30 de outubro de 2015 eu não recebi.
02:15Eu comecei a receber o aluguel de novembro, que eles pagaram dia 5 de dezembro, 7, por depósito, como já esclareci.
02:27Depósito não identificado em envelope.
02:30Perfeito.
02:31Então antes o Sr. mantém a sua afirmação de que o Sr. não recebeu valores de aluguel.
02:35Não recebi.
02:35E depois o Sr. recebeu algum atrasado desses valores?
02:39Não recebi atrasado.
02:40Certo. Como é que o Sr. explica esses recibos que foram apresentados pela defesa do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva?
02:47O Sr. assinava recibos relativamente a essa alocação?
02:51Assinava, sim, Sr.
02:53O Sr. pode me descrever como era esse procedimento?
02:57Eu vou contar, vou desenrolar.
03:00Eu fiz um contrato de aluguel com a dona Marisa.
03:13E como o apartamento vinha sendo alugado há muitos anos, primeiro pelo PT e depois pela Presidência da República,
03:22eu tinha a expectativa de receber esse aluguel.
03:26Embora o apartamento tivesse comprado para o Zé Carlos e o outro apartamento.
03:33Mas era uma maneira de corrigir o dinheiro que eu emprestei.
03:38Na minha cabeça era isso.
03:41Aí, o aluguel de fevereiro, que vence dia 5 de março, eles não me pagaram.
03:48Aí, esperei o aluguel de março, que vence dia 5 de abril, eles não me pagaram.
03:57Eu fui falar com o Zé Carlos.
04:00Olha, eles não me pagaram o aluguel.
04:03O que pode estar acontecendo?
04:07Ele falou,
04:09Lócos, esquece o aluguel.
04:12Eu falei, mas eu declarei o imposto no Carnê Leão.
04:22O aluguel de fevereiro, que eles pagam dia 5 de março, o Carnê Leão vence 30 de abril.
04:31O aluguel de março, que eles pagam dia 5 de abril, vence 31 de maio.
04:38E aí, além de eu não receber o aluguel, ainda vou pagar o imposto?
04:47Ele falou, não.
04:48Eu vou ressarcir esse imposto para você.
04:53Porque eles vão declarar que pagaram o aluguel.
04:58E aí você vai ter que declarar que recebeu o aluguel.
05:03Então, eu vou te ressarcir esse imposto.
05:08E aí, o desenrolar da coisa foi o seguinte.
05:13Aí, eu, na véspera de declaração do imposto de renda,
05:23eles tinham que pegar o recibo que faz parte do imposto de renda.
05:28Eu fiz, eu tenho a cópia, eu fiz os recibos todos de 2011, de fevereiro, março, até dezembro.
05:42E aí, eu assinei e entreguei para o contador deles, que era o João.
05:54E todo ano era isso.
05:58O senhor entendeu?
05:58Eu fazia os recibos agora.
06:05E quem que indicou o senhor João para o senhor entregar isso?
06:09Ele fazia também o cálculo do recolhimento do Carnê Leão para o senhor?
06:14Ele fazia o cálculo do Carnê Leão.
06:16Porque ele era o contador do Roberto Teixeira, ele que fazia a declaração do ex-presidente, da dona Marisa.
06:29Então, o Roberto Teixeira mesmo falou, entrega para o João.
06:34Isso aí.
06:35Eu peguei e entreguei para o João.
06:36E eu fazia os recibos, mas, e assinava.
06:42Alguns, alguns recibos, eu chegava lá, entregava para o João, ele falou, isso aqui, tem um erro aqui.
06:51Então, alguns ele refazia e eu assinava.
06:55Entendeu?
06:56Então, era, mas a dinâmica era essa.
06:59Eu fazia os recibos, assinava e entregava para ele.
07:03Agora, eu não achei a cópia, e eu ficava com a cópia do que eu tinha feito.
07:09Sim.
07:09E eu não achei cópia de alguns recibos, sabe?
07:14Então, eu acho que esses recibos que eu não achei a cópia, foram os que eu fazia lá.
07:24Porque eu moro em Campo Grande, então fazia o recibo lá em Campo Grande, no computador.
07:30E aí, quando eu ia lá, você não entendeu?
07:33Perfeito.
07:34Aí, teve aquela situação que o senhor foi internado em final de 2015, isso?
07:40Isso.
07:41Perfeito.
07:41E o senhor chegou a assinar recibos também no hospital?
07:44Assinei.
07:46O senhor pode me esclarecer como isso aconteceu?
07:49Olha, eu...
07:51O João esteve lá.
07:58Eu vi agora, para refrescar a memória, dia 3 e dia 4.
08:03Sim.
08:04Dia 3 e dia 4 foi entre véspera e véspera da minha operação.
08:09Entendeu?
08:10E ele foi com os recibos de 2015.
08:15Sim.
08:16Porque os de 2014, né?
08:18Eu tinha...
08:20E aí, eu assinei os recibos referentes aos aluguéis de 2015, para ele.
08:27Talvez tenha assinado mais algum recibo anterior, que tenha errado.
08:32Ele falou, olha, eu não lembro.
08:35O senhor sabe, véspera e antivéspera.
08:37De uma operação.
08:38Entrando aquela porção de gente, eu estou ali, né?
08:42Dia 4, principalmente.
08:44Entra um.
08:45Olha, você tem que tomar esse remédio.
08:47Vem dar injeção.
08:48Vem medir pressão.
08:49Então, isso aí foi...
08:51Ele esperava, ele sentou ali, esperava.
08:54Na hora que saía do quarto, as enfermeiras...
08:55Mas como é que foi combinado dele ir lá pegar os recibos?
08:58Como é que o senhor pode voltar um pouquinho no tempo atrás?
09:03Esse recibo de 2015?
09:04Isso, isso.
09:05Olha, eu não tenho certeza se ele me ligou.
09:15Ele apareceu de surpresa no hospital?
09:18Ele tinha avisado antes?
09:19Não, não.
09:19Ele avisou que vinha tal dia, tal hora, né?
09:24Porque...
09:25Eu não lembro se eu falei com ele que eu não tinha o recibo, porque eu estava pondo a minha
09:33vida em ordem.
09:34Sim.
09:34Eu ia fazer uma operação grande, eu chamei meus filhos e tudo, para resolver com eles,
09:41né?
09:41Mas tinha alguma urgência, alguma coisa assim?
09:45Porque assinar recebe o aluguel no hospital, né?
09:47Meio...
09:50Não, para deixar em ordem as coisas, né?
09:53Agora, pode ser consequência da ida do Roberto lá.
09:59O senhor entendeu?
09:59Porque o Roberto esteve antes do João.
10:03E...
10:04Pode ser, sim, consequência, né?
10:06Quantos...
10:07O senhor mencionou essa visita do senhor Roberto Teixeira, que o senhor encontrou ele no
10:11hospital.
10:12O senhor encontrou ele aonde no hospital?
10:13O senhor já estava internado?
10:14Eu estava internado, e ele entrou dentro do meu quarto, para conversar comigo.
10:20Isso foi o quê?
10:21Alguns dias antes do...
10:23Quanto tempo antes da visita do João?
10:25Deve ter sido no final de novembro, finalzinho de novembro, ou comecinho de dezembro.
10:34Entendeu?
10:35Deve ser dia 30, dia 29, 30 de novembro, até dia 2 de...
10:43E o que ele foi fazer lá, meu?
10:44O senhor pode me relembrar?
10:46Ele foi comunicar que, daquela data em diante, eles iam pagar o aluguel.
10:56Tá.
10:57E ele falou alguma coisa que o senhor João ia colher os recibos, ou não?
11:03Isso foi coisa totalmente independente.
11:05Olha, eu não me lembro disso aí.
11:07Mas eu acho, se o João esteve lá, é consequência dessa conversa que nós tivemos.
11:12Deixar regularizado a declaração, porque, de certo, do jeito que eu achei que eu ia demorar
11:20para sair e tudo, ele também achava.
11:22Aí, não tem recípro para juntar na declaração, alguma coisa assim.
11:28Embora o senhor Roberto Teixeira tenha afirmado que encontrou com o senhor no hospital,
11:33não necessariamente nessa circunstância, o hospital não confirmou o registro de visita
11:37dele ao senhor nessa época.
11:40O senhor sabe me dizer por quê?
11:43Eu sei.
11:44Ele entrou sem se identificar.
11:46porque a entrada no hospital, que a gente faz o crachá lá na frente, é falha.
12:03E eu vou dizer para o senhor, vou dar um exemplo.
12:06Um exemplo.
12:06Quando eu estava operado, meus filhos alugaram um apartamento, um flat, na frente do hospital,
12:16na rua lateral, não na rua principal.
12:19Era uma esquina que fica, né?
12:22Então, eles alugaram bem na frente do pronto-socorro do hospital.
12:27Então, eles saíam dali, sem se identificar, e entravam pelo pronto-socorro.
12:42Sim.
12:43E eu vou explicar para o senhor.
12:44Então, isso aí, nem toda entrada é fiscalizada.
12:49A principal é, mas as outras não são.
12:51Tem outra entrada, ela é onde pega carro, tem uma função de lugar.
12:58E, naquelas visitas que me fizeram, porque eu vi no processo todas as visitas.
13:08Sim.
13:09Então, por exemplo, a manicure que entrou para fazer a unha da minha filha.
13:15Ela entrou num dia, na visita está escrito, entrou tal hora, tal dia.
13:23Saiu no outro dia.
13:25Quer dizer, eles saíram, sem se identificar.
13:27Entraram no outro dia, e depois saíram e apresentaram o cachá.
13:32Às vezes esquece, volta lá, apresenta, derruba o cachá lá naquela época.
13:37O senhor entendeu?
13:37E o meu cunhado, meu concunhado, me visitou.
13:45Saiu cinco dias depois?
13:47Não.
13:48Ele esqueceu, mandou pelo filho, alguém que foi me visitar.
13:53Olha, leva esse cachá que eu esqueci de entregar.
13:56Aí, pôs lá, o que que acontece?
13:59O senhor acha que ele ficou cinco dias dentro do hospital?
14:02Sim.
14:03Então, é muito falho isso aí.
14:05Entendeu?
14:06Estou dando vários exemplos.
14:07Sim.
14:08Questão do imposto de renda que o senhor recolhia a escarnelião, era o senhor que pagava mesmo?
14:13Olha, eu vou contar o carnê-leão.
14:23O José Carlos falou que ia me repor.
14:25Ele me repunha o dinheiro.
14:29E eu pagava o carnê-leão.
14:31O senhor entendeu?
14:31É, às vezes eu pulava um mês e teve um ano, como este ano.
14:38Este ano, até agora, eu não paguei o carnê-leão.
14:40Sim.
14:41Nem um mês.
14:42Vou pagar antes do final do ano.
14:43Sim.
14:44Porque eu tenho que declarar.
14:46O senhor entendeu?
14:47O senhor mesmo que pagava, então?
14:49Eu pagava.
14:50Por exemplo, qual é o procedimento?
14:52Eu tenho conta no Banco do Brasil.
14:55E não tinha no Santander, não tem mais.
14:59Chega no Banco do Brasil para pagar.
15:03Eu tenho várias contas.
15:04Pagar telefone, ruas, carnê-leão.
15:09Chego para pagar.
15:11Qual é o procedimento?
15:13Ele pega, soma tudo, faz um saque do valor total e quita tudo.
15:22Entendeu?
15:23Esse é o procedimento.
15:24Mas eu que pagava o carnê-leão.
15:27O senhor Muniz, João Leite, foi...
15:30Na verdade, consta que registra de visita três vezes ao senhor no hospital.
15:35Sim.
15:35Por que três vezes?
15:37É porque eu não lembro exatamente, mas era questão relacionada ao recibo.
15:44Devia ter algum recibo errado.
15:46Sim.
15:47O senhor entendeu?
15:48Algum recibo errado.
15:49Eu lembro que ele falou, eu vou lá, ver se eu imprimo.
15:54Aí voltou, falou, olha, eu vou no meu escritório, porque aqui não tem lugar para imprimir.
15:59E aí, era isso aí.
16:01Quando o senhor no processo também foi juntado pela defesa, um e-mail que o senhor encaminhou,
16:06Cláudio Gaston Marques, GM Marques, arroba Globo.
16:12O senhor mandou um e-mail em 7 de abril de 2014 para o João.
16:16Apesar do João, os aluguéis recebidos em 2013 foram...
16:20Aí o senhor relacionou os aluguéis, os valores do aluguéis mês a mês.
16:24O senhor mandava essas informações para o senhor Muniz?
16:27Para ele fazer a declaração do imposto de renda da dona Marisa e do ex-presidente.
16:38O senhor pagava algum valor ao senhor Muniz por esse serviço que ele fazia de calcular o carnelhão?
16:44Não, porque esse serviço ele estava fazendo, era praticamente para a dona Marisa, né?
16:51Então, como ele era responsável por isso, quando eu entregava, por exemplo, geralmente a declaração vai até abril,
17:01eu geralmente entregava isso em fevereiro, março, aí ele fazia.
17:06Eu fazia o reajuste pelo índice e ele fazia o que eu tinha que pagar para o carnelhão.
17:15Nem todos eles faziam.
17:17Mas ele então, o senhor mesmo não pagava nada?
17:19Não, perfeito.
17:22Só um esclarecimento do juízo, eu vou passar ao Ministério Pobos, tem alguma pergunta?
17:30Consta da quebra de sigilo bancário das contas do senhor,
17:34Com relação à questão do carnelhão, os pagamentos feitos com relação aos meses de 2015,
17:51que o pagamento não saiu da sua conta, mesmo por saques globais, como o senhor explicou aqui agora,
18:01relativos ao ano de 2015.
18:05A quebra de sigilo não revela esses pagamentos.
18:09Em alguma oportunidade, alguém pagou diretamente o valor do carnelhão?
18:14Depois dessa visita ao hospital,
18:17como foi feito o pagamento dos DARFs do carnelhão?
18:22Não foi feito pelo senhor?
18:25O senhor estava hospitalizado.
18:26Mas, em 2015, quando foi feito o pagamento?
18:33Quando é a data?
18:42Foram todas pagas de forma acumulada no dia 9 do 12 de 2015.
18:48Logo depois das visitas.
18:49Eu estava operado.
18:49Esse dia 9 do 12, o pagamento foi feito pelo senhor, não?
18:55Não.
18:55Eu não podia fazer esse pagamento.
18:57Então, os DARFs foram preparados.
19:01Houve a ida do senhor João Muniz ao hospital.
19:05Colheu as assinaturas nos recibos.
19:07E ele emitiu os DARFs para pagamento do carnelhão de 2015?
19:13Pode até ser.
19:14E ele mesmo?
19:15E quem pagou?
19:16Quem efetou esse pagamento?
19:17Do dia 9 do 12?
19:18Olha, eu não sei.
19:20Tem a conta, pode ser do meu filho, pode ser...
19:24Porque eu tomo cuidado de, antes de terminar o ano, eu pagar os carnelhão.
19:29Eu não sei.
19:30Pode ser meu filho, pode ser...
19:33Eu não sei quem pagou.
19:34O senhor Bunlai pode ter pago também?
19:36O senhor Bunlai pode ter pago?
19:39Não, ele não.
19:40Mas pode ser o próprio João, o Roberto Teixeira.
19:45O senhor não se recorda, então, é isso.
19:47O senhor não sabe.
19:48Mas pode ser.
19:50Sim, sim, sim.
19:51O senhor Roberto Teixeira poderia ter pago?
19:53Não, ele podia ter mandado alguém pagar, né?
19:58Existia essa conversa com ele, desses pagamentos?
20:01Não, sempre eu que pagava.
20:03Pode ser que, para ficar regularizado, eu ia...
20:08De fato, eu saía dia 29 de dezembro.
20:11E o senhor era sempre ressarcido desses pagamentos?
20:14É, o Zé Carlos ressarcia.
20:16Efetuava depósitos na sua conta?
20:18Não.
20:19O senhor quer ver?
20:21Era 230 por mês, mais ou menos.
20:26230, 250.
20:27Então, o que acontecia?
20:32Alguns acertos de conta que eu tinha com o Zé Carlos, vamos supor, compramos um cavalo,
20:38uma coisa assim, né?
20:40Ele ia acertar comigo.
20:42Ele falou, Glauco, quanto que você pagou de canelhão?
20:45Ah, esse ano eu paguei 2.500.
20:47Ele já me ressarcia os 2.500.
20:49Já entendeu?
20:51Porque era uma coisa pequena.
20:55Consta aqui da quebra de sigilo telefônico que há nos autos, de dados telefônicos,
21:00que o senhor recebeu alguns telefonemas do senhor Roberto Teixeira, já quando o senhor estava hospitalizado.
21:06O senhor chegou a falar com ele?
21:08Eu cheguei antes de operar.
21:09Antes de operar.
21:10E foi tratado nesses telefonemas da ida do contador?
21:16Não.
21:17Não foi tratado.
21:18A ida do contador foi tratada com ele em algum momento?
21:21Com o Roberto Teixeira, não.
21:23Naquela visita que o senhor fez referência, que ocorreu...
21:27Na visita que o senhor recebeu de Roberto Teixeira no hospital, que o senhor reafirmou que recebeu essa visita,
21:36ele tratou com o senhor da ida do contador?
21:38Não.
21:39É como o contador ficou sabendo que o senhor estava hospitalizado?
21:43Eu acho que eu telefonei, ou ele falou com o contador, isso aí eu não sei.
21:48Mas eu acho que eu liguei para o contador para falar, porque eu estava resolvendo minhas pendências e tudo antes de operar.
22:09O senhor disse que os recibos eram... o senhor produzia os recibos em duas vias, é isso?
22:17É, uma eu deixava lá em casa, porque eu moro em Campo Grande.
22:20Então eu deixava arquivado, eu vou mostrar para a senhora como é que eu fazia.
22:25Vamos supor, os recibos aqui, eu vou mostrar para a senhora, eu pegava o recibos.
22:42Olha só, o que eu deixava arquivado é justamente, olha, eu recebo, 5 de julho de 2013, eu deixava lá em casa.
22:54Aí eu pagava o carnê e grampiava.
22:58Eu pedia para o senhor falar no microfone, porque é gravado, tá?
23:01Sim, senhor.
23:02O senhor entendeu?
23:04Entendi.
23:04Isso aqui o João fazia para mim.
23:06Perfeito.
23:06Silêncio, a defesa se compromete a juntar os recibos que estão sendo apresentados.
23:24Porque aí o senhor vai ver que tem recibo com erro e que não bate com o recibo que eu assinei,
23:34porque eu levava, ele via, ah, isso aqui tem erro.
23:37Certo.
23:38E aí eu assinava, mas o meia cópia ficava lá para eu grampiar.
23:43Eles não têm o mesmo teor daqueles que estão juntados?
23:45Isso, tem uns que não tem, mas que eu assinei.
23:48O senhor poderia referir qual desses?
23:50Como?
23:50O senhor consegue referir qual desses não tem o mesmo teor?
23:53Ah, não, eu não sei aqui agora.
23:54Mas ele vai juntar, né?
23:55Mas eu posso juntar e mostrar o que não, o senhor entendeu?
24:00Então, eu tenho, o senhor pode ver, ó, eu grampiava, certo, pagava e grampiava.
24:08Certo, então sem mais perguntas.
24:11Os defensores em São Paulo têm perguntas?
24:14Quer começar?
24:17Não.
24:21A minha página pode colocar o senhor.
24:25Certo.
24:26Algum defensor tem perguntas em São Paulo ou não?
24:28Não?
24:29Não, não, não, não.
24:31Certo.
24:32As defesas presentes aqui em Curitiba, tem perguntas?
24:36Sim, excelência.
24:37Então, por gentileza.
24:38Então, por gentileza.
24:42Sérgio Palomares, pela defesa do senhor Glauco.
24:48Senhor Glauco, o senhor já informou aqui que não recebeu alugueres do apartamento 121 de São Bernardo,
24:55desde o início da locação até a fatídica visita do doutor Roberto Teixeira ao seu hospital, ao seu hospital, quando o senhor estava no fevereiro.
25:04O senhor confirma isso?
25:05Confirmo.
25:05Ok.
25:06Se o senhor não recebeu os alugueres, me explica, por que o senhor declarou, na sua declaração de imposto de renda, o recebimento?
25:16Olha, por vários motivos. Primeiro, que eu pagava o imposto.
25:28E eu tinha o contrato de aluguel. Pagava o imposto. Eu tinha que declarar o que eu recebi.
25:38Porque eles, a dona Marisa ia declarar que pagou.
25:45Entendi.
25:46Para ficar regularizado.
25:49Entendi.
25:50Então, mas se o senhor não recebeu os alugueres, por que o senhor recolhia os impostos?
25:56Eu contei isso agora já aqui, mas vou repetir.
26:02Eu, como eu não recebi o aluguel de fevereiro, nem o aluguel de março, vou dar um exemplo.
26:12O aluguel de fevereiro, eu tinha que receber dia 5 de março, até o dia 5 de março.
26:19E o que eu recebi em março, eu tinha que declarar ao Carnê Leão, para pagar final de abril.
26:26O que recebe naquele mês, a gente paga no fim do mês seguinte.
26:32Então, eu fui falar com o Zé Carlos.
26:37Pô, além de eu não receber o aluguel, ainda vou ter que pagar o imposto?
26:43Ele falou, não. Eu vou te ressarcir do imposto.
26:47É o que ele fez durante uma temporada.
26:51Depois de 2015, acabou esse negócio e não me pagou mais.
26:57Entendi. Então, nessa ocasião que o senhor foi falar com o senhor online,
27:02é que o senhor tomou conhecimento definitivo que o senhor não iria receber alugueres.
27:06Isso. Ele falou, esquece esse pagamento de alugueres.
27:11Aí eu falei para ele, além de não receber aluguel, ainda vou pagar o imposto?
27:20Ele falou, tudo bem, paga o imposto.
27:24Porque ele pediu para eu declarar, porque eles tinham declarado que pagaram.
27:30Entendi.
27:31Então, se o senhor não recebeu os alugueles, o senhor sabe dizer se o ex-presidente Lula,
27:34a senhora Maria Letícia, pagou esse aluguel para alguém?
27:39Não, eu não tenho conhecimento.
27:42Perfeito.
27:46José Carlos Bunlar, o senhor já esclareceu que ele reembolsou o senhor pelos alugueres,
27:51que não reembolsou o senhor pelos alugueres, mas reembolsou o senhor pelos recolhimentos dos impostos de renda.
27:57Sim.
27:57Perfeito. Todos os carnês e milhões que o senhor recolheu,
28:00em algum momento o senhor fazia um encontro de contas com o senhor Bunlar
28:05e ele lhe recolhia da forma como o senhor já...
28:07Fazia um encontro de contas pelo menos seis meses, porque era tão pouco, né?
28:11Porque durante o ano eu gastava 2.500, então...
28:16Ok.
28:17Na ocasião que o doutor Roberto Teixeira esteve no hospital,
28:24ele chegou a lhe esclarecer por que queriam começar a pagar os alugueres do senhor?
28:29Quer dizer, ele deve ter falado alguma coisa que eu não me lembro agora,
28:36porque eu lembro do fato, quer dizer, do...
28:43O que importava é que ele ia pagar dali pra frente.
28:47E naquele momento eu pensava assim...
28:56Com esse negócio que aconteceu, prisão dos encargos e tudo,
29:00e ele já não me pagou,
29:02eu não vou mais receber esse dinheiro.
29:07Então, daqui pra frente, já tá no meu nome mesmo,
29:13eu vou assumir que o apartamento é meu.
29:16Porque até aquela data, na minha cabeça,
29:20eu tinha comprado pro Zé Carlos e ele tava me devendo esse dinheiro do apartamento.
29:26Mas dali pra frente, aí que eu comecei a receber o aluguel e tudo,
29:31aí o apartamento já foi meu.
29:33E ele também nunca...
29:35Também nunca mais conversão e...
29:38E ele também nunca mandou pagar, nunca...
29:42Então, o apartamento, na minha cabeça, é meu.
29:46O contador João, ele faz...
29:47Eu vou interromper aqui o contamento do áudio, então.
29:49Caminho, ele faz o parfum do áudio, então.
29:56Boa noite!
29:58E aí
30:05E aí
30:07E aí
30:08E aí
30:10E aí
30:10E aí
30:12E aí
30:15E aí

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