O Irã revidou e lançou novos ataques contra Israel após ter sido alvo do país nesta sexta-feira (13). O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que esses ataques representam um “momento decisivo na história” do país. O correspondente internacional Luca Bassani traz os detalhes do caso. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez, com comentários de Maria de Carli, Paulo Loiola, Monica Rosemberg e Victor Missiato, analisa os possíveis cenários.
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NotíciasTranscrição
00:00Vamos lá. O Irã revidou e fez novos ataques a Israel.
00:05Eu não sabia disso. Agora, hein?
00:06O exército israelense fez bombardeios na madrugada desta sexta.
00:11Vamos acionar o nosso correspondente da Europa, Luca Bassani.
00:15Vamos abrir esse debate agora.
00:17Luca Bassani, você está conosco, Luca Bassani? Eu quero ouvi-lo.
00:24Estou sim, Capês. Tudo...
00:25Ah, Luca, então ótimo. Eu quero fazer a pergunta a você.
00:27Bom, claro que, em primeiro lugar, é uma ação militarmente que o israelense,
00:37quem mora em Israel, reputa necessária, porque o Irã já ameaçou por mais de uma vez.
00:44Se não me engano, era o presidente do Arriminejad, falou de extermínio de todos os judeus,
00:49extermínio de Israel, negou o holocausto.
00:50E, é claro, uma bomba nuclear, uma bomba atômica para o Irã é uma grande ameaça a Israel e também ao mundo,
00:59porque motivaria uma reação nuclear também, que seria catastrófica em escala mundial.
01:04Segundo Netanyahu, o Irã já poderia dar início à construção de nove bombas nucleares.
01:09Eu quero ouvi-lo, porque é uma jogada política que dá prestígio, sobrevida a Bibi Netanyahu.
01:17Então, muitos israelenses já dizem que ele será responsável por ter reorganizado o xadrez do Oriente Médio,
01:23mas, ao mesmo tempo, é uma jogada arriscada.
01:26Como eu estou na dúvida, só há uma pessoa a quem eu posso recorrer.
01:29Luca Bassani, explica pra gente.
01:31Obrigado, Capês.
01:33Realmente, uma ação que é considerada necessária não só pelos israelenses,
01:37mas por grande parte dos árabes do Oriente Médio, que não nutrem sentimentos positivos pelo Irã.
01:44É bom a gente sempre lembrar que os iranianos são persas,
01:47seguem, em sua maioria, a vertente xiita, que vai pela vertente ideológica dos doze irmãs,
01:53depois descendentes das filhas de Maomé,
01:56e, por isso, há várias divergências ideológicas também nesse aspecto religioso.
02:01Os países árabes, principalmente aqueles que querem projetar o seu poder regional,
02:06como a Arábia Saudita, detestam a política da República Islâmica do Irã.
02:10E, apesar de não apoiarem Israel, até muitos deles não terem relações diplomáticas formais com o Estado de Israel,
02:16também estão felizes com esta ação que vai inviabilizar o projeto nuclear do Irã.
02:22Como você bem colocou, seria um grande risco, não só para toda aquela população,
02:27mas também para os próprios iranianos.
02:29Afinal, a gente sabe que o governo é extremamente impopular,
02:32é um governo anti-mulher, anti-minoria, que prende as pessoas arbitrariamente,
02:36tem a polícia da moral, que assassina mulheres que não utilizam a roupa islâmica adequada,
02:42corta sempre a internet.
02:43É uma das ditaduras mais tirânicas do mundo, e eu estive lá pessoalmente no Irã.
02:47Posso afirmar que também, como um visitante, me senti muito mal pelo tratamento do governo.
02:52As pessoas são muito gentis, são muito hospitaleiras, mas o governo é realmente tenebroso.
02:58Em relação a isso, a gente vê que se o Estado iraniano se nuclearizasse,
03:02a chance da queda da ditadura dos ayatollahs se tornaria muito menor.
03:07Exemplo da Coreia do Norte, que muitos na década de 80, 90,
03:10aventavam a possibilidade de se tornar um Estado falido e deixar de existir,
03:16eventualmente no futuro, mas agora com armas nucleares,
03:19é considerado um dos importantes players do mundo geopolítico.
03:22O mesmo poderia acontecer com o Irã.
03:24Quais são os argumentos utilizados por Israel?
03:26A própria Agência Internacional de Energia Atômica diz que os iranianos
03:30já estavam enriquecendo urânio acima de 60%.
03:34É bom dizer para a nossa audiência que o urânio enriquecido, de 3 a 5%,
03:39ele serve para fins civis, para conseguir energia, para conseguir abastecer as cidades.
03:45Mas se ele ultrapassa o nível de 90%, aí significa que tem uma finalidade bélica.
03:51E o Irã, em alguns relatórios da própria União Europeia, já estaria na faixa de 80% até mesmo.
03:56Então, era muito perigosa essa possibilidade.
04:00Os ataques israelenses foram precisos na cidade de Isfahan,
04:04Tabriz, Shiraz e também Natanz.
04:07Uma que fica por volta de 200 quilômetros de Terã,
04:09onde temos grandes instalações de enriquecimento de urânio subterrâneas.
04:13Elas não foram completamente danificadas,
04:16mas já bastante destruídas durante esta última operação.
04:20O governo Zayatolás prometeu se vingar.
04:23E nós temos já alguns mísseis indo em direção a Israel durante essas últimas horas.
04:30Israel disse que conseguiu interceptar muitos deles,
04:32mas pede para que a população fique perto dos bunkers e sempre alerta a todas as novas informações
04:39que serão passadas pela defesa civil para tentar diminuir o número de casualidades,
04:43já que deve ser uma das respostas mais violentas dentre este conflito persa-israelense
04:50desde o começo dessas hostilidades.
04:52Como você bem falou, o Irã repetidas vezes pediu o fim do Estado de Israel,
04:57inclusive durante as orações de sexta-feira.
04:59O próprio Ali Khamenei, o líder supremo do Irã,
05:02ele diz morte a Israel, morte aos judeus, morte à América.
05:06Então é uma arma nuclear nas mãos do Estado iraniano.
05:09Isso significaria também utilizar esse poder com fins ofensivos e não com o princípio da deterrência nuclear
05:17utilizado por muitos países para dissuadir ataques aos seus territórios,
05:21assim como faz a Índia e o Paquistão, como faz a China e, eventualmente, também como faz o Estado de Israel.
05:26Luca Bassani, o Fabrício Nath, que está aqui conosco, daqui a pouco ele vai entrar,
05:31não vamos fazer um bate-papo aqui, porque a Maria De Carli, todos estão aqui.
05:36Claro, é um privilégio para o nosso telespectador e ouvinte participar desse debate aqui com tantos especialistas.
05:43Enquanto você falava, havia uma imagem ali, uma fumaça em Tel Aviv, que parecia um T,
05:49e ela partia muito de baixo.
05:51Normalmente, quando há interceptação de mísseis, essa fumaça fica horizontalmente mais elevada.
05:56Essa vem de baixo, vem subindo e abre um T, que a gente não sabe o que eventualmente poderia.
06:02Agora, ela está até um pouco mais dispersada, mas ela vai de baixo, ela vai subindo e abre como se fosse um T.
06:09Luca Bassani, eu queria perguntar para você o seguinte.
06:12No primeiro ataque que Israel desferiu ao Irã, houve uma resposta que muitos disseram,
06:18uma resposta protocolar, negociada previamente com a CIA.
06:22Os mísseis eram mais antigos, ultrapassados, foram enviados.
06:25Mais ou menos, teve um mapeamento de onde eles iriam cair.
06:29Muito bem.
06:30Agora, a pergunta que eu faço é, esse foi um ataque decisivo de Israel.
06:36Eliminou o chefe da Guarda Revolucionária, o ex-comandante supremo das Forças Armadas do Irã,
06:43nos moldes da ação feita que inviabilizou praticamente uma reação do Hezbollah,
06:50uma ação catastrófica no Hassan Nasrallah.
06:53Eu pergunto a você, o regime teocrático do Irã já está seriamente abalado internamente.
07:01É um regime que não é totalmente popular e mantido a base da força.
07:07Será que os ayatollahs irão dar uma resposta?
07:12Porque os mísseis do Irã são mísseis avançadíssimos.
07:15E alguns deles têm capacidade de penetrar o espaço aéreo de Israel e atingir esses alvos.
07:21Isso provocaria uma reação de Israel.
07:23O Trump já falou.
07:24É melhor parar, porque eles estão com muitas armas,
07:27as melhores armas fabricadas pelos Estados Unidos,
07:30outras estão a caminho.
07:32E se vocês prosseguirem, assinar logo esse acordo para controle da sua armamento nuclear,
07:37vou destruir vocês.
07:38Eu quero ouvir você, meu amigo.
07:40Com a sua avaliação, vai ter uma reação do Irã ou não vai?
07:45Vai ter uma reação do Irã, porque primeiro é legítimo,
07:48de acordo com o direito internacional, que quando há um ataque no seu território,
07:52você possa revidar.
07:53E também porque, como é um governo tirânico,
07:56baseado na sua demonstração de força, não responder ao Estado de Israel,
08:00também é uma demonstração de fraqueza para a sua própria população.
08:04Então, o governo dos ayatollahs, obrigatoriamente,
08:06terá que responder aos ataques de Israel.
08:10Aquilo que nós vemos, todavia, é que o Irã, ele não tem nenhum prestígio,
08:15nem na região, nem internacionalmente.
08:16Não há nenhum Estado constituído que é aliado militarmente do Irã.
08:20O Irã depende das suas próxies, destes grupelhos fundamentalistas
08:24que ele ajudou a fundar ou até mesmo ajudou a financiar
08:27ao longo das últimas quatro décadas.
08:29Os Hutis no Iêmen, o Hezbollah no Líbano,
08:32o Hamas na faixa de Gaza e as milícias chiitas no Iraque.
08:36Antes havia o Estado da Síria, com Bachar Al-Assad,
08:38mas isso também deixou de existir nos últimos sete meses.
08:41Então, o timing de Israel foi preciso,
08:43porque ele sabe que o Irã não tem nenhum aliado de força
08:46que pode ajudá-lo em um ataque a Israel
08:49e nenhum dos países árabes vai se meter nesta confusão.
08:52Nós sabemos que quando a questão é palestina,
08:54quando se trata de árabes sunitas sendo mortos por Israel,
08:57aí alguns países árabes se solidarizam e podem,
09:01assim como fizeram no passado, até mesmo intervir militarmente.
09:04Mas no caso do Irã, que é um país persa, chiita,
09:06um pália na comunidade internacional,
09:08nenhum deles vai comprar essa briga contra Israel
09:10e principalmente contra os Estados Unidos.
09:13Olhando os grandes players, Rússia e China,
09:15também são aliados circunstanciais do Irã
09:18e não vão entrar nesse vespeiro que envolve questões religiosas
09:22e, sobretudo, mais um Estado nuclear dentro do contexto geopolítico.
09:27É um grupo muito exclusivo, são nove nações.
09:29Ter mais uma nação, por mais que ela seja sua aliada agora,
09:32não significa nada que no futuro eles possam mudar de postura.
09:37Então, a gente vai, obviamente, ficar de olho em todas essas questões
09:41e atualizar à medida que novas informações vão chegando,
09:45porque o cenário é bastante preocupante do ponto de vista da escalada
09:49e também econômico.
09:51Não podemos esquecer que, perto do Irã,
09:53o próprio Irã controla parte do Estreito de Hormuz,
09:55onde passa cerca de 20% do petróleo mundial.
09:59É um grande produtor exportador de petróleo,
10:01então os impactos econômicos de uma guerra generalizada,
10:04caso ela continue aumentando, eles também vão afetar o Brasil
10:08e todo o resto do mundo.
10:10O que você está olhando para cima toda hora?
10:13Você está tendo algum bombardeio aí?
10:14Você está preocupado com alguma coisa?
10:16Ô, Luca, estou vendo, você não está em Tel Aviv, não, né?
10:18Até porque está à noite.
10:19Ô, Luca, o Fabrício Nays, que vai te fazer uma pergunta agora,
10:23e uma informação importante.
10:25A Mônica Rosenberg tem parentes que moram em Israel.
10:29E, segundo a informação que chega para ela, de parentes,
10:32teria caído mesmo um míssil aí próximo a um bunker.
10:35Mas não há notícia de vítimas, nada disso, tá?
10:37Para ficar tranquilo.
10:38Mas, efetivamente, não foi interceptado.
10:41Fabrício Nays, sua pergunta para Luca Bassani.
10:43Luca, meu amigo, boa tarde.
10:45A gente tem acompanhado toda essa movimentação
10:48envolvendo Israel, Irã, nas últimas horas,
10:50nas últimas semanas, meses, anos até, inclusive.
10:54E chama muita atenção porque Benjamin Netanyahu
10:57conseguiu colocar, você falava de uma janela de oportunidades,
11:00um momento ideal para que Israel promovesse essa operação.
11:04E coloca os países europeus numa situação bastante delicada
11:08porque eles vinham fazendo uma pressão contra Israel
11:11nas últimas semanas por conta do que vem acontecendo na faixa de Gaza.
11:15Eu queria saber o que você tem ouvido aí de repercussão
11:18vindo do governo alemão, que é um dos principais países,
11:21uma das principais linhas militares e financeiras da Europa
11:26em relação a esses ataques das últimas horas.
11:30Olha, Fabrício, a questão alemã é bastante delicada
11:34porque o Estado alemão, desde a final da Segunda Guerra
11:37e da fundação do Estado de Israel,
11:39nunca se posicionou contra o Estado de Israel formalmente,
11:42até por umas questões históricas pelos alemães
11:45terem sido aqueles que orquestraram o Holocausto.
11:48Mas a gente vê que há uma mudança de retórica.
11:51Até o mês de abril, perdão, com o Olaf Scholz,
11:56nós tínhamos uma postura mais pró-Palestina,
11:58solução de dois Estados, buscando o diálogo sem atacar diretamente Israel,
12:03mas buscando exatamente toda essa possibilidade
12:06de termos um maior diálogo mediado pela União Europeia.
12:10No que diz respeito agora com o chanceler Mertz,
12:14ele ocupa uma posição mais conservadora,
12:17dizendo que alguns males vêm para o lado positivo
12:22e, nesse sentido, os alemães também vão tentar
12:26buscar uma negociação maior em relação a esta questão
12:31Israel-Palestina.
12:32No que diz respeito ao Irã,
12:33todos os países da União Europeia são contrários
12:36ao programa nuclear do Irã, inclusive à inteligência europeia,
12:38que têm denunciado esse enriquecimento muito alto de urânio
12:42que os iranianos têm feito na faixa dos 80%, 83%,
12:46segundo relatórios franceses, alemães, holandeses,
12:50que foram divulgados nos últimos meses.
12:52Então, acho que muitos deles vão pedir a desescalada,
12:54vão pedir a diplomacia, pedir uma maior conversa das duas partes
12:58para não termos mais uma crise humanitária concomitantemente,
13:03mas nós sabemos que não se sentem também muito pessimistas
13:07do Irã perder parte dos seus artefatos bélicos,
13:11principalmente nucleares, possivelmente nucleares,
13:14assim como aconteceu.
13:15Um alívio não só para os europeus,
13:17mas também para o Oriente Médio.
13:18Eu ressalto isso.
13:19A gente fala sobre a visão de Israel,
13:21a visão dos Estados Unidos,
13:23mas não podemos esquecer que os países lá em torno do Irã
13:25também são inimigos históricos e vêm com maus olhos
13:28o desenvolvimento do programa nuclear.
13:30Por isso, indiretamente, acabam também aprovando
13:34essa ação militar conduzida por Israel durante as últimas horas.
13:37A cientista política Maria Descartes tem uma pergunta a você.
13:41Oi, Luca. Boa tarde. Tudo bem?
13:43Muito bom falar aqui com você.
13:45De fato, você bem mencionou e colocou aqui.
13:48O Irã, de fato, um país ali isolado no Oriente Médio,
13:51bastante odiado pelos seus vizinhos.
13:53Inclusive, uma das razões do Hamas atacar Israel
13:58foi justamente numa época em que a Arábia Saudita e Israel
14:01tinham acabado de fazer um acordo.
14:03Estavam para fazer um acordo e a Arábia Saudita e o Irã
14:06são também inimigos regionais.
14:08Inclusive, antes mesmo, aqui no meio do programa,
14:10eu estava vendo, dando uma olhada no Twitter
14:12e eu vi um Twitter do exército do Irã
14:16que falava assim,
14:17nós não começamos.
14:19Interessante aí para quem estiver acompanhando os Twitters
14:21de ambos os governos para estar sempre antenado
14:23com como eles se posicionam.
14:25Nesse sentido, eu queria saber de você, Luca.
14:26num mundo cada vez mais bélico,
14:28onde a gente vê atualmente
14:30uma a cada seis crianças vivendo em zonas de conflito.
14:33Mais um conflito que parece chegar aí
14:35diante dos nossos olhos e se concretizar.
14:38Eu queria saber,
14:40você acha qual a probabilidade de um efeito dominó
14:42disso daí?
14:44Um Irã é um país meio que isolado politicamente regional,
14:47porém tem um certo apoio e alinhamento com a Rússia.
14:50Qual o efeito dominó das potências
14:52da Guerra Fria,
14:54a Rússia e os Estados Unidos
14:55se envolverem de fato nesse conflito?
14:57Com imagens ao vivo de Tel Aviv
14:59enquanto o Luca fala.
15:01Pois é, Maria.
15:02Você destacou muito bem
15:03que muitas crianças,
15:04muitas pessoas vivem em zonas de conflito,
15:06sobretudo no Oriente Médio,
15:08que, por exemplo,
15:09a Guerra da Síria acabou de acabar,
15:10mas a Guerra do Iêmen
15:11continua violenta.
15:12Na África, o Sudão,
15:13a maior catástrofe humanitária do momento,
15:16sem falar, obviamente,
15:17da faixa de Gaza.
15:18O fato que é bom a gente ressaltar
15:21que esta falta de prestígio
15:23ela dá a Israel
15:26uma certa vantagem estratégica,
15:28já que nem a Rússia,
15:30nem mesmo a China,
15:31as duas grandes potências,
15:33poderiam intervir militarmente,
15:34muito menos os países árabes.
15:35Eu não prevejo que Egito,
15:38Arábia Saudita, Jordânia,
15:39Emirados Árabes
15:40ataquem Israel para defender o Irã.
15:42Muito pelo contrário,
15:43muitos deles vão aproveitar
15:44essa situação
15:45para que o Irã perca o seu prestígio
15:47e eles possam projetar
15:48ainda mais o seu poder regional.
15:51Eu acredito que
15:52outro fato que vale a gente mencionar
15:54é que um ataque do Irã a Israel
15:56não pode ser deliberado,
15:57porque dentro de Israel
15:58nós temos cerca de 20% da população
16:00que são muçulmanos.
16:01Se eles começarem a bombardear Israel
16:03sem parar,
16:04supondo,
16:05muitos muçulmanos vão morrer
16:06e aí isso vai contra
16:08a própria versão deles
16:09de proteger a grande UMA,
16:11o grande califado islâmico
16:13que é pensado também na sua visão.
16:15Outro ponto são cidades históricas,
16:17religiosas importantes
16:18dentro da Terra Santa,
16:21dentro do território palestino,
16:22território israelense.
16:23Então, se há algum erro de cálculo
16:25e há uma danificação
16:26de uma mesquita sagrada
16:27ou de algum desses locais sagrados,
16:30isso também reverbera negativamente
16:31não só em todo o mundo muçulmano,
16:33mas internamente na população iraniana
16:35que é automaticamente mais religiosa.
16:37Portanto, eu acredito
16:38que as respostas acontecerão,
16:40talvez em uma proporção muito maior
16:42do que nós já observamos até agora,
16:44mas elas tendem a se focar
16:45em operações de inteligência
16:47e de precisão.
16:48Assim como Israel conduziu
16:49operações de inteligência,
16:51precisão,
16:51a gente vê muitos edifícios
16:52com um andar,
16:53um apartamento só atingido,
16:55as fotos de Teherã,
16:56provavelmente onde moravam
16:57os líderes militares iranianos.
17:00O Irã talvez tenda a responder
17:02nesta mesma toada
17:03para não causar um número maior
17:05de casualidades,
17:06sobretudo numa região
17:07etnicamente e religiosamente diversa
17:09como é Israel, Palestina,
17:11toda essa região do Levante
17:12que é muito concentrada
17:14populacionalmente falando.
17:16Mônica Rosenberg está aqui,
17:18tem parentes em Israel,
17:19claro, está preocupada motivadamente,
17:21tem mísseis caindo nesse momento,
17:24a gente não sabe se atingindo,
17:25se são mísseis que já foram explodidos,
17:29estão caindo seus destroços ou não.
17:31Mônica Rosenberg,
17:33sua pergunta.
17:34Luca, muito bom falar com você,
17:36enquanto a gente escutava
17:37a Maria te perguntar,
17:38nós vimos aí na imagem
17:40um míssel chegando
17:42e sendo interceptado,
17:43nós também,
17:44quem está conectado na internet
17:45está vendo imagens de mísseis
17:46caindo em Israel,
17:48mas isso era absolutamente previsível,
17:50em nenhum momento
17:51o Israel achou que ia mandar
17:53esse ataque
17:53e que nada ia acontecer.
17:55Nós lembramos,
17:56em outubro,
17:57quando teve aquela troca de mísseis
17:59e que o Irã mandou
18:00300 mísseis
18:02de baixíssima qualidade,
18:03que demoraram muito para chegar,
18:05era sabido que agora
18:06viriam mil
18:07e de boa qualidade,
18:08mísseis balísticos mais rápidos,
18:09muito mais letais.
18:11Então, tudo isso,
18:12se estava previsto,
18:13o único que ataca
18:14e acha que não vai ter resposta
18:15é o Hamas,
18:16que achou que ia fazer aquilo
18:17e nada ia acontecer.
18:17Israel estava preparado,
18:19vai continuar atacando
18:20a semana toda.
18:21Agora, uma coisa
18:22me chamou muito a atenção,
18:24aliás, na verdade, duas.
18:25A primeira é que o Hezbollah
18:26não participou desse contra-ataque.
18:29O normal,
18:30antigamente,
18:30antes de Israel
18:31enfraquecer o Hezbollah,
18:33era que imediatamente
18:34o proxy do Irã,
18:35que era o Hezbollah,
18:37era o primeiro ali
18:38do sul do Líbano
18:38a contra-atacar
18:39e, dessa vez,
18:40eles estão em silêncio.
18:41Então, eu queria entender
18:42de você,
18:43eles simplesmente não quiseram
18:44ou houve aí uma reação
18:45do governo do Líbano
18:46dizendo Hezbollah
18:48fica quietinho
18:48e deixa que o Irã
18:50tenha a sua própria briga?
18:52E a segunda pergunta
18:53é em relação
18:54à defesa,
18:55ao domo,
18:56no ataque de outubro,
18:58a Jordânia ajudou,
18:59os Estados Unidos ajudaram,
19:01houve um grupo ali
19:03que ajudou
19:04a defender Israel.
19:04Desta vez,
19:05Israel está sozinho
19:06ou a Jordânia
19:07não quis participar,
19:08não deu tempo?
19:09O que aconteceu?
19:11Olha, Mônica,
19:12é bom falar com você também,
19:13você levanta duas questões
19:14muito importantes.
19:15Eu voltei do Líbano
19:16faz cinco dias,
19:17eu estive no sul do Líbano,
19:18na região de Sidon,
19:19de Tiro,
19:20muito próximo
19:21da fronteira israelense,
19:22onde o Hezbollah
19:23tem o controle territorial
19:24e tirando as bandeiras
19:26do Hezbollah
19:26e as fotos
19:27de Hassan Nasrallah,
19:28o falecido líder
19:30do grupo terrorista
19:32no ano passado,
19:33nós não vemos
19:33uma grande presença
19:35militar deles
19:36pelas ruas
19:37destas cidades.
19:38Então,
19:38o Hezbollah
19:39foi severamente
19:40atingido
19:41pela última guerra
19:42com Israel
19:43e perdeu muito
19:44dos seus artefatos militares.
19:46Não tem a mesma
19:47capacidade de resposta
19:48como tinha anteriormente
19:50e essa também
19:51é uma das justificativas,
19:53pelo menos
19:53do ponto de vista analítico
19:54para Israel
19:55atacar agora o Irã.
19:56Porque ele sabe
19:57que antes,
19:58quando o Hezbollah
19:58estava no seu
19:59auge do poder,
20:01obviamente que teríamos
20:02uma resposta
20:03muito próxima
20:04do seu território
20:05muito mais rápida,
20:06mas não é o caso agora
20:07depois de quase
20:08sete, oito meses
20:09desta guerra
20:10entre o Líbano
20:11e o Estado de Israel.
20:13Falando sobre o domo,
20:15sobre essas novas,
20:17essas difíceis
20:18interceptações
20:20que Israel terá que fazer,
20:21eu acredito que ele
20:21não estará sozinho,
20:22os Estados Unidos
20:23foram avisados
20:25sobre essas operações
20:26e vão estar
20:27de prontidão
20:27para proteger
20:28o Estado de Israel,
20:29assim como outros países
20:30que têm alianças
20:31circunstanciais,
20:32como o caso da Jordânia,
20:33a própria Arábia Saudita
20:34naquela ocasião
20:35também ajudou a defender,
20:36então não acredito
20:37que Israel
20:38agirá sozinho
20:39caso um ataque
20:40de larga escala
20:41aconteça,
20:42sobretudo em áreas
20:43civis,
20:44áreas densamente povoadas,
20:45porque Israel,
20:46por mais que tenha sido
20:48o primeiro a fazer
20:48esse ataque,
20:49atacou de forma precisa
20:51lugares onde há armas,
20:53onde há o desenvolvimento
20:54do programa nuclear
20:55e também onde havia
20:56figuras muito importantes
20:58do exército iraniano
21:00e também das guardas,
21:01da guarda revolucionária,
21:02ou seja,
21:03pessoas já procuradas
21:04internacionalmente,
21:05alguns deles considerados
21:06terroristas internacionais.
21:07No caso do Irã,
21:09se ele revidar
21:10sobre a população civil
21:11de Israel,
21:12isso poderá também
21:14acabar com essa retórica
21:15de que estamos sendo
21:17a vítima dessa situação
21:18e perder ainda mais
21:20o prestígio já muito reduzido
21:21dos iranianos,
21:22no caso do governo iraniano
21:24nessa região do mundo
21:26durante os últimos 50 anos.
21:29Olha,
21:29Luca,
21:30nós estamos aqui,
21:31o Paulo Loyola
21:32vai fazer uma pergunta
21:33importante,
21:34mas antes,
21:35o nosso jornalista internacional,
21:36especializado em questões
21:38internacionais,
21:39está aqui,
21:40ele vai fazer uma abordagem,
21:42uma análise
21:42e, ao mesmo tempo,
21:43uma pergunta a você,
21:45está certo?
21:46E na sua resposta,
21:47na medida do possível,
21:48mais sintética,
21:49para dar tempo
21:49do Paulo Loyola
21:50também perguntar.
21:51Fabrício.
21:52Vamos começar aqui
21:53com uma informaçãozinha
21:54que chega agora, Capês.
21:55A IRNA,
21:56que é a agência de notícias
21:58do Irã,
21:59confirmou agora há pouco
22:00que mísseis chegaram
22:01em Tel Aviv,
22:02que mísseis foram disparados
22:04contra Tel Aviv
22:05e que eles atingiram,
22:07inclusive,
22:08as instalações
22:10do Ministério da Segurança
22:11de Israel
22:12lá em Tel Aviv.
22:13É isso que diz,
22:14nesse momento,
22:15a agência IRNA,
22:16que afirma que essa operação
22:17foi batizada
22:18True Promise 3,
22:19ou seja,
22:20Promessa Verdadeira 3,
22:22pelo governo iraniano.
22:24Hoje pela manhã, Capês,
22:25a gente havia recebido
22:26uma informação também
22:27vinda de agências iranianas,
22:29afirmando que aqueles drones
22:31que foram disparados
22:32de madrugada
22:32pelo Irã
22:33contra Israel,
22:35o governo iraniano,
22:36Teheran,
22:36afirmou que não eram
22:38parte da resposta
22:39que o governo planejava
22:41contra os ataques de ontem
22:42e que essa resposta,
22:43então,
22:43começa agora.
22:45Nesse momento,
22:46a gente acompanha aqui,
22:46ao vivo,
22:47na Jovem Pan,
22:48essa movimentação,
22:50essa resposta do Irã.
22:51Vocês trouxeram muito bem aqui
22:52que, no ano passado,
22:54nós tivemos troca de ataques aéreos
22:56entre Irã e Israel
22:57e, principalmente,
22:59os ataques iranianos
23:00eram muito protocolares,
23:01com mísseis antigos,
23:02alguns deles demorando
23:03seis horas
23:04para chegar no território
23:05israelense,
23:05ou seja,
23:06dando todo o tempo
23:07para que Israel se preparasse,
23:09que o país estivesse ali
23:10todo pronto,
23:11com o domo de ferro ativo
23:13para conseguir abater
23:14esses mísseis
23:14e agora a gente está
23:15diante aqui
23:16de uma situação
23:17diferente,
23:19mais intensa,
23:20em um momento
23:21muito mais
23:22delicado
23:23das relações
23:25entre esses países
23:26em toda a região.
23:28A Mônica questionava
23:29a ausência
23:31nesse momento
23:32do Hezbollah,
23:32um grupo que está
23:33muito enfraquecido.
23:34Israel foi muito
23:35competente
23:36nesse aspecto
23:37em conseguir
23:38enfraquecer
23:39os próxis
23:40iranianos
23:40na região.
23:41Então,
23:42tanto o Hezbollah
23:43no Líbano,
23:44quanto o Hamas
23:45na faixa de Gaza,
23:46claro,
23:47quanto também,
23:48por exemplo,
23:48os Hutis no Iêmen,
23:49aí já mais
23:50com o apoio
23:50dos Estados Unidos.
23:52Então,
23:53é um momento,
23:54uma janela ideal
23:55que Israel encontrou
23:56para atacar
23:58o Irã,
23:58mas sabendo
23:59que teria
24:00uma resposta
24:01firme,
24:02que é o que a gente
24:02está observando agora.
24:03É a primeira vez
24:04que nós vemos
24:04mísseis caindo
24:05em Tel Aviv.
24:06Os mísseis
24:07costumam ser
24:08todos interceptados.
24:09Qualquer ataque
24:10disparado
24:11contra Israel
24:12nos últimos
24:13dois anos,
24:14desde o 7 de outubro,
24:16costuma ser
24:16interceptado,
24:17no máximo
24:18em estilhaços
24:18ou em áreas
24:19muito pouco povoadas,
24:21sem causar
24:22grandes problemas.
24:24Agora,
24:24a gente pode
24:24estar diante
24:25de algo
24:25muito diferente.
24:28Luca,
24:28imagino também
24:29que na Europa
24:30isso vai repercutir
24:31de uma maneira
24:31muito negativa,
24:34porque aumenta
24:34uma tensão
24:35envolvendo um conflito
24:36cada vez
24:37mais global.
24:39Exatamente.
24:40Os europeus,
24:41eles...
24:42Só que,
24:43chega uma lá,
24:43a agência de notícias
24:45do Irã
24:45confirmou então
24:47que efetivamente,
24:48Luca,
24:48foram disparados
24:49os mísseis
24:50e um desses mísseis
24:51atingiu
24:52o Ministério
24:53de Segurança
24:54de Israel,
24:55segundo a agência.
24:56O Fabrício falava
24:57aqui,
24:58já emendando a pergunta,
24:59você acha que vai ser
25:00o ataque do Irã
25:01é um ataque
25:02para dar satisfação
25:03para o público interno
25:04ou deve se alastrar
25:05contra a Arábia Saudita
25:07e outros?
25:08Rapidamente, Luca,
25:09porque está chegando notícias
25:10aqui,
25:10o Paulo Loyola
25:11quer perguntar também.
25:13Não,
25:13tranquilo,
25:13vou tentar ser o mais sucinto
25:15possível,
25:15Capês.
25:16Respondendo a sua questão,
25:17eu acredito
25:18que o Irã,
25:18ele está respondendo agora
25:20de maneira rápida,
25:21primeiro para dar uma resposta
25:22ao público interno,
25:23já que muitos iranianos,
25:24principalmente aqueles
25:25mais fanáticos pelo governo,
25:27foram às ruas de Terã
25:28demandar uma resposta
25:30veemente por parte
25:31do governo
25:32da República Islâmica.
25:33Todavia,
25:34a gente sabe que essa resposta
25:35não vai conseguir ser
25:36de maneira tão grande
25:38quanto os iranianos gostariam,
25:40porque parte da sua
25:41infraestrutura bélica,
25:42principalmente mísseis
25:43balísticos intercontinentais,
25:45foram perdidos
25:46ou danificados
25:46durante a operação
25:47israelense
25:48da última madrugada,
25:49que não só atingiu
25:50as instalações nucleares,
25:51mas também outros pontos
25:53de estoques militares
25:55dos iranianos.
25:56Em relação aos europeus,
25:57eles se preocupam
25:58com mais uma crise humanitária
25:59no Oriente Médio,
26:00não só pelo caos
26:01de muitas pessoas mortas,
26:03desabrigadas,
26:04pessoas que eventualmente
26:06venham a perder a sua vida
26:07e as suas casas,
26:08mas também o impacto econômico.
26:09Nós temos aí
26:11as rotas do petróleo,
26:12das mais importantes,
26:13saindo do Irã,
26:14pelo estreito de Hormuz,
26:15passando depois pelo estreito
26:16de Babel Mandeb,
26:17que naturalmente
26:18já é também muito complexa
26:19pelos rutis.
26:20Então, isso tudo
26:21vai dificultar ainda mais
26:22a questão energética
26:23aqui na Europa,
26:24já que também muito
26:25daquilo que nós consumimos
26:27de energia aqui
26:28tem vindo do Oriente Médio
26:29desde que a guerra
26:29entre Rússia e Ucrânia começou.
26:31Paulo Goiola,
26:33sua pergunta.
26:34Luca, bom te ver.
26:36Obrigado por estar com a gente.
26:38Eu tenho uma pergunta
26:39que é a seguinte.
26:40A gente viu,
26:42recentemente,
26:43Netanyahu
26:44passar por problemas
26:45muito sérios internos
26:46inclusive com ameaça
26:48de saída
26:48de ultraconservadores
26:50e cada vez mais
26:52a comunidade internacional
26:53está se manifestando
26:56contra o genocídio
26:57que está sendo feito
26:58em Gaza
26:58por parte do governo
26:59israelense.
27:01Você acha que
27:02essa instabilidade
27:03e esse problema
27:05de avaliação interna
27:06impacta diretamente
27:09o governo Netanyahu
27:11ao ponto deles estarem
27:13buscando outra guerra
27:15porque sabemos
27:17que isso tem
27:17efeitos positivos
27:18sobre a popularidade
27:21de Netanyahu, Luca?
27:23Olha, Paulo,
27:24bom também falar com você.
27:25Eu acho que sim.
27:26Acho que a gente pode
27:27juntar as duas coisas.
27:29Na visão de Netanyahu
27:30talvez seja juntar
27:31o útil ao agradável.
27:32O útil é acabar
27:33com o programa nuclear
27:34do Irã
27:34e impedir
27:35uma nação tirânica
27:36de conquistar
27:38armas nucleares.
27:39E o agradável
27:40para ele
27:40é a permanência
27:41no poder
27:42já que a gente sabe
27:43que caso ele saia
27:44da chefia
27:46do governo de Israel
27:47ele tem fortes processos
27:48de corrupção
27:49na sua conta
27:50e poderá inclusive
27:51terminar na cadeia
27:52além de outras
27:53acusações de crimes
27:54de guerra.
27:55Eu acredito que a escolha
27:56dele desse momento
27:57tem a ver com o que o Fabrício
27:58brilhantemente trouxe aqui
27:59sobre o timing
28:00o enfraquecimento
28:01das proxies
28:02e também ver que
28:03o Irã
28:04tem uma situação
28:06de grande isolamento
28:07regional
28:08mas também
28:08tem a ver
28:09com uma questão
28:11um pouco mais
28:12complexa
28:13voltada
28:13mesmo a essa
28:15ambiguidade
28:18a gente sabe
28:18que o Estado de Israel
28:19está muito desmoralizado
28:20a figura de Netanyahu
28:21também é vista
28:22como uma figura
28:23negativa
28:24no ponto de vista
28:25da geopolítica
28:26internacional
28:26mas a figura do Irã
28:27é ainda mais negativa
28:29então ele
28:29é uma briga
28:30de rejeições
28:31aquilo que a gente fala
28:32na política eleitoral
28:33também é válido aqui
28:34ele sabe que
28:35tem alta rejeição
28:37no seu nome
28:38nas suas ações
28:38durante os últimos meses
28:40mas a rejeição
28:41sobre o Irã
28:42ela é muito maior
28:42na comunidade internacional
28:43e nenhum
28:44desses países
28:46que tem condenado
28:47as ações de Israel
28:47em Gaza
28:48vai ficar ao lado
28:49do Irã
28:49neste momento
28:50se colocando
28:51contra Israel
28:51exatamente porque
28:52a rejeição do Irã
28:53é muito maior
28:54então ele também
28:55briga
28:56brinca com essa
28:57percepção
28:58da comunidade internacional
28:59e da opinião pública
29:01que numa guerra
29:02que também é midiática
29:03é muito importante
29:03como nós temos observado
29:05nas diversas guerras
29:06nessa era digital
29:07informando
29:08nosso telespectador
29:09temos imagens aqui
29:10essa imagem
29:11é de Tel Aviv
29:12é um prédio
29:12atingido por um míssel
29:14não há outras informações
29:16além desse
29:16se é o Ministério
29:17da Segurança
29:17ou não
29:18Fabrício Knights
29:20que a sua pergunta
29:21a sua observação
29:22para Luca Bassani
29:22momento perigoso
29:23delicado
29:24de possibilidade
29:25de guerra
29:26de larga escala
29:27Luca
29:27eu queria trazer aqui
29:28uma ideia
29:30para a gente discutir
29:31que é o seguinte
29:31em relação
29:32ao programa nuclear
29:34iraniano
29:35nós temos
29:36essa discussão
29:38envolvendo
29:38Irã e Israel
29:39o Irã diz
29:40que vai usar
29:41o seu programa nuclear
29:42única e exclusivamente
29:44para fornecer energia
29:45para a população civil
29:46Israel diz
29:47que tem informações
29:48sérias
29:49afirmando
29:49que o Irã
29:50está desenvolvendo
29:51está enriquecendo
29:51o Irânio
29:52para conseguir desenvolver
29:53uma bomba nuclear
29:54a inteligência
29:55dos Estados Unidos
29:56fica no meio
29:56do caminho
29:57mas a gente lembra
29:58se a gente olhar
29:59aqui para a história
29:59por exemplo
30:00os Estados Unidos
30:00invadiram o Iraque
30:01afirmando que o país
30:03tinha arma nuclear
30:04chegaram lá
30:04e não encontraram
30:05arma nuclear
30:05nenhuma
30:06não há uma possibilidade
30:09de governos estrangeiros
30:11você que está aí
30:11na Europa
30:12acompanhando mais de perto
30:13pedirem por uma certa
30:15cautela
30:15nesse momento
30:16para que se garanta
30:18uma certeza absoluta
30:19envolvendo essas informações
30:20é um ponto
30:23muito válido
30:24que você levanta
30:25porque a invasão
30:25do Iraque
30:26por mais que Saddam Hussein
30:27tenha cometido
30:28inúmeras infrações
30:29contra os direitos humanos
30:31ela foi injustificada
30:33do ponto de vista
30:34da história
30:35a gente vê que depois
30:36aquelas armas de destruição
30:37em massa
30:37que os Estados Unidos
30:38acusava Saddam Hussein
30:39de possuir
30:40não foram nunca comprovadas
30:41no caso do Irã
30:42é mais complexo
30:43porque nós temos
30:44de fato
30:45o Irã
30:45apoiando vários grupos
30:46terroristas pelo mundo
30:48causando a morte
30:48de milhares
30:49todos os anos
30:50e nós temos também
30:51a Agência Internacional
30:52de Energia Atômica
30:53um órgão internacional
30:54reconhecido por várias nações
30:56responsável também
30:57pelo tratado de não
30:58proliferação
30:59o qual o Irã
31:00também é signatário
31:01falando que
31:03depois de 20 anos
31:05o Irã não tem cumprido
31:06com as suas promessas
31:07e tem enriquecido urânio
31:08acima do nível aceitável
31:10para conseguir
31:11energia atômica
31:13para a população civil
31:14então a gente vê
31:15que há um caso
31:16mais robusto
31:17contra os iranianos
31:18do que havia
31:18contra o Iraque
31:19mas arbitrariedades
31:21podem acontecer
31:21a geopolítica
31:22ela se mostra
31:24muito complexa
31:24principalmente
31:25nessa região
31:26do Oriente Médio
31:27infelizmente
31:27o barril de pólvora
31:29quase que literalmente
31:30falando do nosso planeta
31:31durante os últimos
31:32100 anos
31:33bom
31:34nós temos aí
31:34uma última
31:35pergunta
31:36faltam menos de 2 minutos
31:37a Maria Descartes
31:38vai fazer a pergunta
31:40que eu já emendo a minha
31:42se a Rússia
31:43deve se envolver
31:43informações
31:44que o Bibi Netanyahu
31:46já conversou com o Putin
31:47para dar uma maneirada
31:49eu quero
31:49a pergunta da Maria Descartes
31:50você responde as duas juntas
31:51em um minuto
31:52justamente isso
31:53Luca estava aqui falando
31:54que isso é de 20%
31:56da produção
31:57de barris diários
31:58passam ali
31:59pelo Irã
31:59queria saber
32:00qual o impacto
32:01econômico disso tudo
32:02em relação
32:02a nossa energia
32:03e a distribuição
32:04de energia internacional
32:05com essa
32:06essa crise
32:07entre Irã e Israel
32:08bom
32:10a questão energética
32:11ela é muito importante
32:12vemos que as ações
32:13das várias
32:14empresas de petróleo
32:16russa
32:16subiram com a queda
32:17daquelas iranianas
32:19eu acredito
32:19que a energia
32:20em si
32:21em alguns lugares
32:21do mundo
32:21não fique mais cara
32:22mas os produtos
32:23fiquem mais caros
32:24porque o Irã exporta
32:25principalmente para a China
32:27em relação a Rússia
32:28eu acredito que
32:29não vão adentrar
32:30neste conflito
32:31até porque
32:31o Rússia
32:32é a segunda língua
32:33mais falada de Israel
32:34há muitos russos em Israel
32:35os antigos judeus
32:36soviéticos
32:37e é um país
32:38que também tem
32:38uma aliança circunstancial
32:40com a Rússia
32:41enfim
32:41eu acredito que
32:42por mais que o Irã
32:43seja mais próximo
32:44ideologicamente
32:45ao Kremlin
32:47do que o governo de Israel
32:48os russos vão optar
32:49por continuar
32:50só na sua frente
32:51na Ucrânia
32:51porque já estão
32:52já estão com o prato
32:53cheio de coisas
32:54para resolver
32:55assim a gente pode dizer
32:56e não precisam
32:57de um novo conflito
32:58nesse momento
32:58deixa que eles se resolvam
33:00pelo menos isso
33:01que a mídia estatal russa
33:02tem divulgado
33:03e eu li
33:03durante esta
33:04sexta-feira
33:06durante as últimas horas
33:07o Linha de Frente
33:09para por aqui
33:10segue agora
33:11o 3 em 1
33:12agradeço a audiência
33:13uma boa tarde a você
33:14segue direto
33:15com o 3 em 1
33:15Evandro Cine
33:16e eu acho que